Natal sem Graça na Terra do Sertão - Episódio 02 Parte 01 (especial de natal da lacretv)

 


Natal sem Graça na Terra do Sertão - Episódio 02 (Segundo Episódio) PARTE 1
Web Série
Autor: Lucas Gustavo
Supervisão de Texto: Lucas Gustavo

Cena 01 (Montanha/Tarde)

Nacasia, Nacaranda, Sarói Pai e Jozezão descem a montanha, com o cenário ao redor parecendo uma mistura de chroma key mal ajustado e desenhos feitos no Paint. A montanha "real" balança de forma esquisita, como se estivesse prestes a desabar.

De repente, surge uma avalanche de isopor pintado em CGI extremamente mal renderizado. Ela se move em câmera lenta enquanto toca uma trilha sonora composta por sons aleatórios: buzinas de carro, galinhas cacarejando e, inexplicavelmente, o som de um gol narrado por Galvão Bueno.

NACASIA (EM CÂMERA LENTA): Nããããooooo!!!

A avalanche engole Nacásia, mas no meio dela aparecem objetos aleatórios flutuando: uma televisão quebrada, um pedaço de pizza mordido e até um laptop de 1999.

NACARANDA (BERROS AGUDOS): MINHA IRMÃÃÃÃ!!!

Ela pula para salvar Nacásia, mas, ao invés de saltar de verdade, usamos uma imagem PNG da personagem que gira descontroladamente pelo chroma key. Durante o "salto", a música é substituída por uma dublagem com falas aleatórias de um episódio antigo de "Chaves".

SARÓI PAI (DESNECESSARIAMENTE DRAMÁTICO): Ela é a nova versão do Super-Homem!

Nacaranda agarra Nacásia, mas ao puxá-la, o "corpo" da irmã claramente vira um boneco de pano mal feito. A câmera treme enquanto Sarói Pai e Jozezão assistem, suas expressões tão exageradas que parecem estar em uma peça de escola infantil.

Nacásia desmaia teatralmente, jogando os braços para o alto e soltando um grito de ópera:
NACÁSIA (CAINDO): Meeuuu Deeeusss!!!

Todos se aproximam, e Jozezão, com a confiança de quem assistiu um tutorial de primeiros socorros no YouTube, tem uma ideia brilhante.

JOZEZÃO (COM UM SORRISO IDIOTA): Sei exatamente o que fazer!

Ele abaixa dramaticamente, solta um peido que ecoa como um trovão e é acompanhado por efeitos visuais ridículos: fumaça verde saindo de sua bunda e a palavra "PLOFT" escrita em Comic Sans no ar.

SARÓI PAI (COM OS OLHOS ARREGALADOS): Isso é arte!

O peido faz Nacásia acordar com um salto, mas ela ainda está confusa.

NACÁSIA (TOSSE FALSA): Quem... soltou... esse gás tóxico? Já acharam Maria?

De repente, sem aviso, um dragão chinês em 3D ridiculamente mal feito aparece no horizonte. Ele se move como se estivesse bêbado e começa a cuspir fogo que parece feito de papel celofane.

DRAGÃO (COM VOZ DIGITALIZADA): RAWRRRRR! VOCÊS NÃO ESCAPARÃO!!!

Os quatro entram em pânico e começam a correr. Suas pernas se movem rápido demais em relação ao fundo, que claramente é um vídeo em loop de um campo genérico.

JOZEZÃO (CORRENDO, GRITANDO SEM SENTIDO): EU SOU O FLASH DO SERTÃO!!!

No meio da confusão, Nacásia tropeça e cai, mas em vez de se levantar, ela começa a girar no chão como um beyblade humano.

*INSTRUMENTAL ON*



O dragão tenta cuspir fogo, mas ao invés disso, solta confetes e uma música de carnaval começa a tocar. Todos param de correr e começam a dançar descontroladamente, enquanto o dragão faz passos de funk.

A cena termina com a câmera congelando de forma abrupta, mostrando o grupo posando dramaticamente, mas a edição corta errado e vemos um pedaço do chroma key verde ao fundo. Um letreiro em Comic Sans surge: "CONTINUA NA PRÓXIMA CATASTROFE!".

