Paraíso Virtuoso - Capítulo 16 (21/12/2024)

 


PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 16
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 


CENA 01: MANSÃO/INT./DIA
O instrumental “Tensao Passaperto - Iuri Cunha” entra em cena.

NATÁLIA: Me responde, André. Você falou Doralice e eu ouvi muito bem.

ANDRÉ (tentando disfarçar): Não... eu devo ter me confundido, enfim...

NATÁLIA: Vai jogar esse papinho pra cima de mim agora, é? Anda, fala. Eu exijo uma explicação!

Natália entra na mansão, cruza os braços e encara André

NATÁLIA (firme): Eu não saio daqui enquanto você não me der uma resposta.

Corte. No próximo take, André já contou toda a verdade para Natália, que está em choque

NATÁLIA: Então quer dizer que a Doralice voltou pra se vingar do Vicente? Meu Deus, eu tô chocada, passada.

ANDRÉ: É. No passado, o Vicente matou a família dela, e agora ela voltou pra fazer justiça. Vicente é um monstro, Natália. Ele chegou a abusar da Doralice.

NATÁLIA: Tudo isso por quê? Só por causa do namoro dela com o Álvaro?

ANDRÉ: Também. Mas parece que o Vicente era obcecado por ela e acabou cometendo essa loucura junto com o Jerônimo. Agora ela voltou e a compra da fazenda foi o primeiro passo da vingança dela.

NATÁLIA: Agora meu ódio aumentou ainda mais por essa mulherzinha. Antes, eu odiava a Laís, mas agora, sabendo que a Doralice, o grande amor da vida do meu marido, tá entre nós... eu tô prestes a surtar.

ANDRÉ: Então você viu eles se beijando?

NATÁLIA: Vi. Me segurei pra não partir pra cima daqueles dois. E nós dois aqui, sendo feitos de trouxa.

ANDRÉ: Eu não esperava isso da Doralice. Ela sempre disse que me amava, que nunca iria me decepcionar...

NATÁLIA: Olha, é melhor a gente fingir que não sabe de nada, tá? Eu quero ver até onde isso vai.

ANDRÉ: Eu não sou uma pessoa ciumenta, nunca fui. Mas eu odeio traição. Odeio com todas as minhas forças.

NATÁLIA: A gente precisa se vingar desses dois, André. Eu ainda amo o Álvaro, amo imensamente. Mas se ele acha que eu vou aceitar tudo isso que ele tá fazendo comigo, ele tá muito enganado.

ANDRÉ: Olha, por favor, não conta pra ninguém o que eu te disse aqui. Por mais que a Doralice esteja me deixando pra trás, eu acho justo ela se vingar de quem fez mal pra ela.

NATÁLIA: Claro, eu não vou contar nada. A gente tem um trato, lembra? Você também sabe de um segredo meu.

ANDRÉ: É... Mas eu não sei como vou continuar morando na mesma casa que a Doralice e fingir que nada aconteceu.

NATÁLIA: Mas é melhor fingir, André. Agir pelas sombras é muito melhor do que agir impulsivamente. (Pausa) Eles devem estar no celeiro ainda, aos beijos. Mas isso não vai ficar assim. Eu quero acabar com a raça desses dois, principalmente da La... Doralice.

Focamos em Natália, que deixa transparecer ódio e rancor no olhar, intercalando com André, que permanece sério.

CENA 02: CELEIRO/DIA 

ÁLVARO: Como é que é? Cê só pode tá de brincadeira com a minha cara.

O instrumental "Vendetta - Felipe Alexandre" entra em cena.

DORALICE (lacrimejando): Eu nunca falei tão sério como agora, Álvaro. Você pode até não acreditar, mas sou eu, a Doralice. Aquela Doralice que se encontrava com você todos dias debaixo daquela árvore, lembra? 

ÁLVARO (chorando): Não… aquela Doralice morreu. Eu fui no enterro dela. Ela morreu naquele incêndio.

DORALICE: Não. Eu não morri. Eu sobrevivi a um ataque contra a minha família (ela chora) Seu pai, Álvaro… seu pai matou a família.

ÁLVARO (em choque): O quê? Não, isso aí já é invenção da sua cabeça.

