20/06/2025

Let's Dance! - Capitulo 10

 

 LET'S DANCE! - CAPÍTULO 10

criada e escrita por Sinceridade

CENA 01: MANSÃO FIGUEIRA/INT./NOITE 

Após o jantar, Isabel entra em seu quarto, acompanhada de Leandro.

ISABEL: É impressão minha, ou você e a morta de fome estavam trocando olhares na mesa?

LEANDRO (arregala os olhos): O quê? Ficou maluca, meu amor? De onde você tirou isso?

ISABEL: Leandro… eu não sou boba. Você acha que eu não percebi aquele seu jeitinho todo gentil, puxando papo com ela? Ah, me poupe!

LEANDRO: Pelo amor de Deus, Isabel! Você tá vendo coisa onde não tem. Isso é paranóia sua!

ISABEL: Paranóia? Meu bem, eu sei muito bem do que aquela maldita é capaz. Chegou aqui de mansinho, conquistou a confiança de meu pai… e não duvido nada tentar tirar você de mim!

LEANDRO: Quanta besteira! E se você quer saber, quem tá tornando tudo insuportável aqui é você! Você e essa sua mania de tratar os outros feito lixo! Não acha que já passou dos limites essa sua implicância com a Cecília?

ISABEL: Ah, não começa! Não começa, Leandro! Você sempre me defendeu, sempre ficou do meu lado… e agora tá fazendo o que? Passando pano pra aquela morta de fome?!

LEANDRO: Eu não tô passando pano pra ninguém! Eu só não concordo com essa guerra que você criou na sua cabeça! (Pausa) Você sabe que eu te amo, não sabe? O casamento é logo, logo e eu não quero que a nossa relação comece a criar buracos.

ISABEL (revira os olhos, cruza os braços): É... mas quem tá criando buraco aqui é essa intrusa! E quer saber? Eu odeio essa menina! Eu odeio que ela esteja na minha casa, se metendo na minha vida, querendo bancar a boazinha e trocando olhares com o meu noivo!

LEANDRO (respira fundo, tentando manter a calma, mas já com o tom mais firme): Isabel, olha pra você! Tá se deixando dominar por essa amargura, por esse ciúme bobo, infantil... Isso não te faz bem. E sabe o que é patético? Você achar que qualquer mulher que respira perto de mim quer me roubar de você! (se aproxima do pescoço dela) Você sabe... que eu sou só seu, meu amor. Sabe muito bem.

ISABEL: Então me prova.

Leandro agarra Isabel pela cintura, e a beija intensamente. As mãos dele deslizam pelas costas dela, puxando a blusa. Ela arranha as costas dele, joga ele na cama, e sobe em cima, arrancando a camisa dele com pressa. A cena escurece.

O sol nasce no Rio de Janeiro ao som de “He’s The Greatest Dancer - Sister Sledge”. 

CENA 02: MANSÃO FIGUEIRA/INT./MANHà

Isabel, Tércio, Leila e Nina tomam café à mesa. Tércio lê um jornal, Leila toma seu café, e Isabel folheia uma revista de fofocas da época. Nina come em silêncio, observando o ambiente. De repente, Cecília desce a escada, radiante, sorridente e muito bem arrumada para o seu primeiro dia na Idearium. 

CECÍLIA (animada): Bom dia! Que manhã maravilhosa, não é?

TÉRCIO: Bom dia, filha. Sente-se pra tomar café com a gente. (Pausa) E aí, animada pro seu primeiro dia na Idearium?

Neste momento, Isabel se atenta e baixa a revista imediatamente.

CECÍLIA: Eu não vejo a hora! Esperava tanto por um emprego… 

ISABEL: Como é que é? (olhando para Tércio) O senhor vai levar a Cecília pra trabalhar na agência? Mas isso é a gota d'água mesmo! 

TÉRCIO: Isabel, por favor… não vai começar logo cedo.

