PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 10
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE
c a p í t u l o e s p e c i a l
no capítulo anterior… (instrumental “Sede de Vingança - Eduardo Queiroz“ toca)
Vicente e Carmem vão até a porta da frente. Uma caminhonete estaciona, e de dentro dela descem Doralice e André. Eles se aproximam dos dois.
ANDRÉ (sorridente/apontando para Doralice): Olha só quem eu trouxe pra conhecer vocês!
VICENTE: Finalmente! Então ocê é a famosa Laís Ribeiro?!
Focamos em Doralice, temendo ser reconhecida. Vicente a observa com curiosidade, enquanto a câmera alterna entre os dois, que se olham.
(instrumental “sede de vingança - Eduardo Queiroz“ encerra)
fique agora com o capítulo de hoje:
CENA 01: CASA DOS GONZÁLEZ/EXT./DIA
O instrumental “Tempestade e Brisa - Iuri Cunha” começa a tocar.
DORALICE: Sim, sou eu mesma. É um prazer conhecer vocês.
Doralice estende a mão para Vicente, que a cumprimenta com um breve aperto de mão. Em seguida, ela se volta para Carmem, que a observa com um sorriso antes de estender a mão.
CARMEM: Ocê é linda, menina! Óia só, parece aquelas atriz de novela. Uma deusa!
DORALICE (sorri): Ah, obrigada, dona Carmem. Mas a senhora tá exagerando, eu sou só mais uma mulher brasileira.
VICENTE: Não vamo convidar ocês pra entrar porque tá uma bagunça que só lá dentro. (Coça a cabeça, rindo) Ah, tenho que entregar uma coisa pra ocês. Só um minuto.
Vicente desaparece para dentro da casa, enquanto Carmem, André e Doralice ficam na varanda.
DORALICE (olhando ao redor): Fazenda muito grande, dona Carmem. O lugar é exuberante, lindo demais.
CARMEM: Ocê vai adorar é morar na mansão, Laís. Aquilo sim é um luxo, dá de zero a dez nessa espelunca aqui.
ANDRÉ: E Álvaro, cadê? Jerônimo?
CARMEM: Saíram. Álvaro foi numa reunião e Jerônimo… aquele lá não para em casa.
DORALICE: Sabe quem eu acabei de conhecer na cidade?
CARMEM: Quem?
DORALICE: Natália, sua nora. Ela tava numa loja de roupas fazendo compras.
Carmem arqueia as sombrancelhas, surpresa.
CARMEM: Gente, que mundo pequeno! E aí, gostou dela?
DORALICE: Muito simpática, educada, e linda por sinal.
CARMEM: Concordo, viu? Álvaro tirou uma sorte grande de ter se casado com Natália.
Depois de uns segundos, Vicente sai de dentro da casa com algo em mãos. Ele vai em direção a André.
VICENTE: Aqui estão as chaves da mansão, de todos os cômodos. (Entrega as chaves para André)
DORALICE: Eu queria convidar vocês e a família para uma comemoração depois de amanhã à noite na mansão. Quero fazer um pequeno evento pra comemorar a minha chegada, espero que compareçam.
CARMEM: Claro, iremos sim. Né, Vicente?
VICENTE: Claro. (pausa, observando Doralice) E aí, Lais, tá gostando de Santa Aurora? O que tá achando?
DORALICE: Demais. É uma cidade muito calma e familiar, parece até que eu já estive aqui em outra vida.
CARMEM: Cê acredita nessas coisa de reencarnação, Laís?
DORALICE: Digamos que eu não desacredito.
VICENTE: Eu espero que ocês cuide bem da fazenda e que ela volte aos eixos. Infelizmente a pandemia fez com que eu perdesse quase tudo, até funcionários.
CARMEM (olhando para Doralice): Engraçado... Parece que eu já te vi em algum lugar, Laís.
O instrumental “Atentado - Eduardo Queiroz” entra em cena. Doralice paralisa por um instante, mas disfarça.
DORALICE: Que isso, dona Carmem, deve ser só impressão sua.
ANDRÉ (intervém, mentindo): A senhora deve ter visto Laís nas revistas. Ela desfilava pra uma agência de modas chamada Angel até uns cinco anos atrás.
CARMEM: Pode ser. Mas a Angel não fica em São Paulo?
ANDRÉ: Tem uma filial no Rio de Janeiro.
DORALICE (se apressa): Bom, a gente vai voltar pra Santa Aurora pra buscar nossas coisas. Quero vocês na festa, hein?
