05/07/2025

Let's Dance! - Capítulo 20

 

 LET'S DANCE! - CAPÍTULO 20

criada e escrita por SINCERIDADE


CENA 01: RUA/NOITE

A cena mostra um fluxo movimentado pelas ruas do Rio de Janeiro. Entre os carros, a câmera acompanha o carro da mansão, que atravessa as avenidas da cidade em uma velocidade normal. Dentro dele, a câmera se volta para Cecília, que está no banco de trás. Ela tem flashbacks de tudo o que aconteceu e chora. De repente, Chico, o motorista, atento ao volante, percebe algo estranho. Ele pisa no freio constantemente e se dá conta que não está funcionando. Cecília percebe sua tensão.

INSTRUMENTAL: HANS DRONE - IURI CUNHA 

CECÍLIA: Tá acontecendo alguma coisa?

CHICO (olhando pelo retrovisor, tentando manter a calma): Dona Cecília… por favor, coloque o cinto. Agora.

CECÍLIA (assustada, enxugando o rosto): O que foi? O que tá acontecendo?

O carro começa a deslizar sem controle descida abaixo. Chico tenta manter a direção firme, desviando de veículos que buzinam e freiam bruscamente ao redor. Cecília fecha os olhos e começa a rezar.
O carro faz uma curva brusca para evitar uma colisão e se inclina perigosamente para o lado. O motorista gira o volante com força. O carro se desvia de um ônibus que cruza a avenida e quase colide com um poste. Em seguida, sobe em um canteiro, atravessa uma mureta de proteção e despenca. A câmera mostra a queda em câmera lenta. O carro cai de um pequeno viaduto, despencando cerca de cinco metros, e atinge o solo com violência. O impacto é devastador. O veículo capota uma, duas, três vezes… O barulho de metal retorcido e vidros estilhaçados ecoa pela rua.
corte rápido para o interior do carro:
Cecília com o rosto ensanguentado, os olhos semiabertos. O motorista desmaia com a testa sobre o volante.

INSTRUMENTAL: DENSIDADE SOTURNA - SACHA AMBACK 

O carro capotado solta fumaças, deformado. Várias pessoas correm até o local.

MULHER (gritando): Alguém chama uma ambulância, pelo amor de Deus! Tem gente presa aí dentro!

HOMEM (olhando assustado): Meu Deus… foi uma queda feia… que Deus tenha misericórdia de quem está aí dentro.

Minutos depois, sirenes ao fundo começam a se aproximar.
Dentro do carro, Cecília está desacordada, com o rosto ferido e sangue escorrendo da testa. O cinto de segurança impediu algo pior, mas seu corpo está imóvel.
Chico, o motorista, está com a cabeça caída sobre o volante, respirando com dificuldade. Ainda vivo, mas desacordado.
Algum tempo depois, ambulâncias chegam ao local com pressa, junto com uma viatura da polícia. Um motorista de jaleco branco e um enfermeiro saltam do veículo com uma maca improvisada.

SOCORRISTA (gritando):
Tem duas vítimas! Uma mulher jovem no banco de trás e um homem na frente! Por favor, pessoal, se afastem! 

POLICIAL 1: Pelo visto o acidente foi por imprudência do motorista, mas é melhor levarmos para a perícia e investigar se realmente foi isso mesmo.

Enquanto isso, a câmera se afasta aos poucos, mostrando a cena de cima: o carro retorcido, os curiosos em volta, os socorristas trabalhando.

CENA 02: MANSÃO FIGUEIRA/INT./NOITE

Todos os moradores da mansão já estão dormindo, quando o telefone da sala toca incessantemente. Ivani, que estava na cozinha comendo uma fruta, percebe o barulho constante e vai até a sala, atendendo.

IVANI: Alô? 

UBALDO (voz): Alô, é da casa dos Figueira? 

IVANI: É sim. Quem tá falando?

UBALDO: Sou Ubaldo, pai do Leandro. Eu preciso que você chame alguém imediatamente. 

Algum tempo depois, Leila desce e vai até o telefone. Ela já está sabendo do acidente.

LEILA (fingindo perplexidade): Acidente? Mas foi grave?

UBALDO: Olha, Leila, eu não posso dar tantas informações pelo telefone. Peço que venham até aqui.

LEILA: Claro, vou avisar a todos e jajá estaremos aí. 

Leila desliga o telefone lentamente, ainda com a expressão fingida. Ela respira fundo, recompõe-se e vira-se para IVANI, que está curiosa com a movimentação.

IVANI (desconfiada): Aconteceu alguma coisa?

LEILA (fingindo estar em choque):
Era do hospital. Disseram que a... a Cecília e o Chico sofreram um acidente.

IVANI (assustada): Meu Deus! Como assim, acidente?

LEILA: Eu não sei direito. Pelo tom de voz do Ubaldo, parece que foi grave… mas não quis entrar em detalhes. Só pediu que a gente fosse até lá.

IVANI: Santo Deus, espero que não tenha acontecido nada grave. Eu confesso que tive rusgas com a Cecília no passado, mas não quero o mal dela.

