A Terceira Vértice - Capítulo 21 (25/06/2024)

 



A TERCEIRA VÉRTICE - CAPÍTULO 21


Na frente da casa de Afrodite, Rodrigo se despede dela e vai até seu carro. Ele dá a partida e sai. Do outro lado da rua, Daniel, que havia seguido Rodrigo e estava aguardando do lado de fora, vê quando Afrodite entra de volta na casa. Ele vai até a porta da casa da mulher e bate. 

Afrodite: Deve ter esquecido alguma coisa. 

Ela vai até a porta e abre, dando de cara com Daniel. 

Daniel: Boa noite. 

Afrodite fica em choque, boquiaberta, com a respiração ofegante e o coração palpitando.

Afrodite: Boa noite… 

Daniel: Eu sou Daniel Ferraz. Eu tô aqui em busca de respostas. Acho que a senhora pode me ajudar. 

Afrodite vai falar algo, mas se sente mal e acaba desmaiando, Daniel a segura. 

Daniel: Ei… Ei… Acorda. (aflito) Meu Deus…


Rodrigo chega no seu apartamento e liga para a mansão Ferraz. 

Marinalda: Alô?!

Rodrigo: Marinalda, sou eu, Rodrigo. 

Marinalda: Oi, Rodrigo. 

Rodrigo: O Sebastian tá em casa?

Marinalda: Tá sim.

Rodrigo: Chama ele pra mim, por favor. 

Marinalda: Um minuto.

Ela sobe as escadas para chamar Sebastian, que está no quarto deitado na cama e olhando os vídeos do onlyfans de Gardênia. Marinalda bate na porta. 

Sebastian: Pode entrar.

Marinalda: Com licença. 

Sebastian: O que foi? 

Marinalda: Rodrigo tá no telefone querendo falar com você. 

Sebastian: Comigo? Tem certeza? 

Marinalda: Sim. 

Sebastian desce e pega o telefone. 

Sebastian: O que você quer?

Rodrigo: Conversar. 

Sebastian: Você bebeu? 

Rodrigo: Queria, mas tô sem companhia, se quiser vir aqui em casa.

Sebastian: Sem chance. 

Rodrigo: Quero conversar com você numa boa, não tô afim de criar inimizade. Tô falando sério. 

Sebastian: Olha… eu vou. Mas já aviso que se você vier com alguma gracinha, você vai se ver comigo, hein Rodrigo? Tô logo avisando. 

Sebastian desliga. Angélica vêm do escritório.

Angélica: Quem era?

Sebastian: Rodrigo. Me chamou pra jantar na casa dele. 

Angélica: Você disse não, né? 

Sebastian: (indo subir as escadas) Na verdade eu aceitei.

Angélica: Espera aí, como assim você aceitou? 

Sebastian: Ele disse que quer fazer as pazes.

Angélica: E você ainda vai passar pro lado desse desgraçado? 

Sebastian: Não vou passar pro lado de ninguém não, tia Gegê, relaxa esse cu.

Angélica: Aquele cara vai te usar, Sebastian. Ele vai te usar contra mim, ele vai fazer a sua caveira contra mim, esse jantar é uma armadilha, será que você não percebe isso? 

Sebastian: E a senhora tá com medo de quê se eu sei que a senhora não presta? Não vale nada?! É mau caráter que nem eu. 

Ele sobe as escadas, deixando-a na sala, aflita. 


No hospital, Daniel está na sala de espera. Um médico vem falar com ele.

Médico: Você que está acompanhando a paciente Afrodite de Almeida?  

Daniel: Sou eu mesmo. Como ela tá? 

Médico: Estável. Ela teve uma queda de pressão, mas já está estabilizada. 

Daniel: Ela está em condições de conversar agora? 

Médico: Não, ela está dormindo. Você tem contato com a família? Algum parente? 

Daniel: Não, mas eu conheço alguém que deve ter. 


Rodrigo está na cozinha terminando de cozinhar. Na sala, em cima da mesa, seu celular vibra. No visor, aparece o nome e a foto de Daniel. A campainha toca. Rodrigo não vê que o celular está tocando, ele vai atender a porta e dá de cara com Sebastian. 

Rodrigo: Chegou cedo.

Sebastian: Se tiver achando ruim eu posso ir embora. 

Rodrigo não responde. Dá passagem para ele.

Sebastian: Foi o que pensei. 

Ele entra. Rodrigo fecha a porta.


No hospital, Daniel desiste de ligar para Rodrigo. 

Daniel: (pensativo) Afrodite de Almeida… O nome bate exatamente com o da dona Séfora. 

Daniel vai até a recepção.

Daniel: Boa noite. A dona Afrodite de Almeida, a que deu entrada hoje aqui… ela pode receber visitas?

Recepcionista: O senhor veio com ela, não?

Daniel: Vim sim. 

Recepcionista: O senhor é parente ou algo assim? 

Daniel: Não, mas eu preciso muito ver como ela está. Por favor, me ajuda, moça. 

Recepcionista: Desculpe, mas o senhor só poderia ir vê-la se fosse parente. 

Daniel: (fala para si) Droga… 


Rodrigo vêm da cozinha. Sebastian está no sofá, sentado. 

Sebastian: Vai demorar pra sair esse jantar? 

Rodrigo: Não, tá quase pronto. 

Sebastian: O cheiro tá ótimo. 

Rodrigo: Obrigado. Quer um vinho pra abrir o apetite?

Sebastian: Vou aceitar mais por uma questão de gosto, porque pra abrir o apetite eu gosto de usar outra coisa.

