Paraíso Virtuoso - Capítulo 14 (18/12/2024)


PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 14
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 


CENA 01: BORDEL/INT./NOITE 

OFÉLIA: Pode falar, Laís, a gente tá esperando.

O instrumental “Oud Oud - Pedro Guedes, Rafael Langoni” entra em cena.

DORALICE; Bom, eu vim até aqui pra conversar com vocês duas, na verdade. Morgana, você aparenta ser uma pessoa completamente pra cima, animada… e não seria justo vir até aqui e não abrir os seus olhos.

MORGANA: Abrir os meus olhos? Uai, num tô entendendo essa conversa. Onde cê quer chegar com isso?

DORALICE (se vira para Ofélia): Ofélia… meu marido teve hoje cedo no celeiro, e ele acabou ouvindo e vendo a sua briga com a Natália. 

OFÉLIA (fica boquiaberta, assustada): Meu Deus… que vergonha.

DORALICE: Não, não precisa ter vergonha de nada.  Ele me disse que ouviu quando ela te falou que sabia do caso do Vicente com a Morgana.

Morgana arqueia a sombrancelha, processando o que acabou de ouvir.

MORGANA: O que? Como que aquela mona ficou sabendo do meu caso com o Vicente? Foi ocê que contou, Ofélia?

OFÉLIA: Não. Eu não falei nada, foi ela quem veio me dizendo esse assunto mas eu cortei ela na hora. Pode perguntar pro teu marido, Laís.

DORALICE: É, ele me disse. André me contou também que você sabe de um segredo da Natália, Ofélia. Ele falou que esse segredo pode acabar com o casamento dela com o Álvaro, se for descoberto

OFÉLIA: Laís, eu não tô entendendo. Ocê veio aqui pra quê, hein? Pra descobrir o segredo da Natália ou só pra se intrometer onde não foi chamada? Se for isso, tá perdendo seu tempo.

DORALICE: Não, eu não tenho nada contra a Natália, só tô te falando o que me foi dito. (Olha para Morgana) Eu vim aqui pra falar do seu caso com o Vicente, Morgana. Eu não tenho nada a ver com a sua vida, nem te conheço, mas o que eu tenho pra te dizer pode ajudar a mim e a você também.

MORGANA: Olha, até agora eu não tô entendendo onde ocê quer chegar, madame. Vai, desembucha logo, que eu não tenho a noite toda.

DORALICE (disfarçando): Eu me aproximei muito da família González nos últimos dias e notei que a Carmem, a mulher do Vicente, é uma mulher simples, que cuida da casa, dos filhos, do marido. Eu não acho justo, Morgana, o Vicente, um homem que se diz uma pessoa de bem, de família, honesto, jogar fora todos esses anos ao lado da Carmem, como se fosse um lixo. Sabe? Morgana, eu quero te fazer uma proposta. Quanto você quer pra revelar esse caso e acabar de vez com esse homem que só quer aproveitar de você e, ao mesmo tempo, tá lá, junto com a mulher dele, e sabe lá quantas mulheres ele tem?

MORGANA (alterada): Tá de brincadeira com a minha cara, né? Ocê veio aqui só pra isso? Pra me dar sermão? Olha só, eu deveria te botar pra fora desse bordel agora! Só não boto porque eu não sou a dona, mas ela pode fazer. Não é, Ofélia? (Se vira novamente para Doralice) E vou te falar uma coisa, viu? Eu já vi cada coisa nesse lugar, mas sermão de mulher metida? Ah, essa é nova!

OFÉLIA: Morgana… Laís tem razão. Eu concordo completamente com o que ocê disse, Laís. Vicente é mesmo um homem que gosta de aproveitar das mulheres e depois, ó, joga fora! Acorda, Morgana… esse homem só tá te usando. Ele só quer uma mulher mais nova na vida dele pra satisfazer as vontades que ele deve ter. E outra, cê nem gosta desse homem de verdade. Tá com ele só por causa de grana, ocê mesma me disse.

Morgana se senta na cama, pensativa. 

DORALICE: Olha, a minha intenção aqui não é fazer ninguém se desentender. Eu só quero abrir os seus olhos, Morgana.

MORGANA: E ocê quer que eu faça isso por qual motivo? Só porque ocê se solidarizou com a mosca morta da Carmem, é?

DORALICE: Morgana, coloca uma coisa na sua cabeça: nós, mulheres, não podemos ficar criando rivalidades e rixas bobas por causa de homem, não. Ainda mais se o homem não valer um centavo, como é o caso do Vicente.

