Tente Outra Vez Cap. 003 - 27/11/2024

 TENTE OUTRA VEZ - CAPÍTULO 3 (27/11/24)



Elenco:

Thiago Lacerda - Renato

Letícia Colin - Luisa

Diogo Almeida - Júlio 

Giovanna Antonelli - Cássia 

Isadora Cruz - Helena

Débora Bloch - Túlia 

Taís Araújo - Viviana

Marcello Novaes - Wagner

Elizabeth Savalla - Miriam

Eriberto Leão - Eduardo

Clara Moneke - Laura

Ricky Tavares - Daniel


Participação especial:

Enrique Diaz - Homem Misterioso 

Antônio Fagundes - Dr. Alceu 



Cena 01: Ilha/ Fim de Tarde 

Enquanto a cena mostra a paisagem, juntamente com a ida de Cássia até o rio, Asa Morena - Zizi Possi toca. Ela se senta próximo ao rio, pega água com as duas mãos e lava o rosto. A câmera pega o ângulo de sua visão, que abre os olhos e vê um homem misterioso (Henrique Diaz, no meio do rio) ela se assusta.


Cassia - AHHHH (gritou ela assustada) meu Deus, quem é você? O que está fazendo aqui?

Homem - Não temos tempo para muitas perguntas. Vamos ser objetivos?


Há um jogo de câmeras entre eles,


Cássia - Como você apareceu aqui? Ande, responda!

Homem - Calma, moça, irei sanar todas as suas dúvidas. 

Cássia - Como você surgiu nesse local deserto?

Homem - Eu já falei que irei sanar as suas dúvidas, mas em outra hora. Só sei que você será de muita utilidade para mim. Eu te tiro dessa ilha deserta, você e seus amigos, se você concordar em fazer tudo o que eu quiser!

Cássia - Eu só posso estar variando. Ver alguém nesse local deserto. Eu vou sair daqui.

Homem - Onde você pensa que vai? Você não irá para lugar algum sem me responder.

Cássia - Ouça aqui, eu nem sei quem é você, mas fique sabendo que não vou compactuar com nada do que você me pedir.

Homem - Eu sei quem é você, Cássia Toledo. Sei que é casada com um homem agressor, alcoólatra, um senhor Rogério Toledo, não? Um homem de cinquenta anos, desempregado, sem filhos … e você, uma mulher casada que só cumpre suas obrigações de mulher. Aí vem ele, dia após dia cada vez mais bêbado, te agride verbalmente, te esculhamba. Só falta te pôr pra fora de casa, difícil conviver com alguém assim, não?

Cássia - Como você sabe de tudo isso? Anda me espionando?

Homem - Não adianta ficar questionando tanto, pois a solução depende única e exclusivamente de mim. Eu tiro esse homem de sua rota, desapareço com ele, e você nunca mais passará por esse sofrimento.

Cássia - E quando foi que eu te pedi algo? Suma de minha frente, não quero vê-lo mais!

Homem - Eu sei que essa não será sua última resposta. Vamos ver quanto tempo aguenta aqui, sem comida, sem água, longe da cidade. A necessidade logo baterá à sua porta, Cassia Toledo, e você me procurará!


A voz de Júlio ecoa próximo deles 


Julio - Cássia? Você está bem?

Homem - Não se esqueça do que eu te disse.


O homem misterioso começa a andar de costas, e some no matagal.


Cassia - Espere, volte aqui! 

Julio - Cassia, você está bem? Com quem você estava conversando?

Cassia - Julio, me tire daqui por favor, acho que estou delirando.

Júlio - Delirando?

Cassia - Deve ser fome. Vamos, eu preciso sair daqui.

Júlio - Tá bom, nós vamos.


Cassia acaba tropeçando e caindo nos braços de Júlio. Nesse momento, toca True. Os dois se olham, aproximam seus rostos, até que Helena se aproxima.


Helena - Julio! Cássia! Vocês estão aí.


Julio derruba Cássia.


Helena - Interrompi algo?

Cassia se levanta dizendo - Sim!

Júlio - Não, não. Só vim atrás da Cassia, que estava perdida.

Helena - Ah sim. Já está escurecendo, vocês não vão?

Cássia segura na mão do Júlio e diz - Mas é claro que vamos! 

Helena - De mãos dadas?


Os dois soltam as mãos.


Helena - Eu ein.


Os três vão andando para o acampamento.


Renato - Puxa, já era tempo. Me deixaram a sós aqui com essa insuportável.

