Paraíso Virtuoso - Capítulo 27 (07/01/2025)


PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 27 (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 

CENA 01: RESTAURANTE/INT./DIA

O instrumental “Vendetta - Felipe Alexandre” dá som a cena.

SILVINHA (atônita): Não… não pode ser verdade uma coisa dessas. Eu, irmã da Doralice? (lacrimejando) E a senhora escondeu isso de mim esse tempo todo por que, hein? Eu sofri a minha vida inteira sentindo a falta de uma figura paterna na minha vida, mãe. 

MARLUCE: Desculpa, minha filha. Eu errei, errei feio em ter escondido essa história. Mas, Silvinha, mesmo se eu tivesse te contado, não iria adiantar de nada. Martinho já era casado com outra mulher e teve outros três filhos com ela. E outra, quando ele me abandonou, eu descobri a gravidez dias depois, e ele já tinha sumido, evaporado. O único homem que eu tive na vida, o único que eu amei de verdade, foi o Martinho.

SILVINHA: E agora? Como eu vou olhar na cara da ricaça sabendo que ela é minha irmã?

MARLUCE: Se ocê quiser, eu vou com ocê até ela e a gente conta tudo. Aí depois fazemos o exame de DNA, e tudo certo. 

SILVINHA: Eu fiz uma coisa muito feia com a Doralice, mãe. E se ela simplesmente me negar como irmã?

MARLUCE: Cê aprontou o que com ela?

SILVINHA: Ah, mãe… é uma longa história. Enfim, por ordens da Natália, eu acabei aceitando armar pra Doralice terminar o namoro com o Álvaro. Natália colocou um remedinho na comida e fez ele apagar. Depois, levamos ele pra cama e eu me deitei ao lado dele, seminua. Enfim, a Doralice flagrou a gente. Mas, graças a Deus, eu como uma boa samaritana, contei tudo pra Doralice e agora eles estão fingindo que o plano de Natália deu certo.

MARLUCE: Silvinha, Silvinha… ocê para de se meter nessas roubadas, minha filha. Não foi isso que eu te ensinei.

SILVINHA: O pior eu nem te conto. Eu descobri um segredinho maquiavélico da Natália, e agora, ela tá nas minhas mãos. Por isso eu fui morar lá na fazenda, pra infernizar a vida dela. Agora que eu sei que sou irmã da Doralice, mãe, enquanto eu não enlouquecer aquela vagabunda da Natália, enquanto ela não parar num hospício, eu não saio daquela casa. 

CENA 02: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./DIA

Natália está preparando o café da tarde, enquanto Álvaro entra pela cozinha.

ÁLVARO (surpreso): Ocê passando café, Natália? Vai chover.

NATÁLIA: Ah, só ficou eu de mulher nessa casa, não tenho outra opção. Doralice me disse que vocês terminaram, é verdade?

ÁLVARO: É… Natália, eu fiquei sem entender como aquela mulher conseguiu entrar aqui e se deitar comigo na cama. E outra, foi só eu almoçar e me bateu um sono. 

NATÁLIA (mentindo): Álvaro, eu quero que você saiba que eu não tenho nada a ver com essa história, tá? Silvinha é uma grande amiga minha e veio ficar uns dias aqui em casa, mas é por pouco tempo. Eu já conversei com ela e já a repreendi, ela disse que isso nunca mais vai acontecer.

ÁLVARO: Peraí, morar? Essa mulher veio morar aqui?

NATÁLIA: Ué, Álvaro, ela veio porque eu achei que você fosse morar com a Doralice. Não tem como ficar morando aqui só eu e seu pai, né? Imagina o clima estranho.

ÁLVARO: E cadê ela? 

NATÁLIA: Nem sei, ela foi na cidade, disse que iria demorar. Aproveitei e fiz esse cafezinho pra ela. 

ÁLVARO (se fazendo de bobo): Eu preciso entender o porquê dela ter feito isso comigo.(Pausa) Bom, vou dar uma passeada pela fazenda, volto só à tarde.

Álvaro se retira e Natália fica na cozinha, continuando a preparar o café da tarde. Minutos depois, Silvinha chega. Natália revira os olhos. O instrumental “Gara - Felipe Alexandre” entra em cena.

SILVINHA: Preparou o meu cafezinho, querida? 

NATÁLIA: Tava demorando… se um acidente tivesse acontecido com você no caminho, eu não iria reclamar.

SILVINHA (se aproximando, séria): Cê tá muito rebeldinha pra quem tá com o rabo preso e com o cu na mão com medo de ser descoberta, cê não acha? Olha aqui, Natália, eu posso ir até a delegacia a hora que eu quiser e contar tudo pro delegado que ocê foi a mandante da morte do André, queridinha. Então abaixa a tua bola. (Pausa) Cadê o café? 

Silvinha se senta à mesa, encarando Natália, enquanto a vilã serve o café numa xícara pra ela. Silvinha pega a xícara e leva até a boca. Ao beber o café, ela cospe o líquido sobre a mesa e se levanta.

SILVINHA (gritando): Mas isso aqui tá horrível! Cê não presta pra fazer nem um café? Será que eu vou ter que te ensinar, sua ameba?! 

Nesse instante, Silvinha, para provocar a fúria de Natália, joga a xícara no chão, que acaba quebrando e espalhando café pelo piso da cozinha. Natália ergue a mão pra dar um tapa na cara de Silvinha, mas a filha de Marluce é esperta e segura  firme o braço da vilã.

SILVINHA: EU VOU TER QUE REPETIR QUANTAS VEZES PRA VOCÊ PARAR COM ESSA REBELDIA, SUA VAGABUNDA? LIMPA O CHÃO AGORA! LIMPA QUE EU TÔ MANDANDO. Vai lá, pega os itens de limpeza e limpa essa sujeira. VAI AGORA, TÁ ESPERANDO O QUE? 

Enraivada, Natália vai sem falar uma palavra, mas, cheia de ódio por dentro, quase explodindo. Ela pega os objetos de limpeza e se aproxima de Silvinha.

SILVINHA (firme, alterada): AGORA AJOELHA E LIMPA ESSE CHÃO! ANDA LOGO, ANTES QUE EU VÁ ATÉ A DELEGACIA E CONTO TUDO, SUA MEDÍOCRE! 

Natália ajoelha e faz o que Silvinha pede. 

SILVINHA: Isso! Mas vai ter que aprender muito ainda.

Anoitece.

CENA 03: RUA/NOITE

Marcela se encontra no exterior da casa que Doralice alugou para ela morar, esperando por alguém. Segundos depois, um carro estaciona e ela entra no veículo. No interior do carro, revelamos ser Vicente o motorista. Eles se cumprimentam um ao outro.

VICENTE: E aí, pensou bem naquela conversa que a gente teve?

MARCELA: Pensei. Eu vou aceitar o dinheiro que você me ofereceu e sumir dessa cidade. Acho que essa grana vai me ajudar bastante a reformar a lanchonete e dar uma vida melhor pra minha família. Tudo o que eu mais quero agora é ficar longe de problemas.

VICENTE: Ótimo. Bom, eu deixei a grana na minha casa, só que fica um pouco longe daqui . Ocê se importa? Eu prometo que lhe trago de volta depois.

MARCELA: Por mim, tudo bem.

Vicente liga o carro novamente e parte dali.

CENA 04: MATAGAL/NOITE.

A cena mostra o carro de Vicente passando por uma estrada de terra. O instrumental “Irene Incendiária - Reno Duarte, Pedro Guedes” entra em cena.