OFÉLIA: Concordo. Falou tudo, Laís. Vicente é só mais um que se acha macho, mas no fim, não vale nem o feno que come.

DORALICE: Eu te dou a quantia que você quiser, Morgana. É só você falar que aceita a minha proposta que eu já faço a transferência amanhã mesmo.

MORGANA: E quem me garante que tu não tá tentando me passar a perna, hein?

DORALICE: Passar a perna de que jeito? Já disse que eu faço a transferência amanhã mesmo pra você, não disse?

MORGANA: É, pensando por esse lado...

OFÉLIA: Aceita, boba. Para de ser trouxa, menina. O Vicente só quer te usar, te fazer de passatempo. E quando ele cansar, vai te jogar igual cachorro sem dono na rua. 

DORALICE: Faz tempo que vocês são amantes?

MORGANA: Bastante. O Vicente frequenta esse lugar desde sempre, conheci ele aqui. Eu era uma jovenzinha sonhadora, tinha acabado de completar meu ensino médio e tentei a sorte na capital, mas não deu certo, e a Ofélia, que nasceu na mesma cidade que a minha mãe, me deu um lar. Ou seja, eu sou amante daquele traste desde sempre.

DORALICE: Tá vendo o quanto esse homem gosta de aproveitar de jovens indefesas como você? Eu tenho certeza, Morgana, que ele não tem só você de amante. E por mais que só seja você, ele provavelmente já tentou alguma coisa com meninas muito mais jovens do que ele. Aceita o que eu te propus, por favor.

MORGANA: Tá… você me convenceu. Eu aceito a tua proposta. Mas ó, nada de me passar pra trás hein?

Doralice comemora.

DORALICE (sorri): Jura!? Fico tão feliz, Morgana. Olha, nem sei o que dizer. Obrigada.

MORGANA: Mas pra eu revelar o caso pra cidade, a gente precisa de provas, cê não acha?

DORALICE: Tenta gravar uma conversa de vocês, uma foto, qualquer coisa que comprove que vocês são amantes. 

MORGANA: Tá, eu dou meu jeito.

DORALICE: Faz igual eu dei meu jeito, eu trouxe um gravador pra gravar a nossa conversa e garantir que você não fale nada pro Vicente.

MORGANA (falando pra Ofélia): Esperta ela, hein? 

DORALICE: Todo mundo tem que ter suas armas. Bom, eu tô indo e agradeço muito por você ter aceitado a minha proposta, viu?

Elas seguem até a porta do quarto e se despedem. Ofélia abre a porta do quarto, e Doralice sai.

OFÉLIA: Finalmente! Finalmente cê vai se livrar daquele verme do Vicente, hein? Essa Laís é um anjo que caiu do céu, menina.

MORGANA (fazendo uma expressão exagerada de arrependimento): Sabe que no fundo já tá batendo aquela culpa? Não deveria ter aceitado…

OFÉLIA: Para com isso. Deveria sim. E olha como ocê é sortuda, vai sair rica dessa história, meu bem. R I C A!

As duas gritam e comemoram, felizes. Elas se abraçam e pulam.

CENA 02: BORDEL/EXT./NOITE 

Doralice sai pela porta da frente do bordel. André a observa de longe, com os braços cruzados. Ela caminha até ele, com um sorriso no rosto.

ANDRÉ: E então? Deu certo?

DORALICE: Claro que deu. Só precisei jogar um papinho de sororidade, e a Morgana caiu direitinho. Agora eu finalmente posso dar o segundo passo da minha vingança.  

CENA 03: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./NOITE

O instrumental “Cesar’s Plain - Iuri Cunha” entra em cena.

ÁLVARO: Ué, Natália, eu apenas vi a Laís passando por lá e chamei ela pra caminhar. Que problema tem nisso?

NATÁLIA: Você ainda pergunta? Que que é, hein? Agora vai ficar caminhando por aí com a dona Laís todos os dias? Ou será que só estão caminhando mesmo?

ÁLVARO: Cê tá insinuando o quê com isso? Que eu e a Laís a gente tem um caso?

NATÁLIA: Finalmente entendeu o que eu tô querendo dizer. E não adianta vir com desculpinha pro meu lado, porque eu sei muito bem o que tá acontecendo entre vocês.

