Paraíso Virtuoso - Capítulo 09 (11/12/2024)

 

PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 09
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 

no capítulo anterior… (instrumental “Sede de Vingança - Eduardo Queiroz“ toca)

Uma caminhonete estaciona em frente ao hotel de Santa Aurora. As portas se abrem e, em seguida, uma mulher desce do veículo. A câmera a acompanha, subindo lentamente até revelar seu rosto: é Doralice. Ela olha ao redor, confiante. 

DORALICE: Quanto tempo, Santa Aurora… agora sim, o que tava faltando chegou.

(instrumental “Sede de Vingança - Eduardo Queiroz“ encerra)
fique agora com o capítulo de hoje:

CENA 01: HOTEL/INT./DIA

Doralice e André entram no saguão do hotel. A presença da mocinha logo atrai olhares curiosos e sussurros ao redor. Doralice se dirige à recepção. Depois de uma breve troca de palavras com o recepcionista, os dois seguem para o quarto.
Doralice fecha a porta, respira fundo e sorri. O instrumental “Tempestade e Brisa - Iuri Cunha” começa a tocar.

DORALICE: Finalmente, meu amor... Finalmente tô de volta. Nem acredito. Depois de tanto tempo… Santa Aurora não mudou nada nesses quinze anos.

ANDRÉ: Tá preparada pra ficar cara a cara com Vicente?

DORALICE: Preparada é uma palavra muito forte, André. Mas eu não tenho mais tempo a perder. Agora que tô aqui em Santa Aurora, não tem mais volta.

ANDRÉ: Então vamos até Pedra Valente hoje mesmo.

DORALICE: André, tive uma ideia...

ANDRÉ: O que foi?

DORALICE: Eu quero que o povo da cidade inteira fique sabendo quem é Laís Ribeiro. Minha chegada precisa ser triunfal.

ANDRÉ (preocupado): Tem certeza disso? E se alguém te reconhecer?

DORALICE: Impossível. As pessoas aqui só me “conheciam” pelo nome, mas a maioria nunca nem me viu. Agora que sou Laís Ribeiro, André, eu quero ser vista como a toda poderosa. Quero que Laís Ribeiro seja respeitada nessa cidade.

ANDRÉ: E como vai fazer isso?

Doralice reflete, andando de um lado para o outro no quarto.

DORALICE: Uma festa. É, uma grande festa em Pedra Valente. A gente vai organizar uma comemoração e convidar todos os moradores da cidade.

ANDRÉ: Adorei a ideia! Mas essa festa precisa de um motivo, não?

DORALICE: Não precisa de muito. Vamos dizer que é uma celebração da nova gestão da fazenda.

ANDRÉ: Ótimo, meu amor. Você realmente tá pensando em tudo.

DORALICE: Mas antes, preciso encarar o Vicente. Quero que ele olhe nos meus olhos, que sinta minha presença. Só tenho medo que ele perceba algo... 

ANDRÉ (a segurando pelas mãos): Relaxa, meu amor. Você é outra pessoa agora. Ele não vai suspeitar de nada.

DORALICE: E o Álvaro? Será que ele também não vai desconfiar?

ANDRÉ: Não vai. Confia em mim. Agora, se arrume, jajá vamos até a fazenda.

DORALICE: Antes eu preciso ir às compras. 

CENA 02: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./DIA

A família está terminando de organizar os móveis na nova casa.

CARMEM: Casinha mixuruca, a outra era bem melhor. Olha só essa parede toda descascando. Que horror! Benzim, ocê vai ter que reclamar com o André.

VICENTE: Para de reclamar, mulher. Com o tempo a gente dá um jeito nisso aí, uai.

CARMEM: Cadê Ritinha pra ajudar? (Grita) RITINHAAAAAAA!

VICENTE: Ela tá de folga hoje, esqueceu?

NATÁLIA: Eu sempre fui contra essa mudança, mas ninguém me deu ouvidos. Agora é tarde. 

ÁLVARO: Bom, eu tô indo até a cidade. Tenho uma reunião com os veterinários da região e volto só à noite.

NATÁLIA: Vou com você, amor. Preciso fazer umas comprinhas.

JERÔNIMO: Eu também vou. Deus me livre ficar aqui arrumando móveis... não sou empregado de ninguém.

CARMEM: E vão deixar eu e Vicente aqui sozinhos? Que absurdo!

VICENTE: Ah, deixa eles, Carmem. Vão mesmo, gente! É bem melhor que ficar aqui ouvindo a Carmem resmungar a cada dois segundos.

ÁLVARO: Então até mais tarde.

Álvaro, Natália e Jerônimo saem, deixando Carmem e Vicente na casa.

VICENTE: Vamo agilizar isso logo. Daqui a pouco o André e a esposa dele chegam.

CARMEM: Já? Que ótimo, tô doida pra conhecer a tal Laís Ribeiro.

VICENTE: Não sei pra que tanto suspense pra ela vir se apresentar.

CARMEM: Ah, para, Vicente. Ela deve ser só uma mulher ocupada, cheia de negócios no Rio de Janeiro, só isso. (Pausa) Mas vem cá, onde é que ocê anda indo à noite, hein? Quase toda madrugada eu acordo e ocê não tá em casa. O que que tá acontecendo, Vicente?

A câmera foca em Vicente, alternando com Carmem.

Cortamos para imagens de Santa Aurora ao som de “Ai Ai Ai Mega Príncipe - Pabllo Vittar.”

CENA 03: CASA DE SILVINHA/INT./DIA

Silvinha chega em casa carregando várias sacolas.

SILVINHA: Olha só, mãe! Vem ver o que eu comprei!

Ela coloca as sacolas no sofá, e Marluce se aproxima, curiosa, começando a mexer nas compras.

MARLUCE (impressionada): Nossa, filha, quanta coisa! Mas o mês nem terminou... Comprou tudo isso com que dinheiro?

SILVINHA (gaguejando) Ah… então… eu pedi um adiantamento no hospital. O salário do mês passado já tinha acabado, acredita? E, sem dinheiro, né, mãe... não dá pra ficar. Aí eles adiantaram pra mim.

MARLUCE (desconfiada): Mas a situação tava tão apertada assim? Podia ter me falado, eu ainda tenho um pouquinho da minha aposentadoria.

SILVINHA: Imagina, mãe! Eu jamais pediria dinheiro pra senhora, pode ficar tranquila.

MARLUCE: Bom, se é assim… vamo comer, que a vida é curta. (Pausa) Filha…

SILVINHA: O que foi, mãe?

MARLUCE: Tava me lembrando da Morgana. Ela falou umas coisas esquisitas, dizendo que esse seu trabalho lá em Campo Grande é mentira. Ocê sabe como ela é, né? Mas me deu uma pontinha de dúvida.

SILVINHA (finge surpresa e ri, disfarçando): Ah, mãe, Morgana é uma louca. A senhora não lembra? Desde pequena tem inveja de mim, sempre foi assim. Ela queria ter a mesma sorte que eu. Coitada. Lembra daquela vez que ela riu da minha mochila da Cinderela  na escola? Passou uma semana, ela lá com a mesma mochila que eu. Aquilo lá é uma peste, tenho pena dela.

MARLUCE (ainda desconfiada): Será mesmo, filha? Sei lá, só fiquei com isso na cabeça. Ocê sabe que eu só quero seu bem, filha.

SILVINHA: Não é possível que a senhora vai desconfiar de mim e acreditar naquela mal amada. Deus tá vendo, mãe, ele sabe muito bem o quanto eu tô batalhando a cada dia naquele hospital.

MARLUCE: Tá bom, filha, me desculpe. Eu só tava com essa duvida mesmo, mas é claro que eu acredito em você, meu amor.

SILVINHA: Não precisa se preocupar, viu? Vou lá preparar nosso café.

Silvinha se afasta e focamos no rosto de Marluce, que demonstra desconfiança e preocupação.

CENA 04: LOJA DE ROUPAS/INT./DIA

A cena mostra uma loja de roupas femininas em Santa Aurora. Natália passeia por entre os cabides e prateleiras da loja. Ela observa cada peça com atenção, passando as mãos pelos tecidos. “Missing Myself - Emilia Pedersen” toca no ambiente. A atendente se aproxima.

ATENDENTE: Precisa de ajuda?