VICENTE: Claro, vamo sim.
André e Doralice entram na caminhonete e partem. Carmem continua parada na varanda, com um olhar desconfiado.
VICENTE: O que foi, Carmem? Parece que viu um fantasma.
CARMEM: Essa Laís… ela não me parece estranha. O rosto dela, o modo de falar… tudo muito familiar.
VICENTE: Deixa disso mulher, isso é coisa da tua cabeça. Vamo voltar pra dentro que tem muita bagunça ainda. Rita foi tirar folga logo hoje…
Vicente entra para dentro da casa, mas Carmem ainda permanece na varanda, pensativa.
Cortamos para imagens de Santa Aurora ao som de “The Door - Teddy Swins”.
CENA 02: IGREJA/INT./DIA
Silvinha entra na igreja e se ajoelha diante do altar, fazendo o sinal da cruz. O instrumental “Fadado - Victor Pozas, Rafael Langoni, Rafael Luperi” entra em cena.
SILVINHA (lacrimejando): Ô minha mãezinha, eu lhe peço perdão pelos meus pecados. Eu sei e tenho a consciência de que tô sendo uma falsa santa, já que vivo nessa igreja durante o dia mas à noite, vou pecar. Mas não é por mal, minha mãezinha… Quer dizer, é sim. Mas não é a intenção! Eu só quero dar o bom e o melhor pra minha mãe, e eu quero que ela tenha orgulho de mim.
Ela enxuga as lágrimas, olhando para cima.
SILVINHA: Olha, eu prometo que, assim que eu conseguir uma boa grana com o meu serviço, eu faço uma faculdade de medicina. Só espero que minha mãe nunca descubra o que eu faço… porque seria uma decepção pra ela tão, mas tão grande, que ela surtaria comigo, e com razão, claro. Eu prometo, mãezinha, prometo que tudo vai melhorar. Amém.
Silvinha se levanta, faz o sinal da cruz e, assim que se vira, dá de cara com Morgana, que está parada ali, batendo palmas lentamente. Silvinha congela. O instrumental “Influências - Felipe Alexandre” começa a tocar.
MORGANA: Que cena linda… Só faltou a pipoca!
SILVINHA: Tá fazendo o que aqui, sua peste?
MORGANA: Falando palavrão dentro da casa de Deus? Que horror, Silvinha. Que tipo de santa ocê é?
SILVINHA: Olha aqui sua…
MORGANA (interrompe): Cala a boca! Cala a boca, porque quem tá errada aqui é ocê. Que vergonha, hein? Mentindo pra mamãezinha… Ah, se a dona Marluce descobre…
SILVINHA: Ocê não vai contar nada! Me deixa em paz, Morgana. Que mania de ficar me perseguindo! Essa nossa rivalidade tá indo longe demais…
MORGANA: Rivalidade que foi ocê mesma que criou, querida. Não vem dar uma de santa pra cima de mim, não!
SILVINHA: Quer falar? Então fala! Vai lá. Só não sei se minha mãe vai acreditar no cê.
MORGANA: Ocê acha mermo que eu sou tão burra assim? Minha flor, pra fofoca andar pra frente, preciso de provas. E eu não vou sossegar enquanto as provas não tiver tudo aqui ó, na minha mão.
SILVINHA (faz o sinal da cruz): Que Deus tenha piedade de ti, Morgana. Uma pessoa invejosa, mal amada, perversa… quenga de quinta!
MORGANA: Que Deus tenha piedade de ti, não de mim. Pelo menos eu não fico me fazendo de santa perto da mamãezinha.
Morgana se aproxima de Silvinha, olhando nos olhos dela com um sorriso cruel.
MORGANA: Sabe de uma coisa? Cansei. Cansei dessa briguinha tola. Mas vou te avisar uma coisa: aproveita bem essa tua vidinha de “mulher de negócios”, porque assim que as provas estiverem nas minhas mãos, teu castelinho vai desmoronar.
SILVINHA: Desgraçada.
Morgana sai jogando beijos. Silvinha, furiosa, não consegue disfarçar a raiva em seu rosto. Neste momento, o padre se aproxima.
PADRE ROMÁRIO: Silvinha! Que surpresa boa! (ele percebe a expressão abatida de Silvinha) Que cara é essa, filha? Tava chorando?
SILVINHA (disfarçando): É a emoção, padre… É a emoção de pisar aqui no altar. Não se preocupa, tá tudo bem.