ÁLVARO: Natália, pelo amor de Deus… não tá acontecendo absolutamente nada entre eu e a Laís. Ela é minha patroa, uai. E, mesmo que não fosse, eu jamais iria jogar fora todos esses anos que tô ao seu lado. Para com essa maluquice.

NATÁLIA: Ah, isso aí é conversa pra boi dormir! Você mudou comigo da água pro vinho nos últimos meses, Álvaro. A gente não tem mais diálogo, a gente nem namora mais como antes. Eu sinto que o nosso casamento afunda a cada dia que passa… E agora chega essa mulherzinha aí, com simpatia pro teu lado, caminhando com você todos os dias nos arredores da fazenda. Sem falar no dia da festa, que você achou a Laís parecida com a tua ex-namorada, a falecida…

ÁLVARO (interrompendo): Não fala assim da Doralice!

NATÁLIA: Ué, eu só tô falando a verdade. É isso que ela é, uma falecida.

ÁLVARO: Cê é uma pessoa amarga, Natália. Vê maldade em tudo, tudo tem que ser do seu jeito… Por isso a gente não se entende.

NATÁLIA: Álvaro, eu sinceramente só não desisti desse casamento até hoje porque eu ainda te amo, de verdade. Porque, se fosse qualquer outra mulher, já tinha acabado com tudo e saído dessa casa! Meu amor, você ainda não percebeu que aquela Laís chegou só pra acabar com a nossa felicidade? É isso que ela quer: tirar você de mim e fazer um inferno em nossas vidas.

ÁLVARO (inconformado com o que acabou de ouvir): Como é que é? Olha o que cê acabou de falar, Natália. Sinceramente… Olha, hoje eu vou dormir no sofá. Não tô com estômago pra ficar aqui ouvindo essas suas maluquices.

NATÁLIA: O quê? Não! Álvaro, volta aqui, eu ainda não acabei!

Álvaro pega seu travesseiro e se retira do quarto, sem dar ouvidos a Natália. Ele bate a porta do quarto com força e deixa a esposa falando sozinha.

NATÁLIA: Inferno! Eu odeio essa mulherzinha, eu odeio!

Ela se ajoelha diante da cama e dá vários socos seguidos contra o colchão, furiosa.

NATÁLIA (chorando/com sangue nos olhos): Você vai pagar caro pelo que você tá fazendo com o meu casamento, sua vagabunda!

Amanhece em Santa Aurora ao som de “Oh My God - Adele”. Logo depois, cortamos para a fazenda Pedra Valente.

CENA 04: ARREDORES DA FAZENDA/MANHà

A cena mostra Natália do lado de fora do curral, encostada no cercado de madeira. Ela observa os animais ao longe, com um olhar distraído, pensativa. Segundos depois, André aparece logo atrás e se aproxima.

ANDRÉ: Achei que não gostasse de animais.

NATÁLIA (se assusta e se vira imediatamente): Ai! Quase me matou do coração!

Eles riem.

ANDRÉ (rindo): Desculpa, não foi minha intenção te assustar. É que realmente achei que você não era muito fã de animais, ainda mais bois.

NATÁLIA (sorrindo): Ah, na verdade, eu não sou mesmo, não… Tô aqui porque queria sair um pouco, espairecer. Sabe?

ANDRÉ: Então pensamos igual.

NATÁLIA: E a Laís? Por que não veio junto?

ANDRÉ: Ela nem sabe que tô aqui. Deixei ela dormindo em casa. Ela vive me deixando sozinho, não vejo problema nenhum em fazer o mesmo.

NATÁLIA: É... Acho que ela e Álvaro já passaram dos limites com essas “caminhadas” nos arredores da fazenda.

ANDRÉ: Achei que fosse só eu que concordava com isso. Que bom que você também.

NATÁLIA: Olha, André, eu acho melhor você ficar de olho na sua mulher. Por mais que ela e Álvaro não tenham nada, eu ainda fico com um pé atrás.

ANDRÉ: Eu já até tive essa conversa com ela. Disse que não vai mais fazer, mas é sempre bom observar.

NATÁLIA: Sinceramente… eu não fui com a cara da Laís. Me desculpa, mas ela me soa como uma pessoa falsa, sonsa… e eu odeio, tenho pavor de gente assim.

Nesse momento, Doralice aparece logo atrás, sem a vilã perceber.

DORALICE: Eu acho que a falsa e sonsa da história aqui é você, não é, Natália?

Natália se vira rapidamente e paralisa. Focamos no rosto dela, intercalando com Doralice. O instrumental “Atentado - Eduardo Queiroz” entra em cena.