NATÁLIA: Não, só tô dando uma olhada. 

ATENDENTE: Olha, chegou uns modelos novos que acho que cê vai gostar. Vou lá pegar, jajá volto.

Enquanto a atendente vai buscar as peças, Natália continua olhando as roupas nos cabides. Segundos depois, Doralice entra na loja, olhando em volta. Ela vê Natália e se aproxima.

DORALICE: Oi, tudo bem?

Natália se vira para ela.

NATÁLIA: Oi!

DORALICE: Você trabalha aqui?

NATÁLIA: Como assim? Não entendi. Eu tenho cara de vendedora?

DORALICE: Ai meu Deus! Me desculpa, não foi minha intenção, é que você tava aqui perto das roupas e eu achei que…

NATÁLIA (dando uma risada curta): Tá tudo bem, não precisa se preocupar. Tô aqui tentando achar uma roupa pra passar no réveillon. Não encontrei nada interessante.

DORALICE: Eu também vim aqui procurar um vestido pra uma ocasião especial. 

NATÁLIA: Festa, é?

DORALICE: Digamos que sim. Eu comprei uma fazenda perto daqui e eu quero fazer uma festa de “inauguração”, sabe? Inclusive quero que a cidade toda compareça.

NATÁLIA: Comprou uma fazenda? Peraí, que fazenda?

DORALICE: Pedra Valente.

NATÁLIA: Mentira.

DORALICE: Você conhece?

NATÁLIA: Mulher, então você é a tal Laís Ribeiro? Eu sou nora do Vicente, o ex dono da fazenda. (Pausa) Que mundo pequeno, não? Prazer, meu nome é Natália.

Doralice paralisa por alguns segundos, processando a coincidência. Depois, força um sorriso educado.

DORALICE: Jura?! Nossa, realmente essa cidade é pequena mesmo. Que prazer te conhecer! Mora lá na fazenda também?

NATÁLIA: Moro. Agora a gente se mudou pra outra casa, mas sim, moramos todos juntos.

DORALICE: Que legal! E seu marido, faz o que?

NATÁLIA: Ah, meu marido é veterinário. O sonho dele sempre foi esse, e agora finalmente ele tá realizando. Álvaro é um homem especial, sabe? Disciplinado, educado, um homem de bem.

Doralice congela por um momento, a expressão mudando rapidamente de interesse para um olhar surpreso e tenso. Ela fica em silêncio, claramente impactada pela menção do nome "Álvaro".

NATÁLIA (percebendo o silêncio, desconfortável): O que foi? Falei algo que não te agradou? 

DORALICE (muda de assunto): Não, claro que não… eu só tô pensando aqui em qual vestido eu vou comprar. Vem cá, me ajuda a escolher. 

No próximo take, elas já estão saindo da loja, com várias sacolas em mãos.

DORALICE: Vim comprar um vestido e olha só, quase comprei a loja toda.

Elas riem.

NATÁLIA: Mulheres, né?

DORALICE: Mas então, sobre a festa, eu quero que você vá. Vai ser muito importante a presença de todos os moradores da cidade e da zona rural. Vai ser depois de amanhã, à noite.

NATÁLIA: Claro, iremos sim. Você vai adorar conhecer o Álvaro, meu marido.

DORALICE: Eu vou até a fazenda hoje conhecer o Vicente, seu sogro. Meu marido disse que ele é um homem muito honesto e justo aqui na cidade.

NATÁLIA: Seu Vicente é um bom homem, sempre quer o bem de todos que estão por perto dele. 

DORALICE (sorri): Bom, vou indo. Foi um prazer conhecer você viu?

NATÁLIA: O prazer é todo meu! 

As duas se abraçam.

CENA 05: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./DIA

Instrumental “Oud Oud - Pedro Guedes, Rafael Langoni” entra em cena e segue até o fim do capítulo.

CARMEM: Não vai me responder, Vicente? 

VICENTE: Ah, Carmem, pelo amor de Deus. Vai ficar desconfiando de mim agora, é?

CARMEM: Desconfio! Desconfio sim, Vicente. Todo santo dia eu acordo de madrugada e ocê não tá em casa. Por que eu não iria desconfiar?

VICENTE: Eu já te falei que eu tenho amigos na cidade. A gente vai pro bar à noite conversar, jogar um truco. Não pode ter vida social agora?

CARMEM: Ah, conta outra, Vicente. Isso é conversa pra boi dormir… (pausa) se eu descobrir Vicente, que ocê tá tendo caso com outra, ocê que me aguarde.

VICENTE: Vai fazer o que, hein? Me botar pra fora de casa?

CARMEM: Também. Mas eu posso fazer bem pior do que isso. Lembra, Vicente, de Minas? Eu posso botar a boca no trombone e falar pra todo mundo do teu passado.

VICENTE (se exalta): OCÊ NUNCA MAIS REPITA ISSO, CARMEM! JAMAIS REPITA ISSO!

CARMEM: Ficou revoltadinho, Vicente? Pois fique mesmo. Fique mesmo.

VICENTE: Ocê não me provoca, Carmem… Essa história de Minas tá morta e bem enterrada, vai mexer nisso por que?

CARMEM: A única coisa morta e enterrada em Minas é o homem que ocê deu cabo, Vicente. 

VICENTE: EU JÁ FALEI PRA NÃO MEXER NESSA HISTÓRIA.

CARMEM: Então ocê trate de ser um bom esposo. E acabou essas suas saídas à noite, tá me escutando? Agora vai ser tudo do meu jeito.

De repente, um barulho de carro se aproxima, chamando a atenção deles.

VICENTE: Será que é o André?

Vicente e Carmem vão até a porta da frente. Uma caminhonete estaciona, e de dentro dela descem Doralice e André. Eles se aproximam dos dois.

ANDRÉ (sorridente/apontando para Doralice): Olha só quem eu trouxe pra conhecer vocês!

VICENTE: Finalmente! Então ocê é a famosa Laís Ribeiro?!

Focamos em Doralice, temendo ser reconhecida. Vicente a observa com curiosidade, enquanto a câmera alterna entre os dois, que se olham. 

CONGELAMENTO EM DORALICE.

A novela encerra seu 9° capítulo ao som de “Nuvem de Lágrimas - Cesar Menotti & Fabiano” (tema de abertura)


Limite da Vida Capítulo 10



 Limite da Vida - Capítulo 10

Uma novela de Larice da Costa




Graça se encaminha para subir as escadas quando ouve um barulho e se vira assustada, ela desce as escadas e vê a janela aberta, Graça fecha as janelas e volta a subir quando vê um vulto passando, ela se volta contra o andar de cima assustada e permanece não vendo ninguém, a sala continua em silêncio somente com o barulho do relógio, ela, mais calma, volta a subir quando vê Maia em sua frente, ela se assusta e rola escada abaixo. Janete ouve o estrondo assustada e corre em direção à sala para verificar o que é, ela se assusta ao ver Graça no chão e imóvel.

Janete se levanta e vai até o telefone, afoita ela procura pelo número do doutor pela lista telefônica.


Janete: Cadê… Achei! Alô, doutor César? Preciso que o senhor venha até a residência de Graça Nunes urgentemente, a antiga casa de dona Maia.


Janete se aproxima novamente de Graça com receio de colocar a mão. Graça acorda.


Graça: Ahh que dor! Eu não quero morrer, Janete.


Janete: Fique calma, senhora. Já acionei o médico, não faça esforço.


Graça passa a mão por baixo da barriga e sente o sangue.


Graça: Estou sangrando, me ajuda, Janete!


Janete percebe o vestido de Graça todo ensanguentado


Os médicos chegam no momento e carregam Graça pela maca.


Dr. César: A senhorita sabe o que aconteceu? Se puder nos explicar com mais calma.


Janete: Não sei ao certo, eu estava na cozinha, me preparando para ir dormir, quando ouvi o estrondo, vou correndo à sala e a dona Graça estava caída ao pé da escada, ela provavelmente rolou lá de cima.


Dr. César: A senhorita terá que acompanhar a Graça na ambulância. Vamos.


Graça: Eu quero o Clementino, chame ele, Janete.


Janete: Agora não dá, dona Graça, mas quando chegarmos no hospital eu aviso ele. Fique calma, vai dar tudo certo.