ISABEL (provocando): Você tem alguma qualificação pra trabalhar na Idearium, Cecília? Ah, não deve ter, né… já que passou a vida toda naquele bairro chinfrim e sem tantas oportunidades…

CECÍLIA (respira fundo, tentando não perder a paciência): Olha, Isabel… eu posso até ter crescido num “bairro chinfrim e sem tantas oportunidades”, mas isso nunca me impediu de correr atrás do que eu quero. E é exatamente isso que eu tô fazendo.

ISABEL (ri, debochada): Nossa, que discurso emocionante! Me poupe, Cecília. Você não faz a menor ideia do que é trabalhar numa empresa como a Idearium. Aquilo não é lugar pra quem tá acostumada a limpar a própria casa e bater perna de ônibus. É outro nível, querida. Outro patamar.

CECÍLIA: E você entende tanto de trabalho assim, Isabel? Porque, até onde eu sei, nunca precisou suar pra conseguir nada. Sempre viveu pendurada no seu sobrenome e na boa vontade dos outros. Nunca se importou com a Idearium.

ISABEL: Escuta aqui, sua… Você não tem o menor direito de falar assim comigo! E eu não vou admitir você querendo se enfiar onde não foi chamada!

NINA (intervém): Acho que já deu, né, meninas? Já tá muito bom por hoje. 

Enquanto a discussão rola, Leila se mantém em silêncio, apenas observando tudo.

TÉRCIO: Isabel, se a Cecília quer trabalhar, ela tem todo o direito. A função dela na empresa é bem simples, não exige formação nenhuma.

ISABEL (rindo, debochada): Até porque ela não tem, né?

TÉRCIO (se levanta): Bem, vamos encerrar essa conversa por aqui. Cecília, pegue suas coisas. Já tá na hora.

Tércio se retira da mesa e segue em direção à porta. Cecília o acompanha com postura firme. 

ISABEL: Meu pai vai se arrepender, e muito, de tratar essa morta de fome como se fosse uma princesa.

NINA: Eu gostei da Cecília, achei ela uma pessoa tão doce… Não entendo essa sua implicância com ela, Isabel.

ISABEL: Sabe que, às vezes, nem eu entendo? (pausa) E você, mamãe, ficou em silêncio a manhã toda. Aconteceu alguma coisa?

LEILA: Não… não aconteceu nada, filha. (levanta-se, apressada) Bom, eu preciso sair pra resolver umas coisas.

ISABEL: Se quiser, posso ir com você. Tô precisando tanto ir ao shopping e renovar meu guarda-roupa!

LEILA (seca): Não precisa! Eu volto num instante.

Leila sai apressada e segue direto em direção à porta. Isabel e Nina permanecem sentadas à mesa, olhando a saída da vilã. Nina fica desconfiada e Isabel estranha o comportamento da mãe.

 UMA HORA DEPOIS…

CENA 03: PRESÍDIO/DIA

INSTRUMENTAL: DENSIDADE NOTURNA - SACHA AMBACK 

Mostramos o presídio visto de cima. Vemos os detentos no pátio, alguns jogam dominó, outros caminham, outros simplesmente tomam sol encostados nas paredes. O clima, carregado no local. Na entrada, um carro para e dele desce Leila, elegante, discreta, segurando uma bolsa e usando óculos escuros. Ela caminha decidida e vai em direção ao pátio, onde está Elias, o homem que matou Élcio no passado, a mando da vilã.

 ELIAS (irônico, cruzando os braços): Olha só… se não é a dona Leila Figueira, vindo mais uma vez visitar o pobre coitado que carrega seus segredos nas costas por mais de vinte anos.

LEILA: Você sabe que eu não esqueço de você, Elias. Nunca esqueci. E você também sabe que eu tô fazendo de tudo pra tirar você daqui. 

ELIAS (ri): Fazendo de tudo… desde quando? Você fala isso desde aquele maldito dia em que me pediu pra acabar com a vida daquele rapaz… Às vezes eu penso em te entregar, sabia?

LEILA: Não ouse! 

ELIAS: A minha vida já era uma merda, eu estava sendo acusado de um roubo bobo, coisa que em dez anos, eu sairia desse inferno. Mas aí, veio você, pedindo que eu matasse o coitado do homem e até hoje… eu não consegui a minha liberdade. Mas ainda bem que a minha pena máxima está próxima.

