11/07/2025

Teia de Sedução - Capítulo 28 (Últimas Semanas)



“TEIA DE SEDUÇÃO”

Novela criada e escrita por 

Susu Saint Clair

Capítulo 28


CENA 01: APART-HOTEL - RECEPÇÃO - NOITE

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR. Volney e José Carlos se encaram. 

JOSÉ CARLOS: Então quer dizer que você é namorado da Jaqueline?! 

VOLNEY: É, eu sou sim. O senhor é o chefe dela?

JOSÉ CARLOS: Sou. (o cumprimenta) José Carlos Duarte! Muito prazer.

VOLNEY: (cumprimenta de volta) O prazer é todo meu. 

JOSÉ CARLOS: Tem alguma coisa que eu possa fazer por você?

VOLNEY: Acho que não. 

JOSÉ CARLOS: (desconversa) Eu tô subindo. Quer que eu deixe algum recado pra ela? Quer que eu diga que esteve aqui?

VOLNEY: Não precisa, seu José Carlos... Desculpe o incômodo. 

JOSÉ CARLOS: Sem problemas, Volney! 

VOLNEY: Tchau. 

Ele dá meia volta e sai. José Carlos observa ele ir embora. 

CENA 02: APART-HOTEL - SUÍTE DE JOSÉ CARLOS - NOITE

Jaqueline sentada na mesa com o notebook aberto, ouvindo as últimas gravações que foram registradas pela escuta no celular de Gisela, concentrada, quando José Carlos entra. 

JAQUELINE: (tira os fones ao vê-lo) Que bom que chegou...

Ela vai até ele e os dois se beijam. José Carlos está com uma expressão séria no rosto.

JAQUELINE: Por que tá com essa cara?

JOSÉ CARLOS: Seu namorado esteve aqui.

Jaqueline fica em choque. 

JOSÉ CARLOS: Por quê você não me contou que tinha outro homem? 

Jaqueline suspira. Passa a mão no rosto. 

JAQUELINE: (o encara) Você falou aquele dia que tava apaixonado por mim, como você tava me ajudando a acabar com os von Bergmann, eu tive medo de você descobrir tudo, se magoar e acabar me passando a perna. 

JOSÉ CARLOS: (indignado) E você achou mesmo que eu seria capaz de fazer isso? 

JAQUELINE: Eu sei lá, né, José Carlos. Eu não consigo confiar cegamente em ninguém. Vai que te batesse uma dor de corno e você resolvesse se vingar virando jogo contra mim?!

JOSÉ CARLOS: Jaque, a gente tá junto nessa. Porra, você tinha que ter me falado que tava com outro cara. Tinha que ter aberto o jogo comigo. Precisou ele vir até aqui pra eu saber que cê tava com ele? Eu não me importo que você fique com ele, mas você tinha que ter sido transparente comigo assim como eu tô sendo com você esse tempo todo. 

JAQUELINE: (surpresa) Peraí, você não se importa que eu namore com ele?

JOSÉ CARLOS: Claro que não. Eu sou ex-garoto de programa, esqueceu? 

JAQUELINE: Que diabos o Volney veio fazer aqui?

JOSÉ CARLOS: Sei lá, disse que queria falar com você. 

Jaqueline respira fundo.

JAQUELINE: Ele só pode ter me seguido…

JOSÉ CARLOS: Antes de vir pra cá você estava com ele, né?

JAQUELINE: Tava.

JOSÉ CARLOS: Você gosta dele?

JAQUELINE: Gosto. Tô apaixonada por ele. 

José Carlos suspira e senta na ponta da cama passando a mão no rosto. Jaqueline vai até ele. Senta em seu colo, tira as mãos do rosto dele, fazendo-o encará-la. 

JAQUELINE: Mas eu amo você também! Desculpa por não ter te falado nada. 

Ela o beija, um beijo delicado, ele se entrega, e os dois vão se envolvendo cada vez mais. 

JOSÉ CARLOS: (interrompendo o ato, ofegante) Não quero que esconda mais nada de mim! 