(Mansão de Tânia):


Rosinha: A senhora já vai se recolher?


Tânia: E porque? Não devo?


Rosinha: Só gostaria de lhe contar algo estranho que vi hoje, sobre a Mitra.


Tânia: Deixe de fuxicos, Rosinha. Vá se deitar.


Rosinha: É realmente sério.


Rosinha encosta a porta.


Rosinha: Quando o senhor Humberto esteve aqui, conversando com a senhora, Mitra estava no corredor ouvindo a conversa e chorando, quando me aproximei ela disfarçou dizendo que estava distraída, mas dava pra perceber que aquele choro tinha a ver com a conversa.


Tânia: Ela não me parece esse tipo de pessoa, que ouve a conversa atrás da porta. Tem certeza de que viu isso, Rosa?


Rosinha: Absoluta, pela minha vida eu te juro.


Tânia: Não exagere. Mas por qual motivo? Mesmo assim, ela tem muitos traumas e momentos difíceis do passado, chorar para ela deve ser normal.


Rosinha: A senhora está tentando ver pelo melhor prisma, não é?


Tânia: De qualquer forma, amanhã converso com ela. Felícia já chegou?


Rosinha: Não senhora.


Tânia: NÂO!? Ela anda chegando muito tarde ultimamente, tenho que puxar a orelha dela. Agora pode ir dormir, Rosinha. Vá!


Clementino está andando pelas ruas quando se encontra com Felícia e os dois caminham juntos.


Clementino: Uma moça como você, é perigoso andar sozinha nessas horas perdidas.


Felícia: Já me acostumei, virou uma rotina para mim.


Clementino: Mas não podemos dar sorte ao acaso, vai que…


Felícia: Se alguém se atrever eu ensino direitinho o caminho de casa.


Felícia mostra um canivete escondido em sua cintura.


Felícia: Não sou uma paspalha também. Mas o que faz essas horas na rua?


Clementino: Estou indo para a casa.


Felícia: Está vindo da casa de Graça?


Clementino: Como sabe?


Felícia: Imaginei… Enfim, cheguei em casa, obrigada por ter me acompanhado mesmo não tendo precisão.


Clementino: Fiz por livre e espontânea vontade. Espera, eu queria te dizer que eu sinto muito sua falta e que se você quisesse eu deixava tudo e me casava com você.


Felícia: Mas você está noivo da Graça, seria errado de ambas as partes cometer esse erro com ela.


Clementino: A Graça não é perfeita como pensa, ela também tem seus erros, não ache que ela mereça tudo de bom ou um sacrifício como esse. A gente se ama, eu sei que você ainda sente algo por mim, prefere renunciar a esse amor e deixar tudo para trás?


Felícia: Não é justo porque o nosso tempo já passou.


Clementino aproxima o rosto de Felícia e os dois se deixam levar, eles se beijam intensamente, sem qualquer compromisso.

Humberto chega completamente bêbado no portão da mansão de Tânia, gritando por seu nome.


Humberto: TÂNIA, DESÇA AQUI, MEU AMOR. EU TE AMO, FICA COMIGO!


Felícia: Mas o que é isso?


Tânia acorda sem entender nada e sai pela varanda do quarto.


Tânia: HUMBERTO? Felícia!?


Mitra ouve o burburinho e resolve sair do quarto, ela anda pelo jardim e consegue ver seu pai.


Tânia: Vá embora, Humberto.


Felícia: Ele não pode ir embora assim, mamãe. Me ajude, vamos entrar com ele, Clementino.


Mitra corre e Humberto vê sua filha, mas ela se esconde a tempo de ninguém mais ver.


Humberto: Mitra? Minha filha alí, ela tá viva?


Felícia: Quem é Mitra?


Clementino: Ele não fala coisa com coisa.


Felícia e Clementino deixam Humberto no sofá.


Felícia: Vou preparar um café bem amargo para ele.


Tânia: Humberto, o que você está fazendo da sua vida, meu querido?


Humberto: Eu te amo Tânia, fica comigo, fica!


Tânia: Você está bêbado, então não tem controle totalmente sobre a sua mente, depois a gente conversa.


No outro dia…


Mitra bate na porta do quarto de Felícia.


Mitra: Dá licença, dona Felícia.


Felícia: Entra, Giovanna. Precisa de alguma coisa?


Mitra: Gostaria de conversar com a senhora, é que…


Mitra vê um pano com um tipo de bordado que sua mãe mais fazia.


Mitra: Onde conseguiu?


Felícia: Ah, é lindo não é? Minha mãe disse que eu tenho desde bebezinha.


Mitra: Tem certeza?


Felícia: Tenho, mas porquê? Mitra, onde vai?


Mitra sai correndo e chorando.


Mitra: Não acredito, eu não acredito.


Mitra esbarra em Tânia que se espanta.


Tânia: O que aconteceu? Por que está chorando?


Mitra: Eu não aguento mais, dona Tânia, eu vou contar tudo.


Tânia: Calma, se sente no sofá.


Felícia aparece desesperada atrás de Mitra.


Felícia: O que foi? O que está acontecendo?


Mitra: Meu nome não é Giovanna e eu tenho sim dois pais.


Humberto invade a casa de Tânia querendo conversar com ela e se espanta com Mitra ali.


Humberto: MAS O QUE É ISSO? MITRA?


Tânia: Mitra? Então você é a filha do Humberto, a que ele pensava estar morta?


Mitra: Meu pai, que saudades eu estava do senhor.


Mitra corre e abraça o pai que fica sem reação.


Humberto: Como pôde você ter feito isso comigo, com a gente, pois a sua mãe está sofrendo muito.


Mitra: Fiz isso por causa dela mesmo, não queria voltar pras rédias curtas de mamãe, ela me odeia.


Humberto: Não diga bobagens, a sua mãe te ama, ela se arrepende tanto do que fez.


Mitra: Não quero que o senhor conte a ela que estou viva e bem, por favor.


Tânia: Não, não, não. Vá, Humberto, avise Catarina de que Mitra está viva e traga ela até aqui, você não vai poder fugir de sua mãe a vida toda, não dê esse desgosto a ela.


Humberto: Estou indo agora mesmo, ela vai ficar tão feliz, minha filha.


Mitra dá um sorriso sem graça e abaixo a cabeça.


(Hospital):


Dr. César chama Clementino para o lado e o conta sobre Graça.


Dr. César: Tenho duas notícias para lhe dar, uma boa e uma péssima, qual quer primeiro?


Clementino: A boa.


Dr. César: A boa notícia é que sua noiva não perdeu o bebê, ele está bem.


Clementino: Espera! Graça 

está grávida?


Dr. César: Sim, meus parabéns. Bom, a má notícia é que… enfim.


Clementino: Diga logo, doutor.


Dr. César: Ela nunca mais vai andar.


Um close no rosto de Clementino.


ENCERRAMENTO 






Labirinto de Paixões Capítulo 08 (Reprise)

 Labirinto de Paixões Capítulo 08 (Reprise)



**Cena 01 - Livraria - Madrugada**



Dona Cida: Tatá, Marcos e principalmente Artur, vocês não pensaram que poderiam me enganar, né?




Tatá: Não é da sua conta, sua Fofoqueira de Quinta.




Dona Cida: Vocês vão ver. Ninguém mexe comigo e sai impune.




(Dona Cida fica com um semblante ameaçador, porém divertido.)




**Cena 02 - Entrada Café Seu João - Manhã**




Seu João: Fernando, o que você estão fazendo aqui tão cedo no meu Café?




Fernando: Eu fiquei a noite inteira ensaiando no Karaokê músicas para cantar para minha amada Bianca.




Seu João: Me impressiona sua coragem, Fernando.




(Seu João fica com um semblante feliz.)




**Cena 03 - Ateliê Lúcia - Dia**




Lúcia: Roberto, o que você faz aqui em Amor Ville, seu Babaca?




Roberto: Se eu fosse você, eu me acalmava, pois ninguém vai me impedir de derrubar o Lucas.




Lúcia: Você não vai parar nunca com essa sua rixa ridícula com Lucas, né?




(Lúcia sai e fica com um semblante de preocupação com Lucas.)




**Cena 04 - Pet Shop - Tarde**




Eduardo: Preciso adotar um cachorro para mim e minha esposa Marta.