MARCELA: Cê me disse que era longe, mas não achei que fosse tanto. Já faz uma hora que a gente tá viajando, e nunca chega.

VICENTE: Tá chegando, é só ter calma.

Marcela se sente um pouco desconfortável. No próximo take, Vicente estaciona o carro numa estrada deserta, cercada por uma mata densa, e olha Marcela com um olhar frio.

VICENTE: É aqui. 

MARCELA (percebendo algo errado): Pera aí, cê tem certeza, Vicente? Aqui só tem mato. Só tem árvores aqui, não tô vendo fazenda nenhuma.

Nesse instante, Vicente retira um revólver de sua cintura, enquanto Marcela observa a cena e começa a se apavorar.

MARCELA: Vicente, o que é isso? Vai fazer o que com essa arma? 

VICENTE: É isso que acontece quando alguém mexe com quem tá quieto. Ocê devia era ter ficado no esgoto de onde ocê saiu, menina. Desce do carro agora! Desce que eu não vou sujar o meu carro de sangue. 

Focamos em Marcela, que está desesperada, suando frio e tremendo, intercalando com Vicente, que a olha friamente e apontando o revólver para a moça.

CONGELAMENTO EM VICENTE.

A novela encerra seu 27° capítulo ao som do instrumental “Irene Incendiária - Reno Duarte, Pedro Guedes”.













Tente Outra Vez Cap. 33 (07/01/2025)

 TENTE OUTRA VEZ CAP. 33 (07/01/2025)



Cena 01: Continuação da cena anterior: Flávia recebe um tiro, e está atirada no chão. Victor passar de moto próximo, e vê a moça no chão. Ele desce da moto e liga para uma ambulância.


Cena 02: Casa de Renato/Noite. Renato estoura um champanhe e serve a todos.

Renato - Ganhamos! Ganhamos! Cássia, meus parabéns! Você sabe o quanto eu estou feliz por você.

Luísa - Que milagre…

Renato - Eu acho que estou ouvindo vozes. Vozes de pessoas das quais eu não converso.

Cássia - Vamos parar com essa rixa besta. Pelo amor de Deus.

Helena - Mas o que está acontecendo? Perdi algumas coisas?

Renato - É simples, Helena. Eu não me uno a pessoa que duvidam de mim.

Miriam - Deixa eu ver se entendi. Você e a Luisa não estão mais juntos?

Luísa - Isso, Miriam. Feliz?

(Miriam solta fogos)

Miriam - Esse é o dia mais feliz da minha vida! Araci! Mais champanhe.

Helena - Mas Luísa, o que você duvidou do Renato que causou a separação de vocês dois?

Júlio - Helena, eu acho que não é o melhor lugar pra conversarmos sobre isso.

Luísa - Não, Júlio. Não há vergonha nenhuma nisso. Vocês ficaram sabendo que a Viviana, ex do Renato, ficou presa após quase me matar, e lembrando, intencionalmente. Pois bem, eu já havia dito a ele que se ele inventasse de soltar ela, nós nos separariamos. No dia seguinte, a Viviana aparece solta e ainda me diz que quem a libertou foi o amor da vida dela.

Helena - Mas Luísa, só um momento. Quem livrou a minha mãe da prisão, foi o meu pai, o Pedro.

Renato - Tá vendo só! E eu que sai como culpado da história. Pois eu não me arrependo nem um pouquinho de não estarmos mais juntos, porque eu sei com quem eu tenho que andar, com pessoas honestas, e não com gente mentirosa.

(Luísa da um tapa nele, que ele cai longe)

Luísa - Eu não quero te ver nunca mais, está bem! Tenham uma boa noite.

(Luísa pega a bolsa e menciona que vai sair, porém o Júlio comenta)

Júlio - Gente, esperem aí. O Victor me mandou uma mensagem. A sua filha, Renato, recebeu um tiro. Está internada no hospital.

Miriam - O que?

Renato - A Flávia? Meu Deus…





Renato - Eu vou lá agora.

Miriam - Eu também.

(Jardineiro sobe) 

Jardineiro - Vocês não podem descer.

Miriam - Mas porque não?

Jardineiro- Tem muita gente rodeando a casa. Com arma e tudo.

Renato - É o que?

Miriam - Que loucura é essa?

Jardineiro - Eles querem vingança, pela derrota da candidata deles.

Cássia - Mas será possível uma coisa dessas? Vamos chamar a polícia.

Júlio - Não faça isso, é pior.

Cássia - E por acaso vamos ficar presos aqui?

Miriam - Eu tive uma ideia. Desçam comigo.

(Todos descem com Miriam, e dão de cara com uma porta)

Helena - Mas o que é essa porta?

Renato - Eu acho que me lembro dessa porta, há muito tempo.

Cássia - Gente, só um minutinho. Cadê o Roberto?

Renato - Como assim o Roberto sumiu?

Miriam - Não dá tempo de irmos atrás de Roberto nenhum. Vamos entrar

(Eles entram e Roberto está sentado no sofá esperando eles)

Miriam - O que você está fazendo aqui?

Roberto - Estava procurando o banheiro, e cheguei aqui.

Miriam - Mas será possível.

Renato - Agora me lembrei, esse é o porão que o pai tinha. A quanto tempo não venho aqui.

Helena - E aqui sai onde?

Miriam - Em uma garagem interna. Era aqui que o Robert vinha quando queria fugir de entrevistas.

(Os bandidos invadem a casa, e procuram pelos personagens)

Bandido 1 - Mas cadê eles?

Bandido 2 - Devem estar escondidos. O casarão é grande. Vamos!


(Todos já estão do lado de fora da casa)

Luísa - Mas o que vamos fazer agora?

Julio - Vou atrás da minha sobrinha, ela está em casa.

Luísa - Mas está perigoso ficarmos aqui.

Roberto - Eu tive um plano. Vocês não disseram que tem uma ilha, que vocês ficaram presos? Vamos para lá, e lá ficaremos seguros.

Miriam - Mas que ideia absurda.

Renato - Ele não está todo errado não. É uma boa ideia. Eu pego o barco e vamos.

Julio - Vou buscar a minha sobrinha.

Cássia - Renato, você empresta aquele carro?

Renato - Claro, pode pegar. Daqui nós vamos para o pier.


Cena 03: Casa de Júlio/Noite.

Júlio - Gabi, Gabi vamos depressa… Laura? Mas o que você faz aqui?

Laura - Tio. Eu vim pra ficar.

Julio - Ué, mas e o …

Laura - Esqueça ele. Agora sou só eu, e ele (ela aponta pra barriga)

Júlio - Está tudo bem. Cadê a sua irmã, vamos!





Cena 04: Garagem de Renato/Noite. 

Renato - Eu consegui organizar tudo isso, cobertas, cabanas, e comida, muita comida.

Helena - Mas e a Flávia, como ela vai ficar?

Renato - Meu Deus, a Flávia. Eu preciso falar com a Viviana.

Luísa - Claro, a Viviana…

Helena - Deixa que eu falo com ela.


Casa de Helena 

Viviana - Filha, foi bom você avisar. Eu vou vê-la agora. Meu Deus, o que está acontecendo com a Flávia?


Todos chegam ao pier, sobem no barco e seguem o trajeto. Ao som de Só pra o Vento, mostra as locações da ilha a noite. Todos descem do barco na ilha.

Laura - Então foi aqui que vocês ficaram? Misericórdia.

Helena - As vezes eu sinto saudades. Só não desse frio miserável.

Renato - Eu não acredito que pra ter paz precisamos vir pra cá.

