Paraíso Virtuoso - Capítulo 27 (07/01/2025)


PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 27 (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 

CENA 01: RESTAURANTE/INT./DIA

O instrumental “Vendetta - Felipe Alexandre” dá som a cena.

SILVINHA (atônita): Não… não pode ser verdade uma coisa dessas. Eu, irmã da Doralice? (lacrimejando) E a senhora escondeu isso de mim esse tempo todo por que, hein? Eu sofri a minha vida inteira sentindo a falta de uma figura paterna na minha vida, mãe. 

MARLUCE: Desculpa, minha filha. Eu errei, errei feio em ter escondido essa história. Mas, Silvinha, mesmo se eu tivesse te contado, não iria adiantar de nada. Martinho já era casado com outra mulher e teve outros três filhos com ela. E outra, quando ele me abandonou, eu descobri a gravidez dias depois, e ele já tinha sumido, evaporado. O único homem que eu tive na vida, o único que eu amei de verdade, foi o Martinho.

SILVINHA: E agora? Como eu vou olhar na cara da ricaça sabendo que ela é minha irmã?

MARLUCE: Se ocê quiser, eu vou com ocê até ela e a gente conta tudo. Aí depois fazemos o exame de DNA, e tudo certo. 

SILVINHA: Eu fiz uma coisa muito feia com a Doralice, mãe. E se ela simplesmente me negar como irmã?

MARLUCE: Cê aprontou o que com ela?

SILVINHA: Ah, mãe… é uma longa história. Enfim, por ordens da Natália, eu acabei aceitando armar pra Doralice terminar o namoro com o Álvaro. Natália colocou um remedinho na comida e fez ele apagar. Depois, levamos ele pra cama e eu me deitei ao lado dele, seminua. Enfim, a Doralice flagrou a gente. Mas, graças a Deus, eu como uma boa samaritana, contei tudo pra Doralice e agora eles estão fingindo que o plano de Natália deu certo.

MARLUCE: Silvinha, Silvinha… ocê para de se meter nessas roubadas, minha filha. Não foi isso que eu te ensinei.

SILVINHA: O pior eu nem te conto. Eu descobri um segredinho maquiavélico da Natália, e agora, ela tá nas minhas mãos. Por isso eu fui morar lá na fazenda, pra infernizar a vida dela. Agora que eu sei que sou irmã da Doralice, mãe, enquanto eu não enlouquecer aquela vagabunda da Natália, enquanto ela não parar num hospício, eu não saio daquela casa. 

CENA 02: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./DIA

Natália está preparando o café da tarde, enquanto Álvaro entra pela cozinha.

ÁLVARO (surpreso): Ocê passando café, Natália? Vai chover.

NATÁLIA: Ah, só ficou eu de mulher nessa casa, não tenho outra opção. Doralice me disse que vocês terminaram, é verdade?

ÁLVARO: É… Natália, eu fiquei sem entender como aquela mulher conseguiu entrar aqui e se deitar comigo na cama. E outra, foi só eu almoçar e me bateu um sono. 

NATÁLIA (mentindo): Álvaro, eu quero que você saiba que eu não tenho nada a ver com essa história, tá? Silvinha é uma grande amiga minha e veio ficar uns dias aqui em casa, mas é por pouco tempo. Eu já conversei com ela e já a repreendi, ela disse que isso nunca mais vai acontecer.

ÁLVARO: Peraí, morar? Essa mulher veio morar aqui?

NATÁLIA: Ué, Álvaro, ela veio porque eu achei que você fosse morar com a Doralice. Não tem como ficar morando aqui só eu e seu pai, né? Imagina o clima estranho.

ÁLVARO: E cadê ela? 

NATÁLIA: Nem sei, ela foi na cidade, disse que iria demorar. Aproveitei e fiz esse cafezinho pra ela. 

ÁLVARO (se fazendo de bobo): Eu preciso entender o porquê dela ter feito isso comigo.(Pausa) Bom, vou dar uma passeada pela fazenda, volto só à tarde.

Álvaro se retira e Natália fica na cozinha, continuando a preparar o café da tarde. Minutos depois, Silvinha chega. Natália revira os olhos. O instrumental “Gara - Felipe Alexandre” entra em cena.

SILVINHA: Preparou o meu cafezinho, querida? 

NATÁLIA: Tava demorando… se um acidente tivesse acontecido com você no caminho, eu não iria reclamar.