Sr. Carlos: Seu Eduardo, quanto tempo, meu velho amigo.




Eduardo: É um prazer conhecer o pai do Galã de Amor Ville.




(Eduardo fica com um semblante de descontração.)




**Cena 05 - Escritório Maurício - Noite**




Maurício: Eu não posso desistir, eu tenho que descobrir o que Dona Cida quer.




Felipe: Buuu!




Maurício: Você quase me mata do coração, Felipe. Eu estava aqui tão concentrado, como se fosse Sherlock Holmes prestes a desvendar o maior mistério da sua vida.




(Maurício começa a rir de nervosismo.)




**Cena 06 - Ruas Amor Ville - Madrugada**




Sofia: Ei, toma cuidado por onde anda, desastrado.




Marcos: Me desculpe, minha nobre dama, eu estava apenas indo em direção à minha nobre casa.




Sofia: Nós não estamos no século XIX.




Marcos: Mas permita-me te tratar como uma imperatriz.




(Sofia taca uma torta na cara de Marcos e sai do local correndo.)




Marcos: Esse daí já conquistou o meu coração.




(O capítulo acaba com o semblante apaixonado de Marcos.)


A Vingança de Gabriela episódio 2 (10/12/2024)

EPISÓDIO 2
Cena extra (PÓS JULGAMENTO)

Bruna: Você mentiu pra mim disse que a Afrodite tava morta, foi na minha casa dizer que matou a Amora e ela e no final você não mata ninguém 

Gabriela: O que você queria que eu falasse que foi a Iasmim 

Bruna: Eu preferia sim, mas você e o Dom Japan tão presos por me fazer de palhaça e a minha equipe também 

Dom Japan: O que 

Bruna algema os dois 

Gabriela: Não 

CENA 01 (DE MANHÃ NO HOSPÍCIO)

Noêmia: A gente tem que vê nas câmeras quem foi o bandido 

Gabriela: Mas que bandido é esse que não rouba nada 

Noêmia: Estranho né 

Afrodite aparece 

Gabriela: Você saiu do quarto né Afrodite 

Afrodite: Aí gente eu tava com fome 

Gabriela: Tudo bem, eu era pra ter levado seu café 

Noemia: Tô indo no centro 

CENA 02 (CASA DE RUDÁ)

Todos estão tomando café 

Luciana: Até agora você não falou pai o que foi que fez a minha mãe sumir 

Rudá: Primeiramente não é do seu interesse

Luciana: Você me deve sim alguma explicação 

Nuno aparece 

Nuno: Vocês são muito estranhos né, mamãe some e só dá importância quando alguém morre ou diz algo 

Rudá sai da mesa 

Luciana: Vai fazer o que sumir também 

Rudá: Vou 

Rudá sai 

Nuno: Luciana a gente tem que controlar nosso pai 

Luciana: Controlar é pouco 

CENA 03 (NO QUARTO DE AFRODITE)

Afrodite: E essa história ae de bandido?, porque bandido de glock é que nós gosta

Gabriela: Que bandido de glock menina 

Afrodite: É uma música do ttk lá em 2021

Gabriela: Ahhh tá, Afrodite, entre nós aqui a Noemia precisa de polícia no hospicio, senão daqui a pouco nós é feita de churrasco aqui o governo não faz nada 

Afrodite: Aí eu concordo se bem que tô aqui há tempo e não vi nada de interessante a não ser você 

Gabriela: Ohhh que fofo 

CENA 04 (CASA DE AMORA)

Victor: A menina sabe o nome seu e você não sabe o dela KKKKKKKK, Amora querida que mundo você vive 

Amora: Que mundo eu vivo? eu vivo no mundo que Gabriela não é problema meu 

Victor: Gabriela tá morta em nossas vidas há tempo 

Amora: Maninho eu não acho certo o que essa menina me disse 

Victor: Você esquecendo a querida você ganha mais 

Amora: Ehhhh a Gabriela já foi, vida que segue 

CENA 05 (COZINHA DO RESTAURANTE)

Iasmim: Valentina não é assim que bota o macarrão pra ferver 

Valentina: E é como 

celular de Iasmim vibra 

Iasmim: Meu celular tá tocando vou atender 

Iasmim atende o celular:

Noêmia- Alô Iasmim 

Iasmim- Oi Tia

Noêmia- Aí minha fia eu dei uma desculpa de zé pra meninas, mas eu quero falar muito com você 

Iasmim- Pois então fale 

Noêmia- Alguém botou bomba aqui no hospicio 

Iasmim- Bomba 

Noêmia- Pse e não é brincadeira Iasmim, eu tenho dessa bomba explodir e tá gente aqui dentro e dormindo 

Iasmim- Cruz credo tia Noêmia vira essa boca pra lá, faz o seguinte procura a bomba e desativa o mais rápido possível, porque bem provável em sete minutos o hospicio ir de arrasta 

Noêmia: Aí menina eu não sei mexer nessas coisas 

Iasmim: Pó tia é o máximo que posso fazer, qualquer coisa vê com o pessoal aí, tchau 

encerra a ligação 

Iasmim- Onde estamos mesmo?

música (Ideologia- Cazuza)
CENA 06 (ACADEMIA)

Paola: Aí eu preciso descansar 

Amora aparece 

Amora: Tá falando sozinha 

Paola: Amora minha amiga que saudades 

Amora: Aí menina você não sabe o que aconteceu comig

Paola: Aí Amora qual foi dessa vez 

Amora: Uma sinhazinha aí que quer puxar pix pro meu lado 

Luciana aparece 

Luciana: Quem é sinhazinha, sinhazona?

Amora: Uai a querida se identificou 

Luciana: E você como política fica andando com cobrinha, nossa esses são os políticos que o Brasil elege 

Paola: Ainda eu ouço coisa 

Luciana: Pois muito bem dona Paola diga a ela o que é senso

Paola olha pra Amora 

Amora: Paola não dá ouvidos a essa 

Paola: Qual é seu nome 

Luciana: Luciana 

Paola: Amora, a Luciana não quer intrigas bestas com você 

Amora: Mas a Luciana é filha do capeta 

Luciana da um tapa em Amora 

Luciana: Filha do capeta é você sua ruiva do cabelo duro 

Luciana sai 

as pessoas vaiam 

Amora: Que isso gente eu einh 

empregado da loja diz 

Figurante- Por favor se retire 

Paola: Amora a gente é amiga mas eu tenho que botar meu treino em dia 

Amora: Tudo bem 

Amora se retira 

CENA 07 (Hospicio)

Gabriela: Já voltou Noêmia e não trouxe nada 

Noêmia: Aí Gabriela é porque o homem do peixe ali tava fechado 

Afrodite: Que homem do peixe 

Noêmia: Aí Afrodite é uma história longa viu

Afrodite: Ahhh deixe ela e o suga day dela

Noêmia: Suga o que menina 

Afrodite: day 

Noemia: Essas coisas aí eu não sei não 

CENA 08 (RESTAURANTE)

Luciana: Cadê o meu pai 

Danilo: O sr Rudá tá na sua sala

Mateus: Ela é a filha dele, a Luciana, prazer Mateus 

Luciana: O prazer é todo meu 

Luciana vai na sala de Rudá, entra e diz ao pai 

Luciana: Eu vim aqui atrás do senhor 

Rudá: Minha filha me esquece

Luciana: Te esquecer? pai, eu vou pra academia e a mulher que não gosta da minha mãe tá lá 

Rudá: Minha filha você e o Nuno não tem nada a ver com isso 

Luciana: É claro que eu sei, mas aquela mulher ninguém controla 

Rudá: Difícil filha difícil 

Luciana: Tô indo pra casa, da próxima vez eu dou uma naquela doida 

Luciana sai 

CENA 09 (NA CASA DE PAOLA)

Gingo: Cê sabe que amanhã a gente a gente tem que ir pra Brasília apresentar os nossos projetos pro Rio de Janeiro 

Paola lembra o ocorrido na academia 

Gingo: Paola? Paola?

Paola bate a mão e fala 

Paola: Gingo, você não sabe o que eu presenciei na academia hoje, a Amora e eu tavamos no nosso exercício, até a Luciana estragar tudo 

Gingo: Pra que isso Paola, você tem eu, a Amora, o Rio de Janeiro, o Brasil, Paris e essa tal de Luciana tem o que?

