Tente Outra Vez Cap. 007 - 02/12/2024

 TENTE OUTRA VEZ - CAPÍTULO 007 (02/12/2024)



Elenco:

Thiago Lacerda - Renato

Letícia Colin - Luisa

Diogo Almeida - Júlio 

Giovanna Antonelli - Cássia 

Isadora Cruz - Helena

Débora Bloch - Túlia 

Ricky Tavares - Daniel

Palomma Duarte - Ana

Rhaissa Batista - Penélope 

André Marques - Vinícius 

Danilo Mesquita - Victor 

Clara Moneke - Laura

Larissa Manoela - Gabi


Participação especial:

Correspondente - Malvino Salvador 

Homem - Enrique Diaz 


Cena 01: Ilha/Madrugada. Na cena, Renato e o homem misterioso discutem ao som de uma trilha tensa.

Renato - Então era de você que eles tanto falavam?

Homem - Pelo visto a fofoca já se espalhou, não? Mas eu já queria falar com você, só aguardava o momento certo.

Renato - Escute aqui, o que você tanto quer com eles, hein? De doido aqui já basta a Luísa.

Homem - Olha, Renato, posso te garantir que as suas desconfianças são reais. Eu conheço sua vida tanto quanto você, e posso te afirmar, você tem razão em suas desconfianças.

Renato - Conversa de doido é essa? Do que você está falando?

Homem - Eu sei que seu casamento está beirando o fracasso. Eu sei que sua família só te traz dor de cabeça. Passar umas férias aqui foi legal, não?

Renato - Era disso que eles estavam com medo? Tá me saindo muito mais um bêbado desvairado do que um capeta. Olha, eu estou sem tempo para brincadeiras. Trate de parar de perturbar os meus amigos, se não você vai se ver comigo.

Homem - O que você vai fazer? Vai me bater? Eu não bateria em alguém que saberia mais da minha vida do que eu mesmo. A Viviana não saia de casa apenas para “visitar” alguém. Tenha certeza que era por algo a mais.

Renato - Independente do que você ficou sabendo ou não, se afaste de meus amigos, viu!

Homem - Como eu posso me afastar se vocês precisam de mim? Como vocês vão sair daqui sem a minha ajuda? Eu tenho a chave pra que vocês consigam sair daqui, e ela está na minha mão. Basta vocês aceitarem fazer tudo aquilo que eu quiser.

Renato - Virou o diabo agora… eu já falei que eu não tenho tempo pra brincadeiras, você vai sair daqui agora ou eu…

(Ele tira uma faca)

Homem - Ou você o que?

Renato - Olha, vamos abaixar essa faca, que ninguém aqui quer matar ninguém.

Homem - Renato, Renato… eu fui paciente com todos eles… mas com você eu vou precisar apelar… você não sabe quem eu sou, não sabe de onde eu vim e muito menos sabe o que eu posso fazer. Então você vai ficar pianinho aí, e se ficar se tirando a homem, a coisa vai ficar preta. Eu vou te dar um tempo, tudo bem. Mas até hoje a noite, se não decidirem de uma vez por todas se vão unir-se a mim, fazer aquilo que eu quiser, vão morrer aqui, longe de tudo e todos…

Renato - Só pode estar blefando.

Homem - Eu não estou blefando, e você sabe disso! Hoje a noite, ouviu? Conte para os seus amiguinhos, que se não tomarem uma decisão ao meu favor, vão virar apenas estatísticas, dos desaparecidos do ano.

(Ele da um soco no estômago de Renato, que se ajoelha de dor, e ele some)

Renato - Volte aqui, seu covarde! Com uma faca na mão, qualquer um é homem…

(Júlio aparece de longe, e vem correndo)

Júlio - Renato? Você está bem? Fale alguma coisa!

Renato - Ele existe, Júlio! O homem existe!

Júlio - Não me diga que se encontrou com ele?

Renato - Eu não sabia, eu não sabia que ele era real.

Júlio - Calma, Calma. Olha, vou te levar para o acampamento e vamos esperar elas acordarem.

(Renato se apoia em Júlio, e caminha em direção ao acampamento. Amanhece, e os cinco conversam)


Luísa - Então quer dizer que você viu o homem misterioso?

Renato - Claro que vi. Mas ele não vai querer voltar tão cedo, porque eu dei um chega pra lá nele.

Júlio - Conta a verdade, Renato…

Renato - Mas eu estou falando a verdade.

Júlio - Olha, vocês sabem que ele pediu algo a cada um de nós. Pois ele quer uma resposta até hoje a noite.

Cássia - Mas isso é um absurdo. Mas quem que faz uma piadinha dessas? Um absurdo.

Helena - Está mais que claro que essa mesma pessoa tem a ver com a nossa estadia aqui.

