Limite da Vida - Capítulo 03 (20/11/2024)



 Limite da Vida - Capítulo 03

 novela de Larice da Costa


Mitra: Este é o convento? Vou ficar aqui, nesse mausoléu?

Madre Lúcia se vira para Mitra com uma expressão de deboche e sorri.

Madre Lúcia: É bom se acostumar com a vista, essa é sua nova casa.

Mitra: Imagina, qualquer lugar é melhor que minha casa...

Madre Lúcia: Agora para de falar, que inclusive você fala demais, passou a viagem toda vitrolando nos meus ouvidos, pensei que você não fosse calar a boca nunca, e pegue essas malas logo.

Mitra: Não precisava me humilhar dessa forma, fiquei entediada, poxa.

Mitra pega as malas na bagagem da charrete, sem ajuda alguma, ela as carrega.

Madre Lúcia abre o portão do convento esperando que Mitra passe primeiro, Mitra entra e ela vai em seguida.

Um foco no convento e um foco no rosto de Mitra, como se tudo tivesse parado ao redor.

Mitra: Eu não estou me sentindo bem.

Mitra desmaia nos braços da madre que não aguenta segurá-la.

Madre Lúcia: Alguém acode, alguém. Socorram me.

Duas noviças que estavam perto ouvem os gritos e correm para ajudar.

Lícia: O que está acontecendo, madre?

Madre Lúcia: Não é óbvio? Ela passou mal quando entrou, chame o Benedito, peça para ele nos ajudar a carregar a garota até o quarto de vocês. 

As duas noviças e Benedito ajudam a madre a carregar Mitra até o quarto delas.

Madre Lúcia: Desmaiar assim, repentinamente, não é algo que vemos todos os dias, não é?

Lícia: Ela está muito tempo sem comer? Pode ser esse o motivo.

Madre passa a mão na testa, com um suor frio, de Mitra.

Mitra acorda nesse exato momento, confusa e com tonturas.

Mitra: O que aconteceu?

Madre Lúcia: Como está, Mitra? Está sentindo algo? Alguma dor, enfim?

Mitra: Não, madre. Somente meu coração que está um pouco acelerado, mas não sinto nada além.

Lícia se abaixa perante a cama.

Lícia: Está tudo bem agora, não se preocupe, vamos cuidar de você.

Madre Lúcia: Agora deixem a Mitra descansar, vamos, vão fazer a suas tarefas. E você mocinha, não pense que vai escapar de seus afazeres.

Lícia: Mas ela acabou de ter um desmaio, madre. Não é melhor preparar algo para ela comer?

Madre Lúcia: Eu ia fazer isso agora mesmo.

Lícia e Mitra se olham. Mitra segura o braço dela.

Mitra: Obrigada pelo apoio. Você também…

Ela curva a cabeça e olha para Giovanna, que estava atrás de Lícia.

Mitra: Nós não nos apresentamos.

Lícia: Meu nome é Lícia, muito prazer.

Giovanna olha com um certo ciúme.

Giovanna: O meu é Giovanna.

Mitra: Sou Mitra, muito prazer.

Madre Lúcia: Agora vamos, temos muito o que fazer, chega de papo ao léu.

(Mansão de Tânia):

Tânia está tomando seu chá, conversando com Felícia.

Tânia: Minha querida, é uma rotatividade. Chegou a minha vez de organizar o almoço beneficente. Além disso, eu considero de suma importância, é para o Convento Santa Isabel.

Felícia: Eu compreendo, mas como? Nós estamos, com o perdão da palavra, matando cachorro a grito, não temos a mínima condição de organizar um almoço beneficente em pról de uma entidade que nem o convento por exemplo.

Tânia: Mas com o dinheiro dos livros e de algumas jóias que eu vendi, dá para organizar esse almoço. Tudo bem, será mais simples comparado aos outros anos, mas a tradição será mantida. Quem sabe Deus não me recompensa? Estou ajudando a casa dele mesmo.

Rosinha: É o meu sonho participar de um desses almoços que a senhora dá, pena que a senhora nunca me convida.

Tânia: Pois então nesse você será minha convidada, não precisa trabalhar.