Paola: Ela também é feliz mas tô nem ai, Gingo você tá certo eu tenho o Rio de Janeiro sou deputada e não me rebaixo a nenhuma Luciana de quinta 

Gingo: É assim que se fala

CENA 10 (HOSPITAL)

Nuno: Tia as coisas lá em casa não tão boas 

Giselle: A Gabriela né 

Nuno: Tia, a minha mãe é fruto dessa família 

Giselle: Eu sei disso mas o Rudá tá muito sem pensar sabe 

Nuno: Ajuda a gente viu tia 

Dom Japan aparece 

Dom Japan: Por favor vocês podem me ajudar estou atrás de Afrodite 

CENA 11 (Os ativistas no restaurante)

Mateus: O que podemos ajudar 

Neca: Eu queria um prato com macarrão, feijão preto e carne bastante carne 

Mateus: É pra já 

Mateus fala o que Neca pediu 

Nana: O nosso plano é agora 

Atilo: Com certeza 

Atilo: QUE ISSO NECA VOCÊ VAI COMER MACARRÃO, FEIJÃO PRETO E CARNE BASTANTE CARNE? CADE O LEGUME, CADÊ O QUIABO VERDE, CADÊ A ABOBORA, A MAÇÃ, CADE, CADÊ 

Neca: Ohhh gente estão gritando comigo 

Atilo: Isto é um absurdo 

Rudá aparece 

Rudá: Absurdo é vocês gritando com minha cliente 

Neca: Cê me chamou de minha cliente 

Rudá: Sim porque você é minha cliente 

Neca: Eu tô deixando agora de ser sua cliente porque eu sou contra a qualquer tipo de consumo animal aqui 

Rudá: Você bateu a cabeça hoje?

Nana: Não bati não, sou ativista 

Danilo chega

Danilo: Então vocês gozaram do nosso serviço 

Atilo: Sim gozamos 

Danilo enche a taca cheia de vinho e joga em Atilo 

Atilo: DIGAM NÃO AO CONSUMO DE CARNE 

Atilo, Nana vão em cima de todo mundo 

CENA 12 (CASA DE AMORA)

campainha toca 

Amora: Já vai 

Amora chega na porta e abre 

Amora: Pois não 

Dom Japan: Você sabe onde tem uma clínica de reabilitação aqui 

Amora: Moço que pergunta é essa, eu não tenho nada a ver com essas coisas, você pode procurar em outro lugar 

Dom Japan: Tô atrás de Afrodite 

Amora: Aí eu não sei quem é Afrodite 

Dom Japan: Tudo bem obrigado 

Amora: De nada 

encerra o episódio num click entre Dom Japan e Amora 

Cena extra (NO DIA QUE O RESTAURANTE PEGA FOGO)

Amora: Socorro, socorro estou passando mau 

Amora começa a tossir 

Gabriela e Dom Japan do lado de fora 

Dom Japan: A Afrodite tá lá dentro 

Gabriela: A gente tem que ir lá 

Dom Japan: Só que eu tô ouvindo gritos de socorro 

Gabriela: Deve ser a Amora

Gabriela sobe no banco e vê Amora desmaia sendo asfixiada pelo fogo no banheiro e morre 

Gabriela: Amora

Paraíso Virtuoso - Capítulo 08 (10/12/2024)


PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 08
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 


CENA 01: MANSÃO DE DORALICE/INT./MANHà

O instrumental “Oud Oud - Pedro Guedes, Rafael Langoni“ entra em cena e segue até o fim da cena 2.

ANDRÉ: Alô? Seu Vicente? 

VICENTE (ligação): Quem tá falando?

ANDRÉ: Me perdoe, esqueci de me apresentar. Me chamo André. André Ribeiro. Tava procurando umas terras pra comprar e vi que o senhor está vendendo as suas aí no Mato Grosso do Sul. Tenho interesse em comprá-las. Eu sou do Rio de Janeiro, mas tenho parentes aí no Mato Grosso do Sul e queria ficar mais perto deles.

VICENTE: Onde achou meu número?

ANDRÉ: Nas redes sociais. Eu sigo vários fazendeiros do Brasil e um acabou me indicando você.

André e Doralice se olham. Ela dá um sorriso de canto enquanto ele conversa na ligação.

VICENTE (ligação): Que coisa boa, rapaz! Faz é tempo que tô procurando um comprador pra essa fazenda. Finalmente achei alguém que tenha interesse.

ANDRÉ: Como eu faço pra entrarmos em um acordo? 

VICENTE (ligação): Óia, ocê pode vim até aqui, é bom que já fica conhecendo a fazenda, a região… Só conhecendo pra entender o valor dela.

ANDRÉ: E quando eu posso ir?

VICENTE (ligação): Vem o mais rápido possível, rapaz. Não perde tempo não.

ANDRÉ: Então tá bom, seu Vicente. Irei até aí ainda essa semana, beleza? (Pausa) Então tá, a gente vai se falando. Tchau, tchau. 

Eles encerram a ligação. André coloca o celular na mesa.

ANDRÉ: Pronto. Fiz o que você queria.

Doralice, animada, se aproxima e o beija.

DORALICE: Por isso que eu te amo, meu amor. Já resolveu metade dos meus problemas com essa ligação.

ANDRÉ: Ainda acho que você deveria esquecer essa ideia de vingança, Doralice.

DORALICE: Jamais. Eu jamais vou abrir mão do que eu mais quero na vida. Vicente vai pagar, e vai pagar caro por tudo o que fez comigo. Aquele desgraçado que me aguarde.

ANDRÉ: Bom, minha parte eu já fiz. O próximo passo é ir até a fazenda e entrar em um acordo com ele. Você vai comigo, né?

DORALICE: Claro. Quero ficar cara a cara com aquele assassino. 

ANDRÉ: E se ele desconfiar de alguma coisa? Vicente não me parece bobo.

DORALICE: Ele nem vai imaginar que Laís Ribeiro e Doralice são a mesma pessoa. Vicente acha que já se livrou de mim há muito tempo.

ANDRÉ: Então você já encomendou a identidade nova?

DORALICE: Já. Laís… Lais Ribeiro vai ser o meu nome de disfarce.

ANDRÉ: Ótimo. Acho que assim ninguém vai desconfiar de você. Mas você tem certeza de que é isso que você quer? 

DORALICE: Claro. Eu já esperei bastante. Agora é a hora de agir. Vicente destruiu a minha vida, agora é a minha vez de fazer isso com ele.

CENA 02: MANSÃO DOS GONZÁLEZ/INT./MANHÃ

ÁLVARO: Me responde, Natália. Onde cê tava ontem à noite? Eu exijo uma explicação!

NATÁLIA: Eu…

ÁLVARO (interrompendo, aumentando o tom): E nem adianta mentir, Natália! Eu acordei no meio da noite, e ocê não tava no quarto. Fui até a garagem, e o carro também não tava lá. Achei que tinha acontecido alguma coisa grave.

NATÁLIA (mentindo): Álvaro, eu… fui até o hospital de Santa Aurora. Tive uma crise de enxaqueca muito forte.

ÁLVARO: E por que não me avisou? Eu teria te levado até lá.

NATÁLIA: Não quis incomodar. Você tava dormindo tão bem… Achei que era melhor você descansar.

ÁLVARO: Natália, Natália... Não é a primeira vez que eu acordo e ocê não tá em casa. Essas suas idas à Santa Aurora no meio da madrugada já estão passando do limite.

NATÁLIA (manipulando): Amor, pode ter certeza de que quando eu não tiver no quarto é porque fui até a cidade resolver algum problema. Você sabe que tem anos que tenho essa crise de enxaqueca, se não for até o hospital eu não aguento… Acredita em mim, amor. 

Natália se aproxima de Álvaro para beijá-lo, mas ele se afasta.

ÁLVARO: Tá difícil confiar em você, Natália. Parece que a cada dia que passa ocê fica mais distante… cheia de desculpas.

NATÁLIA: Eu jamais te enganaria, jamais faria algo que traísse a sua confiança. Eu te amo.

ÁLVARO: Se me amasse memo, não teria tanto segredo, tantas desculpas esfarrapadas.

