9 de out. de 2024

Traída - Capítulo 32

 



Traída, a Vingança da Doutora Ásia – Capítulo 32

Web Novela

Autor: Lucas Gustavo

Capítulo escrito por Sujiro Kimimame

Faixa das 21h

 

[🔴LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS🔴]

 

Cena 01 (Delegacia/Cela/Manhã)

(A câmera abre em África Siriracha sentada no canto da cela, olhando para o chão, os olhos cheios de ódio. O silêncio é cortado pelo som de passos. Ela ergue a cabeça ao ouvir o barulho e vê Ásia, do outro lado das grades, sorrindo de forma debochada)

ÁSIA: Ora, ora, se não é a dona África Siriracha curtindo o seu hotel de 5 estrelas. (Ela tira seus óculos escuros e limpa com a camisa) Tá gostando da estadia, minha querida?

(África se levanta rapidamente, indo até as grades, seu rosto tomado de raiva)

ÁFRICA SIRIRACHA: Você acha que isso aqui vai me desestabilizar, Ásia? Acha que pode brincar comigo e sair impune? Eu vou acabar com você! Quando eu sair daqui você vai pagar por tudo o que fez comigo sua diaba, com tudo o que fez com meus pais, maldita!

(Ásia cruza os braços, mantendo o sorriso no rosto, se deliciando com a fúria dela)

ÁSIA: Você é sempre tão previsível, querida. Acha mesmo que eu tenho medo das suas ameaças? Deixa eu te contar um segredinho, você só está aqui por conta da sua burrice. Porque ao contrário de você, eu tinha provas concretas que te incriminaram pelo que aconteceu na sua casa aquela noite. E digo mais... Tudo o que aconteceu até agora foi apenas o início. Você não tem noção das merdas que eu vou fazer com a sua vida. O seu inferno só tá começando, amiga.

(África, completamente descontrolada, agarra as grades com força, sacudindo-as com violência.)

ÁFRICA SIRIRACHA (AOS BERROS): Sua filha da puta! Eu vou te destruir! Acha que pode me ameaçar? Acha que vai escapar de mim?

(Ásia permanece inabalável, sua expressão de puro desdém. Ela ajeita os óculos de sol lentamente, sem perder o sorriso.)

ÁSIA: Se eu fosse você tomava cuidado, descontrolada desse jeito, pode acabar perdendo o bebê que está esperando.

(África paralisa por um momento, os olhos arregalados, a respiração pesada, como se suas palavras tivessem atingido o ponto fraco. Ela rosna de ódio. Ásia sai andando lentamente)

ÁSIA: Au revoir, chérie.

(África, ainda presa às grades, grita de ódio, completamente descontrolada.)

ÁFRICA (GRITANDO): Maldita! MALDITA! VOCÊ VAI PAGAR, ÁSIA! EU JURO QUE VAI PAGAR!

Cena 02 (Delegacia/Cela/Manhã)

(Oceânia está sentado no banco de concreto da cela, cabisbaixo, com as mãos entrelaçadas. Do lado de fora, China entra, se aproximando das grades lentamente)

CHINA: Pai...

(Oceânia levanta a cabeça ao ouvir a voz da filha. Seus olhos estão marejados, e ele levanta do banco)

OCEÂNIA: China... o que você tá fazendo aqui? Eu não quero que você me veja assim.

(Ele desvia o olhar, visivelmente envergonhado)

CHINA: Eu vim com a mamãe. Ela tá lá fora me esperando.

(Oceânia respira fundo, tentando conter a emoção)

OCEÂNIA: Vai embora, filha. Não quero que você me veja desse jeito... por favor.

(China o observa por um momento, a expressão séria, antes de soltar um suspiro amargo)

CHINA: Eu sempre te defendi, pai. Sempre. Cada vez que a mamãe te criticava, falava mal de você... eu tava lá, dizendo que ela tava errada. Acreditando que você era melhor do que ela dizia. E agora... olha só pra você.

(Oceânia levanta o olhar, surpreso pelo tom da filha, seus olhos brilhando de arrependimento)

OCEÂNIA: China, por favor, me escuta...

CHINA (INTERROMPENDO): Você me decepcionou, pai. Traiu a mamãe. Com África. Com a melhor amiga dela. Por que você fez isso? Me diz, por quê?

(Oceânia tenta falar, mas as palavras parecem pesar. Ele balança a cabeça, tentando se justificar.)