Cássia - Mas isso vai acabar. Vai ter que acabar. Ou se não eu não me chamo Cássia Toledo. E nada do que eles fizerem vai abalar a mim 


(Corta pra cena na casa de Cássia, eles jogando gasolina, e colocando fogo. O fogo sobe e consome toda a casa.)


Apartamento de Túlia/Noite.

Wagner - Túlia, tem alguém na porta.

Tulia - Mas será possível. Mas cadê a empregada?

Wagner - Na casa dela. Ela também não é escrava não…

Tulia - Pois poderia ser. (Ela vai abrir a porta e vê o filho, com os olhos vermelhos de choro) Mas o que aconteceu meu filho?

Daniel - Mãe, a senhora viu a Laura? Ela não está mais em casa.

Túlia - Já veio atrás daquela cretina. Ela veio aqui sim, e me deu um tabefe. Eu não fiz nada, e a Yoná está de prova. 

Daniel - Meu Deus, a minha mulher está grávida e me acontece uma coisa dessas.

Túlia - Meu filho, está tarde. Durma aqui.

Wagner - É, filho. Lembrar dos velhos tempos.

Daniel - Eu fico. Mas amanhã eu vou cedo atrás da Laura. 


(Transição de cena ao som de True, mostrando o amanhecer na ilha). Todos estão acordados. 

Renato - Eu acho que vou caminhar um pouco. Lembrar os dias de “férias” que tive aqui. Você vem, Júlio?

Júlio - Claro! Agora mesmo. Renato, É impressão minha, ou ali é uma pessoa?

Renato - Eu realmente estou vendo alguém. Mas quem será?

(Close em Renato e Júlio juntos, e encerra ao som de True)








A Melindrosa,Cap 17 - 07/01/2025

 A Melindrosa



Capítulo 17 

Abertura 


1929


Cena 1- Praça.

Nestor ainda está surpreso com a notícia da amante,Cleo demonstra felicidade.Uma música de tensão toca ao fundo.

Nestor- Como isso foi acontecer ? Nós sempre nos cuidamos.

Cleo- Também não sei.Mas você sabe… Esses métodos não previnem cem por cento.Não foi culpa minha.

Nestor- Você não está me dando um golpe, está?.

Cleo se ofende.

Cleo- CLARO QUE NÃO!. Me sinto muito desrespeitada com essa pergunta.Como ousa duvidar de mim?.

Nestor- E agora ? O que iremos fazer ?.

Cena 2-Residência Serra e Dutra Cavalcante.Jardins.

Ana Lúcia está admirando o trabalho de Diego,e conversando com ele,enquanto ele tosa as plantas.

Ana Lúcia- O que pretende estudar Diego?.

Diego- Penso em medicina ou arquitetura.

Ana Lúcia- Belas profissões.Sua mãe estaria muito orgulhosa de você.

Diego sorri.

Diego- E a senhora ? Não estudou nada ?.

Ana Lúcia- Conclui o colegial somente.Logo depois casei e engravidei.

Diego- Desculpe-me por essa pergunta,mas a senhora é feliz no seu casamento?.

Ana Lúcia- Não,não sou feliz nesse casamento.Nunca fui.Essa é a verdade.Sebastião nunca me completou enquanto esposa.A verdade é que nunca gostei dele,assim como ele nunca gostou de mim… Perdão por estar aqui te enchendo com meus desabafos.

Diego- E não me incomoda.Para mim é um prazer estar na presença da senhora.

Ana Lúcia- Também gosto muito da sua companhia.Me faz tão bem.A muito tempo não me sinto assim,confortável na companhia de um homem além do meu filho e meu irmão.

Diego,percebendo a tristeza da patroa,se encaminha até ela e a abraça.”Ainda bem-Marisa Monte” começa a tocar.

Eles se afastam brevemente,e ficam se olhando olho no olho.

Diego- A senhora… Ana Lúcia,é a mulher mais… Honesta e boa que eu já conheci,me deu emprego quase sem me conhecer,não me tratou com diferença pela cor,sempre foi gentil e cordial.Tenho muito a lhe agradecer.

Os dois se olham,quase como se estivesse despindo-se com os olhos,transmitindo paixão,fogo,um amor que está começando a nascer em ambos,um sentimento que à muito tempo Ana Lúcia não sente,e que Diego nunca experimentou.

Cena 3- Cafeteria.

Sebastião e Cleo estão tomando um café e comendo uma torta.

Cleo (mastigando)- Ummmm,que delícia.Essa torta é muito boa,quero voltar aqui mais vezes.

Sebastião pisa nos pés dela para chamar a sua atenção.Ela é interrompida por Sebastião.

Sebastião- Você tinha me chamado aqui para me contar algo,o que era ?.

Cleo- Ah sim,já tinha até me esquecido… Então… Eu estou grávida.

Sebastião,que estava tomando um café,se engasga e tosse.

Cleo- Está bem meu bem ?.

Sebastião se recompõe.

Sebastião- Como isso foi acontecer ? Pelo amor de Deus,eu sou casado.Ninguém pode saber disso.

Cleo- Eu sei que sou a outra.E agora você com certeza vai arrumar outra que não vá ficar com os peitos mole,caídos e gorda como eu vou ficar.

Sebastião- Cala a boca um segundo… Tem certeza disso ?.

Cleo- Claro,absoluta.

Sebastião- Mas não é possível… Você está me dando um golpe da barriga,só pode ser.Em todos esses anos nunca nos aconteceu isso.Com tantas meretrizes que deitei isso nunca aconteceu,e veio passar justamente com você?. Me parece muito absurdo.

Cleo- Ah é ? Vai ser assim então? E aquelas palavras de amor que me falou naquele baile da primeira dama ? Eram falácias? Seu mentiroso.Mas é claro,se trai a esposa,quem dirá uma amante que nem eu.Pilantra,patife., cafajeste…

Sebastião- Cala a boca,e por favor,não faça um escândalo aqui.

Cleo se levanta e altera o tom de voz,as pessoas começam a olhar a situação.Musica cômica toca ao fundo.

Cleo- E você quer que eu fale como ? Eu falo como eu quiser.Se eu quiser gritar,eu grito,se eu quiser tirar minha roupa aqui,eu tiro também meu filho.Tá pra nascer homem que vai mandar em mim.A mim você respeita,imundo,salafrário,jumento,resto de espermatozoide,esperma mal reproduzido…

As damas ficam horrorizadas com o escândalo,enquanto os homens riem e acham graça do barraco.

Um funcionário se aproxima.

O funcionário- Senhora,por favor,mantenha a compostura.Os seus problemas vocês resolvem em casa.

Cleo- Ah é ? Pois aqui então é minha casa.E se vocês acham isso absurdo,é porque ainda não viram o que eu sou capaz de fazer meu amor.VOCÊS NÃO VIRAM NADA MEU AMOR! NADAAAAAAAAA !.

Completamente descontrolada,Cleo pega uma torta e joga em Sebastião.Depois pega a xícara e joga o café na cara do funcionário.Sebastião não se aguenta,e também joga em Cleo seu café,que derruba a mesa,e vai à mesa ao lado e pega,sem pedir licença,uma torta que alí estava disposta para seus consumidores,e joga em direção de Sebastião,mas acaba atingindo o funcionário que nada tinha a ver com a briga do casal de amantes.O funcionário revida e pega vários doces da vitrine e joga contra o casal,nenhum doce atinge Cleo ou Sebastião,ao contrário,atinge em cheio outros clientes,que revidam,e jogam contra o funcionário os doces e tortas que haviam comprado.Inicia-se uma guerra de bolos.

Cena 4- Casa de Joaquina.Sala de estar.