*INSTRUMENTAL OFF*

Cena 02, Esquete das Chorifufus: "O Presente de Casamento"

*INSTRUMENTAL ON*



A câmera abre com uma vista da sala de um salão de festas modestamente decorado, mas claramente tentando parecer luxuoso (com balões mal-cheios, mesas com toalhas tortas e um banner escrito "CASAMENTO" em Comic Sans). No centro da sala estão Larice, a filha do ministro, vestida como uma princesa da Disney em liquidação, e Sujiro, a filha do porteiro, com um vestido evidentemente alugado e um tanto curto demais. Ambas têm expressões tensas enquanto uma multidão ao fundo, composta por figurantes vestidos de maneira ridiculamente exagerada, finge socializar de forma teatral.

MIKAELA (ANIMADA): Lá vem os presentes, meninas! (Ela entra empurrando um carrinho cheio de caixas embrulhadas com papéis amassados e laços que parecem feitos de fita de supermercado.)

*INSTRUMENTAL OFF*

LAYSE (EMPOLGADA): Esses presentes vão resolver todos os seus problemas, Larice! E os seus também, Sujiro... eu acho.

Mikaela começa a distribuir os pacotes sem olhar as etiquetas. Um deles, pequeno e discreto, é entregue a Larice. O outro, enorme e envolto em um laço desproporcional, vai para Sujiro.

LARICE (DESCONFIADA, SEGURANDO O PACOTE PEQUENO): Um presente tão... singelo? Só pode ser um engano!

SUJIRO (SORRINDO ENVERGONHADA, OLHANDO O ENORME PACOTE): E eu com isso aqui? Parece que deram um cavalo de madeira!

As duas começam a abrir os pacotes ao mesmo tempo. O de Larice contém...

LARICE (HORRORIZADA): Um jogo de panelas? Isso é inaceitável! Eu sou filha de um ministro, não uma dona de casa qualquer!

O pacote de Sujiro revela um anel de diamante reluzente, claramente caríssimo.

SUJIRO (SEM ACREDITAR): Um anel? De diamante? Meu Deus, isso vale mais do que meu salário por 50 anos!

De repente, entra em cena CafeLisa, interpretando uma organizadora de festas muito confusa, segurando uma prancheta cheia de rabiscos.

CAFELISA (NERVOSA): Ai, meu Deus, aconteceu um engano! Os presentes foram trocados! O anel era para Larice e as panelas para Sujiro!

LARICE (ESCANDALOSA): Isso é um ultraje! Eu exijo uma retratação imediata!

SUJIRO (TENTANDO ENTREGAR O ANEL): Eu nem sei o que fazer com isso! Eu mal tenho dedos suficientes para usar!

Nesse momento, Emilio Boliviano Chingón, interpretando o noivo de Larice, entra no salão. Ele é um homem extremamente vaidoso, com um bigode exagerado e um cabelo que parece uma peruca mal colocada.

EMILIO (COM UMA VOZ DE NOVELA MEXICANA): Mi amor! Que está acontecendo aqui?!

LARICE (DRAMÁTICA): Emilio! Veja como me insultaram! Eu recebi panelas! Panelas, Emilio!

EMILIO (GRITANDO): Panelas? Mas isso é um símbolo de escravidão doméstica! Isso é inadmissível!

MIKAELA (TENTANDO ACALMAR): Calma, calma, pessoal!

Antes que mais explicações possam ser feitas, Autor Garcia entra na cena como o pai de Sujiro, vestindo um uniforme de porteiro, mas com uma atitude de quem está pronto para brigar.

AUTOR GARCIA (COM TOM IRRITADO): Ei, o que está acontecendo aqui? Minha filha merece respeito!

LARICE (SARCÁSTICA): Respeito? Com um vestido desses?

SUJIRO (DEFENSIVA): Ei, isso é vintage!

A discussão começa a sair do controle, e todos começam a falar ao mesmo tempo, criando um caos geral. No auge da confusão, Mikaela tropeça e derruba uma bandeja de doces na cabeça de CafeLisa, enquanto Layse tenta apartar a briga segurando Larice e Sujiro pelas orelhas.

De repente, a música de casamento começa a tocar aleatoriamente, interrompendo o caos. Todos param e olham para o DJ, que dá de ombros.

