RIOS DA RAZÃO CAP. 006
Cena 01 - [Casa de Fabrício/Noite]
Fabrício - Vamos, me digam, o que está acontecendo?!
Téo - Olha Fabrício, eu havia dito que isso não daria certo. Realmente, achei muito cedo para o senhor tentar me colocar em sua família e aqui nós podemos ver que se eles não querem, se eles não se sentem bem, definitivamente não há o que fazer
(Téo sai da festa completamente decepcionado)
Luana - O senhor viu que ele saiu por que quis
Fabrício - Cale a sua boca!
Luana - Mas pai
Fabrício - Cale a sua boca!! Será que você não percebe quando se é inconveniente? Você acha o que? Que pode sair ofendendo todos os meus amigos? Que quando eu trago para minha casa vocês fazem o favor de expulsá-lo?
Luana - A culpa não é minha que qualquer indigente que você encontra na rua quer por dentro de casa. E ainda no aniversário de suas filhas, o que é pior!
Fabrício - Eu conheço a integridade das pessoas, e ele não é um indigente. Se não tem as mesmas condições que consegui proporcionar para você não significa que estejam abaixo de você. E eu não te criei pra ser assim, e muito menos não sei quem te criou dessa forma, por que sua forma de tratar as pessoas é completamente ridícula. Quer dizer que só é considerado gente quem tem as mesmas condições que você?
Luana - É
(Fabrício da um tapa em Luana, com direito a trilha tensa)
Abertura/Voltamos a apresentar
Cena 02 [ Casa de Fabrício/Noite]
Luana - O senhor me bateu!
Fabrício - Bati, e você mereceu. Ou melhor, você merecia isso muito antes, porém demorei anos pra perceber a filha ingrata que você estava se tornando! Nunca precisei fazer isso com sua irmã, mas você superou todos os limites! E escute aqui, você vai atrás dele e trazê-lo de volta!
Luana - Eu não vou fazer isso
Fabrício - Vai, você vai sim! Eu não criei filha minha pra ser assim com as pessoas, principalmente com amigos meus. Você vai, e vai trazê-lo, e se ele não quiser voltar, que eu não duvido que aconteça, você vai pedir desculpas imediatamente!
Luana - Você está tendo noção do que está pedindo?
Fabrício - Nunca estive tão lúcido em minha vida, e você fará isso agora. E nem tente voltar sem estar com tudo isso resolvido. Espero que eu tenha sido claro e objetivo.
( Jussara chega)
Jussara - Mas o que está acontecendo?
Fabrício - Conta Luana, conte pra ela o que aconteceu. Pra sua mãe ter vergonha de você tanto quanto eu.
Jussara - O que você fez Luana.
Luana - Fiz, fiz o que vocês já deveriam ter feito a muito tempo. Colocar esse bando de animais que vocês chamam de amigos pra fora, mas como me tratam? Me tratam como se fosse a pior pessoa do mundo.
Fabrício - E você vai atrás dele, e só volte para casa quando estiverem todos resolvidos ouviu?!.
Luana - E se não resolver? Vai fazer o que?
Fabrício - Você vai descobrir, principalmente quando suas roupas estiverem na porta da rua. Ele mora nesse endereço aqui, ou você resolve isso de uma vez, ou esqueça que essa é sua casa!
(Fabrício sai, e Luana começa a chorar ao som de Venenosa, que toda na trilha da festa)
Cena 03 - [Fabrício passa furioso pela festa]
Jardel - Boa noite sogrão, cadê a Luana?
Fabrício - No diabo que o carregue.
Jardel - Misericórdia! Ah, a Jussara está ali, vou perguntar pra ela.
Queria sogra, onde está minha digníssima namorada?
Jussara - Olha, não me estresse também não.
Jardel - Mas o que houve, todo mundo está com ódio de minha cara hoje?
Jussara - É por que você não teve noção do que a Luana fez. Sabe aquele moço do almoço? Pois, ela o expulsou daqui como se fosse um cachorro.
Jardel - Pois com certeza ele fez algo que mereceu. Eu não fui muito com a cara daquele indivíduo .
Jussara - E você apoia a ação dela?
Jardel - Com certeza! Tudo que a Luana fizer tem meu aval.
Jussara - Pois, ela foi atrás do Téo.
Jardel - Como assim? Quem mandou.
Jussara - O pai dela! E acho muito justo essa situação.
Jardel - Mas o que é isso, eu vou atrás!
Jussara - Você não vai atrás de ninguém!
Jardel - Sim senhora.
Estamos apresentando/Voltamos a apresentar
Cena 04 [Rua/noite]
Luana - Aquela praga. Ódio, ódio, odioooo!!!! Eu mereço, meu pai colocando esses meliantes dentro de minha casa. Ele ainda ache que vou pedir desculpas, se contente com no máximo um aperto de mãos. Raivaa
[Um carro buzina e quase atropela Luana]
Luana - Miserável! Não olha pra onde anda!
Cena 05 [ Casa de Téo/ Noite] Alguém bate na porta de Téo
Téo - Já vai, já vai, quem deve ser..
Letícia?
Letícia - Podemos conversar?
Téo - Letícia! Mas que surpresa você aqui. Desculpas não ter conseguido falar com você na festa, foi um verdadeiro furdunço.