Joaquina está arrumada e se prepara para sair,quando ao abrir a porta,dá de cara com Luzia,que estava prestes a bater na porta.

Joaquina- Luzia? O que lhe traz a minha humilde residência?.

Em um corte,as duas já aparecem dispostas sob um sofá na sala.

Luzia- À muito que não lhe via.

Joaquina- Sim,mas gostaria que fosse direto ao ponto.Estou apressada,tenho que sair.

Luzia- É sobre Luísa.Como já deve saber,ela está namorando com meu neto.

Joaquina- Exatamente.Já sabia que era seu neto quando o vi no cabaré.Me recordo de tê-lo visto em algum jornal,que citava o sobrenome dele,ou algo assim.

Luzia- Sei muito bem o tipo de ensinamentos que você deve ter repassado a ela,obviamente valores e princípios não foram incluídos no currículo de formação moral dessa pobre moça.

Luzia é interrompida por Joaquina.

Joaquina- Se formos falar de moral,acho bom relembrar,que foi a mal criação que a senhora deu a seu filho que resultou num homem medroso,covarde e cínico,que seduziu minha filha e a engravidou,depois a abandonando,e a deixando a própria sorte.

Luzia- Não é sobre meu filho que venho falar.Peço-lhe encarecidamente que afaste Luísa de Benjamin,ou então quem o fará será eu,e as medidas que posso usar contra ela,não serão das melhores…

Joaquina- Está ameaçando minha neta? Não preciso te lembrar que ela também é sua neta.Não tem Deus no coração? Não tem arrependimento de ter feito o que fez ?.

Luzia- Querida não me venha com sua hipocrisia.Claro que me preocupo com Luísa,até porque se não me preocupasse,não interferiria nesse relacionamento sem futuro.Eles são primos,isso é incesto,por Deus Joaquina.Veja o absurdo que isto é.E Tem mais.Gostaria de saber qual o envolvimento dela com a amante do meu marido.

Joaquina- Amante de seu marido? Não me diga que carrega chifres ? (A idosa começa a rir) Ai,perdão luzia,mas é que é tão irônico você ter chifre,porque eu pensava que eles só iam vir à tona no apocalipse quando você se revelaria a esposa do coisa ruim,vai de retro.

Luzia- Me responda.

Joaquina- Não sei,qual o nome da amante de seu marido ?.

Luzia- Cleo,nome de meretriz mesmo.

Joaquina- Não conheço nenhuma Cleo.Talvez seja uma conhecida dela,quem sabe.

Luzia- Vou fingir que acredito.

Joaquina- Se você acredita ou não,o problema é seu fofinha.

Luzia- Não vou prolongar nossa conversa.Está tudo encerrado.O recado está dado,dê um jeito de separar nossa neta do meu neto.E para não dizer que sou uma bruxa sem coração,vou arrumar um bom marido para ela.Um marido rico e trouxa para sustentá-la.

Luzia e Joaquina saem da casa.De longe e escondida,Anastácia vê as duas,e não entende qual assunto ainda as une.

Anastácia- Luzia na casa de Joaquina ?.Meu Deus.O que une essas duas ?.

Cena 5- Igreja.

Ana Lúcia entra na igreja e vai direto falar com o Padre Horacio,que está conversando alegremente com Sisi,uma famosa melindrosa e dona de cabaré.

Ana Lúcia-Perdão,por interromper,mas Padre,podemos conversar ?.

Padre Horacio- É grave? Urgente ?.

Ana Lúcia- Não.Mas queria falar a sós com o senhor.

Padre Horacio- Não se preocupe,essa moça é de minha confiança,pode falar o que for na presença dela.

Sisi- Um instante,eu te conheço moça.Você não é a Ana Lúcia Serra e Dutra ?.

Ana Lúcia - Ah,sim sou eu.Bom já que você me conhece,e é de confiança do padre,acho que nós três podemos ter uma boa conversa.

Ana Lúcia desabafa e é acolhida pelos dois.

Cena 6- Tarde.Residência Gaspar Cavalcante.Cozinha.

Anastácia e Fernando estão sentados a mesa.

Anastácia- Confie em mim,pode falar.

Fernando- É tudo muito complicado… À quase 20 anos atrás,engravidei uma mulher,ela se chamava Antônia (Anastácia se surpreende com a revelação) Não dei o apoio que ela merecia,e que eu deveria dar como pai da criança.A abandonei,e com ajuda da minha mãe,que se encarregou de tratar de uma ajuda financeira para que ela cuidasse do nosso bebê,fingi estar adoentado nessa época,porque fui covarde,tive medo,não sabia o que fazer,estava assustado.E desde então nunca mais ouvi nada sobre o nosso bebê,nem sobre ela.À alguns dias atrás,perguntei a minha mãe sobre meu filho e a mãe dele,e ela me revelou que eles morreram.

Anastácia- Mas isso…

Fernando a interrompe.

Fernando- Isso é horrível,eu sei.Nunca consegui superar minha atitude,me sinto pior ainda agora sabendo que eles morreram.

Anastácia- Não se culpe meu bem.Você era muito novo nessa época.Agiu errado sim,mas o que passou passou,não tem como voltar ao passado,supere.

Fernando- Vou tentar.

Fernando se levanta e sai.

Anastácia (falando consigo mesma)- Que mulher maldita.Como ela pôde inventar essa mentira?.Então era sobre isso que ela conversava com Joaquina hoje.Pobre do meu Fernando,tão bonzinho,não merece isso.

Fernando volta a cozinha.

Fernando- Tia,Benjamin e sua namorada estão aqui.Vim pegar algo para eles beberem e ele quer aproveitar para te apresentar a moça.

Anastácia-Ah que ótimo.

Corta para a sala de estar.

Luísa e Benjamin estão um ao lado do outro de pé.Fernando e Anastácia surgem na sala de estar,a funcionária vem com uma bandeja com suco,água,e uns doces,ela dispõe a bandeja sobre um centrinho no meio da sala.

Benjamin- Luísa,essa é Anastácia,que foi minha babá e da minha mãe e do meu tio também.

Luísa e Anastácia se encaram.Ambas recordam-se do encontro que tiveram no capítulo passado.Anastácia se surpreende,e Luísa não sabe como reagir.Ambas dissimulam e se cumprimentam,fingindo não se conhecerem.

Cena 7- Rua da casa de Cleo.

Uma música de tensão e mistério toca ao fundo.Um homem disfarçado joga gasolina na fachada da casa,logo depois,arromba a porta e joga uma bomba,voltando para a frente,ele acende alguns fósforos e ateia fogo no local.Sai correndo sem ninguém vê-lo.Não demora muito e a casa já está tomada por chamas,a bomba explode,causando destruição. 




