Paraíso Virtuoso - Capítulo 30 (13/01/2025)


PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 30 (ÚLTIMA SEMANA)
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 

CENA 01: MANSÃO/INT./NOITE

O instrumental “O Pesadelo de Ana J” entra em cena. 

VICENTE: Eu ainda não entendi esse acordo de paz que ocê quer propôr, Doralice. Tava tão determinada a acabar com a minha raça, e agora vai arregar?

DORALICE (manipulando): Vicente… eu andei pensando muito sobre essa vingança e, eu acho que, isso não vai me levar a lugar nenhum. Meus pais e meus irmãos não vão mais voltar. O que resta agora é entender melhor essa história e tentar entender o teu lado.

VICENTE: Não sei se acredito nesse seu teatro…

DORALICE: Teatro? Vicente, eu te chamei até a minha casa pra gente colocar um ponto final nessa história pra você achar que eu tô mentindo? 

VICENTE (enquanto come o pedaço de bolo): Até que ocê caprichou nesse bolo, hein? Só espero que não tenha veneno nele.

DORALICE: Vicente, por favor, para de tentar fugir do assunto e me diz logo o porquê, o motivo de você ter feito toda aquela barbaridade comigo e com a minha família.

VICENTE (enquanto mastiga): Cê quer saber memo? (Pausa) Olha, Doralice, eu não vou mentir pra ocê. Desde que ocê chegou aqui na fazenda, eu te achei linda, me encantei pelo seu olhar a primeira vista. Quando ocê e o meu filho assumiram aquele maldito namoro, aquilo pra mim foi o fim. 

DORALICE: Quer dizer que… você era apaixonado por mim, é isso? Vicente, eu tenho idade pra ser sua filha. 

VICENTE: É, mas eu não pude controlar os meus sentimentos. Enfim, eu também sempre quis ter aquelas terra que era de seu pai. Sempre cobicei tudo. Do maquinário até as plantações.

DORALICE (tentando se conter): Então realmente você tinha inveja do meu pai, é isso? Você queria ter tudo o que era dele.

VICENTE: É. É isso. Daí foi juntando tudo isso e eu acabei cometendo essa loucura. Eu meio que obriguei o Jerônimo a me ajudar. E sabe o que é mais engraçado disso tudo? É que eu não me arrependo. É, eu não sinto nenhum remorso por tudo isso.

DORALICE: Monstro… fala agora que você abusou de mim, fala!

VICENTE: Eu vi que nunca teria chances com ocê, resolvi partir pra violência.

Enquanto isso, os policiais, que estão escondidos, vêem toda a cena e olham para o delegado.

VICENTE: Pronto. Ocê queria uma explicação, Doralice. Tá aí! Que bolo bom esse, hein? De que sabor que é? 

DORALICE (furiosa, enquanto se levanta): Eu achei umas baratas mortas no celeiro, e misturei com a massa. Ah, e também tem esterco de galinha, vaca e porco aí também. Ah, e como esquecer da lama que a chuva molhou? 

VICENTE (fazendo cara de nojo, quase vomitando): SUA VAGABUNDA! EU VOU ACABAR COM A TUA RAÇA, MENINA! 

Nesse instante, ele parte pra cima da mocinha e ergue a mão para lhe dar um tapa no rosto. Mas é impedido pelos policiais, que imediatamente descem até o andar de baixo. O instrumental “Vienna - Alexandre de Faria” entra em cena.

VICENTE (olhando ao redor): Que isso? Que palhaçada é essa? 

DELEGADO (se aproxima): O senhor tá preso, seu Vicente González! O senhor cavou a própria cova, parabéns! 

DORALICE: Acabou, Vicente. Agora você vai apodrecer na cadeia.

VICENTE: Então era tudo um plano? Seus desgraçados! Até ocê, Álvaro? Até ocê tava metido nessa história?

ÁLVARO: Acabou meu pai. Acabou. 

Os policiais se aproximam do vilão e o algemam. Vicente olha para Doralice, com ódio e fúria em seu olhar.

VICENTE: Sua desgraçada! Maldita! Eu vou fazer com ocê o mesmo que eu fiz com tua família!

DORALICE: VOCÊ NÃO VAI FAZER NADA, SEU MERDA! 

Nesse instante, Doralice se aproxima do vilão e lhe dá vários tapas no rosto, um seguido do outro. No fim, ela cospe em seu rosto. Segundos depois, Vicente é levado pelos policiais. No próximo take, ele é colocado na viatura e Doralice olha de longe, com um sorriso no rosto, emocionada. O instrumental “Fadado - Victor Pozas, Rafael Langoni, Rafael Luperi” entra em cena.