CENA 03: HOTEL/INT./DIA
André e Doralice acabam de chegar no quarto do hotel. Doralice joga sua bolsa sobre a cama, visivelmente irritada, enquanto André tranca a porta.
DORALICE (irritada): Você viu, André? Viu como o Vicente se faz de bom homem? Se eu pudesse, acabava com ele ali mesmo. Desgraçado…
ANDRÉ (tentando acalmá-la): Calma, Doralice. Você tem que agradecer por ele não ter te reconhecido. Mas a Carmem… Acho melhor você tomar cuidado com ela.
DORALICE (com receio): Será que ela desconfiou de algo?
ANDRÉ: Ela comentou que você perece familiar. Isso já é o suficiente pra levantar suspeitas. Melhor não dar muita abertura pra ela.
DORALICE: Então é isso. Melhor evitar qualquer conversinha fiada com a Carmem (faz uma pausa, mudando de tom) Bom, mudando de assunto… a gente vai se mudar no dia da festa, né?
ANDRÉ: Sim. Já tá tudo pronto pra gente sair daqui.
DORALICE: Ótimo. O único problema é que vamos morar pertinho do Vicente. Só de pensar em ter que cruzar com ele quase todo dia, já me embrulha o estômago.
ANDRÉ: Esquece o Vicente, esquece essa vingança... pelo menos por agora.
André se aproxima de Doralice, olhando-a com carinho.
ANDRÉ: Eu sinto tanta falta de você, meu amor.
Ele acaricia o rosto de Doralice e começa a beijar seu pescoço. A música “Distritmia - Zeca Baleiro”começa a tocar. O clima esquenta. André tira delicadamente a blusa de Doralice, enquanto ela o observa intensamente. Ele também tira a própria camisa, e os dois se deitam na cama, trocando beijos apaixonados. Câmera lenta. No próximo take, André está apenas de cueca e desliza os lábios pelo corpo de Doralice, do pescoço até a barriga. A cena escurece aos poucos.
A música continua tocando enquanto um dia se passa em Santa Aurora. São mostradas imagens da cidade e, em seguida, da fazenda Pedra Valente.
CENA 04: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./DIA
Natália está em seu quarto, sentada numa poltrona ao lado de sua cama. Ela segura o celular nas mãos, deslizando o dedo pela tela com um semblante fechado. Rita, atarefada, troca os lençóis da cama da patroa no fundo. Natália deixa o celular e solta um breve suspiro.
RITA: Tá acontecendo alguma coisa?
NATÁLIA (desabafando): Tá. O Álvaro tá muito estranho comigo ultimamente, Ritinha. Desde o dia que discutimos, ele virou outra pessoa.
RITA: Credo, mas só por causa disso?
NATÁLIA: Eu quero acreditar que sim. Mas meu coração diz que não.
RITA: Como assim?
Natália se levanta, anda até a porta e a tranca. Rita para de arrumar os lençóis, observando Natália com atenção.
NATÁLIA: Lembra daquela ex namorada do Álvaro que morreu lá naquele incêndio?
RITA: Lembro sim, mas o que que tem?
NATÁLIA: Eu tô desconfiada que o Álvaro voltou a pensar naquela mulher. Ritinha, pra você ter ideia… faz duas semanas que a gente não… sabe?
RITA (arqueando a sombrancelha): Então a coisa tá complicada mesmo.
NATÁLIA (andando de um lado para o outro): Eu preciso achar uma maneira de fazer o Álvaro esquecer aquela mulher de vez. Eu sei que é difícil, mas ele tem que pensar só em mim, que sou a esposa dele, ora. Quem morre não volta mais, já disse isso pra ele mil vezes.
RITA: Mas porque cê acha que ele voltou a pensar nela? Ele te falou alguma coisa?
NATÁLIA: Não, não falou nada. Mas eu sinto, eu sinto, Ritinha. Quando a gente se conheceu, a primeira coisa que ele me disse foi desse tal incêndio. E você acredita que ele já falou o nome dessa mulherzinha na hora H diversas vezes?
RITA (chocada, leva a mão à boca): Mentira?!
NATÁLIA: Pra você ver. Mas eu vou dar meu jeito. Não posso perder o meu marido, né? Eu amo o Álvaro, mas ele também tem que colaborar.
RITA (balançando a cabeça positivamente): Concordo plenamente.
Rita retoma o trabalho, dobrando os lençóis que estão sobre a cama. Natália, distraída, percebe que o braço da empregada está roxo e com arranhões. Ela se aproxima.