Tânia sussurra para Felícia: Será menos um dia pago.

Tânia: Enfim, estou decidida, irei fazer o almoço.

Felícia: Não concordo, mas tentar conversar com a senhora é bater em ferro frio, não há resultados.

O dia passa e a noite chega…

(Fazenda Poaia): 

Humberto está jantando na mesa e Catarina aparece se escorando na porta.

Humberto: Não vai comer?

Ele continua colocando a comida na boca.

Catarina: Estou sem fome… essa casa está um silêncio, né?

Humberto: Também, o que você queria? Mitra é a alma da casa. Devo confessar, sinto falta do sorriso, do jeito faceiro, ela ia até a venda do Bastião a cavalo, se lembra?

Enquanto Humberto fala, surgem imagens de Mitra cavalgando com os cabelos ao vento, um clima agradável e vivo.

A câmera volta para a casa escura e silenciosa.

Catarina: Mas com certeza lá ela estará melhor, pelo menos por um bom tempo. Vou me deitar, não esqueça de fechar a porta dos fundos.

Humberto: Já estou indo.

Humberto fica pensativo.

(Convento Santa Isabel):

Madre Lúcia reúne todas as freiras e noviças em uma sala, lá também está Mitra.

Madre Lúcia: Bom, como todas vocês sabem, não há novidade alguma, somente a Mitra, recém chegada. Amanhã iremos ao almoço beneficente da nossa querida amiga, Tânia Candeias. Ela, junto de algumas amigas, trabalham em pról do convento, portanto, são muito importantes para nós.

Agora podem ir se deitar, tenham uma ótima noite de sono, amanhã será um dia bem cheio.

Madre Lúcia coloca a mão no braço de Mitra.

Madre Lúcia: Você também, querida. Amanhã você irá conosco como noviça, é bom estar bem disposta.

Mitra: Sim senhora, madre.

Lícia: Vamos, Mitra. 

Todas vão para o quarto, elas se encaminham juntas, sorrindo e conversando.

Lícia: Se você se sentir confortável em dizer, pode contar comigo.

Mitra: Dizer o que?

Lícia: Por que desmaiou repentinamente? Tem algum problema de saúde? Ou… está grávida?

Mitra sorri como se tivesse ouvido o maior absurdo.

Mitra: Não, não é nada disso.

Mitra fica em silêncio, como se estivesse buscando as palavras certas.

Mitra: Sabe… eu não sei como te explicar, eu senti uma sensação ruim quando cheguei na porta desse convento, um arrepio na espinha, mas ainda não compreendi o porquê.

Lícia: Você sente as coisas, é? Eu acho isso interessantíssimo. Li um livro uma vez que falava sobre pressentimentos e sensações.

Mitra: É… mais ou menos isso.

Lícia: Bom, vamos dormir então, amanhã será um dia daqueles. Ah, depois eu posso te ajudar no cronograma do convento, temos vários tipos de passatempos aqui, podemos fazer juntas.

Lícia segura a mão de Mitra e as duas sorriem.

Mitra: Claro que sim, você foi a única que me recebeu totalmente de braços abertos, tão gentil.

As duas se olham por um tempo e se deitam.

O dia passa, o sol nasce e todas as freiras estão esperando a condução até a cidade.

Tânia recebe os convidados do almoço beneficente, enquanto Rosinha termina de organizar alguns detalhes.

Genoveva: Tânia, minha querida. Quanto tempo não nos vemos. Desde aquele jantar no clube.

Tânia: Há quase um ano, não é?

Genoveva: O tempo voa mesmo. E onde está Felícia? Quero dar um abraço nela.

Tânia: Felícia foi visitar a avó que está doente, elas sempre foram muito apegadas. Mas já ela está chegando, não faltará a um jantar tão importante.

Genoveva: Ah claro, com certeza.

Tânia: Bom, fique à vontade.

(Mansão de Maia):

Felícia chega deixando a bolsinha no sofá, ela sobe as escadas depressa.

Felícia: Cheguei, vó. Como estão as coisas?

Graça: Gostaria de conversar com a senhorita a sós. Podemos?