NATÁLIA (perdendo a paciência): Que segredos, Álvaro? Eu tô falando a verdade! E você tá aqui me acusando como se eu fosse uma criminosa da pior espécie!

ÁLVARO: Eu só tô pedindo sinceridade, Natália. Se ocê acha que isso é demais, o problema já não é meu.

NATÁLIA: Eu só quero que você confie em mim, amor. 

ÁLVARO: Cansei dessa história. Eu vou tomar café, se quiser que me acompanhe.

Focamos no rosto de Natália, cheia de ódio.

NATÁLIA: Maldita. Você me paga, Ofélia.

CENA 03: MANSÃO GONZÁLEZ/INT./MANHÃ

Carmem está sentada à mesa, tomando café com Jerônimo. Álvaro se aproxima, calado. 

CARMEM: Bom dia, benzim da mamãe. Olha só o banquete que a Rita preparou pra gente. Tudo por conta dela.

JERÔNIMO: E por que não come com a gente, Rita?

Rita se prepara para sentar à mesa, mas Carmem a impede com um olhar firme.

CARMEM: Isso são modos, Ritinha?

RITA: Desculpa, dona Carmem, é que…

CARMEM: Depois eu levo o que sobrar pra ocê no quartinho, querida. Não se preocupe. (Olha para Álvaro) Que cara é essa, filho? Desde que chegou, não falou uma palavra.

Álvaro olha de relance para Natália, suspira, mas permanece em silêncio. Natália se aproxima.

NATÁLIA: Álvaro tá chateado comigo, dona Carmem. Ontem à noite tive uma forte crise de enxaqueca e precisei ir até a cidade. Não falei nada pra ele, não quis acordá-lo.

CARMEM: Cê fez certo, filhinha. Álvaro precisa ter um sono de donzelo. Agradeço por ter deixado ele dormir.

NATÁLIA: Que bom que me entende, dona Carmem.

Rita serve o café. Segundos depois, Vicente entra na sala, com uma expressão animada no rosto.

CARMEM: Viu o passarinho azul, Vicente? Que cara é essa?

VICENTE: Eu consegui, minha gente! Consegui um comprador pra fazenda!

Todos expressam surpresa e alegria com a notícia.

ÁLVARO: E quem é?

VICENTE: André. André Ribeiro, lá do Rio de Janeiro. Ele viu minhas postagens nas redes sociais e se interessou.

NATÁLIA: Eu disse que seria uma ótima ideia, não disse?

JERÔNIMO: Mas e quando a fazenda for vendida, a gente vai ter que se mudar?

VICENTE: Vamo, mas vou tentar entrar em um acordo com o comprador. Talvez ele deixe a gente morar na outra casa, que está vazia.

NATÁLIA (suspira): Já não gostei dessa ideia. Me apeguei tanto a esta casa.

CARMEM: Tem males que vêm para o bem, como ocê sempre diz, querida. 

VICENTE: E outra, do jeito que tá, a gente num vai ter condições de ficar aqui por muito tempo.

CARMEM: Mas, benzim, o tal comprador disse quando vem até aqui?

VICENTE: Ele falou que vem ainda essa semana. Nem acredito que consegui, minha gente. Finalmente, o dinheiro que perdemos vai voltar.

CARMEM: Senta, benzim. Ritinha preparou esse banquete dos deuses pra gente.

VICENTE: Com que dinheiro, Carmem?

CARMEM: Ué, com o dela. Uma fofa, não é?

ÁLVARO (levanta-se): Bom, eu vou trabalhar. Tem um cavalo que tava com a pata machucada lá no estábulo, vou ver como ele tá.

NATÁLIA: Eu vou com você.

ÁLVARO (frio): Não. Não precisa.

Álvaro se retira. Natália fecha a cara, magoada, mas tenta manter a compostura.

NATÁLIA (olhando para Carmem): Dona Carmem, a senhora acha mesmo que o comprador vai deixar a gente ficar na outra casa?

CARMEM: Isso só o tempo dirá, filhinha.

CENA 04

“Como Vai Você - Antonio Marcos, Zezé Di Camargo & Luciano” entra em cena. Álvaro está sentado debaixo da árvore que sempre se encontrava com Doralice no passado. Ele está pensativo.

FLASHBACK INÍCIO

ÁLVARO: Nunca imaginei que a gente fosse ter essa paixão um pelo o outro, sabe? Parece coisa de Deus.

DORALICE: Eu te amo desde o primeiro minuto que botei os olhos em ocê. Nunca ninguém me amou do jeito que ocê me ama, Álvaro, e eu também nunca amei ninguém assim. Mas eu tenho medo, tenho medo das nossas famílias descobrirem e não gostar do nosso namoro.

ÁLVARO: Óia, Doralice, eu quero que ocê saiba que ninguém vai separar a gente. Nem que eu fuja daqui com ocê. E quer saber? Eu quero mermo é que todo mundo fique sabendo do nosso amor, eu tô disposto a assumir a gente, e não tô nem aí se não gostarem.

DORALICE: Eu te amo, Álvaro. Eu te amo.

FLASHBACK FIM

ÁLVARO (chora e olha para o céu): Porque ocê me deixou, Doralice? Por que? 

Anoitece e são mostradas imagens de Santa Aurora.

CENA 05: CASA DE SILVINHA/INT./NOITE

Silvinha (Camila Pitanga) está na sala colocando algumas coisas em sua bolsa. Marluce (Elisa Lucinda), sua mãe, se aproxima. 

MARLUCE (se aproximando): Já tá indo, minha filha?

SILVINHA: Já, mãe. Só volto amanhã, viu? Tenho plantão hoje.  

MARLUCE (acariciando o rosto da filha): Fico tão orgulhosa, meu amor. Lutou tanto pra conseguir o que você sempre quis, ser enfermeira. 

SILVINHA: Eu também fico tão orgulhosa de mim, mãezinha. Sempre gostei de cuidar do povo, sempre. Agora finalmente tô colocando isso em prática.

MARLUCE: Só fico preocupada com ocê naquela cidade, filha. Campo Grande não é Santa Aurora. 

SILVINHA: Não se preocupa. Deus está comigo, sempre.

MARLUCE: Amém, filha. Amém. Jajá tem missa, pena que ocê não vai.

SILVINHA: Avisa o padre que não pude ir por causa do meu plantão, ele entende. Bom, já tô indo. Até amanhã, mãezinha. Se cuida. A benção.

MARLUCE: Deus abençoe, filha. Tchau meu amor. Vai com Deus, filha. Que Deus te proteja!

SILVINHA: Amém. 

Marluce dá um beijo na testa da filha, que sai.

São mostradas imagens de Campo Grande ao som de “Ai Ai Ai Mega Príncipe - Pabllo Vittar” 

CENA 06: CAMPO GRANDE/RUA/NOITE

Silvinha, que na verdade trabalha como prostituta, chega em uma rua de Campo Grande de táxi. Ao descer do carro, ela solta os cabelos, passa um batom vermelho e tira a roupa que está usando por cima, revelando um top justo e uma saia curtíssima que estava escondida por baixo da outra roupa.

SILVINHA (mexe no cabelo, mascando um chiclete e se olhando num espelho pequeno): Que enfermeira o que… mamãe acha mermo que eu vou ficar dia e noite num hospital fedido cuidando de doente… (ri) coitada.

Segundos depois, um carro estaciona perto dela.

HOMEM: Quanto tá o programa, gostosa?

SILVINHA: Pra você eu faço no precinho, bebê. Mas só falo se você deixar eu entrar no carro.

HOMEM: Posso demorar não, tenho mulher me esperando em casa. 

SILVINHA (exibindo as pernas): Ah, é? E sua mulher tem essas coxas? 

HOMEM: Assim cê me enlouquece, madame. 

SILVINHA (se exibindo, sensualizando): E esse bumbum, ela tem? 

HOMEM: Vai, entra aí logo.

Silvinha entra no carro e dá um beijo no homem, que segue com o veículo, provavelmente até um motel.

CENA 07: (IGREJA/NOITE)

A igreja católica de Santa Aurora está lotada. O padre (Genézio de Barros) termina com a missa e as pessoas vão deixando a igreja aos poucos.

PADRE ROMÁRIO: Cadê Silvinha, dona Marluce?