JAQUELINE: Prometo pra você.

Os dois voltam a se beijar intensamente. 

CENA 03: VELUDO VERMELHO - NOITE

Raí passa pelo salão que está bastante movimentado com muitas pessoas circulando. Garçons e garçonetes desfilam pelo local servindo mesas. Alguns conversam com clientes, que passam a mão discretamente neles. Gioconda entra no local. Olha tudo em volta. 

RAÍ: (surpreso) Você aqui?!

GIOCONDA: Eu falei que um dia viria, não disse?

Raí faz sinal pro barman preparar uma bebida. 

RAÍ: (indiferente) Fica à vontade!

Ele vai saindo, mas ela segura seu braço.

GIOCONDA: Peraí, Raí. É a minha primeira vez aqui. Me faz companhia. Eu tô precisando muito desabafar com um amigo. 

RAÍ: É muita cara de pau sua me fazer um pedido desses depois de tudo o que seus filhos e a desgraçada da sua irmã fizeram com o Afonso. Eu não sou teu amigo, muito menos seu terapeuta. Se quiser beber fique à vontade. Eu tenho que trabalhar!  

Ele se afasta. Gioconda observa ele ir.

GIOCONDA: Que grosseria, eu hein…

Um garçom se aproxima dela segurando uma bandeja com um copo de uísque.

GARÇOM: (sensual) Madame…

GIOCONDA: (sorri) Olha… (pega a bebida) Obrigada, gatinho. 

Ela passa a mão nele. 

GARÇOM: Madame tá precisando relaxar?

GIOCONDA: Tô precisando ser relaxada. Me relaxa, vai! 

Ela tira algumas notas da bolsa e enfia a mão por dentro da calça dele, ela aproveita para apalpar as partes íntimas dele. O garçom leva ela para o quartinho dos fundos.

CENA 04: MANSÃO VON BERGMANN - QUARTO DE GISELA - NOITE

Gisela está deitada de bruços na cama, com as costas nuas. Caetano faz massagem nela. 

GISELA: (gemendo) Isso, aperta bastante, aperta. 

CAETANO: A senhora está tensa, d. Gisela. 

GISELA: Tô morrendo de dor nas costas depois de empurrar aquele carro no precipício. (ri) Ele achou que podia comigo, mas essas horas aquela múmia tá queimando no quinto dos infernos do lado do capeta. 

Caetano sorri. 

GISELA: Só espero que não demorem para achar o corpo dele. Não vejo a hora da leitura do testamento ser feita pra eu herdar logo tudo de uma vez. 

Caetano continua fazendo a massagem nas costas dela. 

CENA 05: APART-HOTEL - SUÍTE DE JOSÉ CARLOS - NOITE

Jaqueline e José Carlos envoltos pelo lençol, com o notebook na cama, ouvem tudo, chocados. 

JOSÉ CARLOS: (em choque) Meu Deus… A Gisela descobriu tudo. Ela matou mesmo o Nelson.

Ele levanta da cama num rompante. 

JAQUELINE: Esse mordomo deve ter ajudado ela, com certeza. 

José Carlos pega o celular e começa a discar. Ele leva o aparelho ao ouvido.

JAQUELINE: Pra quem você tá ligando?

JOSÉ CARLOS: Pra polícia. 

JAQUELINE: E o que você vai falar pra eles?

JOSÉ CARLOS: O que a gente acabou de ouvir, né?

JAQUELINE: (toma o celular da mão dele) Falar pra polícia que a Gisela matou o Nelson vai foder com nosso plano. Cabeça fria, José Carlos. Espera passar um dia. O Nelson não vai aparecer. E aí sim você vai chamar a polícia e registrar o desaparecimento dele! Deixa a Gisela achar que tá por cima. A queda dessa vadia vai ser pior do que ela espera. 

CENA 06: CASA DE VOLNEY - SALA - NOITE

Volney entra em casa. Ele se senta no sofá. Estela vem do quarto.