Luísa da um tapa em seu ombro e diz - Me deixe, vai.

Júlio - Olha, eu tinha encontrando varas e anzóis na lancha. Inclusive já consegui alguns peixes.

Renato - Mas e pra acender o fogo?

Júlio - Dois gravetos e algumas folhas e eu faço um fogo na hora.

Renato - Selvagem.

Cássia - Ele pelo menos está nos salvando da fome aqui.

Renato - Que seja… meu Deus, agora me lembrei, tenho uma reunião marcado para segunda feira. Preciso sair urgentemente daqui.

Cassia - Só isso que você tem de importante? Uma reunião?

Renato - Mas não é qualquer reunião. É a reunião. Negócios, coisas que vocês aqui não entendem… meu Deus, minha mãe disse que chegaria hoje de Londres. Ela deve estar preocupadíssima!

Helena - Um marmanjo velho desse e ela preocupada? Acho que nem minha mãe. 

Renato - Se sua mãe não se preocupa com você, isso já não é comigo.

Júlio - Eu queria entender, o porquê vocês não param de discutir?

Renato - Porque ninguém esperava que ficássemos presos em uma ilha deserta. 

Júlio - Mas logo chamarão o resgate, não se preocupem.

Renato - E você fica assim tranquilo?

Júlio - Mas o porquê de se preocupar?

Luísa - Nisso eu não te entendo, Júlio. Como você fica sem se preocupar? Mesmo com todas as possibilidades de não sairmos nunca mais daqui?

Júlio - Logo chamarão resgate, eu acredito. Vamos comer?


Todos olham pra Júlio ao som de um tema de tensão.




A cena inicia com uma visão frontal da Casa de Renato, e indo para o quarto de Miriam. Toda a cena é embalada pelo tema da vinheta de intervalo 

Cena 02: Casa de Renato/Noite.

Miriam - Ouça aqui, amanhã assim que eu acordar, eu vou ligar pra polícia. Não são 48h? Pois eles terão as 24h que eles querem e vão encontrar o meu filho. Viviana, você está me escutando?

Viviana - Estou, dona Miriam, estou te escutando muito bem.

Miriam - Pois não parece. É porque você não sabe o que é ter um filho desaparecido.

Viviana - Mas é claro que eu sei.

Miriam - Sabe? Mas sua filha está aqui. 

Viviana - Digo, é que eu tenho uma amiga nessa viagem, não se lembra? Ela é como se fosse minha filha.

Miriam - Sei… Viviana, você vai me tirar uma dúvida agora.

Viviana - Qual, dona Miriam?

Miriam - Você já traiu meu filho alguma vez?

Viviana - Que conversa é essa?

Miriam - Me diga logo, você já traiu meu filho?

Viviana - Mas é claro que não, oxe.

Miriam - Muito bem… era só isso que eu queria saber.


Miriam sai pela porta, batendo-a com força. Sem Pecado e sem Juízo toca, e Viviana analisa toda a situação.


Cena 03: Casa de Cássia/Noite. A cena começa escura, e mostra Rogério acendendo a luz. Ele entra pausadamente, aparentemente bêbado.

Rogério - Olha só, olha só essa bagunça. Mas cadê essa mulher? Cássia! Cássia apareça! Apareça, desgraçada.

(Ele derruba um vaso de vidro, e um clima tenso entra na cena)


Rogério - Resolveu fugir de mim, não foi? Resolveu? Pois é ótimo que seja assim! O que não falta é mulher na rua me querendo! O que não falta é vagabunda em cada esquina. Ah, mas eu não vou deixar barato isso não. Olha o que eu faço com isso.


(Ele começa a derrubar livros, quadros. Muito barulho é feito, e Ana ouve da casa ao lado).


Ana - Meu Deus, mas que barulho é esse? É da casa da Cassia. Mas quem está fazendo essa bagunça toda?


Rogério - Aqui oh, aqui o que eu faço com tudo o que você tem!


Ana entra pela porta e assiste a bagunça 


Ana - Rogério, Rogério pare com isso agora, Rogério!

Rogério - O que é? O que é que você quer? Saia daqui, sua intrometida.

Ana - Esse bafo de cachaça. Já está bebendo, não foi?

Rogério - Pois saiba que não é de sua conta! 

Ana - Você vai parar com isso agora, ou eu chamo a polícia!


Rogério fica furioso e agarra o braço dela.


Rogério - Chame. Ouse a chamar a polícia, e eu te espanco aqui agora!