NATÁLIA (confrontando): Que que é, hein? Você é falsa sim, Laís. Uma sonsa, dissimulada! Vai negar que tava dando em cima do meu marido agora, vai? Confessa! Aproveita que teu maridinho tá aqui e revela pra ele a vadia com quem ele se casou!

Nesse momento, Doralice se enfurece e desfere um tapa no rosto de Natália, que parte para cima da mocinha. André segura a vilã, tentando contê-la.

DORALICE (gritando): Meça as suas palavras comigo, Natália! Meça as suas palavras porque eu não dei em cima de ninguém, pelo contrário, foi o Álvaro que me chamou pra caminhar com ele! E outra, eu sou a patroa dele, meu amor!

ANDRÉ: Laís, contenha-se.

NATÁLIA: Sabia que eu posso te processar por esse tapa que você me deu?

DORALICE: E eu devia te processar por calúnia e difamação! Vai lá, amor, tenta a sorte. Vamos ver quem vai ganhar.

NATÁLIA: Mulherzinha… Desde a primeira vez que te vi já desconfiei das suas intenções.

DORALICE (debochando): Ah, jura!? Você é uma louca, Natália. Uma louca que acha que todas as mulheres do mundo vão dar em cima do seu maridinho. Meu bem, eu sou casada. E muito bem casada! Por que eu iria trocar o meu André pelo Álvaro?

NATÁLIA: Porque você não presta! Mulheres como você, Laís, eu conheço de longe. Me solta, André! Me solta que eu não vou fazer nada. Eu não mereço sujar minhas mãos com essa mulherzinha descarada.

ANDRÉ: Então vai embora daqui, Natália. Vai embora antes que a coisa fique feia. Anda, vai!

Após ser solta por André, Natália vai caminhando para trás, olhando para Doralice.

NATÁLIA: Eu vou, mas não vou esquecer esse tapa, Laís. E é melhor você ficar esperta comigo.

DORALICE: Eu tenho pena de você, Natália. Pena!

Natália grita enquanto sai do local. Doralice passa as mãos na cabeça, sem acreditar no que acabou de acontecer.

ANDRÉ: Você ficou louca? Olha o que você fez!

DORALICE: Perdi a cabeça. Eu não sou de bater em ninguém, André, mas essa Natália passou de todos os limites agora.

ANDRÉ: Eu te avisei, né?

DORALICE: Eu não tinha nada contra a Natália, mas agora… agora, mais do que nunca, eu quero descobrir esse tal segredo dela. Seja lá o que for, o Álvaro precisa saber com quem é casado.

Focamos em Doralice, que expressa determinação, intercalando com André, que fica calado.

CENA 05: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./MANHà

Natália está sentada na cadeira da cozinha, enquanto Carmem aplica uma compressa fria sobre o rosto da nora.

CARMEM: Quem essa Laís pensa que é pra sair batendo nos outros desse jeito?

NATÁLIA (fazendo drama): Foi humilhante, sogrinha. Eu me senti tão desrespeitada… Como se eu fosse ninguém diante daquela mulher.

Nesse instante, Álvaro entra no cômodo.

NATÁLIA (mostrando o rosto a ele): Olha isso, Álvaro! Olha só o que a Laís fez comigo.

ÁLVARO: A Laís? Como assim? (Pausa) Ah, não! Cê foi atrás dela, né? Natália, eu já falei mil vezes que não tenho nada com a Laís. Ocê tá se deixando levar por essas paranoias aí, tá parecendo uma maluca!

CARMEM: Álvaro, não importa o que aconteceu. Foi absurdo! Quem ela acha que é pra resolver as coisas na base da agressão? Isso aqui não é uma terra sem lei!

ÁLVARO: E quem começou? Eu tenho certeza que a Natália foi lá provocar.

NATÁLIA (fingindo chorar): Tá vendo, dona Carmem? O seu filho nunca fica do meu lado. Nem quando eu sou vítima de violência!

CARMEM (abraçando Natália): Ô, minha querida, não fica assim. Eu tô aqui com ocê, viu?

ÁLVARO (perdendo a paciência): Para com esse teatro, Natália! Já chega! Não quero ouvir mais uma palavra sobre isso. Tá me ouvindo?

Natália abaixa a cabeça em silêncio.

ÁLVARO (gritando): TÔ FALANDO COM VOCÊ! TÁ ME OUVINDO OU NÃO?