Serras do Amor Capítulo 07 - Reprise

 



CAPÍTULO 07

Cena 01
Continuação
Geovane - Cale você também! Não temos nada a conversar, já me cansei de vocês.
Ana - Volte aqui pai, volte aqui.
Papai está mais ignorante ultimamente, mas vou fazer ele amansar rapidinho.
Cena 02
Geovane vai até a casa de Lena.
Geovane - Posso entrar?
Lena - O que você quer? Não podem te ver aqui.
Geovane - Prometo que serei rápido.
Lena - Não tenho nada para falar com o senhor, quero você longe daqui, LONGE.
Geovane - Vou direto ao assunto. Só vim aqui te alertar, ai de você se contar tudo que sabe para minha filha, no atual momento ela sabe de pouca coisa e já me ameaça, imagina quando ela souber de tudo mesmo, vai acabar comigo.
Lena - Ela tem mais que acabar mesmo, seu ordinário, te odeio. Pode ficar sossegado, não irei contar nada a ninguém. Sei do meu lugar.
Mariana escuta tudo do alto da escada e foca chocada.
Geovane vai embora.
Mariana desce da escada e confronta a mãe.
Mariana - O que esse homem veio fazer aqui, mamãe. Que segredos são esses que não podem ser contados.
ABERTURA
Mariana - Conte mamãe, o que está escondendo para proteger esse crápula.
Lena - Gostaria muito de te contar meu bem, mas não posso. Eu te amo muito, quero lhe proteger.
Cena 03
Luíza chega na casa de Elza, filha de Lena, para as aulas de pintura.
Elza - Está adiantada, as aulas seriam somente daqui uma hora.
Luíza - Me perdoe, estou ansiosa para fazer essas aulas.
Elza - Bom, então vamos lá, venha comigo.
Elza ensina sobre a história das pinturas e sobre a característica de cada.
Um tempo depois.
Luíza - Adorei a aula, espero estar sabendo pintar até o fim do mês.
Elas riem.
Elza - Que bom que gostou, quero sua total dedicação.
Luíza a beija na bochecha. O pai de Elza vê.
ENCERRAMENTO

O Que Os Olhos Não Vêem - Teaser


Vitória (Camila Queiroz) está correndo feliz num campo com flores, até que o tempo começa a fechar e ela para de correr e fica olhando fixamente para uma porta, com um olhar sério, ela segue lentamente até essa porta. Ela abre a porta está tudo escuro, ela entra e vê uma fonte, ela fica observando a fonte por alguns segundos até que a porta se fecha com agressividade, ela se assusta, até que ela percebe que tem várias portas naquela sala e tenta correr até elas, porém quando ela chega perto da porta elas se fecham com agressividade, até que ela desiste e senta no chão, até que ela vê uma sombra, a sombra chega bem perto dela, e é uma mulher idêntica a Vitória, a mulher sorri maliciosamente e pega uma faca e dá facadas em Vitória. Ela veste a roupa de Vitória e coloca a sua roupa em Vitória, assim, ela sai da sala, enquanto isso, Vitória está a observando na porta, com um olhar calculista, a câmera se aproxima cada vez mais nos olhos de Vitória, até que chega no fundo dos olhos dela e a logo da novela aparece. Enquanto isso voz de Vitória fala:

— Os segredos se escondem atrás das aparências

               dia 13 estreia:




Paraíso Virtuoso - Capítulo 26 (06/01/2025)


 PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 26 (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 

CENA 01: PENITENCIÁRIA/INT./DIA

Jerônimo está na cela, sentado no chão e pensativo. Um policial o chama e diz a ele que tem alguém lhe esperando na sala de visitas. O instrumental ”Gara - Eduardo Queiroz" entra em cena e segue até o fim da cena 3.

JERÔNIMO: Será que é minha mãe? 

No próximo take, Doralice está sentada na cadeira da sala de visitas, esperando Jerônimo. Ao chegar, ele paralisa e engole seco ao ver a moça.

JERÔNIMO (com voz trêmula): Doralice? Tá fazendo o que aqui?

DORALICE: Ah, então já te contaram a verdade? A gente precisa ter uma conversa séria, Jerônimo. Cê não acha?

JERÔNIMO: O que é que ocê quer aqui? Veio rir da minha desgraça, é?

DORALICE: Era isso que eu poderia fazer. Poderia tá aqui me rolando no chão e rindo da tua cara, Jerônimo. 

JERÔNIMO: Fala logo, e cai fora!

DORALICE: Você acha que eu me esqueci do que você e seu pai fizeram comigo no passado?

JERÔNIMO: Doralice, eu…

DORALICE (interrompendo, firme): CALA A BOCA! Cala a boca que quem vai falar aqui sou eu. (Pausa) Jerônimo, eu não entendo o motivo daquela barbaridade toda. Do seu pai, já era de se esperar, já que ele era doente por mim e tinha inveja do meu pai. Mas você? Eu nunca te fiz mal algum.

JERÔNIMO: Eu não quero falar sobre esse assunto. Ocê já conseguiu o que queria, não já? Então agora cê pode ir embora.

DORALICE: Não. Enquanto eu não saber o motivo que te levou a cometer aquela loucura, eu não vou sair daqui.

CENA 02: CASA DOS GONZÁLEZ/INT./DIA

Natália está na sala, quando a campainha toca. Ela se levanta e vai atender. 

NATÁLIA (irritada): Mas que palhaçada é essa?

A câmera foca em Silvinha, que carrega duas malas nas mãos. A filha de Marluce entra na casa com uma expressão de deboche, enquanto Natália, desacreditada, a olha boquiaberta.

SILVINHA (sarcástica): Cansei de ficar naquela pensão. Eu até poderia ficar lá, sabe? Mas aí eu pensei: poxa, minha vida podia dar uma guinada de uma hora pra outra, né? Menina, aí eu me lembrei que agora eu tenho ocê nas minhas mãos, acredita? 

NATÁLIA: Pera aí… cê tá insinuando o que com isso?

SILVINHA: Ué, eu te ajudei a separar a ricaça da donzela Álvara, e agora, nada mais justo do que você me dar um lar, cê não acha? Eu, que sou uma mera prostituta, não faço mal a ninguém…

NATÁLIA: Desgraçada! Maldita hora em que eu te contratei pra fazer aquela maldita armação! Bem que dizem por aí que você não vale nada.

SILVINHA: Pelo visto, eu valho bem mais do que ocê, queridinha. Bom, vou subir e colocar minhas coisas no seu quarto. A partir de hoje, ocê vai dormir no quarto de hóspedes.

NATÁLIA (desacreditada): Como é que é? Isso só pode ser brincadeira. Olha aqui, o Álvaro, ele vai voltar a morar nessa casa, e o meu quarto, também é dele.

SILVINHA: Ele que se vire. Ou ocê dorme onde eu tô mandando, ou eu vou jajá na delegacia contar tudo o que eu sei.

Silvinha dá as costas e sobe as escadas, deixando Natália possessa. Minutos depois, Silvinha desce as escadas novamente.  

SILVINHA: Vou dar uma voltinha na cidade. Quando eu voltar, eu quero o café da tarde prontinho. Tá me ouvindo? 

Silvinha se retira e, Natália, furiosa, arremessa um vaso de flores contra a porta.

CENA 03: PENITENCIÁRIA/INT./DIA

DORALICE (lacrimejando): Pera aí… então quer dizer que o Vicente praticamente te obrigou a cometer aquele crime?

JERÔNIMO (chorando): Foi. É muito difícil pra mim dizer isso, Doralice, mas foi. Por mais que ele seja meu pai, eu não concordo nada, nada com tudo isso que ele fez. Me perdoa, Doralice. Me perdoa por tudo isso que eu causei na sua vida. Naquele momento, eu… eu tava fora de mim, eu queria agradar o meu pai. Queria que ele me aprovasse como filho, sabe? Mas não adiantou de nada, ele sempre preferiu o Álvaro.

DORALICE: Jerônimo, se você se arrepende mesmo, então me ajuda. Me ajuda a colocar o seu pai atrás das grades.

JERÔNIMO: Cê ficou louca? Se eu fizer isso, eu também paro atrás das grades. Eu fui cúmplice dessa barbaridade.

DORALICE: Jerônimo, se você entregar o seu pai, você pega bem menos anos de cadeia do que ele. 

JERÔNIMO: Não sei… meu pai iria me odiar. 

