3 de ago. de 2024

Sabores em Guerra - Cap. 06 (03/08/2024)

 SABORES EM GUERRA CAP. 06


Elenco:

Marcello Melo Jr.

Renato Góes 

Marina Ruy Barbosa 

Christiane Torloni 

Deo Garcez

Maria Padilha 

Danilo Mesquita 

Sérgio Malheiros


Participação Especial:

Joana Fomm

Tony Ramos

Miguel Falabella


Cássio - Pai? Meu pai? O que o senhor faz aqui?

Roberto - Meu filho! Meu filho. Eu estou partindo filho.

Cássio - Não pai, não pai, eu não aceito isso!

Roberto - Eu estou indo te encontrar, filho.

Cássio - Meu pai, eu estou vivo. O senhor é forte, o senhor vai resistir.

Roberto - Não vou, filho. Já chegou a minha hora.

Cássio - Não, não, não. O senhor vai resistir, que nem da última vez. O senhor é forte, vai conseguir suportar.

Roberto - Cuida da tua mãe, filho. Cuida dela.


A máquina para.


Cássio - Meu Deus, pai, pai, pai não se vá pai. Ajuda aqui, socorre aqui! PAAAAAAAAAI. (Grito alto com eco)


A imagem congela em Cássio


ABERTURA


Cena 01: Hospital/Manhã 

Cássio - Meu pai, meu pai, reaja meu pai. Socorro, cadê os médicos daqui, pombas?

Enfermeira - O paciente, o paciente teve uma parada cardíaca. Vamos reanima-lo


Eles usam a máquina de choque para reanimar, porém sem efeito.


Enfermeira - Sem efeito.

Cássio - Como assim sem efeito? Vocês estudam tanto pra que? Pra ver meu pai morrer e dizer que foi sem efeito?

Enfermeira - Ele chegou aqui já em estado crítico.

Cássio - Quer dizer que pagamos uma fortuna nessa espelunca pra deixarem meu pai morrer, é isso?

Enfermeira - Senhor, acalme-se.

Cássio - Como quer que eu me acalme? Como quer que eu me acalme? Você tem o que nessa cabeça? Gengibre.

Enfermeira - Um calmante pra ele.

Cássio - Eu não quero droga de calmante, eu quero meu pai de volta.

Enfermeiro - Por favor, tome isso.

Cássio - Uma pinóia bem grande pra você. Eu quero meu pai vivo, e a culpa é de vocês. Eu processo vocês, eu coloco vocês na justiça!

Enfermeira - Coloquem isso no soro.

Cássio - Mas o que é isso, tirem isso daqui.

Enfermeira - Acalme-se, acalme-se. Está tudo sobre controle. 

Cássio - Eu quero o meu pai. PAAAAI (grito com eco)

Enfermeira - Pronto, pronto. Agora você vai se acalmar.

Cássio - Por favor, liguem para um amigo meu me buscar.

Enfermeira - Eu não posso fazer isso, é contra as regras.

Cássio - Por favor. Eu já tô aqui todo arregaçado, ainda perdi meu pai. É o mínimo que vocês poderiam fazer…

Enfermeira - Está certo, qual o número?


Cena 02: Casa de Luca/Manhã. O celular toca

Luca - Alô? Alô? sim, sou eu, Luca Andrada. O que? Espere, espere, eu estou indo!.

Ricardo - Meu filho, o que aconteceu que você está agitado assim?

Luca - É uma coisa meu pai, que não posso contar agora. Depois eu te conto.

Ricardo - Peraí, filho. Você nem comeu nada.

Luca - Eu como no caminho. Tchau!


Cena 03: Cemitério/Manhã.

Margarete - Ahh, Cristina, que sofrimento. Um sofrimento que não desejo nem para meu pior inimigo.

Cristina - Acalme-se, patroa. Deus está no controle.

Margarete - Mas que mania de ficar mandando ficar calmo. Eu não tenho como ficar calma com meu filho dentro de um caixão, e meu marido lá internado.

Cristina - Não te contaram ainda?

Margarete - O que, Cristiana? Não me diga que é outra desgraça? Porque minha vida ultimamente está assim, desgraça atrás de desgraça.

Cristina - O seu marido, patroa, o seu Roberto. Ele, ele não resistiu.

Margarete - O que? Cristina, me diga que isso é mentira, Cristina.

Cristina - É verdade patroa.

Margarete - Que mania, sua infeliz! Ninguém nunca te ensinou a dar notícias ruins não? Que vida miserável, miserável! Porque não me leva logo, hein? Porque não me leva também? Eu não tenho mais forças para ficar aqui. Eu não vou aguentar, não vou! 

Cristina - Calma, patroa.

Margarete - Se você mandar me acalmar mais uma vez eu te dou uma surra! Uma surra ouviu bem?

Cristina - Entendi, entendi.

Margarete - Agora saia da minha frente, eu quero ficar sozinha. 


Margarete se ajoelha no chão e começa a chorar muito.

Transição ao som de Manhã de Setembro - Vanusa


Cena 04: Casa de Fábio

Fabio - Meu Deus, meu Deus. 

Silvana - Você já falou Meu Deus 342 vezes só hoje.

Fábio - Da pra ficar quieta?

Silvana - O que? É assim que você trata a pessoa que te criou com tanto carinho? Quando a desnaturada da sua mãe te largou a míngua.

Fabio - Me desculpa, meu desculpa. Eu tô muito nervoso, meu Deus.

Silvana - 343.

Fabio - 343 o que?

Silvana - 343 vezes que você falou Meu Deus.

Fabio - Ah, tenha santa paciência.

Silvana - Olha, o Ricardo me convidou para jantar.

Fábio - Aquele velho caquético? Ah não. A senhora ainda insiste nisso?

Silvana - O que? Você não quer que sua querida avozinha aproveite a vida? Não é porque estou na flor da idade, que não mereço me divertir.

Fabio - Flor da idade? Flor da idade? Se você tá na flor da idade eu tô aonde? 

Silvana - E você, tá assim nervoso porque? Ainda pela morte daquele rapaz?

Fabio - E é pouco? Eu tenho culpa, vó, eu tenho culpa. É claro que eu desejava que ele morresse, mas não agora.

Silvana - Você não tem culpa. Você não falou que ele que corria feito um desgovernado pela pista? Falta de prudência da nisso. A culpa foi única e inteiramente dele.


Cena 06: Hospital/manhã 

Cássio - A culpa foi única e inteiramente dele. E ele vai pagar.

Luca - Cara, que loucura. Que bom que você está vivo.

Cássio - Estaria melhor se meu pai estivesse aqui. Oh Luca, meu veinho se foi, na minha frente!

Luca - Oh, cara meus pêsames. Mas agora, sua mãe ficará feliz, já que você está vivo.

Cássio - E quem disse que você vai falar alguma coisa? Não vai falar nada.

Luca - O que? Vai deixar sua mãe lá sofrendo?

Cássio - Eu vou contar, claro que vou contar. Mas antes! Vou dar um susto no Fábio. Ah, se vou.

Luca - Isso vai dar ruim. E porque sua mãe não pode saber agora?

Cássio - Porque se ela souber, o Brasil e o mundo todo vai ficar sabendo. Aquele infeliz me matou, matou e saiu. Ele vai ver como é que se constrói uma canoa.

Luca - Não seria com quantos paus se faz uma canoa?

Cássio - Não interessa. Você vai seguir meu plano, e dará

 tudo certo. Dessa Fábio não escapa.


Congela no rosto de Cássio, ao som de A Vida é Dura, encerrando o capítulo.


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