CAFELISA (ENFURECIDA): Quem colocou essa música agora?!

*INSTRUMENTAL ON*



A cena termina com a câmera congelando de forma abrupta em um close ridiculamente desfocado de Sujiro tentando devolver o anel para Larice enquanto Larice segura as panelas com uma expressão de desgosto. O letreiro aparece: “Fim... ou será apenas o começo?”

Cena 3: "No Limbo (E no Pior Limbo Possível)"

(A cena começa com Maria e Bandido caminhando em círculos num fundo preto que claramente é um chroma key mal feito, cheio de glitches verdes piscando em volta dos personagens. Cada passo que Bandido dá é acompanhado por efeitos sonoros de peido, tão altos e reverberantes que o fundo preto chega a vibrar como se fosse feito de gelatina.)

MARIA (TAPANDO O NARIZ DRAMATICAMENTE): Bandido, o que é isso? Um concurso de pum fedido? Isso é um limbo ou sua dieta de cuscuz?

BANDIDO (SORRINDO COMO UM BOBÃO): Maria, não sei se é meu estômago ou o próprio limbo que tá de sacanagem.

(De repente, o fundo preto começa a se distorcer, e pedaços de paisagens aleatórias aparecem: uma praia, uma pizzaria, uma imagem mal cortada de Parari. A vegetação seca de Parari finalmente aparece em chroma key com qualidade de um tutorial de YouTube de 2003. Pequenas casinhas flutuam de forma ridícula no horizonte. Na cena, Sarói Pai, Nacasia, Nacaranda e Jozezão andam de um lado para o outro como personagens de videogame bugados.)

SARÓI PAI (GRITANDO COMO UM LOCUTOR DE FEIRA): MAAAAAARIAAAAA! CADÊ VOCÊ, MULHER?

NACASIA (TENTANDO SER DRAMÁTICA): Meu Deus, será que ela foi abduzida? Será que o céu engoliu ela? Será que o vento levou?

(Jozezão começa a correr em círculos como um personagem de desenho animado, fazendo sons exagerados com a boca enquanto agita os braços no ar.)

JOZEZÃO (CORRENDO): SOCORRO, SOCORRO! MAMÃE TÁ NO CÉU!

(De repente, o céu muda para uma imagem JPG pixelada de nuvens. Maria e Bandido aparecem flutuando de forma completamente ridícula, com os pés nem tocando o chão. Bandido tropeça e parece cair em câmera lenta por 30 segundos, gritando dramaticamente como se estivesse em um filme de ação.)

BANDIDO (GRITANDO): MARIAAAAAA! ME SEGURA, MULHER!

(Maria simplesmente olha para ele com cara de tédio, e ele para de cair do nada e flutua de volta ao lado dela como se nada tivesse acontecido.)

MARIA (DESDENHOSA): Ai, Bandido, nem pra cair direito você serve.

(Enquanto isso, em Parari, Nacaranda puxa um megafone tão mal desenhado que parece ter sido feito de papelão molhado. Ela o aponta para o céu e grita com força desproporcional.)

NACARANDA (BERRO ESTOURADO): MAAAAARIAAAAAAAAAAA!

(O som é tão alto que o chroma key do céu começa a piscar. De repente, Maria olha para o céu confusa.)

MARIA (CONFUSA): Você ouviu isso? Parecia uma cabra sendo atropelada.

BANDIDO (ANIMADO): Deve ser minha barriga! Tá conversando com o limbo.

(Na vegetação de Parari, Jozezão puxa um galho seco e começa a balançá-lo para o céu como se fosse uma espada mágica. O galho de repente vira um peixe gigante em CGI mal renderizado, e ele começa a gritar.)

JOZEZÃO (HEROICO): EU TE SALVO, MAMÃE! LEVANTA DAÍ!

(Nacasia olha para ele com uma mistura de nojo e desespero.)

NACASIA (IRRITADA): Jozezão, cala a boca! Tu acha que esse peixe voador vai salvar alguém?

(O peixe gigante começa a pular no cenário, mas o chroma key é tão mal feito que ele desaparece e reaparece aleatoriamente.)