LEILA: Eu nem sei como vou dar essa notícia ao Tércio…

No quarto, Leila acabou de contar sobre o acidente a Tércio, que está em choque. 

TÉRCIO (em choque, desesperado): ACIDENTE? Misericórdia, e agora…? E se aconteceu o pior com a minha filha? 

LEILA: Calma, meu amor, não entre em desespero agora. 

TÉRCIO: Como não? A minha filha saiu daqui, da minha casa! Eu ainda tentei impedir, parecia que já estava sentindo algo ruim… e o Chico? Como será que ele está?

LEILA: Só irmos até o hospital pra saber.

TÉRCIO: Já avisou a Isabel, a Nina? 

LEILA: Não. Vou fazer isso jajá.

TÉRCIO: Meu Deus do céu… eu só espero que eles estejam bem…

CENA 03: HOSPITAL DA UNIÃO/INT./NOITE

INSTRUMENTAL: ÚLTIMO SUSPIRO - EDUARDO QUEIROZ, BIBI CAVALCANTI 

Na área externa, o carro de Tércio estaciona. Leila, Isabel, Nina e o empresário descem apressados. Ao chegar no corredor, são recebidos por Ubaldo, tenso.

TÉRCIO (ansioso): E aí, como a minha filha está? Ela tá bem?

UBALDO (suspira fundo, tentando manter a calma): Ela tá viva… mas o estado é gravíssimo. Ela perdeu muito sangue, sofreu trauma na cabeça… estão tentando estabilizar. Mas o motorista… infelizmente não resistiu.. 

LEILA (olhos marejados, fingindo):
Oh, meu Deus! 

Em choque com a notícia, Tércio abraça Leila.

TÉRCIO: Que tragédia… como eu vou dar uma notícia dessas pra família do Chico?

LEILA (fingindo remorso): Coitadinho… meu Deus, se soubesse, eu nunca tinha pedido a ele que levasse Cecília até Madureira.

TÉRCIO: Não foi culpa sua e nem de ninguém, meu amor. Calma. O que resta agora é rezar para que a Cecília saia dessa.

A câmera foca em Isabel, que se mantém em silêncio constante, apenas observando e escutando o que eles dizem. De repente, Lurdinha chega apavorada, chorando descontroladamente.

LURDINHA (chorando): Cecília! Cadê a minha amiga? Me fala que ela tá bem, doutor! 

ISABEL (provocativa): Chegou a pobretona.

LURDINHA (se virando para ela, com os olhos cheios de lágrimas e com raiva): Mas não é possível que nem aqui você tenha um pouco de senso, garota! Não tá vendo que a Cecília tá lá dentro, lutando pela vida dela? 

ISABEL: E eu tenho culpa?

LURDINHA (se aproxima, desafiadora): Será que não? Eu não duvido nada que você tenha sabotado o carro pra tirar a Cecília do seu caminho! 

ISABEL: Mas o que é isso agora? Tá me acusando de ser assassina? 

LEILA (intervindo): CHEGA! AQUI NÃO É LUGAR PRA ESSE TIPO DE BAIXARIA! ACABOU! 

LURDINHA: Eu só espero que minha amiga saia dessa…

TÉRCIO (se aproxima): Ela vai sair, tenha fé. 

NINA: Mas que estranho esse acidente, não acham? Parece até que o carro foi sabotado.

LEILA: Mas até você, Nina?! Agora não é hora de pensar e criar teorias sobre essas coisas! Agora é hora de unirmos forças para que a Cecília fique bem.

CENA 04: SALA DE EMERGÊNCIA/INT./NOITE

INSTRUMENTAL: CONFLITOS - NANI PEREIRA 

Médicos e enfermeiros circulam em ritmo acelerado. Cecília é trazida às pressas por dois socorristas, ainda na maca do resgate, com marcas de sangue seco e arranhões no rosto e um grande corte na cabeça. Ela está inconsciente, com a respiração fraca e irregular. Um dos braços enfaixado, o outro com o soro já conectado. 

MÉDICO 1: A pressão dela tá caindo! Vamos repor o sangue perdido imediatamente. O soro já está na veia?

ENFERMEIRA: Sim, doutor! O soro já está correndo na veia esquerda.

MÉDICO 2 (olhando os exames iniciais):
 Trauma craniano moderado, laceração no abdômen… vamos fazer uma radiografia assim que estabilizar.

Leandro surge à porta da emergência, ofegante, os olhos cheios de lágrimas. Um enfermeiro tenta impedi-lo de entrar.

ENFERMEIRA: Doutor Leandro, por favor, a moça é sua conhecida, não é? Preze pela sua saúde mental e não entre aqui. Deixa que os outros médicos cuidam dela.

Leandro não escuta a enfermeira e entra devagar, o coração apertado ao ver Cecília naquele estado. As mãos tremem, o rosto se contorce. Ele para a poucos metros da maca, sem conseguir falar.

LEANDRO (num sussurro):
 Aguenta firme, meu amor… por favor… Eu tô aqui, não desiste agora.