OCEÂNIA: Eu... eu sempre amei a sua mãe, China. Sempre. Mas com a África... eu... eu senti uma coisa que não consegui controlar. Uma atração... que me dominou.

(China ri, incrédula, enquanto limpa uma lágrima que cai.)

CHINA: Atração? Foi isso? Então por que não separou da mamãe? Se você sentia isso pela África, por que não foi honesto? Por que não ficou com ela em vez de enganar a gente?

(Oceânia fica em silêncio, sem saber como responder. Ele baixa a cabeça. China, vendo a hesitação do pai, deixa escapar um sorriso triste)

CHINA: Eu sabia... sabia que a mamãe tava certa. Você só ficou com ela por causa do dinheiro dela, né?

(Oceânia balança a cabeça, desesperado, tentando se defender)

OCEÂNIA: Não é verdade, China! Eu... eu amo vocês! Eu nunca fiquei com a sua mãe por causa disso!

(China o interrompe, seus olhos cheios de lágrimas)

CHINA: Chega, pai. Eu não quero mais ouvir. Não depois de tudo isso...

(Ela se vira, limpando as lágrimas com a manga da blusa, enquanto Oceânia se levanta apressadamente e se aproxima das grades)

OCEÂNIA: China, por favor, não vai embora assim. Eu... eu errei, mas ainda sou seu pai. Não me abandona...

(China se vira para ele, as lágrimas correndo pelo rosto)

CHINA: Você já me abandonou faz tempo, pai. E agora eu nunca mais quero olhar pra sua cara.

(Ela sai correndo, chorando, enquanto Oceânia observa impotente. Ele fica devastado enquanto ele vê sua filha desaparecer, chorando tanto quanto ele)

Cena 03 (Frente da Delegacia/Manhã)

(Ásia e China saem da delegacia abraçadas, o rosto de China ainda marcado pelas lágrimas. Elas caminham em direção ao carro, quando esbarram com MC Cabelinho de Cu e Cíntia, que aparecem bem na frente delas)

MC CABELINHO DE CU: E aí, China? Tá de boa, mina? Tudo nos conforme?

(China ergue os olhos, visivelmente incomodada)

CÍNTIA: Ah, então foi presa e a mamãe veio aqui te tirar da cadeia? Que gracinha...

(China, furiosa, dá um passo à frente, pronta para avançar, mas Ásia a segura pelo braço, firme, puxando-a para trás)

ÁSIA (ENCARA OS DOIS): O que vocês dois estão fazendo aqui, passeando pela delegacia logo cedo? Perderam o caminho da favela?

MC CABELINHO DE CU: Cofoi tia, nóis tá só passando, suave. Ninguém tá caçando briga não.

ÁSIA: Olha aqui, seu moleque, a China me contou tudo sobre a gravidez dela.

CHINA (MORTA DE VERGONHA): Mãe, pelo amor de Deus, para com isso, vamos embora...

(Ásia a ignora e se aproxima de MC Cabelinho, séria)

ÁSIA: Se você não se mexer, tomar vergonha nessa cara e assumir sua responsabilidade, quem vai te ensinar a ser homem sou eu! (para Cíntia) E você, fica esperta, viu? Porque esse aí engravidou a minha filha e só falta um pouquinho pra você ser a próxima! (para China) Vamos!

(Ásia e China se afastam, caminhando em direção ao carro, enquanto MC Cabelinho e Cíntia as observam. Quando elas se afastam, Cíntia vira para MC Cabelinho, incrédula.)

MC CABELINHO DE CU: Cofoi, Cíntia. Vai ficar assim por causa do papo furado dessa coroa?...

(Cíntia o interrompe)

CÍNTIA: Me responde uma coisa, se eu engravidasse agora, você ia assumir nosso filho?

(Ele não responde. Ela encara MC Cabelinho, revoltada)

CÍNTIA: Quer saber? Tô fora. Isso aqui... acabou.

(Ela vira as costas e sai andando rapidamente, deixando MC Cabelinho para trás, atordoado. Ele a observa se afastar, sem saber o que dizer)

Cena 04 (Estacionamento da Delegacia/Tarde)

(O sol da tarde brilha forte sobre o estacionamento da delegacia. O local está movimentado, com repórteres e câmeras de TV posicionados na saída principal, prontos para capturar cada momento. O burburinho aumenta quando as portas da delegacia se abrem. África Siriracha aparece, algemada, escoltada por dois policiais. Sua expressão é de fúria contida, mas ela ergue o queixo, tentando exibir controle e dignidade, mesmo diante das câmeras)

REPÓRTER 1 (GRITANDO): Doutora África Siriracha Barabaxai, como você se sente sendo transferida para o presídio? Tem algo a dizer sobre as acusações?