Letícia - Mas o que houve exatamente?
(Eles passeiam pela praia pela noite)
Téo - A sua irmã que, perdão pela palavra, mas é um tremendo cavalo. Eu falei com seu pai que não daria certo essa história de ser convidado para aniversário
Letícia - Mas eu queria que você fosse. A pessoa que salvou meu pai daquele acidente tem passe livre naquela casa. Minha irmã foi uma idiota nessa ocasião, ou melhor, quando é que não é.
Téo - Mas ela tem razão, não é atoa que a casa é dela.
Letícia - Mas isso não dá o direito de tratar ninguém como cachorro. Eu abomino essa atitude dela.
Téo - Bom, nesse caso você tem razão. Mas é chato né, você ir na casa de alguém e não ser recebido. Ah, que coisa, eu nem sequer entreguei o seu presente. Vamos lá que vou buscar, espero que goste, sua irmã praticamente chamou o que dei a ela de lixo sanitário.
Letícia - Eu não falei! Eu sinceramente não sei a quem ela puxou.
Téo - Mas vamos lá, que vou entregar o seu presente.
(Eles retornam em direção a casa de Téo)
Cena 06 [ Casa de Fabrício/Noite]
Convidado 01 - Ué, cadê a Letícia e Luana. Sei Fabrício, onde estão suas filhas?
Fabrício - Uma boa pergunta. A Luana eu sei que saiu. Agora, a Letícia..?
Cena 07 [ Casa de Téo/ Noite]
Téo - Aqui, eu comprei esse perfume. Tudo bem que ainda não tenho condições de comprar algo muito caro, porém foi de coração. Eu não conheço muito bem os seus gostos sabe.
Letícia - Mas é maravilhoso! Realmente, gostei bastante.
(Luana chega)
Luana - Mas o que você está fazendo aqui?
Estamos apresentando/Voltando a apresentar
Cena 08
Luana - Explica, o que você está fazendo aqui?
Letícia - Vim fazer o que você já deveria ter feito. Como é possível tratar alguém assim sua infeliz?
Téo - Olha, eu não quero que vocês briguem por minha casa por favor!
Luana - Escute Aqui sua pateta. Se você apoia que meu pai fique colocando esse entojado dentro de casa, eu não aceito isso não.
Téo - O que é entojado?
Letícia - E isso não te dá o direito de sair ofendendo todos mundo. E eu já sei que o pai mandou você vir aqui pedir perdão pra ele. Pois bem, pode começar?
Luana - Pois é o que você pensa. Eu não vou fazer nada, e aí de você se contar alguma coisa.
Téo - E nem eu quero, Luana. Um perdão mal dado desse é mais fácil que eu te peça. Agora, escute aqui uma coisa, eu só não meto a mão na sua cara porque você é mulher, por que se não você saberia com quantos paus se faz uma canoa.
Luana - Pois tente, tente encostar a mão na minha cara.
Téo - Eu não faço isso porque recebi o respeito em minha casa. Agora, pelo visto, te educaram muito mal né.
Luana - Olha como você fala…
Téo - E quer saber? Caia fora de minha casa, você já passou tempo demais aqui.
Luana - Eu vou, eu vou mesmo. Eu não nasci pra viver visitando chiqueiros.. já a Letícia realmente eu tenho minhas dúvidas. Será que tem sinal nessa joça de rua? Quero pegar um Uber.
(Luana se retira)
Letícia - Desculpa a minha irmã, ali é um caso perdido. Bom, acho que já está na hora de ir,
Téo - Você vai sozinha? Não, de jeito nenhum, deixa que eu levo você.
Letícia - Não, eu vou de Uber…
Téo - Com um estranho? Quer dizer, não que eu não seja um…
Letícia - Mas você é diferente…
Começa a tocar Total Eclipse of The heart, da Bonnie Tyler
Os olhos deles brilham. Porém Letícia corta a conversa.
Letícia - Bom, já que você quer me levar, vamos rs, é pertinho… nós vamos admirando as estrelas, está um dia lindo.
Téo - De fato, de fato. Vamos adiantando.
Cena 09 [Casa de Fabrício/Noite]
Ernesto - Essas músicas de hoje em dia em Pompom, um horror. Boa era minha época, Altemar Dutra, Celly Campello… grande nomes. Hoje em dia… um lixo.
Fabrício - Ora, não murmure. E olha que estamos sendo modestos, já que se dependesse de Luana era casa pancadão.
Ernesto - Misericórdia, um horror!
Fabrício - Você já chegou Luana? Fez o que te mandei?
Luana - Vê se não enche!
Ernesto - Meu Deus, que menina petulante! Que criação horrorosa você deu a ela. Na minha época o cinto já tinha comido a solta, e no traseiro…
Fabrício - Téo, você voltou?
Letícia - Ele veio me trazer papai.
Fabrício - Mas onde você estava? Passei horas te procurando…
Letícia - Eu fui tentar ver o que ocorria.
Fabrício - O horário meu Deus, Fabrício, você fica? Já está tarde para voltar pra casa.
Téo - Ah não, Fabricio, creio que não será necessário.
Letícia - Fica, por favor fica…
Encerramento ao som de
Total Eclipse of The heart, da Bonnie Tyler
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