Paraíso Virtuoso - Capítulo 22 (31/12/2024)


PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 22
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 

CENA 01: BAR/INT./TARDE 

O instrumental "Oud Oud - Pedro Guedes, Rafael Langoni" entra em cena.

MARCELA: Até agora vocês não me disseram onde querem chegar. Quem são vocês? O que querem aqui?

ÁLVARO: Calma. Meu nome é Álvaro, o dela é Doralice. Qual o seu?

MARCELA: Marcela. 

DORALICE: Marcela, a gente precisa ter uma conversa séria com você. Eu prometo que vai ser rápido.

Focamos em Marcela, que olha para eles, desconfiada. No próximo take, eles estão no fundo da lanchonete e Álvaro e Doralice já contaram a ela o que foram fazer até lá.

MARCELA: Então quer dizer que você é filho do Fausto González? O homem que matou o meu pai? 

DORALICE: Fausto? 

ÁLVARO: É. Ninguém sabe dessa história, mas sim, o nome verdadeiro do meu pai é Fausto. Ele trocou a identidade assim que chegou em Santa Aurora pra não ser pego pela polícia. Agora ele se chama Vicente.

MARCELA: Monstro… só eu e minha mãe sabemos o tanto que a gente sofreu esses anos todos com a ausência do meu pai. Meu pai era um homem de bem, trabalhador… Lutou muito pra construir esse bar aqui. Depois que ele se foi, a gente até pensou em fechar o estabelecimento, mas como não tinha outra renda, decidimos continuar. Se meu pai estivesse aqui, eu tenho certeza que ele estaria muito orgulhoso de mim e da minha mãe.

ÁLVARO: Eu me lembro como se fosse ontem do dia em que meu pai cometeu aquela loucura.

MARCELA: Eu também, eu tava aqui. Presenciei tudo, e infelizmente, não pude fazer nada. A minha vontade era de fazer com ele, igual ele fez com o meu pai, sabe?

DORALICE: Não é só você que tem esse sentimento, Marcela. Há uns quinze anos, Vicente também matou toda a minha família. Minha mãe, meu pai, meus irmãos, todos foram levados por um maldito incêndio causado por ele.

MARCELA: Meu Deus… quanta crueldade.

DORALICE (lacrimejando): Por sorte, eu não tava dentro de casa, mas assim que eu cheguei, me deparei com ele e o Jerônimo, filho dele, colocando fogo na minha casa. E pra piorar, depois eles me colocaram dentro de um caminhão e o Vicente abusou de mim. E depois, me largaram numa estrada deserta bem longe da cidade. Por sorte fui achada por um caminhoneiro que passava por ali e ele me levou pro Rio de Janeiro. Agora eu voltei com outro nome, comprei a fazenda que era dele e o próximo passo da minha vingança tá perto de acontecer.

MARCELA: Gente? Que história… eu tô chocada com a monstruosidade deste homem. Alguém tem que parar esse maldito.

DORALICE: A gente veio até aqui, Marcela, pra te fazer uma proposta.

MARCELA: Proposta? 

ÁLVARO: Olha, a Doralice quer colocar o meu pai atrás das grades, mas pra isso a gente precisa de provas. E ocê, Marcela, é o que a gente precisava.

MARCELA: Eu? Mas eu iria fazer o que de relevante nessa história, gente?

DORALICE: Além de você me ajudar nessa vingança, você pode servir de testemunha pra uma futura condenação do Vicente no tribunal.

MARCELA: Ai, gente, vocês não acham que tão se apressando demais, não? Ninguém nem tem provas contra ele e já estão pensando em tribunal…

DORALICE: Vem com a gente pra Santa Aurora, Marcela. Olha, eu prometo que sem casa você não vai ficar. Pro Vicente não desconfiar de nada, eu alugo uma casa pra você na cidade e você mora lá. 

MARCELA: Ah, mas e meu serviço aqui? Minha vida tá toda aqui nessa cidade.

DORALICE: Eu prometo que vai ser por pouco tempo. É só até a gente pegar esse crápula do Vicente e colocar ele na cadeia.

MARCELA: Tá… se é por pouco tempo, eu vou.

DORALICE: Jura?! Nossa, você não imagina o quanto eu fico feliz por isso.

MARCELA: Mas cês tem certeza que isso vai dar certo?

ÁLVARO: Claro, Marcela. Pode confiar.

DORALICE: Olha, mas por favor, não procure o Vicente enquanto eu não te falar nada, hein? Eu quero que você dê as caras só quando a gente tiver as provas em mãos e quando chegar o dia do julgamento. Agora se você quiser ficar aqui e esperar, o direito é seu.