Felícia: Ah, claro. É algo sério?

Graça: Olha dona Felícia, serei direta, o quadro de sua avó piorou bastante, não quero te assustar, mas talvez esteja chegando o dia de sua partida.

Felícia coloca a mão na boca assustada.

Felícia: Enfim, já sabia que este dia iria chegar, mas a minha ficha caiu realmente agora.

Graça: Já tentei convencer ela em ir ao hospital, mas não tem como, ela quer ficar nessa casa até seu último suspiro.

Felícia: Eu acho isso repugnante, minha avó sempre teimosa. Mas enfim, se essa é sua última vontade.

Felícia desaba em lágrimas e Graça a consola.

Graça: Não fique assim, ela viveu bastante para te ver uma mulher forte e do bem, ela vai em paz, com certeza.

Felícia abraça Graça.

(Mansão de Tânia):

As freiras e as noviças chegam na mansão, Mitra observa bem o endereço.

Tânia: As pessoas mais importantes desse almoço acabaram de chegar, uma salva de palmas, por gentileza.

Todos aplaudem.

Madre Lúcia: Ah, mas o que é isso. Eu quem agradeço por nos ajudar tanto, agradeço a todos vocês, principalmente a você, Tânia.

Elas se abraçam.

Mitra se aproxima de Tânia.

Mitra: A vossa mãe precisa da senhora, ela quer se despedir.

Tânia: O que?

Mitra: Ela vai partir e quer falar com a senhora, quer acertar as contas.

Tânia: Do que essa menina tá falando? O que é isso?

Madre Lúcia olha para Mitra de canto de olho.

Madre Lúcia: Fique quieta, Mitra.

Mitra e Tânia se encaram.

Todos se encaram confusos, Lúcia se aproxima de Mitra, tentando controlar a situação.

Mitra: Vá até ela, não perca seu tempo.

Tânia: Do que está falando? Por acaso sabe de algo? 

Irmã Lúcia: Não dê ouvidos a ela, Tânia. Mitra tem muitos devaneios, é bastante criativa. Esqueça o que ela disse.

Tânia fica sem saber o que fazer, todos os convidados ficam observando a situação.

Lícia se aproxima e retira Mitra, antes que irmã Lúcia a dê uma lição ali na frente de todos.

Lícia: Aquilo que você disse… é real? O que queria dizer com aquilo?

Mitra: É real, eu senti. Não sei explicar, mas é como se fosse um aviso. 

Mitra bambeia e se senta na cadeira, com a mão na cabeça.

Lícia: O que foi, está se sentindo mal?

Mitra: Vamos embora? Por favor.

Lícia: Vou pedir a madre, se ela deixar.

Lícia pede a madre.

Madre Lúcia: É bom, assim ela evita mais vergonhas. Isso é remorso por ficar inventando mentiras com coisas sérias. Mas podem ir, só peça ao motorista que volte com a condução.

Lícia: Sim senhora.

Lícia vai até Mitra.

Lícia: Ela permitiu, vamos, se apoie em mim.

Lícia e Mitra saem disfarçadamente.

(Mansão de Maia):

Graça corre até Felícia que está preparando um chá na cozinha.

Graça: Dona Felícia, corra. Dona Maia está partindo.

Felícia deixa cair a xícara com o chá no chão e parte junto de Graça ao quarto de Maia.

Felícia: Vó, o que foi? 

Maia: Minha filha… eu te amo, diga a sua mãe que eu a perdôo, perdôo por tudo, e que eu nunca deixei de amar ela.

Maia segura firma a mão de Felícia.

Maia: Eu queria ela aqui. Obrigada por ter ficado comigo até aqui, só queria dizer que…

Felícia chorando bastante, observa atentamente a avó.

Maia: Eu…

Maia não suporta dizer tudo que tinha para dizer e parte, ela vai fechando os olhos aos poucos; Felícia se desespera em não poder fazer nada contra a ordem natural.

Felícia: VOOOOÓ, NAAAÃOOOO.

Felícia agarra as roupas de Maia e se deita em seu peito, as lágrimas molham seu vestido.