LEILA: Olha, eu sinto muito que não consegui te tirar daqui até hoje, mas é que, é tudo tão complicado… os advogados de hoje em dia não querem mais trabalhar.

ELIAS (debocha): Conta outra! 

LEILA: Você precisa confiar em mim, Elias. 

ELIAS: Eu confiava em você, Leila. Lá atrás. Hoje… Hoje eu só vejo uma mulher cheia de promessas vazias. Você não vai me tirar daqui. E quer saber? Talvez seja melhor você se cuidar… porque eu tô cansado. Cansado de ser passado pra trás.

LEILA: Não fala bobagem. Você sabe muito bem que se abrir essa boca, quem perde é você mesmo.

ELIAS: Vai embora, Leila. Vai embora, antes que eu decida te entregar aqui mesmo. Vai embora! 

Leila encara Elias por alguns segundos e, sem dizer uma palavra, vai embora. O detento a observa se afastar, com uma expressão carregada de ódio.

HORAS DEPOIS…

Ao som de “Coisinha do Pai - Beth Carvalho”, O sol se põe no horizonte. As luzes da cidade começam a acender. Vemos ônibus lotados, trabalhadores descendo dos coletivos, gente apressada voltando pra casa, bares começando a encher… Cortamos para o exterior da mansão figueira, destacando a grandeza do local.

CENA 04: MANSÃO FIGUEIRA/INT./COMEÇO DE NOITE

A cena mostra Isabel deitada em sua cama, folheando uma revista, entediada. 

ISABEL: Quanta coisa repetida… já li essas notícias umas cinco vezes só esse mês. Quanta falta de criatividade! 

Ela folheia, folheia e, de repente, joga a revista na cama, bufando de tédio.

ISABEL: Nada pra fazer... (pensativa, dá um sorriso maldoso) Hum... Uma vasculhada no quarto da bastarda não vai fazer mal... Já que ela não tá em casa mesmo…

INSTRUMENTAL: TENSÃO PSYCHO - SACHA AMBACK 

Isabel se levanta, e segue sorrateira em direção ao quarto de Cecília. A porta se abre devagar. Isabel entra com cuidado, olha tudo com desdém, e começa a mexer nas coisas. Abre a cômoda, vasculha gavetas, puxa cabides do guarda-roupa, ri das roupas simples de Cecília.

ISABEL (rindo, debochada): Ai, que horror... Parece roupa de brechó de quinta categoria. Essa maltrapilha não tem um pingo de bom gosto.

De repente, ela encontra uma foto de Margarida sobre a cômoda e observa.

ISABEL (encarando a foto, debochada): Então era essa... A mãe da bastarda? (faz uma cara de nojo) Ai, francamente... Onde meu pai tava com a cabeça? 

Agindo por impulso, ela começa a rasgar a foto, pedaço por pedaço, com prazer. Nesse exato momento, a porta se abre com força. Cecília entra e dá de cara com Isabel destruindo a foto.

CECÍLIA: O que é isso? O que você tá fazendo no meu quarto? Tá mexendo nas minhas coisas por que?

Isabel gela.

CECÍLIA (se aproxima): A foto… a foto da minha mãe… você rasgou. Não é possível! Como você teve a coragem?

ISABEL (gaguejando): E-eu… eu só…

CECÍLIA (com os olhos cheio de lágrimas, com raiva): Eu cansei, Isabel! Cansei de ser humilhada, rebaixada e ofendida por você. Mas agora chega! Eu não vou mais tolerar esse tipo de coisa! 

Cecília avança e desfere um tapa estalado no rosto de Isabel. Antes que ela possa reagir, a mocinha dá o segundo tapa, fazendo a noiva de Leandro segurar o rosto, incrédula. As duas se encaram, ambas com ódio no olhar.

CONGELAMENTO EM ISABEL.

A novela encerra seu 10° capítulo ao som do instrumental "Tensão Psycho - Sacha Amback".


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