ESTELA: Oi, filho. Chegou agora?

VOLNEY: Foi… (T) Ainda acordada, mãe? (olha o relógio) São quase duas da manhã. 

ESTELA: Eu tô sem sono. (senta no sofá) Onde é que cê tava?

VOLNEY: Seguindo a Jaqueline. Depois fui dar uma volta por aí.

ESTELA: (estranha) Porque seguiu ela, Volney? Por que fez isso?

VOLNEY: Não sei. Eu pedi ela em namoro, ela aceitou, mas veio com um papo estranho de que era melhor a gente não expor nossa relação… cheguei a pensar que ela tivesse com outro cara, sei lá. Tava desconfiado, aí fui checar.

ESTELA: Conseguiu descobrir alguma coisa?

VOLNEY: Ela disse que faz estágio de contabilidade, quando fui atrás dela, acabei parando num hotel. Conheci o patrão dela. José Carlos Duarte o nome dele. 

Estela o encara, estranhando.

ESTELA: Num hotel? Que loucura é essa?

VOLNEY: Pois é. Eu achei estranho também.

ESTELA: E outra… Ela não trabalhava pro Raí?

VOLNEY: Dizendo ela que tem esses dois empregos agora.

ESTELA: Isso tá estranho. Tem certeza que o nome do chefe dela é José Carlos Duarte? 

VOLNEY: Tenho, porquê?

ESTELA: Porque é o mesmo nome do chefe da sua tia… (para por um momento como se tivesse lembrado de algo) Peraí… Esse cara aí é o ex-marido da Gisela!... 

VOLNEY: Você tá achando que eles dois estão mancomunados contra ela? 

ESTELA: Só pode…

VOLNEY: Mas a Jaque me contou tudo sobre essa história! Se o José Carlos está ajudando ela, por que ela esconderia de mim a relação que tem com ele?

Os dois se encaram, surpresos, como se tivessem acabado de tirar uma conclusão.

ESTELA: Vai ver é por isso que ela não quer se expor com você por aí.

CENA 07: APART-HOTEL - SUÍTE DE JOSÉ CARLOS - NOITE

A campainha toca. José Carlos abre e se surpreende ao ver Otávio. 

OTÁVIO: Oi, pai. (ele vê Jaqueline) Desculpa. Não sabia que você tava acompanhado.

JOSÉ CARLOS: Sem problemas, meu filho. (dá espaço pra ele passar) Entra.

Otávio entra, Jaqueline e ele se encaram. 

OTÁVIO: Tudo bem, Jaqueline?

Jaqueline apenas acena com a cabeça.

JOSÉ CARLOS: Meu filho… tem uma coisa que você precisa saber. 

OTÁVIO: O quê? (divide o olhar entre eles) Vocês dois vão se casar? 

JAQUELINE: Quê? Não! 

JOSÉ CARLOS: É uma coisa bem séria, Otávio. É sobre seu avô. 

OTÁVIO: Ah, que ótimo, foi justamente por isso que eu vim aqui falar com você, pai. Eu tô ligando pra ele há horas e nada. Liguei pra mansão e nada… Sabe? Eu tô preocupado. Eu pensei em convidar ele pro meu casamento, mas aí o Afonso achou melhor não… mas enfim. Eu liguei pra saber notícias dele…

José Carlos e Jaqueline se entreolham. 

OTÁVIO: Por que vocês dois estão com essas caras? O que é que tá acontecendo?

José Carlos se aproxima dele. Os dois ficam frente a frente. 

JOSÉ CARLOS: Meu filho… o seu avô… 

OTÁVIO: (apreensivo) O quê?

JOSÉ CARLOS: Seu avô tá morto! 

Otávio fica sem reação. 

OTÁVIO: Como é que é? Você tá brincando, né? 

JOSÉ CARLOS: Foi a Gisela. (pausa) Foi ela quem matou o teu avô!

Otávio arregala os olhos, chocado. 

Capítulo Anterior

Próximo Capítulo


Nenhum comentário:

Postar um comentário