NATÁLIA (curiosa): O que é isso no seu braço, Ritinha?
RITA (parando apruptamente, tentando esconder): Que?
NATÁLIA: O que é isso no seu braço? (Ela pega o braço de Rita, observando de perto perto os hematomas e arranhões) Olha só, tá todo roxo! Aconteceu alguma coisa?
RITA (se enrola): Ah… isso aí foi um tombo que eu levei esses dias.
NATÁLIA (desconfiada): Ritinha, Ritinha… tem certeza?
RITA (sorrindo nervosa): Claro. Foi um tombo feíssimo na varanda da mansão, por pouco não quebrei o braço. Mas olha só, já tá até melhorando.
Focamos em Natália, que olha Rita com desconfiança. Rita dá um breve sorriso para disfarçar.
CENA 05: CASA DE SILVINHA/INT./DIA
Silvinha está na sala, assistindo televisão. Marluce se aproxima.
MARLUCE: Silvinha?
SILVINHA: O que foi, mãe?
MARLUCE: Uma vizinha me contou que ocê e a Morgana teve discutindo na igreja ontem. Isso é verdade?
SILVINHA: Vizinha? Que vizinha?
MARLUCE (firme): É verdade ou não é?
SILVINHA: Foi a Morgana que começou. Eu tava rezando e ela chegou lá debochando da minha cara. E eu, claro, não deixei barato.
MARLUCE: Quantas vezes eu já te falei pra não dar palco pra essa mulher? Logo na igreja, Silvinha? Na IGREJA?
SILVINHA: Eu já pedi perdão por isso, mãe. Mas só foi uma discussãozinha de quinta série, nada demais.
MARLUCE: Memo assim. Eu não quero filha minha sendo mal falada na cidade. Ocê fala tanto da Morgana, mas tá indo pro memo caminho que ela.
SILVINHA: Credo, Deus é mais. Bate na madeira.
MARLUCE: Então trate de ignorar aquela mulherzinha antes que sobre pra você. Tá me entendendo?
SILVINHA: Claro, mãe.
MARLUCE: Acho bom.
Marluce se retira. Focamos no rosto de Silvinha, que suspira de raiva.
Um dia se passa novamente e são mostradas imagens de Santa Aurora ao som de “Tocando em Frente - Almir Sater”.
CENA 06: HOTEL/INT./DIA
DORALICE: Finalmente chegou o dia. Não vejo a hora de me mudar pra mansão e, finalmente todo mundo ficar sabendo quem é Laís Ribeiro.
ANDRÉ: Tem certeza que é isso que você quer?
DORALICE: Sim. O pior eu já fiz, que foi ficar cara a cara com o Vicente. Agora, o próximo passo é não deixar o Álvaro ou o Jerônimo me reconhecerem.
ANDRÉ: É, são dois desafios e tanto.
DORALICE: Eu vou tirar aquela fazenda da lama, André. Eu quero que todos os fazendeiros da região estejam lá na festa pra ver que eu não tô pra brincadeira. Quando a fazenda era do meu pai, ele nunca deixou faltar nada. Vicente conseguiu estragar até isso. Bom, agora vou me arrumar, porque que jajá chega a hora da festa. (Ela começa a recolher algumas coisas) Vou juntar as minhas coisas pra levar pra mansão. Nem acredito que vamos sair desse hotel… já virou nossa segunda casa (ela ri levemente). Ah, e você conseguiu falar com o cara do helicóptero?
ANDRÉ (sorrindo): Claro, meu amor. Já tá tudo organizado.
DORALICE: E a cantora? Ela vem mesmo?
ANDRÉ: Pode ficar tranquila, tudo vai sair conforme você planejou.
Anoitece ao som de “Haverá Sinais - Jorge & Mateus, Lauana Prado”. Cortamos imediatamente para a mansão, que agora é oficialmente de Doralice. A casa está iluminada e tomada por convidados. Todos eles estão se divertindo e aproveitando a festa, rindo, bebendo e conversando. Em outro canto da mansão, um palco foi montado. Uma plateia animada está ali, assistindo um show ao vivo. Quem canta no palco é a própria Lauana Prado, contratada por Doralice. Ela está cantando a música citada acima. Logo depois, a música termina e todos aplaudem. Focamos na cantora, que agradece o público com gestos.