MARLUCE: Ah, Padre, Silvinha foi trabalhar. Ela me disse que tem plantão hoje no hospital, só volta amanhã. Minha filha é meu maior orgulho!

PADRE ROMÁRIO: Que benção, dona Marluce! Fico feliz que Silvinha esteja indo na direção do caminho que Deus mostrou pra ela.

MARLUCE: Sim padre, minha filha vai se tornar uma grande enfermeira na capital, se Deus quiser! 

PADRE ROMÁRIO: Tenho certeza que sim. Mas e aí, gostou da missa de hoje?

MARLUCE: Claro que sim, padre. Parece que foi feita pra mim. O senhor sabe fazer uma missa como ninguém.

PADRE ROMÁRIO: Que bom, dona Marluce. Deus abençoe.

Imagens da cidade ao som de “Yes, and? - Ariana Grande. 

CENA 08: MOTEL/INT./NOITE

Vicente e Morgana estão novamente no quarto do motel. Vicente está deitado na cama, observando enquanto Morgana faz um strip-tease na frente dele, sensualizando. Eles trocam olhares intensos. Minutos depois, eles estão abraçados na cama.

VICENTE: Essa tua performance pra mim foi como uma comemoração.

MORGANA: Comemoração? Como assim, daddy? É seu aniversário hoje?

VICENTE: Muito melhor que isso.

MORGANA: A Carmem morreu?

VICENTE: Não... eu consegui, Morgana. Achei um comprador pra fazenda.

MORGANA: E o que eu ganho com isso? 

VICENTE: Pix. Dinheiro. Vários pix caindo na sua conta de uma só vez, não é disso que ocê gosta?

Morgana se anima.

MORGANA: Aí ocê tá falando a minha língua. Vem cá, e o carro que ocê me prometeu? Tá vindo aí?

VICENTE: Morgana… eu não tenho condições de te dar um carro por agora né, meu amor. Mas fica tranquila, assim que eu conseguir finalmente vender a fazenda… quem sabe?

MORGANA: ADORO!

Eles se beijam.

MORGANA: Eu não sei como a pata choca da Carmem não desconfia de nada, daddy. Ocê sai à noite, demora pra voltar. Coloca alguma coisa na comida dela, é?

VICENTE: Nada disso. Só falei pra ela que vim resolver alguns assuntos sobre a fazenda. Carmem é ingênua, ela jamais vai desconfiar.

MORGANA: Que bom, né? Não vejo a hora, daddy… não vejo a hora da gente assumir o nosso amor pra todos. 

VICENTE: Tá falando do que?

MORGANA: Ué, daddy, não vamos ficar nesse quarto de motel pra sempre, né? Eu quero entrar na igreja de vestido branco, ter uma casinha pra morar, um marido pra cuidar, filhos pra amamentar.

VICENTE: Tá brincando comigo? 

MORGANA: Ah, Vicente, ocê não tá achando que eu sou sua amante atoa né? Já vai se preparando pra enxotar aquela mosca morta pra fora de casa. 

VICENTE: Ocê tá indo muito rápido, Morgana. Vamo ter calma, paciência…

MORGANA (fazendo chantagem emocional): Ocê é um banana, Vicente! Isso que ocê é. Vive aí pagando seriedade pra todo mundo mas você não é homem de atitude. Eu cansei. Cansei dessa tua enrolação. Tchau, tô de saída!

VICENTE: Não! Deita aí, vai. Óia, eu prometo que assim que eu entrar nos eixos, a fazenda tiver vendida, eu vejo o que eu faço. 

MORGANA: Eu vou cobrar, hein… 

VICENTE: Agora vamo parar com essa conversa mole, que a noite é uma criança.

Os dois se beijam na cama, logo depois se cobrem por um lençol branco e fazem sexo.

São mostradas imagens do Rio de Janeiro ao som da música da cena anterior. Logo depois, cortamos para o exterior da mansão de Doralice e André.

CENA 09: MANSÃO DE DORALICE/INT./NOITE

André está no quarto. Instantes depois, Doralice chega, animada. Ela está com algo em suas mãos.

DORALICE: Olha só o que chegou!

ANDRÉ: O que é isso?

Doralice entrega o documento para André, sorrindo.

DORALICE: Ué, a nova identidade. Agora sim, André, uma nova mulher.

ANDRÉ: Que coisa boa… Laís Ribeiro! 

Os dois riem. 

DORALICE: Amor, estive pensando…acho que não vou com você até Santa Aurora.

O instrumental “Sad Gamba - Alexandre de Faria” entra em cena.

ANDRÉ: Ué, Doralice, você disse que ia me acompanhar. Desistiu por quê?

DORALICE: Eu não tô preparada. Por mais que o sentimento de vingança grite aqui dentro de mim, também tem o sentimento de medo, de angústia. Eu não tô preparada pra ficar cara a cara com o homem que destruiu a minha vida, André. Pelo menos por enquanto. 

ANDRÉ: Poxa, amor, você tava tão animada pra ir junto comigo até a fazenda.

DORALICE: Eu te peço desculpas, amor. Mas por enquanto eu não tenho essa coragem. Bom, você não se importa de ir sozinho, né?

ANDRÉ: Claro que não. (Pausa) Bom, eu pretendo ir amanhã mesmo. Jajá vou ligar pro Vicente e comunicar pra ele.

DORALICE: Ótimo! Será que amanhã mesmo você consegue comprar a fazenda?

ANDRÉ: É o que eu mais quero. Se isso acontecer, você pode ir pra Santa Aurora assim quando quiser.

DORALICE: Eu tô pensando muito na minha volta. Quero que seja uma volta triunfal. Espero que não levante suspeitas.

ANDRÉ: Calma, meu amor, ninguém vai desconfiar da gente. Bom, vou ligar pro Vicente agora. 

André pega o celular que está sobre a cama e disca o número de Vicente. 

Amanhece e são mostradas imagens de Santa Aurora ao som de “Troca de Calçada - Marília Mendonça”. Cortamos para a fazenda de Vicente. Uma caminhonete se aproxima da casa deles. Vicente, Carmem, Álvaro, Natália e Jerônimo saem para o exterior da mansão, curiosos.

CENA 10: MANSÃO DOS GONZÁLEZ/EXT./DIA

VICENTE: É ele, é o André! 

A caminhonete se aproxima e logo depois, estaciona. André desce do veículo e vai de encontro com a família González, se apresentando e cumprimentando todos. 

VICENTE: Que bom conhecer ocê, rapaz! Achei que fosse golpe esse negócio de internet.

ANDRÉ: Jamais, seu Vicente. Assim que vi o anúncio nas redes sociais, me interessei na hora.

ÁLVARO: A fazenda é bem grande, dá até pena de vender… mas não temos outra saída.

ANDRÉ: Grande, sim. Mas é exatamente o que procuro. Tenho planos de expandir e manter o pessoal que trabalha por aqui. 

CARMEM (jogando charme): E ocê é casado, André?

ANDRÉ: Sou, sou sim. Casado e muito bem casado, com uma mulher linda chamada Laís.

ÁLVARO: E ela não veio?

ANDRÉ: Não, não. Mas deve chegar em breve. Ela vai adorar esse lugar, tenho certeza.

VICENTE: Bom, vamo entrar, André. Ocê vai conhecer a casa, e depois faço questão de te mostrar a fazenda.

André, com postura educada, acompanha Vicente e a família para dentro na mansão.

CENA 11: MANSÃO DOS GONZÁLEZ/INT./DIA

Rita está na cozinha preparando o café. Natália se aproxima. O instrumental “Influências - Felipe Alexandre” toca.

RITA (sussurrando): Mulher, que gato esse André, hein? Ui, me deu até calor.

NATÁLIA: Sossega esse facho, Rita. Mas que ele é um gato, é… um gatão.

As duas riem. Nesse momento, a família González aparece com André, que observa o ambiente.

CARMEM: Essa é a cozinha, André. É aqui que a Ritinha prepara os banquetes de deuses dela.

ANDRÉ (olha em volta): Muito bom, dona Carmem! Espaçosa e bem organizada. Dá pra ver que tem capricho. Ah, e prazer em conhecê-la, Rita. Já vi que o café aqui vai ser especial.

RITA (um pouco envergonhada): Que isso… é só o básico.