Renato - Finalmente essa menina disse algo útil. 

Júlio - O que precisamos é saber que atitude vamos tomar.

Luísa - Pelo que eu entendi, ele é responsável por estarmos aqui. Então ele também é capaz de nos tirar daqui.

Renato - Eu só sei que a única coisa que quero é sair daqui! Eu não aguento mais um segundo olhando pra esse lugar.

Cássia - Mas precisamos se calma, Renato.

Renato - Calma? Que calma? Você quer pedir calma pra mim, que estou com uma mega empresa lá no Rio precisando de mim? Eu sei que cada um aqui tem seus medos, mas dá pra perceber que o que tinha de dar errado já deu. Por mim eu me mandava logo.

Luísa - Eu sei que o jeito agora é esperar até a noite…

 

Cena 02: Casa de Cássia/Manhã. Rogério chega bêbado em casa.

Rogério - Mas é uma desgraça mesmo. Aquela vaca da Cassia não chegou ainda? Quem vai botar a minha comida? Cadê você, sua… sua… sua inútil! (Ele derruba objetos no chão). Quer saber? Fique aí! Fique aí onde você está! Eu não preciso de você, nunca precisei. Se você soubesse o quanto você não faz falta aqui, você não colocava mais os pés nessa casa! 


(Ele olha pra chave do carro em cima da mesa, e pega rapidamente, ele sai da casa. Abre o carro, liga, e começa a dirigir bêbado). A sequência mostra ele em uma BR dirigindo em alta velocidade.

Rogério - Bora ver quem precisa de mulher aqui pra nada. Por mim morre onde você estiver!!!


Uma carreta em alta velocidade vem na direção contrária. Um jogo de câmeras entre os dois veículos, cortando pra outro ambiente, mostrando os destroços do carro. Uma trilha tensa embala o acidente.




Cena 02: Apartamento de Túlia/Manhã. A cena inicia ao som de “My Love” - Little Texas, Túlia está sentada em sua poltrona conversando ao telefone e seu filho entra em seguida, ouvindo toda a conversa.


Túlia - Shirley, querida, vamos recapitular. Você vai chamar aqueles cantores, não é? Isso, a Zizi Possi e o Fagner? Perfeito. Ah, não esqueça do buffet. Você contrata daquele restaurante chiquissimo de São Paulo. (Daniel se aproxima ouvindo a conversa)

 Como não lembra? Daqueles dois cozinheiros lá que inaugurou recentemente. Isso, eles mesmo. Bom, acredito que agora só isso. Não esqueça de me mandar aquela lista, viu? Perfeito. Até mais, Shirley. 

Daniel - Com quem você estava falando, mãe?

Túlia - Oh, filho, eu não vi você chegando. Ah, eu esqueci de contar pra você, do jantar que eu vou dar aqui em casa.

Daniel - Jantar? Mas que jantar?

Túlia - Como que jantar? O jantar de apresentação da sua namorada, ora bolas.

Daniel - Mas que loucura de jantar é essa? De onde você tirou essa ideia?

Tulia - Como que loucura de jantar? Essa é a coisa mais normal a ser feita. Quando um rapaz se apaixona pela moça, ele apresenta a família. A questão é que você não é qualquer rapaz, é um rapaz da alta sociedade. Portanto é feito com jantar de apresentação.

Daniel - Pois pode ir tirando essa ideia da sua cabeça. Esqueça totalmente essa ideia absurda.

Túlia - Mas como ideia absurda? Você não ama essa moça?

Daniel - Amo, mas não quero fazê-la passar por esse papel ridículo.

Túlia - Ridículo? Mas eu chamei a nata da sociedade carioca. Ela vai se sentir prestigiada por ser apresentada dessa forma. Acredite em mim, meu filho, sua mãe sabe o que está fazendo. 

Daniel - Você sempre sabe o que está fazendo.

Túlia - Mas é claro! Sua mãe não nasceu ontem. Eu sei como fazer uma mulher ficar feliz. Além de que eu quero conhecer essa moça, e se eu bem conheço você, não será tão cedo que você vai trazer ela aqui. Eu só quero dar um pequeno empurrãozinho.

Daniel - Mas eu não pedi nada! Eu não queria festa, não queria jantar, não queria apresentação nenhuma. Eu já sabia que você aprontaria uma dessas.

Túlia - Olha aqui, Daniel. Eu sou a sua mãe e sei o que é melhor pra você. Tanto sei, que o que estou fazendo vai agradar ela sim. Chama ela, chama o pai e a mãe, a irmã se tiver. Eles virão, e você vai ver, vão amar. Vão se sentir bem recepcionados. Eu estou contratando uma amiga minha, já conhecida no ramo, ela vai transformar essa recepção em algo completamente discreto. Ah, e não será mais aqui, estou achando bem pequeno. Vou alugar um espaço bem grande!