SARÓI PAI (DRAMÁTICO): Minha pressão tá subindo! Vou desmaiar!

(Ele se joga no chão dramaticamente, mas o chão é tão mal renderizado que ele parece flutuar enquanto finge desmaiar. Maria, no céu, finalmente percebe a família, mas apenas dá de ombros.)

MARIA (COM TÉDIO): Olha só, Bandido, é a nossa família. Eles estão correndo feito galinhas.

BANDIDO (ANIMADO): Devem estar brincando de pega-pega.

(De repente, um dragão chinês de CGI MAL FEITO aparece voando em cima de todos, mas ele claramente tem partes mal cortadas e metade do corpo desaparece ao atravessar o cenário.)

DRAGÃO (VOZ ROBÓTICA): RAWWWRRR!

(Todos começam a correr desesperados, mas a correria é feita com imagens PNG mal renderizadas de cada personagem sendo arrastado pela tela. Nacasia tropeça e grita dramaticamente enquanto Sarói Pai tenta pegá-la, mas só consegue segurar o pé dela, que sai do chroma key como se fosse uma peça de Lego.)

NACASIA (GRITANDO ESTOURADAMENTE): SOCORROOOOOOOOO!

(O dragão solta fogo, mas o fogo é claramente uma animação em loop retirada de um tutorial do PowerPoint de 2001. A tela congela com todos correndo e gritando ridiculamente, e um letreiro aparece com a mensagem: "CONTINUA NA PRÓXIMA PARTE RIDÍCULA... OU NÃO!")

*TRILHA SONORA ON*



(Fade para preto com música de fundo tão fora de contexto que parece um forró eletrônico mal mixado.)

*TRILHA SONORA OFF*

Cena 04, Esquete: "Fotógrafo 1910"

*INSTRUMENTAL ON*



(A cena se abre com uma rua típica de 1910 feita em um cenário claramente improvisado. Há casas de papelão mal pintadas, um fundo de chroma key estático mostrando uma paisagem genérica, e um banco de madeira quebrado no canto da rua. No centro da cena está o Fotógrafo, interpretado por Lucas, vestido com roupas exageradamente antiquadas, incluindo um chapéu amassado e uma câmera antiga de tripé feita de madeira e papel alumínio.)

FOTÓGRAFO (COM VOZ EXAGERADA): Retratos, retratos de qualidade! Fotografia moderna para recordar momentos inesquecíveis!

(Ele olha ao redor, mas ninguém aparece. Ele suspira dramaticamente e coloca as mãos na cintura.)

FOTÓGRAFO (FALANDO SOZINHO): Ah, se ao menos alguém quisesse tirar um retrato...

(De repente, entra Yasmim, uma menina travessa e cheia de energia. Ela veste um vestido de época todo amassado e uma fita no cabelo que parece estar prestes a cair. Ela carrega uma sacola cheia de bugigangas.)

YASMIM (CHEGANDO CORRENDO): Oi, senhor fotógrafo!

FOTÓGRAFO (ANIMADO): Olá, jovem dama! Veio para tirar um retrato?

*INSTRUMENTAL OFF*

YASMIM (BRINCALHONA): Não sei... Seu retrato vai me deixar bonita ou mais ou menos?

FOTÓGRAFO (OFENDIDO): Mais ou menos? Eu sou um artista! Cada foto minha é uma obra-prima!

YASMIM (IRÔNICA): Então por que sua câmera parece um forno a lenha?

(O público ri enquanto o Fotógrafo tenta disfarçar, limpando a câmera com um lenço sujo que piora ainda mais o estado dela.)

FOTÓGRAFO: Ah, mas você não entende nada de arte moderna. Sente-se ali e fique quieta.

(Yasmim finge sentar no banco, mas logo começa a fazer caretas e poses estranhas enquanto o Fotógrafo ajusta a câmera. Ele esconde a cabeça atrás de um pano preto e começa a dar ordens.)

FOTÓGRAFO (COM A VOZ ABAFADA): Não se mexa! Olhe para frente! Não feche os olhos!

(Yasmim faz o contrário de tudo: ela mexe a cabeça, cruza os olhos e faz caras e bocas. Quando o Fotógrafo emerge do pano, ele grita desesperado.)