SILVINHA (se aproximando, séria): Cê tá muito rebeldinha pra quem tá com o rabo preso e com o cu na mão com medo de ser descoberta, cê não acha? Olha aqui, Natália, eu posso ir até a delegacia a hora que eu quiser e contar tudo pro delegado que ocê foi a mandante da morte do André, queridinha. Então abaixa a tua bola. (Pausa) Cadê o café? 

Silvinha se senta à mesa, encarando Natália, enquanto a vilã serve o café numa xícara pra ela. Silvinha pega a xícara e leva até a boca. Ao beber o café, ela cospe o líquido sobre a mesa e se levanta.

SILVINHA (gritando): Mas isso aqui tá horrível! Cê não presta pra fazer nem um café? Será que eu vou ter que te ensinar, sua ameba?! 

Nesse instante, Silvinha, para provocar a fúria de Natália, joga a xícara no chão, que acaba quebrando e espalhando café pelo piso da cozinha. Natália ergue a mão pra dar um tapa na cara de Silvinha, mas a filha de Marluce é esperta e segura  firme o braço da vilã.

SILVINHA: EU VOU TER QUE REPETIR QUANTAS VEZES PRA VOCÊ PARAR COM ESSA REBELDIA, SUA VAGABUNDA? LIMPA O CHÃO AGORA! LIMPA QUE EU TÔ MANDANDO. Vai lá, pega os itens de limpeza e limpa essa sujeira. VAI AGORA, TÁ ESPERANDO O QUE? 

Enraivada, Natália vai sem falar uma palavra, mas, cheia de ódio por dentro, quase explodindo. Ela pega os objetos de limpeza e se aproxima de Silvinha.

SILVINHA (firme, alterada): AGORA AJOELHA E LIMPA ESSE CHÃO! ANDA LOGO, ANTES QUE EU VÁ ATÉ A DELEGACIA E CONTO TUDO, SUA MEDÍOCRE! 

Natália ajoelha e faz o que Silvinha pede. 

SILVINHA: Isso! Mas vai ter que aprender muito ainda.

Anoitece.

CENA 03: RUA/NOITE

Marcela se encontra no exterior da casa que Doralice alugou para ela morar, esperando por alguém. Segundos depois, um carro estaciona e ela entra no veículo. No interior do carro, revelamos ser Vicente o motorista. Eles se cumprimentam um ao outro.

VICENTE: E aí, pensou bem naquela conversa que a gente teve?

MARCELA: Pensei. Eu vou aceitar o dinheiro que você me ofereceu e sumir dessa cidade. Acho que essa grana vai me ajudar bastante a reformar a lanchonete e dar uma vida melhor pra minha família. Tudo o que eu mais quero agora é ficar longe de problemas.

VICENTE: Ótimo. Bom, eu deixei a grana na minha casa, só que fica um pouco longe daqui . Ocê se importa? Eu prometo que lhe trago de volta depois.

MARCELA: Por mim, tudo bem.

Vicente liga o carro novamente e parte dali.

CENA 04: MATAGAL/NOITE.

A cena mostra o carro de Vicente passando por uma estrada de terra. O instrumental “Irene Incendiária - Reno Duarte, Pedro Guedes” entra em cena.

MARCELA: Cê me disse que era longe, mas não achei que fosse tanto. Já faz uma hora que a gente tá viajando, e nunca chega.

VICENTE: Tá chegando, é só ter calma.

Marcela se sente um pouco desconfortável. No próximo take, Vicente estaciona o carro numa estrada deserta, cercada por uma mata densa, e olha Marcela com um olhar frio.

VICENTE: É aqui. 

MARCELA (percebendo algo errado): Pera aí, cê tem certeza, Vicente? Aqui só tem mato. Só tem árvores aqui, não tô vendo fazenda nenhuma.

Nesse instante, Vicente retira um revólver de sua cintura, enquanto Marcela observa a cena e começa a se apavorar.

MARCELA: Vicente, o que é isso? Vai fazer o que com essa arma? 

VICENTE: É isso que acontece quando alguém mexe com quem tá quieto. Ocê devia era ter ficado no esgoto de onde ocê saiu, menina. Desce do carro agora! Desce que eu não vou sujar o meu carro de sangue. 

Focamos em Marcela, que está desesperada, suando frio e tremendo, intercalando com Vicente, que a olha friamente e apontando o revólver para a moça.

CONGELAMENTO EM VICENTE.

A novela encerra seu 27° capítulo ao som do instrumental “Irene Incendiária - Reno Duarte, Pedro Guedes”.













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