Daniel - Até cantores você chamou

Túlia - Isso é só um detalhe. Vai, filho, vamos fazer essa recepção? Eu sei o que estou falando… você não lembra daquela recepção na Alemanha, que fizemos ano passado? Um escândalo!

Daniel - Olha, quer saber? Faça. Faça o que você quiser, agora me deixa em paz.

(Ele sai e bate a porta)

Túlia - Eu sabia que ele não ia rejeitar.


(Começa a tocar Give my Your Heart Tonight, com uma transição para a casa de Vinícius)


Cena 03: Casa de Vinícius/Tarde. A música segue tocando, enquanto Vinícius dorme no sofá. E seu celular toca desesperadamente. Ele acorda e atende.


Vinícius - Alô, quem fala?

Penélope - Sou eu, querido!

Vinícius - Celeste?

Penélope - Celeste?

Vinícius - Celeste, não é você?

Penélope - É a Penélope, palhaço!

Vinícius - Ah, Penélope, é você. Diga, o que você quer.

Penélope - Tem como você vir aqui rapidinho? Tenho uma surpresa pra te contar!

Vinícius - Olha, se for algum gasto, esqueça. 

Penélope - Gasto? Olha, venha aqui. Eu tenho certeza que você vai amar.

Vinícius - E porque você não vem aqui? A mesma distância daqui pra aí é a daí pra cá.

Penélope - Porque das últimas vezes que eu fui aí, só tive problemas. Você vai vir aqui sim!

Vinícius - Tá. Eu vou aí.

Penélope - Em quanto tempo?

Vinícius - Que horas são?

Penélope - Uma da tarde.

Vinícius - Entre Uma da Tarde e Uma da manhã eu apareço, tchau.

(Ele desliga o telefone)

Penélope - Peraí, Vinícius? Que conversa é essa? Vinícius. Ahhhhh, que ódio.


Cena 04: Casa de Ana/Tarde. Ana ouve a campainha tocar, e vai abrir. Um homem lhe dá uma notícia.

Ana - Já vai, já vai. Boa tarde.

Correspondente - Boa Tarde, a senhora é a dona Cássia?

Ana - Não, eu sou amiga dela. Ela não está na cidade esses dias.

Correspondente - Você conhece algum familiar do Luiz Rogério de Souza? 

Ana - Não, não conheço. O que aconteceu? Ele foi preso novamente?

Correspondente - É que ele sofreu um acidente na BR, e está entre a vida e a morte e precisamos de alguém que se responsabilize.

Ana - Acidente? Mas quando? 

Correspondente - Hoje pela manhã. Os testes deram que estava embriagado, em alta velocidade e ainda por cima na contra mão.

Ana - Meu Deus do Céu, só faltava isso acontecer. Eu vou lá no hospital, vamos ver como ficou essa situação. Ah, Cássia, que azar o seu…


Cena 05: Casa de Penélope/Noite. Ao som de Material Girl, Penélope está organizando tudo para receber Vinícius, que logo aparece.

Penélope - Que susto!

Vinícius - Olha, conta logo o que você quer, porque meu tempo está escasso.

Penélope - Que isso, Vinícius, é assim que você me trata?

Vinícius - Quem acorda os outros as 13h da tarde deveria ser tratada como?

Penélope - E você ainda chegou atrasado. São 19h. Deu tempo de dormir e acordar de novo umas três vezes.

Vinícius - Não é a mesma coisa. Diz aí, o que tem pra comer…

Penélope - Você não quer ouvir o que eu tenho pra dizer?

Vinícius - Ah, sim. Conte. Mas antes, barriga vazia é oficina do cão.

Penélope - Não é mente vazia?

Vinícius - Mas agora quem está vazia é a minha barriga. Esses dias que a Luísa está fora, comer quentinha está ficando difícil. Sabe o que eu almocei hoje? Dois pães com margarina. 

Penélope - Vinícius, você não quer ouvir primeiro o que eu tenho pra te dizer?

Vinícius - Pode ir contando.

Penélope - Bom, pra mim é uma grande surpresa, até porque eu não esperava. Mas eu fiquei feliz pela notícia, e tenho certeza que você vai ficar também…

Vinícius (desinteressado) - Tá bom, vai falando.

Penélope - Eu tenho certeza que tudo isso que está acontecendo, é uma benção pra minha vida, na verdade, pra nossa vida…

Vinícius - Conte

Penélope - Eu estou grávida! Nós vamos ter um filho!

(Vinícius cai pasmo no sofá)

Vinícius - Filho?

Penélope - Sim, filho! Não é bacana?