FOTÓGRAFO: Pare de fazer isso! Você quer parecer uma caricatura?

YASMIM (SARCÁSTICA): Se for engraçada, sim!

(Ele volta para a câmera e finalmente tira a foto. Quando o papel da foto sai, ele olha para a imagem e grita escandalizado.)

FOTÓGRAFO: O que é isso? Uma foto ou um desenho de uma jaca?

(Yasmim olha a foto e cai na gargalhada, mostrando ao público. A imagem é uma distorção cômica do rosto dela, com o nariz enorme e os olhos desproporcionais.)

YASMIM: É o meu retrato fiel!

(Enquanto o Fotógrafo tenta consertar a câmera, Yasmim pega o equipamento e começa a correr pela rua, brincando de fotógrafa.)

FOTÓGRAFO (CORRENDO ATRÁS DELA): Devolva isso! É minha ferramenta de trabalho!

(Enquanto corre, Yasmim tropeça em uma lata de tinta que estava estrategicamente colocada no chão. A tinta voa pelo ar e atinge o Fotógrafo, deixando-o coberto de azul.)

FOTÓGRAFO (DESASTRADO): Agora eu sou uma obra de arte moderna!

(O público ri enquanto Yasmim devolve a câmera rindo e corre para longe. O Fotógrafo olha para a câmera, suspira e levanta os braços dramaticamente.)

FOTÓGRAFO (PARA O PÚBLICO): E dizem que o futuro será mais fácil...

*INSTRUMENTAL ON*



(Fade out com música de encerramento clássica do Chapolin.)

*INSTRUMENTAL OFF*

Cena 05, Esquete: "A Sensação da Viagem"

*INSTRUMENTAL ON



(A cena se abre com uma estação de trem improvisada. O cenário é feito de papelão pintado, com uma placa mal feita que diz "Estação das Estações". Passageiros exageradamente vestidos estão parados em frente a um trem claramente feito de caixas empilhadas com rodas de plástico. Entra o Dr. Chapadin, vestido com seu característico jaleco amarrotado, carregando uma maleta velha que parece prestes a desabar.)

DR. CHAPADIN (ANIMADO): Ah, nada como uma viagem de trem para aliviar o estresse do dia a dia!

(Ele balança a maleta e, de repente, ouve-se um "au au" abafado vindo de dentro dela. Chapadin olha em volta, fingindo que nada aconteceu, enquanto os outros passageiros começam a notar.)

PASSAGEIRA 1 (CURIOUSA): O senhor ouviu isso?

DR. CHAPADIN (FINGINDO INOCÊNCIA): Ouvi o quê? O som suave do vento?

PASSAGEIRA 1: Não, parecia um cachorro...

DR. CHAPADIN: Um cachorro? Em um trem? Que ideia absurda!

(A maleta emite outro "au au", desta vez mais alto. Chapadin começa a tossir exageradamente, tentando abafar o som.)

*INSTRUMENTAL OFF*

DR. CHAPADIN: Perdão! Minha tosse tem latidos embutidos. É uma condição médica rara!

(Os passageiros se entreolham desconfiados enquanto Chapadin entra no trem e se senta em um banco improvisado. A câmera foca na maleta, que começa a se mexer sozinha. Um pequeno focinho de pelúcia aparece pela fresta da maleta, causando risos na plateia.)

PASSAGEIRO 2 (APONTANDO): Ei, tem algo vivo na sua maleta!

DR. CHAPADIN (NERVOSO): Vivo? Claro que não! É... é... minha marmita especial!

PASSAGEIRO 2: Sua marmita tem nariz?

(Todos começam a se aproximar, curiosos, enquanto Chapadin tenta esconder a maleta atrás de si. O trem começa a "andar" (claramente sendo puxado por cordas visíveis). O movimento balança os passageiros dramaticamente, com todos exagerando as quedas e tentando se equilibrar.)

PASSAGEIRA 1: Está andando!

PASSAGEIRO 3: Não o trem, o cachorro na maleta!

(De repente, o cachorrinho de brinquedo pula para fora da maleta e começa a correr pelo trem. O público ri ao ver que o "cachorro" é controlado por uma corda óbvia. Os passageiros começam a persegui-lo desajeitadamente, esbarrando uns nos outros e caindo sobre os bancos.)