Natália olha para o marido e balança a cabeça, concordando. Ele a encara por mais alguns segundos e sai da cozinha, batendo a porta.
Assim que ele sai, Natália limpa as lágrimas falsas, enquanto Carmem a puxa para mais perto, acreditando no sofrimento da nora.

horas depois…

CENA 06: MOTEL/INT./DIA

Morgana e Vicente estão deitados na cama do motel, abraçados. O instrumental "Influências - Felipe Alexandre" entra em cena.

MORGANA: Daddy… queria te pedir uma coisa.

VICENTE: Uai, pode falar.

MORGANA: Eu queria que ocê tirasse umas fotos comigo, sabe? Só pra guardar de lembrança.

VICENTE: Foto? Minha linda, cê sabe que eu não sou muito fã dessas coisas.

MORGANA (insistindo): Ah, Daddy, mas a gente já tá junto há tanto tempo, né? E não tem nenhuma foto nossa. Só uma, vai.

VICENTE: Tá… mas só uma, hein?

MORGANA: Cinco.

Morgana se levanta, vai até sua bolsa e pega o celular. Segundos depois, começa a tirar fotos ao lado de Vicente, fazendo várias poses enquanto ele a beija e a abraça.

Anoitece ao som de “Illusion - Dua Lipa”.

CENA 07: MANSÃO/INT./NOITE

André desce as escadas com elegância. Doralice se aproxima dele e lhe dá um beijo.

DORALICE: Que gato! Os empresários vão ficar com inveja desse jeito.

ANDRÉ (sorrindo): Tô tão desanimado pra essa reunião… mas é por uma boa causa, né? E pode ficar tranquila, vou te representar da melhor forma lá.

DORALICE: E você acha que eu não sei disso?

Eles se beijam.

ANDRÉ: Até mais tarde, meu amor. Se cuida.

André sai pela porta da frente, enquanto Doralice o observa, sorrindo satisfeita.

Horas depois…

CENA 08: BARZINHO/NOITE

Ao sair da reunião, André estaciona seu carro em frente a um barzinho próximo ao bordel de Ofélia. Ele pede uma água, paga e sai do local. Ao sair do bar, percebe Natália trancando a porta de seu carro e entrando no bordel. André, discretamente, a segue sem ser notado.
No interior do Ofélia’s Night, Natália sobe as escadas em direção ao quarto de Ofélia. André, ainda no andar de baixo, aguarda por um momento antes de subir logo em seguida.

CENA 09: BORDEL/INT./NOITE 

Ofélia abre a porta de seu quarto para Natália, que entra visivelmente irritada.

OFÉLIA: Achei que ocê não viesse. Ficou com raiva de mim por causa da briga de ontem?

NATÁLIA: Eu não fiquei com raiva de você. Eu sempre tive raiva de você, Ofélia!

Do lado de fora do quarto, André se posiciona e coloca o ouvido na porta, ouvindo tudo o que elas dizem.

OFÉLIA: Queridinha… pra que tanta raiva? Olha, eu tenho uma novidade.

NATÁLIA: Fala logo.

OFÉLIA: O dinheirinho da Ofélia acabou!

NATÁLIA: Impressionante! Eu te dei o dinheiro ontem, sua velha nojenta! Você tá mentindo. Tá mentindo e querendo me arrancar mais grana, principalmente depois da nossa briga.

As duas começam a discutir, e André continua ouvindo, tenso. Nesse momento, o instrumental "Irene Incendiária - Reno Duarte, Pedro Guedes" começa a tocar, cobrindo as falas de Natália e Ofélia. Em um ponto da cena, André arregala os olhos, como se tivesse ouvido algo grave. Ele acaba de ouvir Ofélia revelar o segredo de Natália, com detalhes.

CENA 10: BORDEL/EXT./NOITE 

André espera Natália do lado de fora do bordel. Após alguns minutos, ela sai do local e, ao vê-lo ali, se surpreende com um sorriso desconfiado.

NATÁLIA (surpresa): André? Tá fazendo o que aqui?

ANDRÉ (sorrindo): Eu ouvi, Natália. Eu ouvi tudo. Sei muito bem o que você esconde. Que safadinha você é, hein?

A câmera foca no rosto de Natália, que paralisa, intercalando com André.


CONGELAMENTO EM NATÁLIA.

A novela encerra seu 14° capítulo ao som de “We Pray - Coldplay, Little Simz, Burna Boy, Elyanna, TINI”


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