Ana - Largue meu braço. Largue agora. E a Cássia, onde está? Ela ainda não ligou, mandou mensagem?

Rogério - Fugiu, fugiu aquela infeliz.

Ana - Mas ela não é de não se comunicar. Eu tentei ligar pra ela, e a ligação não chegava mesmo. Você não se preocupa?

Rogério - Que se dane, aquela imbecil.

Ana - Olha aqui. Você pare de tratar a minha amiga assim. Ela pode estar em apuros e você agindo dessa forma. Olha aqui, se chegar segunda feira, e ela não chegar, vou envolver polícia nisso tudo. 


Ana sai furiosa. E Rogério olha ela saindo. A cena corta para os personagens na Ilha, rodeando uma fogueira e comendo peixe.


Cena 04: Ilha/Noite.

Renato - Até eu que não gosto de peixe estou gostando. Quem foi que temperou?

Luísa - Fui eu. Encontrei algumas folhas de tempero no meio dos matos…

Renato - Você? É, parando pra pensar, está horrível mesmo, amargo…

Julio - Está bom sim, Luísa. É palhaçada do Renato.

Cassia - Gente, aproveitando que estamos aqui ao redor desta fogueira, e o que acha nos conhecemos melhor? Nós só discutimos e discutimos os nossos problemas, mas nem sabemos quem realmente somos. Afinal, estamos entre estranhos, não?

Luísa - Cassia tem razão. Quem começa? Vamos começar pelos mais velhos, Renato?

Renato - Olha a provocação. Está bem, eu começo. Não dizem que os primeiros são os melhores? Bom, me chamo Renato Goffmann, tenho 46 anos. Pra quem não percebeu eu sou inglês, nascido na Inglaterra e vim para o Brasil quando tinha dois anos e…


Quando a câmera mostra o campo de visão de Renato, todos estão dormindo.


Renato - Era só o que me faltava. Bando de insolentes. ACORDEM!

Luísa - O que? Já acabou?

Renato - Dormindo na hora de contar a minha história?

Luísa - Devia estar muito interessante né.

Renato - Isso é imperdoável.

Julio - Tá bom, Renato, conte aí. 

Renato - Agora não quero mais.

Cassia - Já que o Renato não quer mais contar, eu conto. Meu nome é Cássia Toledo, tenho 44 anos. Bom, eu sou brasileira mesmo, nasci no Rio. Sou casada, não tenho filhos… ah, eu tenho uma loja também, a Clothing Rio.

Helena - Quem é Clotilde?

Cássia - Que? Não. Clothing Rio, Clothing significa roupa em inglês.

Renato - Meu Deus, que cafona.

Julio - Espera, Cassia. Você disse que é casada?

Cássia - Sim, sou casada. Algum problema?

Júlio - Nenhum, nenhum. Bom, continue o que você estava dizendo.

Cássia - Sim, claro. Ah, me lembrei, uma vez eu me candidatei a prefeita.

Julio - Jura?

Helena - Ah, não, já vão falar de política?

Luísa - Peraí, Helena. Eu sei que você é jovem, tudo bem. Mas política é uma coisa importante. E entender é mais importante ainda. Veja quantas pessoas se deram mal por conta das escolhas erradas na política?

Renato - Nisso eu preciso concordar com essa mala. 

Helena - Desculpa. É que eu vejo tanta gente brigando por causa disso, sei lá, é chato.

Júlio - É compreensível, é compreensível. Infelizmente isso é uma realidade. Mas continue o que você estava dizendo. Você se candidatou a prefeita de Crisópolis?

Cássia - Sim, verdade. Isso foi ja tem uns 8 anos, mas eu me candidatei sim. Bom, eu perdi na época, aí eu desisti da candidatura.

Júlio - Poxa, que chato. Mas valeu pela experiência.

Cássia - Pois é.

Júlio - Olha, a minha história não é a das mais interessantes. Eu me chamo Júlio Silva, tenho 38 anos… e talvez a coisa mais interessante que aconteceu comigo foi ter criado minhas duas sobrinhas.

Luísa - Você cria duas sobrinhas? 

Júlio - Sim. Elas eram filhas do meu irmão. A mãe delas morreu no parto da segunda filha, e ele sofreu um acidente de automóvel quando elas tinham 3 e 4 anos. Aí no final das contas, quem criou fui eu né.

Luísa - Mas você nunca se casou?

Júlio - Não, nunca me casei. 

Luísa - Mas pretende?