DORALICE: Olha, eu sei muito bem que você andou abusando da Rita. Se você tá aqui, fui eu sim que colaborei pra isso. Eu voltei pra me vingar, Jerônimo. Cê acha mesmo que eu iria deixar barato tudo isso que vocês fizeram com a minha família? Se você se diz tão arrependido, deveria sim me ajudar a colocar o monstro do teu pai na cadeia. 

JERÔNIMO: Volta aqui amanhã, e eu te dou a resposta.

CENA 04: RUAS DE SANTA AURORA/DIA

Silvinha anda pelas ruas até que Marluce a vê de longe e decide chamá-la.

MARLUCE ( ergue a mão e grita): Silvinha!

Silvinha se vira, surpresa.

SILVINHA: Mãe?

No próximo take, as duas estão sentadas em um restaurante da cidade, frente a frente.

MARLUCE (emocionada): Ôh, minha filha… eu senti tanto a sua falta, cê não tem ideia, Silvinha.

SILVINHA: É aquele ditado: a pessoa só dá valor depois que perde. Olha mãe, eu não vou fingir que nada aconteceu. Eu fiquei bastante decepcionada com a senhora depois de tudo aquilo. Tudo bem, eu errei, mas a senhora me botou pra fora de casa como se eu fosse um pedaço de merda. 

MARLUCE: Me perdoa, Silvinha. Me perdoa. Só Deus sabe o quanto eu sofri sentindo a sua falta naquela casa, filha.

SILVINHA: Eu posso até te perdoar, mas pra aquela casa eu não volto mais.

MARLUCE: Tudo bem, só de ocê tá falando comigo, eu fico feliz. E ocê, tá morando aonde?

SILVINHA: Eu fiquei vários dias morando numa pensão mequetrefe aqui na cidade, mas agora me mudei pra fazenda. Sabe aquela fazenda daquela ricaça, que perdeu o marido? Então, eu tô lá.

MARLUCE: Ocê morando numa fazenda? Na fazenda da Doralice?

SILVINHA: Se eu te contar o motivo… ué, não entendi o espanto, mãe. A senhora falou o nome da ricaça com um tom estranho…

MARLUCE: Filha… eu acho que já tá na hora de ocê saber da verdade.

SILVINHA: Verdade? Que verdade, mãe? Enlouqueceu?

MARLUCE (lacrimejando): Filha… eu sempre te disse que seu pai morreu quando ocê era ainda bebê, né? Eu cheguei a inventar um nome pra ele, para que ocê nunca soubesse da verdade.

SILVINHA: Eu não tô entendendo, mãe. Eu cresci a vida toda sem meu pai, acreditando sim que ele tinha morrido. Essa não e a verdade?

MARLUCE: Não, Sílvia. Eu inventei toda essa história. 

SILVINHA: Como é que é?

MARLUCE: Seu pai morreu sim, mas foi muitos anos depois, ocê já era uma adulta.

SILVINHA (lacrimejando): E por que a senhora mentiu pra mim esse tempo todo, mãe? Eu sempre sonhei em ter um pai na minha vida. Na escola eu cheguei a sofrer  bullying por causa isso, a senhora tem ideia? 

O instrumental “Non Chiaro - Guilherme Rios” entra em cena.

MARLUCE: Filha, o seu pai… ele tinha outra família, a gente teve uma história linda de amor na juventude mas, depois, ele me abandonou. Me abandonou e se casou com outra mulher, teve até outros filhos… enfim, ele nem sabia que eu tinha ficado grávida dele.

SILVINHA: E quem é esse homem, mãe? Ele era daqui?

MARLUCE (com lágrimas nos olhos): Era. Seu pai era o Martinho, Silvinha. O Martinho que morreu no tal incêndio.

SILVINHA (impactada): Como é que é? A senhora tá me dizendo que… não é possível… se eu sou filha do Martinho, então a ricaça… ela é minha irmã?

Focamos em Silvinha, intercalando com a mãe.

CONGELAMENTO EM SILVINHA.

A novela encerra seu 26° capítulo ao som do instrumental “Non Chiaro - Guilherme Rios”.



Tente Outra Vez Cap. 32 (06/01/2025)

 TENTE OUTRA VEZ CAP. 32 (06/01/2025)



Cena 01: Debate político. Um clima tenso se instaura no ambiente, com a fala de Cássia sobre o dossiê do partido.

Yoná - Público que me ouve nesse momento, ela está blefando. Não há qualquer dossiê sobre o meu partido. Meu partido é um partido limpo, correto.

Cássia - Não é isso que este dossiê diz. Mas não vou apresentá-lo agora. Vamos dialogar primeiro?


Cena 02: Na cena, Roberto segue o carro de Fausto, e ele para em uma casa. Ele desce do carro e entra, com autorização do segurança. Roberto tenta entrar mas é barrado.

Roberto - Porque está me barrando?

Segurança - Você não está autorizado a entrar. 

Roberto - Como não? Isso aqui não é um local público?

Segurança - Porém está barrado, senhor.

Roberto - Eu não posso aceitar isso. Eu vou chamar a polícia.

Segurança - Você não chamar coisíssima nenhuma (ele coloca uma arma na cabeça do Roberto)

Roberto - Calma, colega. Não é bem assim que fazemos as coisas.

Segurança - Então você vai pegar o seu carrinho, e vai pra bem longe daqui.

Roberto - E se eu não for?

Segurança - Aí eu aperto o gatilho.

Roberto - É um bom motivo… até mais

(Ele sai, pega o carro e dirige. Porém, ele vai para o fundo da casa)

Roberto - Eu sei que aqui tem como subir. Agora como vou entrar? Já sei, o telhado! Isso me lembra alguma coisa… ah, deve ser coisas da minha cabeça. Siga-me os bons.

(Ele começa a subir pela árvore que havia ao lado da casa. Ele chega até cima do telhado, porém o telhado desaba)

Segurança - Mas que barulho é esse? Vou averiguar.

(Dentro da casa no andar de cima)

Roberto - Eu não tenho mais coluna pra entrar assim na casa de ninguém…

Segurança gritando - Quem está aí?

Roberto - Nossa! Preciso me esconder (ele entra em um armário antigo. O segurança aparece.

Segurança - Quem está aí? Anda, apareça! Eu acho que não tem ninguém aqui… 

(Ele sai. Roberto sai do armário dando várias tosses)

Roberto - O preço que se deve pagar… vamos lá!

(Roberto sai do quarto, desce as escadas e consegue esconder atrás de um móvel e escutar a conversa do grupo, neles estão reunidos: Túlia, Fausto, Wagner, Gilson e um homem que só se pode ver os pés. Roberto cochicha)

Roberto - Eu sabia! Sabia que ela estava no meio! Vou gravar detalhe por detalhe.


Apresentadora - Vamos discutir assuntos como de costume, que são de conhecimento de todos. O sorteio foi realizado e a Cássia responderá primeiro. A pergunta é sobre saúde pública.

Cássia - Boa noite a todos. O tema é bem abrangente, mas no meu período de governo a população será a verdadeira prioridade. Eu e a população estamos cansados do sucateamento da saúde pública, da falta de investimento em algo que nós, pagadores de impostos, necessitamos diariamente. Então, aquele que me ouvem, saibam que a saúde será a prioridade do nosso governo.

Apresentadora - Yoná está com a palavra.

Yoná - Boa noite a todos os presentes e aqueles que nos assistem pela TV e internet. Bom, como é de conhecimento, nosso partido já tem grande fama de priorizar a saúde. Como exemplo, a cidade de Roda Alta, no interior do Rio, a saúde avançou em 90%. Com Crisópolis não será diferente, a saúde será nossa prioridade, nosso dever como governantes será de tornar os direitos da população sejam respeitados.