REPÓRTER 2: Você está arrependida de ter castrado o doutor Oceânia?

ÁFRICA SIRIRACHA (SE FAZ DE COITADA): Estão cometendo um erro com uma mulher de bem como eu. Jamais arrancaria fora o mastro onde eu me deliciei por anos...

(Um policial a empurra suavemente para dentro do camburão, as câmeras continuam a filmar enquanto ela entra, com seu olhar desafiador ainda fixo na multidão. As portas do veículo batem ruidosamente, abafando seus murmúrios. Logo atrás, Oceânia é trazido, também algemado e escoltado por outros policiais. Ao contrário de África, ele parece abalado. Assim que aparece na porta da delegacia, os flashes das câmeras estouram e os repórteres correm para conseguir uma declaração)

REPÓRTER 3: Sr. Oceânia! Por que você traiu sua esposa, a famosa doutora Ásia com a África?

REPÓRTER 4: O que tem a dizer em sua defesa?

(Oceânia tenta cobrir o rosto com as mãos algemadas, claramente desconfortável com a exposição. Os repórteres se amontoam ainda mais, tentando arrancar qualquer declaração. Um microfone quase encosta no rosto dele, e, sob a pressão, Oceânia finalmente levanta o olhar)

OCEÂNIA: Tira essa porra da minha cara...

(Antes que ele possa continuar, os policiais o empurram gentilmente para dentro de outro carro de polícia. Ele entra sem resistência enquanto as câmeras capturam cada momento)

(O camburão com África já está com o motor ligado, prestes a sair. Um último repórter tenta uma pergunta final)

REPÓRTER 1 (GRITANDO): Doutora, você ainda tem esperança de sair dessa?

(De dentro do camburão, ela solta uma risada fria e responde, suas palavras abafadas pelo vidro)

ÁFRICA SIRIRACHA: Para uma mulher preta de direita como eu, há sempre uma luz de esperança.

(Os veículos começam a se mover. O camburão parte primeiro, seguido pelo carro de polícia que leva Oceânia. Os repórteres continuam correndo ao lado dos carros, as câmeras focadas até o último momento, enquanto os dois são levados para o presídio)

Cena 05 (Clínica/Tarde)

(MC Cabelinho de Cu entra pela porta principal, usando boné e óculos escuros, com uma expressão séria e determinada. Ele caminha pelo corredor, seus tênis rangendo levemente contra o chão de azulejos, até chegar ao balcão de recepção, onde encontra o doutor)

MC CABELINHO DE CU: Aí, doutor, como é que tá minha coroa hoje? Tá evoluindo?

(O médico, um homem de meia-idade com jaleco branco e prancheta nas mãos, levanta o olhar, assentindo de forma positiva)

MÉDICO: Ela está se recuperando bem.

MC CABELINHO DE CU: O senhor me libera pra eu ir lá ver ela?

MÉDICO: Claro. Eu te acompanho.

(MC Cabelinho e o Médico seguem para o quarto, abrindo a porta devagar. A câmera foca neles entrando no ambiente, revelando uma mulher deitada em uma cama de hospital, com aparelhos monitorando seus sinais vitais)

MC CABELINHO DE CU: Pô coroa, e aí, firmeza? (para o médico) Ela tá inteira hein doutor.

MÉDICO: A persistência dela tem feito uma grande diferença no tratamento. A reabilitação é difícil, mas ela está respondendo.

(Ao vê-lo, a mulher na cama, que é ninguém menos que Gretchen, se vira lentamente, seus olhos carregando uma mistura de dor e raiva)

GRETCHEN: É satanás. Satanás que sempre está do meu lado. Satanás que tem que continuar me ajudando. Eu tenho que voltar linda. Tenho que voltar muito linda e poderosa para me vingar dela... África Siriracha... Foi ela que explodiu a clínica... Foi ela que me deixou assim... Mas eu vou voltar... E vou acabar com ela...

(A câmera congela no rosto dela, que carrega uma expressão sombria)

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