DORALICE: Finalmente! Finalmente esse monstro vai ter o fim que merece. 

Focamos no rosto dela por vários segundos. A cena escurece. 

Semanas se passam e mostramos imagens da região ao som de “Dezembros - Fagner, Zeca Baleiro”.

CENA 02: BORDEL/INT./DIA

A cena mostra Doralice entrando no estabelecimento e indo até uma moça que trabalha no local, procurando por Ofélia. No próximo take, ela bate na porta da cafetina, que abre e se surpreende. 

OFÉLIA: Que surpresa boa! Vem, vamos entrar. (Pausa) Ocê não brinca em serviço mesmo, hein, mulher? Fiquei sabendo que o descarado do Vicente já tá atrás das grades. 

DORALICE: Sim, finalmente eu consegui colocar ele lá. Agora eu não vejo a hora de transferirem ele pro presídio.

OFÉLIA: É, mas pra isso, cê vai ter que aguardar o julgamento, né? Mas eu acho que não demora muito. Olha, se precisar de mim, pode contar comigo, viu?

DORALICE: Claro. Bom, mas eu não vim até aqui pra falar daquele monstro.

OFÉLIA: Posso te ajudar em alguma coisa?

DORALICE: Pode. Eu vim até aqui, Ofélia, pra falar sobre a Natália.

O instrumental “Oud Oud - Pedro Guedes, Rafael Langoni” entra em cena. O semblante simpático de Ofélia se fecha no mesmo instante.

OFÉLIA: Da Natália? O que que tem ela?

DORALICE: Ofélia, eu não sei se você sabe, mas a Natália me fez muito mal desde que voltei pra essa cidade. E eu já sei que foi ela quem matou o meu marido.

OFÉLIA: Então foi ela mesmo?

DORALICE: Sim, eu já até conversei com a pessoa que ela mandou cortar os freios do carro, e ele me confirmou.

OFÉLIA: Mas que desgraçada! E porque ocê não coloca essa mulher na cadeia o mais rápido possível, Doralice?

DORALICE: Porque eu preciso saber de um assunto antes. (Pausa) Ofélia… eu suponho que o André tenha descoberto algum segredo da Natália e foi chantageá-la. Eu acredito que esse tenha sido o motivo do assassinato. (Pausa) E eu sei muito bem que você sabe desse tal segredo dela. Ofélia, por favor, eu preciso saber o que essa desgraçada esconde. Pra ela sair matando os outros assim, deve ser algo muito grave.

Ofélia se levanta, pensando se vai contar, ou não. 

OFÉLIA: Eu não sei se devo…

DORALICE: Por favor, Ofélia. Por tudo que é mais sagrado. Pelo André, eu preciso saber dessa história.

OFÉLIA: Doralice… eu nem sei por onde começar. (Pausa) A Natália fez uma coisa muito horrível no passado. Uma coisa abominável, que só alguém de coração muito ruim seria capaz de fazer.

DORALICE: O que é então? 

OFÉLIA: No passado, Natália foi uma das nossas.

DORALICE: Como é que é? A Natália já trabalhou nesse bordel algum dia?

OFÉLIA: Já. Mas esse nem é o maior problema. (Pausa) Ela sempre teve mania de grandeza, ambição… sempre queria ser melhor que todo mundo. Foi aí que ela se aproximou da família do Álvaro e começou a ter um caso com o Vicente.

DORALICE (perplexa): O que? 

OFÉLIA: É. Ela se aproximou do Vicente e, ele como queria que o filho te esquecesse de vez, empurrou a Natália pra ele. E se ocê acha que não tem como piorar… Antes da Natália se aproximar do Álvaro, ela engravidou do Vicente, e… (começa a chorar) Ela abortou. O bebê já tinha seis meses, e ela foi capaz de cometer essa crueldade. O pior é que não teve motivo nenhum pra ela fazer isso… Ela só cometeu essa crueldade porque não queria ter um “fardo” pra atrapalhar os planos dela.

DORALICE: Meu Deus… quanta crueldade. Ela fez tudo isso sem remorso algum?

OFÉLIA: Sem nenhum remorso. Natália não tem sentimentos por ninguém, Doralice. Ela é capaz de fazer tudo, seja lá o que for, pra se dar bem. Eu, infelizmente, não pude fazer nada pra impedir ela na época. Ela achou uma clínica clandestina na capital e foi. Me sinto culpada até hoje. 