VICENTE: Bom, agora vamo pra sala. Vou pegar a documentação. Quero que ocê veja com calma antes da gente fechar um acordo.

ANDRÉ: Claro.

André e Vicente vão para a sala. André olha atentamente todos os documentos sobre a fazenda. Ele pergunta a Vicente sobre o antigo dono da fazenda e Vicente foge do assunto. Na próxima cena, eles estão num pasto verde. Vicente mostra toda a fazenda para o marido de Doralice. Depois, eles voltam para a mansão.

CENA 12: MANSÃO DOS GONZÁLEZ/EXT./FIM DE TARDE

O instrumental “Os Ramirez - Felipe Alexandre” entra em cena.

VICENTE: Até agora ocê num me disse se vai ficar com a fazenda, André. E aí? Cê não fez eu mostrar tudo isso aqui pro cê atoa, né?

ANDRÉ: Não, seu Vicente (sorri) eu vou ficar sim com a fazenda. O valor é aquele mesmo, né?

VICENTE: Claro, não sou homem de duas palavra.

André vai até sua camionete e pega uma maleta, cheia de dinheiro. A família toda se surpreende com a rapidez de André com o pagamento.

ANDRÉ: Pronto. A fazenda já tá paga. 

VICENTE (abrindo a maleta): Cê não brinca em serviço mermo hein, rapaz? 

CARMEM (passa a mão no dinheiro que está na maleta): ATÉ QUE ENFIM! FINALMENTE! Finalmente estamos ricos de novo.

ÁLVARO: A gente fica agradecido com o seu interesse na fazenda, André. Nunca vi um comprador pagar tão rápido assim.

ANDRÉ: Bom, agora essa fazenda pertence a mim, né? Só falta levar a documentação até o advogado.

VICENTE: Cê já vai ficar por aqui? 

ANDRÉ: Não, não. Eu vou voltar pro Rio de Janeiro. Volto ainda essa semana com minha esposa. 

NATÁLIA: André, você vai deixar a gente ficar na outra casa? Ela tá vazia. A gente não pretende se mudar daqui da fazenda. 

VICENTE: Eu e Álvaro podemos continuar trabalhando aqui, pro cê, André.

ANDRÉ: Eu deixo. Eu deixo vocês ficarem aqui, não tem problema nenhum. Eu e Laís vamos morar aqui na mansão, tenho certeza que ela vai adorar.

A família comemora.

ANDRÉ: Bom, pessoal, eu vou indo. Foi um dia maravilhoso passar aqui com vocês. Volto ainda essa semana com a documentação. Obrigado.

VICENTE: A gente que agradece, André. E não demora pra trazer a Laís, a gente quer conhecer a moça.

ANDRÉ: Claro. Até mais.

André entra em sua caminhonete e dá partida. A família comemora com a venda da fazenda.

Anoitece ao som de “Romaria - Daniel, Seu Jorge” e são mostradas imagens do Rio de Janeiro.

CENA 13: MANSÃO DE DORALICE E ANDRÉ/INT./NOITE

Doralice está no sofá, mexendo em seu celular. Ela demonstra preocupação com a demora de André, até que ele chega.

DORALICE (vai até ele e o abraça): Amor… que demora, já tava preocupada com você. (Pausa) Mas e aí, você conseguiu? Conseguiu entrar em um acordo com Vicente?

ANDRÉ: Claro, já até paguei a fazenda.

Doralice se surpreende e comemora.

DORALICE: Que bom. Que bom que você conseguiu. Finalmente, André, finalmente eu vou poder colocar a minha vingança em prática.

ANDRÉ: Então já vai se preparando, a gente se muda pra lá ainda esta semana.

O instrumental “All My Love - Guilherme Rios” entra em cena.

DORALICE: E o Álvaro? Você viu ele? Como ele tá?

O sorriso de André se desmancha e ele se afasta de Doralice.

ANDRÉ: Até quando você vai ficar pensando nesse cara? Você ainda ama ele, né? Fala a verdade.

DORALICE: Não. Só perguntei por perguntar, poxa. Querendo ou não eu e Álvaro tivemos uma história. 

ANDRÉ: Ele tá bem. Tá casado.

DORALICE: Casado?

ANDRÉ: É. Casado com a Natália. Gostei dela, é educada, bonita, gentil…

Doralice fica com ciúmes.

DORALICE: Chega. Chega desse assunto. Álvaro é passado, já nem deve lembrar mais de mim também.

Focamos no rosto de Doralice por alguns segundos. Ela fica pensativa, pensando em Álvaro.

Três dias se passam ao som de “Oh My God - Adele”

~A família González se muda para a outra casa.

A música continua a tocar e mostramos Inagens de Santa Aurora. 

CENA 14: RUA/DIA

Silvinha e Marluce andam pelas ruas de Santa Aurora. De repente, Silvinha avista Morgana vindo em sua direção. As duas se aproximam e se encaram com provocação. "Ai Ai Ai Mega Príncipe - Pabllo Vittar" começa a tocar ao fundo.

MORGANA: Perdeu alguma coisa aqui, queridinha? Ou veio só fazer cosplay da Virgem Maria na minha frente?

SILVINHA (fazendo o sinal da cruz): Que Deus me proteja dessas almas do mal! Amém.

MORGANA: Olha aqui, sua vaca mal comida, tá achando que é quem, a Madre Teresa? 

SILVINHA (colocando a mão no peito): Ó, quanta agressividade! Desse jeito cê vai ganhar um lugarzinho especial... mas não no céu, viu?

MARLUCE (interrompendo, com as mãos na cintura): Chega! Ocês duas tão se comportando feito duas crianças! Morgana, vai rezar, minha filha, vai assistir uma missa. E Silvinha, já te falei pra não perder seu tempo com gente que nem ela.

MORGANA: Fala pra tua filhinha parar de me julgar então, dona Marluce. Ela me olha de cima a baixo como se fosse a madre superiora. Mas no fundo, é uma quenga bem pior que eu!

SILVINHA: Ah, por favor, Morgana. Ocê falando de moral é a mesma coisa que o diabo dando aula de catequese.

MORGANA: Olha, é bem melhor ser o diabo do que ser uma falsa santa igual ocê! Prefiro ser uma puta assumida do que andar por aí de vestidinho de boazinha enquanto faz coisas bem piores por trás.

SILVINHA: Eu sou uma mulher de respeito, meu amor.

MARLUCE (suspirando): Silvinha, vamo embora..

SILVINHA (sussurrando para Marluce, mas ainda provocando): Mãe, eu tento salvar essa alma, mas parece que nem Deus quer!
 
MORGANA: Salvar alma? O que ocê faz é só falsidade, amor! Esse papo de enfermeira... Só quem acredita nisso é tua mãe! (Olha para Marluce) Abre o olho, dona Marluce, abre o olho.

MARLUCE: Ó, Morgana, respeita, viu? E vai arranjar alguma coisa pra fazer, vai lá descer e subir naquele pole dance que ocê ganha mais. Essa briguinha boba não vai levar ninguém a lugar nenhum, muito menos
pro céu!

MORGANA: Céu? Com essa coisinha irritante aqui do meu lado? A gente tá é caminhando pro inferno.

SILVINHA: Ainda bem que cê sabe que vai pra lá, Morgana. 

MARLUCE (pegando Silvinha pelo braço): Chega, vamo embora daqui.

MORGANA (gritando enquanto elas se afastam): Isso mesmo, corre, Silvinha, corre! Antes que eu faça ocê conhecer o inferno antes da hora.

SILVINHA (virando-se para trás, com uma piscadinha irônica): Fica tranquila, amor. Vou rezar pra tua alma.

CENA 15: RUAS DE SANTA AURORA/DIA

Uma caminhonete estaciona em frente ao hotel de Santa Aurora. As portas se abrem e, em seguida, uma mulher desce do veículo. A câmera a acompanha, subindo lentamente até revelar seu rosto: é Doralice. Ela olha ao redor, confiante. "It’s My Life" de Bon Jovi começa a tocar.

DORALICE: Quanto tempo, Santa Aurora… agora sim, o que tava faltando chegou.

Close no rosto dela

CONGELAMENTO EM DORALICE.

A novela encerra seu 8° capítulo ao som de “It’s My Life - Bon Jovi” (tema de Doralice).