Graça no canto do quarto, sorri maliciosamente enquanto observa a situação; Ela se aproxima de Felícia e tenta consolar a garota, dando um abraço nela.

(Convento):

Lícia: Tire esse hábito quente, você está molhada de suor.

Mitra: Eu fiz a minha parte, eu avisei a ela.

Lícia: Claro, não se sinta culpada, você fez o que pode.

Lícia se abaixa em frente a Mitra que está sentada na cama, ela passa a mão pelo rosto de Mitra que deita sua cabeça na mão de Lícia.

Lícia: Você é muito preciosa, não merece sofrer.

Mitra e Lícia se encaram.

Lícia: Eu queria compartilhar algo com você, confia em mim?

Mitra: Claro que confio.

(Fazenda Poaia): 

Catarina está lavando um tacho imenso quando percebe que não tem mais a ajuda de Mitra ali, do seu lado.

Catarina: Escute, quando você vai contratar alguém para me ajudar aqui, nesse casarão? 

Humberto: E para quê eu vou gastar dinheiro com uma patacoada dessas sendo que você faz tudo?

Catarina: Chega, Humberto.

Humberto: Que isso?

Catarina: Não aguento mais, você é muito mão fechada. Contrate logo alguém, senão eu largo essa casa, deixo tudo e sumo no mundo.

Humberto: Está bem… eu contrato alguém para te ajudar, não precisa sumir no mundo.

Catarina: Acho bom. Ah, para amanhã, então acho melhor ir atrás de alguém de uma vez.

Catarina se retira e Humberto fica observando confuso.

(Convento): 

Lícia: Nós estamos planejando, já fiz esse mapa desenhando o terreno, é na próxima lua cheia. E então, topa?

Mitra: Mas uma dúvida, porque você só não pede para sair? Há algo de errado? E porque não aproveita o dia de hoje por exemplo que o convento está vazio?

Lícia: Eu não posso pedir para sair, sou menor de idade, se eu for esperar até a maioridade, até lá já terei feito os votos. E não aproveitei o dia de hoje porque tem mais pessoas envolvidas nesse plano, não há possibilidade de eu ir embora sem elas.

Mitra: Bom, eu não sei se aceito, minha vida aqui nem é tão ruim assim e… sinceramente, eu prefiro mais aqui do que minha casa.

Mitra se entristece lembrando dos anos vividos em casa.

Lícia: Eu sinto muito.

Lícia pega na mão de Mitra.

Mitra: Enfim, deixa pra lá. Me conte mais sobre você, como é a sua vida.

Lícia se levanta desajeitada.

Lícia: Ah, é uma vida com uma família como qualquer outra, não há muito interesse. Sempre achei que minha vocação era ser freira, mas depois que eu entrei nesse lugar percebi que não era bem assim, depois que eu te conheci, depois que vi de perto o que você sente. Inclusive, me conte melhor, o que é isso?

Mitra: Tenho esses pressentimentos, essas visões desde criança, no começo não entendia muito bem o que queria dizer, lembro de um dia tomar coragem e contar para mim mãe, dizer tudo o que via e ouvia dentro daquele casarão, nunca tomei uma surra como aquela, a partir daquele dia eu aprendi que não poderia contar com meus pais para me esclarecerem algo tão simples.

Lícia: E o que era?

Mitra: Já ouviu falar em Alan Kardec? Ele foi o pioneiro nisso, eu consegui uma vez uns livros sobre o assunto, se chama espiritismo.

Lícia: Ah sim, eu já ouvi falar sobre esse tal de espiritismo, mas não foram coisas boas.

Mitra: Esqueça tudo de ruim que você tenha ouvido sobre esse assunto, eu te explico tudo.

Mais tarde…

(Mansão de Tânia)

Tânia está sentada no sofá, pensativa sobre o que Mitra tinha dito:

“Mitra: Vá até ela, não perca seu tempo.”

Felícia chega em casa arrasada, ela deixa a bolsa no chão e corre para o colo da mãe.

Tânia: O que foi minha filha, o que aconteceu?

Felícia encara Tânia, procurando as palavras certas para contar a ela sobre o acontecido.

Tânia: Diga logo, está me afligindo.