DORALICE: Essa mulher tem que ir pra cadeia o mais rápido possível.

CENA 03: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./DIA

Natália está na sala, sentada no sofá, enquanto lê um livro. Segundos depois, Álvaro entra no local. O instrumental “Irene Incendiária - Reno Duarte, Pedro Guedes” entra em cena.

NATÁLIA (focada em seu livro): Álvaro? Achei que fosse ficar naquele celeiro pra sempre. Tem comida na cozinha, tá? Se quiser, é só esquentar. 

Natália olha para Álvaro e nota que ele está com o semblante sério.

NATÁLIA: Que cara é essa? Parece que viu uma assombração.

ÁLVARO (sério): Tô vendo mesmo. Tô vendo e ela tá na minha frente agora.

NATÁLIA: Isso é jeito de me tratar? Eu hein, não tenho culpa pelos erros do seu pai, não. 

ÁLVARO: Como pode? Como pode eu ter ficado casado com um monstro feito você esses anos todos? 

NATÁLIA: Ih! Deu pra se revoltar contra mim agora, foi? 

ÁLVARO: Eu tenho jogo de você, Natália! EU TENHO NOJO DE VOCÊ! COMO QUE OCÊ PÔDE TER FEITO ISSO TUDO SEM REMORSO ALGUM PRA PASSAR POR CIMA DE TODOS?

NATÁLIA: Não tô entendendo, Álvaro.

ÁLVARO: VOCÊ TEVE UM CASO COM O MEU PAI! VOCÊ TEVE UM CASO COM ELE, E O PIOR: VOCÊ ENGRAVIDOU DO MEU PAI E ABORTOU. (começa a chorar de raiva) Que tipo de gente ocê é?

NATÁLIA: Álvaro… calma… quem te contou isso? Isso é mentira, estão inventando tudo isso pra você se revoltar contra mim. Aposto que foi aquela maldita da Doralice. Não foi? 

ÁLVARO: PARA! CHEGA! EU NÃO QUERO MAIS TE VER NA MINHA FRENTE, SUA VAGABUNDA. PEGA AS SUAS COISAS E SAI DAQUI AGORA! 

NATÁLIA: Não! Isso é mentira! Não faz isso comigo, por favor…

ÁLVARO: Como que vocês tiveram coragem? Nosso casamento foi um plano do meu pai pra eu esquecer a Doralice de vez. E pior, você sabia disso. Sabia disso e fez tudo o que fez pra me manipular, pra se casar comigo sem que eu soubesse de nada. Sai daqui! Sai daqui agora! 

NATÁLIA: Quer saber? Eu fiz mesmo. Fiz tudo isso mesmo, e olha, que arrependimento.

ÁLVARO: Que bom que ocê se arrepende, mas vai se arrepender fora daqui!

NATÁLIA: Arrependimento de ter me casado com você. Você é um frouxo, um banana. Não sabe nem satisfazer uma mulher. Sabe? Ainda bem que eu vou me divorciar de você, Álvaro. Você e aquela maldita se merecem.

ÁLVARO: SOME DA MINHA FRENTE!

Furiosa, Natália sobe as escadas e vai até seu quarto. No próximo take, ela desce novamente, com duas malas em mãos. Ao sair, ela cospe no chão da sala, e fecha a porta. Álvaro está no sofá, desolado.

Semanas se passam
> Vicente confessa ter assassinado Marcela. 
> Carmem visita o ex-marido e o humilha.
> Morgana faz o mesmo.
> Natália compra uma arma.
> Doralice prepara uma festa para comemorar seu aniversário.

CENA 04: MANSÃO/DIA

Chega o dia. A mansão já está toda decorada com balões e várias mesas espalhadas pelo jardim. Doralice está na expectativa para a chegada dos convidados.

DORALICE: Nem acredito. Depois de dezesseis anos, finalmente eu vou fazer uma festa de aniversário novamente.

ÁLVARO: Ocê merece, meu amor. Ocê merece tudo de bom nesse mundo.

No próximo take, a câmera se aproxima do celeiro. No interior do local, está Natália. Ela está escondida e olha para o revólver que comprou, aparentemente, quase surtando. O instrumental “Gara - Eduardo Queiroz” entra em cena.

NATÁLIA (enquanto olha para o revólver): Minha amiguinha…. Cê vai me ajudar bastante essa noite. Doralice e Álvaro que me aguardem.

CONGELAMENTO EM NATÁLIA.

A novela encerra seu 30° capítulo ao som de “The Door - Teddy Swins”.

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