DR. CHAPADIN (GRITANDO): Peguem-no! É um cachorro muito raro! Ele vale milhões!

(A menção de dinheiro faz todos os passageiros ficarem mais competitivos. Uma senhora idosa, usando uma bengala, tenta capturar o cachorro com uma rede de borboleta. Outra passageira tenta usar sua bolsa como armadilha.)

PASSAGEIRA 1: Esse cachorro é meu!

PASSAGEIRO 2: Só por cima do meu cadáver!

(Chapadin tenta pegar o cachorro, mas acaba sendo atropelado pelos passageiros. A cena vira uma grande confusão, com gritos, correria e exageros cômicos. No final, o cachorro para de repente e começa a "latir" para o Chapadin.)

DR. CHAPADIN (OFENDIDO): Como ousa? Eu sou seu dono!

(O cachorro pula em cima de Chapadin e o derruba, lambendo seu rosto de maneira descontrolada. O público ri enquanto Chapadin tenta se levantar, todo desajeitado.)

DR. CHAPADIN (DESISTINDO): Está bem, você venceu! Você é a sensação desta viagem, mas eu nunca mais trago marmitas "latidoras"!

*INSTRUMENTAL ON*



(A cena termina com todos os passageiros rindo e brincando com o cachorro, enquanto Chapadin se afasta resmungando. Fade out com música de encerramento clássica do Dr. Chapadin.)

*INSTRUMENTAL OFF*

Cena 06, web-novelinha, "Lucas" - cap. 02

(Vegetação/Manhã)

*INSTRUMENTAL ON*



(Lucas está na vegetação da fazenda dos Narvaes para tentar roubar uns milhos para fazer cuscuz. Mas o capataz da fazenda o flagra)

*INSTRUMENTAL OFF*

LAZARENTO: Aha! Te peguei seu morto de fome maldito!

(Ele aponta uma arma para Lucas)

LUCAS: por favor! Não atire, eu apenas estava pegando alguns milhos para eu comer!

CAPATAZ: Tarde demais! Quem rouba acha o seu mais tarde.

(Antes dele atirar, Gisele "sem ser a faxineira", irmã do dono da fazenda "seu irmão" aparece e tenta impedir a situação)

GISELE: Não faça isso! Você esta bem?

LUCAS: Sim, obrigado por pergunta.

GISELE: Que bom.

(Eles se olham e Lucas sai com um saco cheio de milho)

GISELE: porque ia matar ele?

CAPATAZ: Estava roubando moça.

Cena 07, web-novelinha "Lucas" - cap. 02, cena 02

(Casa/Manhã)

(João Vitor um menino de 11 anos aparece na sala e se senta no sofá.)

JOÃO VITOR: Onde será que está esse meu irmão perdido?

(Ele se lembra de uma fala do pai dele)

PAI DELE (MORRENDO): João Vitor... Eu abandonei seu irmão... O seu irmão... Ele... Está... Aqui... (Morre)

(João Vitor fica pensativo)

JOÃO VITOR: Mas aqui aonde?

Cena 08, web-novelinha "Lucas" - cap. 02, cena 03

(Escola)

(Gisele sai do carro que o motorista levou-a a até a escola e se despede dele. Ela entra na escola e dá de cara com Lucas, o menino que ela viu mais cedo. Eles se olham.)

GISELE: Porque esta me olhando?

LUCAS: Porque nunca vi uma menina tão bonita antes...

(No dia seguinte)

cena 09, web-novelinha "Lucas" - cap. 02, cena 04

(Lucas aparece na fazenda dos Narvaes pois Gisele o convidou pra fazer a tarefa de casa com ela. Ele dá de cara com Bia, cunhada de Gisele.)

bia- oi

LUCAS: Oi! A Gisele está?

bia- ta

LUCAS: Pode chamar ela? Ela me disse para vir essa hora para fazermos a atividade de casa juntos!

bia- ok voces sao namorados

LUCAS: Ah...

bia- voce gosta dela

LUCAS: Sim! Gosto muito dela mas não conta nada para ela, por favor

Bia vai até Lukinha (16) que é o irmão de Gisele e está sentado na varanda de casa.