As lágrimas escorrem pelo seu rosto. Na sala de espera, a família Figueira ainda está ali, aguardando mais notícias de Cecília.

LEILA: Acho que não tem necessidade de ficar aqui… acho que vou pra casa.

TÉRCIO: E vai com quem? Será que tem táxi circulando essas horas?

LEILA: Eu vou tentar encontrar algum… você vai comigo, Isabel?

ISABEL: Não. Pode ir, vou ficar aqui com o papai.

LEILA: Ok. 

Leila se retira do local, quando de repente, Inácio surge pelo corredor, apressado, chamando a atenção de todos, principalmente de Lurdinha.

LURDINHA: Inácio? Tá fazendo o que aqui? Como ficou sabendo do acidente?

INÁCIO (agressivo, desnorteado): Não importa! Cadê ela? Cadê a Cecília? Eu quero vê-la!

TÉRCIO (aproxima-se): Quem é você, rapaz?

INÁCIO: Eu sou o ex-noivo da Cecília. Preciso saber o estado dela. Vocês tem notícias?

ISABEL: A Cecília tá viva, por enquanto. Sofreu um trauma na cabeça e perdeu muito sangue.

Inácio se senta sobre a poltrona e leva a mão até a cabeça, abatido. 

LURDINHA: Nem sei o que você tá fazendo aqui. Depois de tudo o que fez pra Cecília…

INÁCIO: Lá vem a toda certinha, a defensora dos pobres e oprimidos. Me poupe, Lurdinha!

LURDINHA (alterada): Você não tem o direito de falar assim comigo, seu canalha! 

RECEPCIONISTA: Por favor, se não pararem com esse escândalo, vou ser obrigada a expulsar vocês daqui.

CENA 05: MANSÃO FIGUEIRA/INT./NOITE 

Ivani e Dalvinha aproveitam que não tem mais ninguém em casa para roubar a geladeira. Elas se sentam à mesa da cozinha, comendo tudo o que têm direito.

IVANI: Essa geleia é divina, nunca comi outra igual! 

DALVINHA: Menina, eu tô chocada até agora com o tal acidente. Será que a filha do patrão está bem?

IVANI: Eu espero que sim, Dalvinha, espero que a Cecília resista. O que foi? Você parece tensa, preocupada…

INSTRUMENTAL: CHANGES - EDUARDO QUEIROZ, FELIPE ALEXANDRE 

DALVINHA (suspira fundo): Eu não sei se devo contar…

IVANI: Fala logo! Desembucha!

DALVINHA: Eu vi a dona Leila deitada debaixo do carro da mansão, fazendo sei lá o que com uma faca, uma das facas mais afiadas que tem aqui na cozinha.

IVANI (perplexa): Meu Deus… será que…

DALVINHA: Pois é, eu já desconfiava que ela tava cortando os freios do carro no momento, agora então… tenho quase certeza.

IVANI: Mas porque ela faria isso?

DALVINHA: Fiquei sabendo que a Cecília e o noivo da Isabel tiveram um caso, por isso ele largou a sucuri no altar. A Leila pode ter feito isso pra se proteger…

IVANI: E agora? O que a gente faz?

DALVINHA: Você não precisa fazer nada. Mas eu vou.

IVANI: Ai, Dalvinha, toma cuidado com essa mulher. Não sabemos do que ela é capaz…

DALVINHA: Pode ficar tranquila, eu vou dar os meus pulos. E caso aconteça algo comigo, pode ter certeza que foi ela, hein.

AMANHECE

Ao som do instrumental “Suspense Sobrenatural - Sacha Amback”, mostramos cenas do Rio de Janeiro, e logo depois cortamos para a mansão Figueira.

CENA 06: MANSÃO FIGUEIRA/EXT./MANHà

Numa área isolada do jardim, Dalvinha espera Leila para uma conversa. Segundos depois, a vilã chega e se aproxima.

LEILA: O que é que você quer? Fala logo e volte a fazer o seu serviço!

DALVINHA: Dona Leila… a senhora se acha muito esperta, não é?

LEILA: Tá falando do que, praga?

DALVINHA: Não se lembra que eu vi a senhora lá debaixo do carro com aquela faca? Confessa que cortou os freios e que aquele acidente foi provocado pela senhora! Assassina… por culpa sua o Chico faleceu e sabe lá se a Cecília vai sobreviver! 

LEILA (direta): Fala logo o quanto você quer! Fala logo o seu preço pelo seu silêncio.

DALVINHA: Eu quero uma grana alta, que dê para ajudar a minha família e pagar os remédios que minha mãe precisa pra sobreviver. E claro, quero uma parte só pra mim também.

LEILA: Mas isso é muito! Eu não tenho essa grana toda!

DALVINHA: Se vira! Ou a senhora me dá o que eu quero, ou eu vou colocar a boca no trombone.

A câmera foca em Leila, tensa, intercalando com Dalvinha.

CONGELAMENTO EM LEILA.

A novela encerra seu 20° capítulo ao som de “Freak Le Boom Boom - Gretchen”.

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