DORALICE (lacrimejando): Eu queria que fosse, mas não é. Lembra que seu pai não aceitava o nosso namoro de jeito nenhum? Ele era obcecado por mim, Álvaro. Ele vivia me cercando, me assediando. No dia do incêndio, ele, junto com o Jerônimo, foram até a minha casa de madrugada e despejaram gasolina por toda a parte, até que a casa pegou fogo e ninguém sobreviveu. Eu, que tava tomando um ar do lado de fora, acabei dando de cara com os dois e fui atacada pelo Vicente, que me deu um mata-leão. Eles me colocaram dentro do caminhão e… (ela chora desesperadamente) Seu pai abusou de mim, me violentou, e me largou numa estrada deserta, desacordada.

ÁLVARO (chorando/aumentando o tom): E por que ocê ficou sumida todos esses anos? Eu… eu chorei pela sua morte todos os dias da minha vida desde aquele maldito incêndio!

DORALICE (chorando): Eu não tive escolha, Álvaro. Fui deixada em Lagoa da Onça, pra você ter ideia. A minha sorte foi um caminhoneiro que parou naquela estrada deserta e me achou. Ele me levou pro Rio de Janeiro e, junto com a mulher dele, me adotaram, me deram um novo lar, uma nova vida. Depois, eu fui vivendo um dia após o outro e segui a minha vida, mas eu nunca te esqueci. Nem você, nem a minha família. Álvaro, por favor, acredita em mim. Eu já fiz muito em te contar toda a verdade. Acredita em mim, o Vicente e o Jerônimo, eles são dois monstros.

ÁLVARO (abatido): Eu não sei mais o que pensar depois disso tudo… e por que que ocê voltou? Por que não ficou no Rio de Janeiro? Hein? 

DORALICE: Eu voltei pra me vingar, pra fazer justiça e acabar com o Vicente de uma vez por todas. O primeiro passo eu já dei, que foi comprar essa fazenda. Agora, o segundo tá bem próximo de se concretizar.

ÁLVARO: O que ocê vai fazer, Doralice? Para com essa maluquice, esquece essa ideia.

DORALICE: Não. Eu já andei muito e eu não quero morrer na praia. Sabia que seu pai tem uma amante?

ÁLVARO: Uma amante?

DORALICE: Morgana. Uma das garotas do bordel da Ofélia.

ÁLVARO: Meu Deus… como cê descobriu isso?

DORALICE: É uma longa história, mas fiz um trato com ela e, logo, logo, a sua mãe vai ficar sabendo de tudo.

ÁLVARO (começa a chorar): Monstro, então… meu pai, é um monstro.

DORALICE: Só Deus sabe o que eu sofri nas mãos do Vicente e do Jerônimo naquela noite. Mas agora chega. Voltei pra fazer justiça, pra me vingar. 

ÁLVARO: Eu vou pra casa. Já ouvi muita coisa e isso não tá me fazendo bem. A gente vai se falando.

DORALICE: Álvaro…

Álvaro, que já estava se retirando, se vira para Doralice.

DORALICE: Não conta isso pra ninguém, por favor. 

Álvaro não diz nada, e volta a andar. Focamos em Doralice, que encosta em uma pilha de feno no celeiro e desaba. Em outro take, Álvaro, senta em um local isolado da fazenda e chora desesperadamente.

horas depois…

CENA 03: PRAÇA DE SANTA AURORA/TARDE

Morgana está sentada em um banco da praça de Santa Aurora, aparentemente esperando por alguém. Minutos depois, Doralice chega ao local e se senta ao lado da amante de Vicente.

DORALICE: E então, conseguiu as provas?

MORGANA: Tá aqui, ó. (Ela pega um envelope e entrega para Doralice.) Aqui tem várias fotos provando que eu e Vicente somos amantes. Agora, cadê o meu dinheiro?

DORALICE: Te faço a transferência agora. Só me falar qual é sua chave.

Doralice pega o celular e realiza a transferência. Morgana confere no próprio aparelho para confirmar o recebimento do dinheiro.

MORGANA: Cê não brinca em serviço memo, né, fia? Aff, agora que eu tenho uma graninha boa, posso finalmente mudar de vida! E que se lasque o Vicente, que se lasque essa cidadezinha de uma figa.

DORALICE (sorrindo): Isso mesmo, agora você pode ter uma vida de rainha. E eu, finalmente, posso contar a verdade pra Carmem.

MORGANA: Ó, mas toma cuidado, viu? Aquela galinha metida é capaz de preferir lamber o chão do Vicente do que acreditar nessas fotos.

DORALICE: Eu sei muito bem o que vou fazer, pode deixar comigo.

CENA 04: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./NOITE 

Rita está lavando a louça do jantar, enquanto Carmem, ao seu lado, conversa distraidamente.