Cássia - Mas é muita cara de pau.

Yoná - Não estou entendendo.

Cássia - Não está? Está bem… vamos dar seguimento





Cena de Roberto na casa.

Roberto - Eu não acredito! Não acredito no que estou ouvindo. 

Segurança - O assunto está bom?

Roberto - Cabuloso! Você não imagina como está bom.

Segurança - Eu acho que o senhor não deveria estar aqui.

Roberto - Não deveria, mas eu despistei o asno daquele segurança. Coisa mais fácil do mundo…

(Ele vê com quem está falando e muda o posicionamento)

Eu não estou falando do senhor não, estou falando de outro segurança que também parece um asno…

(Ele coloca a arma na cabeça do Roberto)

Roberto - Calma, Calma, Calma. Vamos tomar um cafezinho?

Segurança - Você vai tomar café no inferno!

Roberto - Olha a polícia!

Segurança - Onde?

(Ele vira e não vê mais Roberto)

Segurança - Para onde ele foi? Volte aqui! (Ele corre atrás) Roberto sai de debaixo da mesa e sai de fininho.


Cena do debate


Yoná - Senhora apresentadora, eu realmente não entendo o que a colega tanto interrompe o debate. Com papéis sem qualquer fidelidade, autenticidade.

Cássia - Oh, amiga, você não imagina o quão autêntico é esse dossiê. Mas vamos aguardar a hora certa?

Yoná - Eu não quero esperar hora nenhuma. Me mostre esse papel.

Cássia - Aguarde até o final.

Yoná - Pois eu não vou aguardar coisíssima nenhuma (ela puxa o envelope e começa a rasgar tudo.) pronto, agora mostre o dossiê.

Cássia - Não se preocupe, eu tenho tudo digitalizado. Você acha que em pleno século XIX, com tanta tecnologia. Mas sabe, Yoná? Eu ia distribuir cópias do dossiê para que o público lesse. Mas sabe o que é melhor? Que agora eu vou compartilhar esse arquivo com todos vocês, para que vocês possam ler e tirar as suas próprias conclusões.

Yoná - Você está blefando.

Cássia - Não estou. E para ver… (Cassia publica o arquivo, e todos lêem. Após ler, todos se revoltam contra Yoná e vão pra cima dela)

Yoná - Mas o que é isso? O que vocês estão fazendo? Saiam daqui!

Cássia - É o povo, Yoná. O povo que quer ver verdade, quer ver originalidade. Vote em Cássia Toledo, 60!


Imagens noturnas ao som de True. Cena na casa de Helena, noite 


Cena 04: Casa de Helena/Noite.

Helena - Meu pai, quanto tempo. Por onde você andava esses dias?

Pedro - Trabalhando, minha filha. Trabalhando muito. Mas saiba que não aguentava mais um minuto longe de você. Mas muita coisa mudou, em poucas semanas. Você ficou sabendo que a Viviana foi presa?

Helena - Claro que soube. Bom, não adiantava eu fazer alguma coisa porque eu só fiquei sabendo depois. Mas eu fiquei sabendo sim. Mas na verdade, ela já está fora da cadeia.

Pedro - Claro, eu que tirei.

Helena - No duro?

Pedro -Claro! Eu já estraguei a vida de vocês demais, eu precisava reparar de alguma forma. Com sua mãe, soltar da prisão. Com você, aquele emprego, etc…

Helena - Peraí, Peraí! Emprego?

(Clima tenso se instaura no ambiente)

Pedro - Emprego? Eu falei emprego?

Helena - Falou, falou de emprego. O que o senhor tem a ver com meu novo emprego?

Pedro - Eu já disse que não fale isso.

Helena - Pai, não adianta. Eu ouvi o que o senhor disse, eu não sou surda. Me diga logo se uma vez, o que o senhor tem a ver com meu emprego?

Pedro - Está bem… não adianta esconder por muito tempo, né? Fui eu que te arranjei o emprego de modelo pra você.

Helena - Eu não acredito… e me escondeu isso esse tempo todo?

Pedro - Era pro bem, filha.

Helena - Eu não quero mais saber de nada. Fora daqui!

Pedro - Mas minha filha…

Helena - Fora daqui!

Pedro - Está bem. Eu entendo sua raiva, e em respeito a ela, eu vou sair.

(Pedro sai, Helena se senta na cadeira e começa se lamentar. 


Cena 05: Apartamento de Luísa/Noite. Ao som de Dia de Domingo, Luísa está sentada no sofá, chorando. Mostram flashbacks dela com o Renato, até que alguém começa a jogar coisas na janela. Ela vai abrir a janela e vê, Vinícius e uma multidão segurando um cartaz escrito: Volta pra mim.

Luísa - Mas o que é isso?

Vinícius - É uma homenagem pra você, meu amor! Volta pra mim! Eu prometo que será tudo diferente!

Luísa - Vá te catar! (Ela bate a janela, e a sinfonia acaba.)

Vinícius - Luísa! Luísa! Apareça! 

Luísa - Aqui oh (ela pega um balde de água e joga em todos)





Cenas do Rio de Janeiro, ao som de True. A câmera vai para o hospital.


Cena 06: Hospital) Manhã. Daniel chega correndo atrás de Laura e pergunta a enfermeira.

Daniel - Onde está a Laura?

Enfermeira - Ela já recebeu alta e saiu hoje cedo.

Daniel - E como você não me avisa?

Enfermeira - Já tem mais de 2h que ela saiu. Ela não foi pra casa?

Daniel - Não, claro que não. Meu Deus, onde ela foi?


Cena 07: Apartamento de Túlia/Manhã.

Yoná - Um fiasco, Túlia, um fiasco. Essa eleição está por um fio.

(Lucia escuta ao fundo)

Túlia - Não se esquente. Sabe o mal que acontecerá a ela caso ganhe.

(Laura entra pela porta se aproxima de Túlia)

Túlia - Mas o que você faz aqui?

(Laura da um grande tapa em Túlia)

Túlia - Mas será possível?

Laura - Você conseguiu o que quis. Eu não aguento mais, eu não aguento mais! Pode falar pro Daniel, que ele pode voltar pra casa da mamãe, porque pra lá eu não volto mais.

(Laura sai, e Tulia põe um sorriso no rosto)

Yoná - Sorrindo? Depois de um tapão desses?

Túlia - Porque aconteceu o que eu queria. O que eu tanto queria!


Cena 08: Casa de Renato/Manhã. Cássia, Júlio, Renato e Roberto conversam.

Renato - Então reúnam aqui. As gravações, Fotos, documentos.

Júlio - Temos muita coisa. Isso aqui é acervo pra um documentário.

Roberto - Vocês vão ver, após as eleições nós vamos fazer a denuncia.

Cássia - As eleições já são depois de amanhã. Que o melhor vença!


Ao som de Só pra o Vento, mostra todo mundo realizando o voto, muitas pessoas votando e comemorando a votação.


Cena 09: Clínica particular/Noite.

Enfermeira - Você recebeu alta, Flávia. Você já pode ir. Vai querer que eu ligue para seus pais?

Flavia - Ainda não. Eu vou fazer uma surpresa.


(Todos reunidos na casa de Renato: Cássia, Miriam, Lucia, Júlio, Helena, Roberto e nesse momento chega alguém)

Luísa - Boa noite. Posso entrar?

Cássia - Claro que pode, não é Renato?