Vinícius - A Luísa vai me matar.

Penélope - O quê?

Vinícius - A Luísa vai me matar! Como você deixou isso acontecer? Hein? Como você deixou isso acontecer?

Penélope - Calma, não estou entendendo?

Vinícius - Você não tomou os remédios não? Não é possível. Filho, Penélope? Filho? Eu sou casado!

Penélope - Isso já não é problema meu.

Vinícius - A Luísa vai me fazer de saco de pancada, eu preciso fazer alguma coisa…

Penélope - Eu pensei que você fosse ficar feliz.

Vinícius - Feliz? Feliz com uma notícia horrível dessas? Você se vire pra cuidar desse estorvo, porque eu tô fora!

(Ele bate a porta, e ela se senta no sofá e chora. Uma trilha triste toca e embala o choro dela. Logo em seguida, toca “Sopra o Vento”, levando para cenas noturnas na Ilha).


Cena 06: Ilha/Noite. Os cinco estão reunidos na beira do mar, com uma fogueira.

Luísa - Já estou aqui tem meia hora e nada desse homem. 

Júlio - Vamos ter um pouco de paciência, que vai dar tudo certo. Com fé em Deus essa história acaba hoje.

Helena - Com fé em Deus mesmo. Porque eu não aguento mais ficar aqui um minuto.

Renato - Não era você que estava gostando daqui? Pensei que queria ficar mais tempo…

Helena - Engraçadinho.

Renato - Sabe, cada dia mais eu te acho mais parecida com a minha mulher. Fútil e abécula.

Helena - Só não te esculhambo, porque não entendi o que você quis dizer.

Renato - O que não é surpresa.

Luísa - Olha, se ele demorar mais cinco minutos…

Homem - Não precisa esperar mais, Luiza. Já estou aqui. Vamos por um ponto final nessa história?





Cássia - O que você quer? Diga?

Homem - Eu que pergunto. Já decidiram.

Júlio - Já, já decidimos.

Renato - Olha aqui. Já vamos agilizando aqui porque eu não tenho o tempo todo.

Homem - Calado aí, coroa. 

Renato - Coroa? Você me chamou de coroa?

Homem - Eu sei que vocês aceitaram o acordo. Que bom, vi que foi mais fácil do que eu imaginava.

Cássia - Agora fale, o que você quer de nós? O que você quer da gente?

Homem - Vocês vão me ver mais vezes, não se preocupe. Mas como promessa é dívida, vocês vão sair daqui. Até a próxima vez.

Helena - Esse homem é maluco?

Renato - Volte aqui, covarde. Nossa conversa não terminou!

Homem - Você quer levar outra surra, Renato? É isso?

Helena - Você apanhou dele? Que humilhação…

Renato - Ele está blefando.

Homem - Não, não, eu não estou blefando. E pra provar isso, o resgate de vocês está chegando. Até mais vez (ele some)

Luísa - E mais uma vez ele some. Da pra acreditar?

(Som de asas de helicóptero pode ser ouvido, que se aproxima.)

Renato - Gente, o resgate ali!

Júlio - Meu Deus, finalmente!

Cássia - Graças a Deus! Finalmente vou voltar pra minha vida.

(O close nos cinco olhando para o alto, sorrindo e vendo o helicóptero)


Cena 07: Casa de Júlio/Noite.

Laura - Gabi! Gabi você não sabe da maior!

Gabi - O que? Conta!

Laura - O tio, já foi encontrado! O delegado ligou pra mim pra informar que os policiais encontraram ele!

Gabi - Meu Deus, finalmente! Finalmente esse inferno vai acabar. 

Laura - Eu vou lá na delegacia para poder encontrá-los. Já estão a caminho. Você vai?

Gabi - Não, não vou. Eu preciso estudar.

Laura - Tudo bem. Vou agorinha e já volto.

(Laura sai pela porta. Gabi pega seu caderno e coloca na mesa e a campainha tocar).

Gabi - Quer ver que ela esqueceu alguma coisa? Já vai…

(Ela abre a porta)

Gabi - Você aqui?

Victor - Eu queria muito te ver. É possível?

(Close em Gabi nervosa)


Cena 08: Pista de pouso/Noite.

O Helicóptero desce lentamente na pista de pouso ao som do refrão da música “Nem Luxo, nem Lixo”. Os personagens descem do helicóptero comemorando.

Renato - Finalmente! Civilização! Gente! Ar poluído! Essa é a minha vida.

Luísa - Finalmente voltamos a vida normal.

Júlio - Sabia que voltaríamos pra casa.

Helena - Amém! Normalidade de novo.

Cássia - E Tudo voltou ao que era antes.


Close nos cinco, e encerramento ao som da música de abertura.


















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