CENA 07: MANSÃO/NOITE
Aproximadamente trezentas pessoas estão na festa, dançando, conversando e se divertindo. “Um Sonhador - Bruno & Marrone” toca no ambiente. Entre os convidados, Ofélia avista Natália de longe e vai até ela com um olhar malicioso.
OFÉLIA (irônica): Olha só quem tá aqui!
NATÁLIA (revira os olhos): O que você tá fazendo aqui, sua velha? Não vai me dizer que veio na festa só pra me chantagear.
OFÉLIA: Vamos pra um canto mais reservado, tá muito barulho aqui.
Elas seguem até uma área mais isolada, longe dos convidados. Ofélia olha ao redor pra garantir a privacidade.
NATÁLIA (nervosa): Agora fala o que você quer e cai fora!
OFÉLIA: Lembra aquela grana que ocê me deu da última vez?
NATÁLIA: Lembro. O que que tem?
OFÉLIA: Acabou. E eu quero mais, queridinha. Eu quero que ocê se encontre comigo daqui uns dias e me entregue essa grana, se não o Álvaro vai saber de tudo.
NATÁLIA: Essa sua obsessão por dinheiro tá indo longe demais, cê não acha não?
OFÉLIA: Quanto mais, melhor! Agora deixa eu voltar pra festa que eu não quero perder mais um segundo. E não esquece do nosso acordo, hein? Se não todo mundo vai fazer sabendo do seu segredinho.
Ofélia se afasta com um sorriso sarcástico. Focamos no rosto de Natalia, que está com o ódio escancarado em seu rosto. Cortamos para um outro canto isaolado da mansão, onde um casal está aos beijos. A câmera se aproxima e revela ser Vicente e Morgana.
VICENTE: Acho que já tá bom, né? Imagina se a Carmem chega aqui.
MORGANA: Esquece aquela toupeira, foca só em mim, daddy.
Eles continuam a se beijar intensamente.
CENA 08: MANSÃO/NOITE
A festa continua a todo vapor. Pessoas dançam, riem e brindam. As pessoas continuam a se divertir. A música é cortada repentinamente, chamando a atenção de todos. André surge no alto de uma pequena escada, segurando um microfone.
ANDRÉ: E aí, pessoal, estão gostando?
Os convidados aplaudem e respondem. André ergue a mão, pedindo silêncio para continuar.
ANDRÉ: Quero dizer pra vocês que essa noite marca o início de uma nova gestão aqui na fazenda Pedra Valente. Eu, ao lado de minha esposa, Lais Ribeiro, esperamos que todos vocês fiquem satisfeitos com o impacto que essa festa vai causar na cidade. Mas, antes, peço a todos que sigam até a parte de fora do muro da mansão.
Começa um burburinho entre os convidados. Todos caminham em direção ao lado externo da propriedade, como foi pedido. “It’s My Life - Bon Jovi” começa a tocar. Segundos depois, um barulho chama a atenção de todos até que eles olham para o céu e vêem um helicóptero descendo em direção a eles. Todos ficam admirados.
ÁLVARO (confuso): O que é aquilo?
NATÁLIA (impressionada): Deve ser ela, a Laís!
Cortamos para Vicente, que observa com desdém.
VICENTE: Quanta frescura!
CARMEM: Não fala assim, benzim. Eu tô achando o máximo!
O helicóptero pousa no pasto que fica bem a frente da mansão. André volta ao microfone.
ANDRÉ (microfone): E agora, com vocês, a poderosa, a linda, a magnífica: Laís Ribeiro!
Todos aplaudem. Segundos depois, Doralice desce do helicóptero com um salto alto e vestido vermelho e, em seguida, a câmera sobe lentamente, revelando seu rosto. Confiante, ela olha para todos (que ainda estão aplaudindo) com um sorriso no rosto e caminha até os convidados. Álvaro, que já está bêbado, está bem a frente e consegue ver nitidamente o rosto da mocinha e algo o chama a atenção.
ÁLVARO: Que estranho. Ela se parece com alguém…
NATÁLIA: Se parece com uma modelo, isso sim. Olha só que espetáculo de mulher.
ÁLVARO: Doralice… é ela! É a Doralice!
Álvaro se desespera e em algum momento, Doralice olha na direção dele. Câmera lenta. Os dois se encaram e a música “Como Vai Você - Zezé Di Camargo e Luciano, Antônio Marcos” entra em cena.
CONGELAMENTO EM ÁLVARO.
“Como Vai Você - Zezé Di Camargo e Luciano, Antônio Marcos” continua a tocar no encerramento do 10° capítulo da novela.
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