Felícia: É sobre a vovó, ela…

Tânia se levanta, fazendo com que Felícia se levante também.

Tânia: Não pode ser, porque eu não ouvi a noviça?

Felícia: Ela se foi dizendo que perdoava a senhora e que te amava, que nunca deixou de te amar e que queria tanto a senhora do lado dela.

Tânia: Ela disse isso, é? Coitadinha, que sofrimento.

Felícia: Mas se foi em paz, só acho que ela queria me contar alguma coisa…

Um close no rosto de Tânia preocupada.

Tânia: Contar o que?

Felícia: Eu não sei, ela não conseguiu dizer, nos últimos momentos…

Felícia começa a chorar novamente e se apoia no ombro de Tânia; Tânia fica preocupada.

Tânia: E quanto ao funeral? 

Felícia: Me encarreguei de tudo, Graça me auxiliou.

Tânia: Aquela enfermeira? Porque não me chamou?

Felícia: Mãe, por favor. Não é hora para isso.

No cemitério, Tânia joga um rosa branca no túmulo da mãe, todos vestidos de preto. Graça está ao fundo, observando e sorrindo, ela se retira dali.

Graça se encontra com Clementino na praça da cidade.

Graça: Pronto, meu amor. Finalmente aquela velha morreu.

Clementino: E então? Ela deixou alguma coisa pra você?

Graça: Estou esperançosa, com certeza ela deixou. Mas eu fiquei sabendo, não me pergunte como, que ela deixou sem ninguém saber, uma caixinha cheia de jóias, esmeraldas, diamantes, enfim, escondida dentro daquela mansão. Seja o que aquela velha deixou para mim, com certeza não deve ser nada demais, eu preciso dessa caixa. Por isso nós vamos entrar naquela mansão e procurar do teto ao chão, tem que estar naquele lugar.

Clementino: E o testamento? Sai quando?

Graça: Me parece que semana que vem, isso se a filha da velha não exigir que abram antes.

No outro dia…

Todos estão reunidos na mansão de Maia.

Homem: O testamento será aberto hoje a pedido da filha de dona Maia, Tânia Medeiros. Só está faltando uma pessoa…

Graça chega na mansão.

Homem: Ah, ela chegou.

Tânia: Graça? O que está fazendo aqui?

Graça: Parece que sua mãe, uma alma tão caridosa, tão merecedora do céu, me deixou algo. Mas não fiquei surpresa, dona Maia sempre exalou essa bondade em seu coração.

Tânia faz uma expressão de deboche observando Graça.

Homem: Bom, já que todos estão reunidos aqui e a pessoa que faltava chegou, vamos fazer a leitura do testamento.

O advogado de Maia discorre o testamento.

Homem: “Para a minha fiel escudeira, a que sempre esteve ao meu lado em todas as situações, quem se propôs a cuidar de mim até o último suspiro, deixo a mansão em que vivi pelos meus últimos anos e uma pequena parte da minha fortuna a Graça, minha enfermeira.”

Tânia se levanta revoltada.

Tânia: O que? Mamãe estava louca? Deixou esse casarão para essa enfermaria de meia tigela? O senhor tem que rever isso, mamãe estava insanamente perturbada, fora de suas faculdades mentais.

Felícia: Mamãe, pare com isso.

Homem: Dona Maia estava em sua plena consciência. 

Graça: Estou surpresa, não esperava tamanha bondade.

Tânia: Sonsa. Se eu quiser contestar, posso?

Homem: Não há possibilidades, a não ser que a senhora desconfie que eu tenha modificado algo, mas me ofenderia dessa forma já que sou um tabelião de confiança.

Tânia assina os papéis, pega a sua bolsa e se retira do local.

Felícia: Cuide bem dessa casa, vovó amava ela.

Graça: Com certeza, e será uma honra cuidar de um local tão exuberante, tão… fico sem palavras.

Graça e Felícia se abraçam.

Todos se retiram da mansão e Graça comemora.

Graça: Foi muito melhor do que eu imaginava, até que essa velha não era tão imprestável.

Um close no rosto de Graça sorridente.

ENCERRAMENTO.













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