Júlio - Quem sabe. 


Júlio olha pra Cássia, que se mostra envergonhada.


Luísa - Isso sim, isso sim é um homem de verdade. Ao contrário do presente ali.

Renato - Quê que foi, quê que foi, quê que há?

Helena - Agora então é a minha vez de contar. Eu me chamo Helena Morello, tenho 25 anos e sou filha de um grande astro de sucesso, de um dos maiores atores de todo esse país! Sou filha do Pedro Morello!


Todos ficam em silêncio, e o grilo canta.


Luísa - Quem é Pedro Morello? 

Helena - Vocês não conhecem? Eu vou mostrar uma foto. Aqui oh!

Renato - Ah! Não foi ele quem fez o Jacques LeClair em TiTiTi?

Helena - Não, ali foi o Alexandre Borges. É que eles são bem parecidos.

Luísa - Ah, que legal… bom, me deixaram por último, e eu vou contar a minha história!

Renato - Já pode dormir não?

Luísa - Fica quieto! Me chamo Luísa Valente, tenho 35 anos, sou casada…

Renato - Pobre do marido.

Júlio - Oh, Renato, sem interrupções.

Renato - Está bem, está bem… continue.

Luísa - É isso…

Renato - Gente, já são 8h30. Vocês vão dormir agora?

Júlio - Verdade. Amanhã ainda temos muita coisa para fazer. 

Cássia - Vamos dormir aqui mesmo, no relento?

Júlio - Eu cortei umas folhas de bananeiras, caso queiram.

Renato - Que humilhante…

Cássia - Quero sim, obrigado.


A câmera sobe, mostrando uma visão panorâmica da praia a noite ao som de “Paixão” - Kleiton & Kledir. Logo em seguida mostra uma cena da Luísa acordando de madrugada, por volta das 4h da manhã e vai olhar a praia. Até que ela vê um homem parado à distância. Ela fica pálida.





O homem começa a dar passos em direção a ela. Ela começa a andar de costas fugindo dele. Ela corre, ao som de uma trilha tensa, e se bate com Renato. 


Renato - Luisa, calma! 


Luísa, assustada, da um beijo em Renato. Toca a trilha romântica dos dois “ Chuva de Prata - Gal Costa”. Os dois dão um beijo longo. Até que ela cai em si e lhe dá um tapa.


Luísa - Seu safado! Seu covarde! 

Júlio - Gente, o que tá acontecendo aqui? 4h da manhã e vocês brigando?

Luísa - A culpa é dele!

Renato - Mas quem me beijou foi você!

Luísa - Ele me pegou desprevenida.

Júlio - Sinceramente. Vocês que se virem!

Luísa - Peraí, Júlio. Você não pode me deixar com esse indivíduo.

Renato - Te manca, garota.


Cena 05: Casa de Eduardo/Manhã.


Eduardo está tomando o café dele, até que recebe uma ligação de um dos acionistas da empresa.


Eduardo - Alô? Dr. Alceu? Bom dia. Uma reunião agora? As 7h da manhã? Está certo, irei me arrumar e estarei aí em 15min. Está certo. (Ele desliga o celular) O que aconteceu? Deixa eu resolver isso mesmo.


Cena 06: Casa do Dr. Alceu/Manhã. A cena envolve quatro personagens, o Eduardo, o Dr. Alceu (Antônio Fagundes), Dr. Wagner Britto (Marcello Novaes) e Drª Túlia Britto (Túlia Britto), estes últimos chegando na cena depois).

Eduardo - Dr. Alceu, bom dia, vim o quanto antes.

Alceu - Oh, Dr. Eduardo, bom dia. Aceita um café?

Eduardo - Não, obrigado. O senhor disse que eu precisava vir com urgência. É algo grave?

Alceu - Bom, depende do que você considera grave.

Eduardo - Dr. Alceu, por favor.

Alceu - Está bem. Olha, é uma situação já definida então não adianta me pedir pra voltar atrás. Você sabe, eu já sou um senhor de idade, na casa dos setenta e tantos, viúvo há mais de 20 anos e o única filha que tive já faleceu também e não me deu netos. 

Eduardo - Onde o senhor quer chegar?

Alceu - Bem, como eu disse, eu não tenho descendentes, e já não tenho condições físicas para trabalhar. Não é atoa que não participo mais das reuniões da empresa. Sabe Eduardo, chega uma idade que tudo o que você quer é viver, mesmo que seja os últimos dois ou três anos da sua vida. 