MARCELA: Não. Eu vou. Eu prometo que não vou fazer nada enquanto vocês não mandarem. 

DORALICE: Ótimo.

Dias se passam ao som de “Assim os Dias Passarão - Almir Sater, Renato Teixeira”. 

CENA 02: MANSÃO/INT./DIA.

DORALICE: Ritinha, eu quero que essa festa de réveillon aqui na fazenda seja um sucesso. Já mandei o convite pra todo mundo da cidade.

RITA: Com certeza, vai dar o que falar, dona Laís.

DORALICE: Até agora você não me disse o motivo de ter saído da casa dos González. Tem certeza que saiu só porque você tá grávida?

RITA (com lágrimas nos olhos): Ah, pois é… então… 

DORALICE: Pode falar, Ritinha. O que você falar aqui, vai ficar aqui.

RITA: O Jerônimo… esse filho é dele.

DORALICE: Do Jerônimo? Vocês tinham um caso?

RITA: Não… o Jerônimo, ele… ele abusou de mim, me feriu. Ele é um monstro, um monstro da pior espécie.

DORALICE: Meu Deus… eu tô chocada. Porque você não me disse isso antes?

RITA: Resolvi deixar pra lá, dona Laís. Mas eu sinto que aqui eu tô segura.

DORALICE: Você não quer ir até a delegacia? 

RITA: E vai adiantar o que? Ele mesmo me disse que se eu fosse na polícia, ele iria acabar com a minha vida.

DORALICE: Não vai. Ele não vai fazer nada. Qualquer coisa eu tô aqui pra te ajudar. Por favor, Rita, faz o que eu tô te falando, vai até a delegacia denunciar o Jerônimo. Eu te garanto que você não vai se arrepender.

Focamos em Rita, que fica pensativa.

CENA 03: CASA DE MARLUCE/INT./DIA

O instrumental "Come Ti Amo - Guilherme Rios" entra em cena. Marluce está sentada no sofá, segurando uma velha caixa de fotos. Ela tira algumas fotos e começa a folheá-las lentamente: Foto de Silvinha criança, sorrindo em uma festa de aniversário. Silvinha adolescente, ao lado de Marluce, abraçadas. Silvinha adulta, com um semblante sério. Marluce olha fixamente para uma das fotos, e seus olhos começam a encher de lágrimas. Aos poucos, o choro se torna mais intenso. Ela segura a foto contra o peito, como se quisesse abraçar a filha.

MARLUCE (chorando): Minha filha... Onde foi que eu errei?

CENA 04: MOTEL/INT./DIA

Vicente e Morgana estão deitados na cama, abraçados, enquanto conversam descontraidamente.

MORGANA: E aí, vai na festa que a Laís tá organizando? Ou vai arranjar alguma desculpa tipo “tô gripado” pra não ir?

VICENTE (com um suspiro): Não queria ir nessa frescura, mas parece que não tenho outra escolha. 

MORGANA: Frescura? Bebê, eu já tô lá! Vou botar meu lookinho, fazer stories e curtir horrores! 

CENA 05: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./DIA

No quarto, Natália caminha de um lado para o outro, com expressão inquieta. Ela para, pensa por um instante, e sorri. O instrumental "Gara - Eduardo Queiroz" entra em cena.

NATÁLIA: Claro! Essa festa é a minha grande chance de desmascarar a Doralice na frente de todo mundo. (ela ri, com deboche) Quero acabar com a festinha dessa desgraçada.

Neste instante, Natália ouve o som de uma viatura se aproximando. Assustada, ela desce apressada as escadas. Ao chegar no andar de baixo, ela se depara com Jerônimo sendo algemado por dois policiais, enquanto Carmem, desesperada, tenta impedir que o filho seja levado.

CARMEM (gritando): Soltem o Jerônimo! Meu filho não fez nada! 

POLICIAL: Isso a gente vai esclarecer na delegacia. Seu filho está sendo preso por estupro e tentativa de feminicídio

CARMEM (assutada): O QUE? Quem fez uma barbaridade com meu filho? Quem é a vagabunda que fez essa denuncia?

POLICIAL: Rita das Dores. Foi ela quem fez a denuncia.

Nesse instante, Carmem desmaia. Jerônimo, com semblante tenso, é colocado no camburão sem dizer uma palavra. O veículo parte. Do outro lado, Doralice observa tudo à distância, com um sorriso frio e satisfeito. A câmera se aproxima lentamente dela.

DORALICE (para si mesma): Não precisei mover uma palha pra me vingar desse desgraçado. Hoje foi você, Jerônimo. O próximo é o seu pai.

CONGELAMENTO EM DORALICE.

A novela encerra seu 22° capítulo ao som de “It's My Life - Bon Jovi”.

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