bia- o lukas tem um menino esquisito ali fora chamando pela sua irma ele ta apaixonado por ela

LUKINHA: O que?? Aquele pobre? Olha as roupas dele! Ele anda descalço! Meu Deus... Mas... Mande o entrar...

bia- ei pode entrar

LUCAS: Obrigado

(Ele aperta a mão dela exageradamente)

bia- ai

Bia se machuca

*INSTRUMENTAL ON*



(E Lucas entra dentro da casa enquanto Lukinha observa ele pelas costas e o encara de costas)

*INSTRUMENTAL OFF*

Cena 10, Esquete: "Madame Butterfly"

(A cena começa com uma ópera caricata no palco de um teatro barato. O cenário é composto por um fundo pintado de um pôr do sol em papelão, com cerejeiras de plástico caindo. Lucas, interpretando um soldado americano, está sentado com um bigode falso mal colado. Ao seu lado, Madame Butterfly, interpretada por uma atriz exageradamente dramática, canta de forma desafinada e teatral (Fafá).)

MADAME BUTTERFLY (CANTANDO DRAMATICAMENTE): Oh, meu querido soldado, prometes voltar?

LUCAS (COM UM ACENTO ABSURDO): Claro que sim, Madame Butterflay! Eu voltar, sim, eu prometer!

(Ele faz uma reverência exagerada e, ao se levantar, o bigode cai. Ele tenta colá-lo de volta discretamente enquanto o público ri.)

MADAME BUTTERFLY: Mas... como posso acreditar em ti? Todos os homens prometem, mas... sempre me abandonam!

(Ela começa a chorar dramaticamente, limpando as lágrimas com um lenço tão grande que parece um lençol. Lucas, sem jeito, tenta consolá-la e acaba se enrolando no lenço.)

LUCAS (ENROLADO NO LENÇO): Ah, não chore, Butterflay! Eu trazer presente para você!

(Ele tira do bolso um brinquedo borboleta de plástico preso a uma mola. Quando ele o solta, a borboleta voa e atinge Madame Butterfly na cara.)

MADAME BUTTERFLY (DRAMÁTICA): Ah! Um presente tão simples, mas tão simbólico...

(Ela desmaia de maneira exagerada, caindo lentamente e fazendo poses teatrais no chão. Lucas tenta reanimá-la jogando água de uma jarra, mas ela levanta abruptamente.)

MADAME BUTTERFLY: É uma tragédia tão linda, não acha?

LUCAS: Tragédia? Eu pensar que é comédia!

(O público no teatro começa a rir enquanto Madame Butterfly fica ofendida.)

MADAME BUTTERFLY: Como ousa? Minha vida é uma ópera cheia de dor e sofrimento!

LUCAS: E cheia de drama demais!

(Ele tenta levantar Madame Butterfly, mas, ao puxá-la, ambos caem de forma desajeitada. O público no teatro aplaude ironicamente.)

(De repente, um mensageiro entra no palco. É interpretado por um ator exageradamente musculoso (Emanu), usando roupas tradicionais japonesas ridiculamente pequenas.)

EMANU MENSAGEIRO: Madame Butterfly, tenho uma carta para você!

(Ele entrega a carta, mas, ao sair, tropeça e derruba parte do cenário, revelando as coxias. Madame Butterfly abre a carta dramaticamente e lê em voz alta, mesmo sem entender o que está escrito.)

MADAME BUTTERFLY: "Eu não voltar mais. Adeus para sempre."

(Ela olha para Lucas com olhos arregalados.)

MADAME BUTTERFLY: É verdade?!

LUCAS (CONFUSO): Eu? Não! Não fui eu que escrever carta! Foi... outro soldado!

(Ele aponta para o mensageiro Emanu, que volta correndo ao palco.)

EMANU MENSAGEIRO: O quê?! Eu sou só o mensageiro!

(Madame Butterfly começa a correr atrás do mensageiro pelo palco, enquanto Lucas pega uma sombrinha e começa a "dançar balé" imitando ópera, enquanto tenta fugir da confusão.)

(A cena termina com todos caindo um sobre o outro, enquanto o cenário desaba completamente. Fade out com uma música clássica, mas tocada em uma flauta desafinada.)

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