Eduardo - Dr. Alceu Lopes, onde o senhor quer chegar?

Alceu - Eu já não tenho condições de trabalhar, Eduardo, e então eu resolvi vender minha parte na empresa.

Eduardo - O quê? O senhor não fez isso, não é possível.

Alceu - Era necessário. Você sabe, um homem da minha idade não pode mais trabalhar.

Eduardo - Mas o senhor vendeu 35% das ações que tinha? Pelo amor de Deus, mas isso é uma loucura! O Renato já sabe disso?

Alceu - Eu já havia comunicado a ele há uns meses, ele já sabia de tudo. Eu precisava vender, e apareceu compradores. Logo passamos para o papel.

Eduardo - Sem comunicar a ninguém além do Renato? Meu Deus, o senhor é a vice-presidência da cervejaria, como é que vende essa quantidade toda de ações?

Alceu - Foi uma situação pensada e calculada, não foi feita no impulso. Recebi uma boa quantia, o suficiente para me sustentar pelo resto de meus dias.

Eduardo - Uma fortuna, né? Uma fortuna. A fortuna que o senhor construiu com o dono da Empresa, o saudoso Robert Goffmann, que inclusive pediu pra que o senhor continuasse na empresa após a morte dele por conta do filho.

Alceu - Mas o Renato já é um homem adulto! Mais de quarenta anos, casado, com uma filha moça já. Vamos ser sinceros, que o Renato já passou da hora de andar com as próprias pernas.

Eduardo - Eu já percebi que não vai adiantar muita coisa não, já que a coisa já foi feita. Bom, o que me resta é conhecer os novos acionistas da empresa. Quem são?

Alceu - São donos de uma cervejaria na Alemanha, que inclusive tem filiais no Brasil. Eles já estão na Empresa, quer conhecê-los?

Eduardo - Não só quero como devo. Irei lá imediatamente.

Alceu - Tem certeza que não vai querer um café?


Eduardo olha seriamente pra Alceu, e sai apressado. Na cena é tocada “ Come and Get Your Love” - RedBone. Mostram cenas de praias e hotéis cariocas, até mostrar uma cena que Eduardo abre rapidamente a porta e avista os dois novos acionistas, sentados na mesa da diretoria.


Túlia - Olá, meu lindo. Acho que o senhor é o Dr. Eduardo, não?

Wagner - É sim, meu amor. Foi dele que eu havia dito.

Eduardo - Os senhores são os novos acionistas da empresa? Perdão pela pergunta.

Túlia - Que nada, querido. Somos sim, e não pagamos barato por isso (risos). Aceita um whisky? É alemão. Eu sei que aqui é uma cervejaria, mas só cerveja uma hora enjoa, não é?

Eduardo - Não, obrigado. 

Wagner - Querida, eu acho que ele ainda está surpreso em nos ver.

Eduardo - Nada disso. Porque eu estaria surpreso?

Wagner - Por nada, por nada. Cadê o Dr. Renato Goffmann, dono da empresa?

Eduardo - Ele está em viagem. Não pode estar aqui hoje. Mas na verdade, nem a própria diretora deveria estar aberta, não é mesmo?

Túlio - Querido, estou sentido que não estamos sendo bem vindos aqui.

Wagner - Também notei isso, meu amor. Porque será que o acessorzinho aqui está tão incomodado com a nossa presença? Será que vai nos colocar pra fora a pontapés?

Eduardo - Eu… eu jamais faria isso?

Túlia - Pois é bom assim. Agora nos dê licença, que queremos comemorar.

Eduardo - Mas a sala da diretoria …

Túlia - A sala da diretoria ficará aberta quando quisermos, amorzinho. Agora xispa daqui.


Eduardo sai furioso. E os dois brindam a taça e comemoram a vitória. A cena toca “Give Me Your Hearth Tonight” - Shakin’ Stevens.


Túlia - Finalmente sós, meu amor.

Wagner - Finalmente a sós, meu anjo.


Os dois se beijam, as paisagens paradisíacas do Rio são mostradas. Em cena, Laura está andando de bicicleta pela orla de Copacabana, e após atravessar a pista um carro freia de forma brusca em sua frente. Na cena, Laura e Daniel (Ricky Tavares) contracenam.


Daniel - Mas olha só isso, não olha por onde anda?


Os dois se encaram apaixonados, ao som de “Espelho D'água” - Dalto. A imagem congela nos dois se olhando, e encerrando ao som da música.























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