CARMEM (com sotaque mato-grossense): Ô, Ritinha, cê viu como a Natália e o Álvaro tão vivendo um inferno por causa daquela Laís? Mulherzinha…

Rita, parecendo não muito interessada, coloca a mão na barriga e se afasta da pia, ficando pálida.

RITA (tentando disfarçar): Ah, acho que... tô meio enjoada...

Sem mais palavras, Rita corre apressada para o banheiro.

CARMEM (desconfiada): Será que a Ritinha tá prenha?

um dia depois…

CENA 05: MOTEL/INT./NOITE 

A cena mostra Natália em um quarto de motel, esperando por alguém. Minutos depois, a porta se abre e revela ser André.

ANDRÉ: Nunca imaginei que você iria me fazer um convite desses...

NATÁLIA: E eu confesso que achei que você não iria aceitar.

ANDRÉ: Depois de tudo o que aconteceu, eu tô aceitando tudo. Não tô suportando mais olhar pra cara da Doralice. Às vezes me dá uma vontade de acabar com isso tudo de uma vez e contar pro Vicente as intenções dela. Eu acho que isso vai ser só questão de tempo.

NATÁLIA: Com certeza. Mas fica tranquilo, que não vai demorar muito, e você nunca mais vai ver a Doralice.

ANDRÉ (sem entender): Como assim? Não entendi.

NATÁLIA: Ué, porque eu e você, nós vamos fugir dessa cidade e largar o Álvaro e a Doralice aqui pra viver o "felizes para sempre" que eles sempre sonharam.

ANDRÉ: Piada, né?

Natália se aproxima de André.

NATÁLIA (quase sussurrando): Eu não brinco em serviço, meu querido.

ANDRÉ: Então me prova.

Eles se aproximam cada vez mais, aproximando seus lábios, até que se beijam intensamente. "Distritmia - Zeca Baleiro" começa a tocar. Natália tira a camisa de André, que também tira a roupa dela, e eles se deitam na cama, se beijando. O beijo se intensifica cada vez mais, e a tela escurece.

CENA 06: MANSÃO/INT./NOITE

A campainha toca. Doralice vai atender. Ela abre a porta e se surpreende ao ver Álvaro.

DORALICE: Álvaro? O que você tá fazendo aqui?

ÁLVARO: Posso entrar?

DORALICE: Claro.

Álvaro entra na mansão.

DORALICE: Aconteceu alguma coisa?

ÁLVARO: Doralice, desde que eu fiquei sabendo de tudo aquilo que você me contou, eu pensei muito. Minha cabeça chegou a doer de tanto pensar. (Pausa) Se você quiser, eu te ajudo nessa tua vingança. Eu sei de uma coisa que meu pai fez no passado que pode te ajudar.

Focamos em Doralice, intercalando com Álvaro.

CENA 07: MOTEL/INT./NOITE 

ANDRÉ (se vestindo): Gostou da nossa noite?

NATÁLIA: Adorei. Sabia que você dá de dez a zero no meu querido maridinho?

ANDRÉ: Bom, já tô indo. Vou sair primeiro pra não correr o risco de alguém ver a gente saindo junto.

André se aproxima de Natália, dando um breve beijo na boca dela.

NATÁLIA: Olha, só toma cuidado pra Doralice não desconfiar de nada, tá?

ANDRÉ: Fica tranquila, eu disse a ela que iria em Campo Grande acertar a compra de um produto pra plantação. Depois, eu falo pra ela que deu tudo certo e ela não vai nem se tocar.

NATÁLIA: Então, tchauzinho… vai com Deus…

CENA 08: MOTEL/ESTACIONAMENTO/NOITE 

A iluminação do estacionamento do motel é fraca. A cena mostra Natália saindo do interior do local e indo em direção ao seu carro. Ao entrar no veículo, ela se depara com Sidney sentado no banco do carona. Natália o olha, e ele demonstra preocupação.

NATÁLIA (olhando para Sidney, com uma expressão impaciente): E aí, Sidney, você fez tudo o que a gente combinou? 

Sidney fica em silêncio por alguns segundos, balança a cabeça lentamente, confirmando.

NATÁLIA (aumenta o tom, ficando mais exigente): Fez ou não, Sidney? Você tem certeza que cortou os freios do carro do André? 

O instrumental “Irene Incendiária - Reno Duarte, Pedro Guedes” entra no ar. Focamos em Sidney, que engole seco, intercalando com Natália, que o olha seriamente.

CONGELAMENTO EM NATÁLIA.

A novela encerra seu 16° capítulo ao som de “Mind Over Matter - Young The Giant”.









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