Ele tira um beck de maconha do bolso. Rodrigo vai na cozinha. Ele tira a garrafa de vinho da geladeira e abre. Depois serve duas taças. Tira do bolso o frasco com a poção feita por Afrodite e despeja o líquido em uma das taças. Na sala, Sebastian termina de acender o beck e começa a fumar. Rodrigo aparece e lhe entrega a taça batizada. 

Sebastian: Obrigado. (oferecendo o cigarro) Quer também? 

Rodrigo pega o beck e traga. Entrega para Sebastian. 

Sebastian: Aproveita.

Rodrigo assopra a fumaça e traga mais uma vez. Dá a Sebastian que pega dessa vez. 

Rodrigo: (senta-se ao lado dele) Quero pedir desculpas, não tivemos encontros agradáveis nos últimos tempos. 

Sebastian: Tanto faz. 

Ele fuma tranquilamente. 

Rodrigo: Você e o Daniel estão ficando? 

Sebastian: Ele não te contou? Pedi ele em namoro e ele aceitou.

Rodrigo engole seco. 

Rodrigo: Você o ama? 

Sebastian: Claro que amo! 

Rodrigo: E ele? Te ama? 

Sebastian: E quem é que não me ama? 

Sebastian o encara. 

Sebastian: Todo mundo me ama. Eu mesmo me amo. E um dia… Até você vai me amar. 

Ele começa a gargalhar. Rodrigo não se contém e sorri. 

Rodrigo: Tá rindo de quê? 

Sebastian: (rindo) Não sei.

Ele toma um gole do vinho. 

Rodrigo: Pera, toma logo tudo. 

Sebastian obedece, toma tudo. Rodrigo também bebe.


No hospital, a enfermeira vem checar o soro de Afrodite, que desperta. 

Afrodite: (confusa) Onde eu estou? 

Enfermeira: No hospital. Você chegou desacordada, teve um mal estar. 

Afrodite: (agitada) Preciso ir embora. 

Enfermeira: Se acalme, senhora. Você precisa descansar.

Afrodite: Não posso, preciso falar com a minha filha. Meu celular… (olha pros lados) Onde tá meu celular? 

Enfermeira: Senhora, precisa se acalmar. Eu peço para ligarem pra sua filha. É só me dar o número dela. A senhora sabe de cor? 


Na mansão, Marinalda fala ao celular. 

Marinalda: Sei… Muito obrigada por ligar. Estou indo aí agora. 

Ela desliga e tira o avental. Ela vai em direção ao seu quarto quando Angélica aparece, vindo da direção contrária. 

Angélica: O que é isso? Onde você pensa que vai? 

Marinalda: Minha mãe passou mal, preciso ir ver ela no hospital. 

Angélica: Você não vai coisa nenhuma, não te dei autorização pra sair. 

Marinalda: E você pensa que é quem pra me impedir? 

Angélica: Se você sair por aquela porta nem precisa mais voltar, Marinalda.

Marinalda: Essas coisas quem decide é o Daniel, que é o dono dessa casa, não você, que é a serviçal. 

Marinalda se retira. 

Angélica: Desgraçada. Você me paga. 


Rodrigo e Sebastian sentados na mesa, jantando, comendo como se nunca tivessem visto comida na vida.

Sebastian: Nossa, essa carne assada tá muito… muito boa.

Ele come feito louco, chegando a pegar na comida com a mão. Rodrigo faz o mesmo. O celular de Rodrigo vibra. Dessa vez ele vê e nota que é Daniel. 

Rodrigo: Olha. É Daniel. 

Sebastian: Mentira. 

Rodrigo: (mostra a tela do celular para ele, rindo, com a boca cheia) Olha. 

Rodrigo gargalha sem parar. O celular continua tocando. 

Rodrigo: (rindo) Atende. Atende, eu não consigo. Atende. 

Sebastian: (atendendo a chamada) Alo? 

Daniel: Alô. Rodrigo? 

Sebastian: (falando lentamente) Oi meu amorzão.

Rodrigo cai no chão de tanto rir.

Daniel: (sem entender) Sebastian? O que você tá fazendo com o celular do Rodrigo? Cadê o Rodrigo? 

Sebastian: Cadê quem? 

Daniel: Eu preciso falar com ele. Passa o telefone pra ele, é urgente.

Rodrigo está jogado no chão chegando a lacrimejar de tanto rir.

Rodrigo: Ai, eu vou infartar. 

Sebastian: (rindo) Ele não pode falar agora. 

Daniel: O que você tem? O que está acontecendo? 

Sebastian: Beijo. 

Ele desliga, rindo. 


Daniel olha para o celular, aflito, sem entender o que está acontecendo. É quando Marinalda chega no local, indo direto na recepção.

Marinalda: Boa noite, vim ver minha mãe. 

Daniel a vê.

Recepcionista: Nome da paciente.

Marinalda: Afrodite de Almeida. 

Daniel: (se aproxima) Marinalda. 

Marinalda se vira e olha para ele, em choque.

Marinalda: Daniel? O que você tá fazendo aqui? 

Daniel: Fui eu quem prestou socorro para Afrodite de Almeida. Segui o Rodrigo até a casa dela, vi ele sair de lá. Você é filha dessa mulher? 

Marinalda fica surpresa. Ela suspira. 

Marinalda: Sou a filha mais nova dela. O filho mais velho é você! 

Daniel arregala os olhos, chocado. 

ENCERRAMENTO.


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