Miriam - Eu não sei não…

Renato - Claro que pode. Independente de não estarmos mais juntos, ainda estamos juntos nessa.

Júlio - Silêncio! Vai sair agora o resultado 

Som da televisão: Com 50,7% dos votos, Cássia Toledo é a nova prefeita de Crisópolis.

(Todos comemoram, e toca Time After Time. Abrem champagne, vinho, dançam e tudo mais.


Sombra de um homem - Podem soltar os bandidos…


 (A câmera corta pra Flávia andando na rua pela noite, indo pra casa, até que recebe um balaço no lado do tronco. Ela cai no chão, e o capítulo encerra ao som da trilha tensa)
















A Melindrosa,Cap 16 - 06/01/2025

 A Melindrosa 




Capítulo 16

Abertura 



1929


Cena 1- Manhã.Casa de Joaquina.Sala de estar.


As três mulheres estão paradas,sem saber como reagir.Luísa espera por respostas.Anastacia e Joaquina não sabem o que responder.


Luísa- Então? Não vão me responder?.


Joaquina- Essa senhora… É… É uma antiga conhecida minha,uma velha amiga.


Anastácia encara sua irmã,surpreendida com a mentira.


Anastácia- Me chamo Anastácia,prazer em conhecê-la.Você deve ser a filha da Antônia?.


Luísa- Sim,eu mesma.


Anastácia- Eu já estava de saída.O recado que tinha que dar,já está dado.Com licença Joaquina e Luísa.


Anastácia sai da casa.Luísa coloca sua avó contra a parede.


Luísa- Explique-se vovó.


Joaquina- Não tenho nada que explicar.Eu hein.Me conta como foi lá na festa ? Conheceu a família do seu namorado?.


Luísa- Hummm.Já está tentando mudar de assunto ?.


Joaquina- Vai me contando logo,estou ansiosa.


Luísa e sua avó sentam-se sob o sofá e começam a conversar com o som abafado.


Cena 2- Residência Gaspar Cavalcante.Sala de jantar.


Luzia e Nestor estão tomando café da manhã.Nestor lê seu jornal.


Nestor- Eu sabia,olha só isso,que absurdo.Já saiu no jornal.Olha esse título “Filha de famoso empresário do ramo têxtil exibe-se com ousadia em suas vestes e rouba a atenção na festa da primeira dama”. E ainda tem fotografias dela.Meu Deus.O que será de nossa família? E nosso neto ? Onde está a cabeça de Ana Lúcia ?.


Luzia- Deixa eu ver isso.


Nestor repassa o jornal para sua esposa,que lê rapidamente o jornal e vê as fotografias onde estão destacadas imagens de Ana Lúcia vestida com extravagância.


Luzia- Meu Deus do céu.O que será da nossa filha?.


Nestor- Deveríamos tê-la mandado para um internato naquela época que ela se envolveu com aquele Osvaldo.


Luzia põe o jornal ao lado da mesa.Uma empregada entra na sala de jantar com um recado para Luzia.


A empregada- Dona Luzia,tem um rapaz aí fora que quer falar com a senhora.


Luzia- Ah sim,diga que já vou.


A empregada sai do cômodo.


Nestor- Um rapaz ? Quem é esse homem?.


Luzia- Depois te conto,tenho que ir logo.


Luzia sai do cômodo.


Cena 3- Fundos da residência Gaspar Cavalcante.


Luzia conversa baixo com o homem.


Luzia- E aí? Conseguiu o que eu pedi? Seguiu elas?.


O homem- Sim,consegui.(Tira um bilhete com o endereço e entrega a luzia). Aí está.


Luzia confere o endereço.


O homem- E o meu pagamento?.


Luzia- Já estava esperando por você.Aqui está ( ela tira um bolo de dinheiro dos seios e dá para ele).Agora vá logo e não volte,nem diga a ninguém sobre esse assunto.


O homem sai alegre com o dinheiro.


Cena 4-Empresa Gaspar Cavalcante.Setor de produção.


Diego está trabalhando quando seu superior o atrapalha sem querer e acaba causando um desastre.Várias linhas saem das rasteiras,e os funcionários correm para tentar parar as máquinas.


Diego (exaltado)- Olha só o que você fez.Deu tudo errado.Por acaso não olha para onde anda ?.


O superior começa a gritar com ele.


O superior- Como é ? Você acha mesmo que vai levantar a voz para mim ? Quem você pensa que é ? Me respeite.Tinha que ser um… Vocês sempre agem assim,por isso não conseguem nada.


Diego percebe o racismo nas palavras do homem e não deixa barato.


Diego- Me chama do que ia chamar.Fala se tem coragem.Seu covarde.Acha que pode despejar seu ódio em cima de mim só por causa da posição que ocupa.Eu não vou ficar calado vendo o senhor ser racista comigo.RACISTA ! RACISTA!.


O superior dá um tapa fortíssimo na cara de Diego.


O superior- Está despedido.Saia já agora.


Diego o encara fixamente.E reage.Diego dá um soco no homem,logo depois defere três murros na face do homem,que também reage,empurrando ele,os dois homens caem no chão trocando murros,socos,e tapas.Os funcionários observam a cena.Até que alguns funcionários decidem apartar a briga.


Cena 5- Ruas de São Paulo.


Diego anda pelas ruas,chorando após ter sido demitido.Até que Ana Lúcia,que estava indo a empresa,o vê.


Ana Lúcia- Ei ! Diego ! Sou eu,Ana Lúcia.


Ele para,ela vai até ele.


Ana Lúcia- Está bem ? Porque está chorando ?.


Diego- Acabei de ser demitido.


Ana Lúcia- Meu Deus.Mas porquê?.


Diego- Porque não permite um racista despejar seu ódio sobre mim e ficar por isso mesmo.


Ana Lúcia- Meu Deus.Eu sinto muito.E agora ?.


Diego- Agora eu vou tentar procurar outro emprego.


Ana Lúcia- E sua família? Nós nunca conversamos sobre.


Diego- Ah sim.Eu sou da Bahia,meus pais já morreram e eu vim buscar uma oportunidade aqui.


Ana Lúcia- Ah sim,meus pêsames.


Diego- Tudo bem.


Ana Lúcia- Éhhh… Quer trabalhar na minha casa ?.


Diego- Oi?.


Ana Lúcia- Sim.Digo,óbvio que você não vai ter um trabalho a sua altura,até porque você merece muito mais.Mas pode trabalhar como jardineiro.


Diego- Aceito.Otimo.Quando começo?.


Ana Lúcia- Quando quiser.


Diego- Agora você é minha patroa,tem que dizer quando começo.


Ana Lúcia- Amanhã mesmo então.Ainda se lembra do endereço não?.


Diego- Sim.Pode deixar.


Ambos ficam sorridentes.De repente,Ana Lúcia abraça Diego.


Ana Lúcia- Não sei o que aconteceu,mas você está certo em reagir.Você é um homem maravilhoso.Nunca permita que ninguém grite ou te desrespeite !.


Diego- Obrigado pelas palavras… Patroa.


Cena 6-Ruas de São Paulo.


Cleo anda na companhia de Joaquina.


Cleo- Aquela velha me paga.


Joaquina- Mas você não sabe o nome da velha que te humilhou?.


Cleo- Não.Do nada ela veio e me pisou como se eu fosse uma barata.


Joaquina- Talvez seja mesmo… (cleo a encara incrédula). Mas não precisa levar para o coração.Me dê uma descrição dela.


Cleo- Então,ela é alta,loira,olhos azuis,muito bem vestida,usa joias caríssimas.


Joaquina- É a esposa de Nestor,seu amante.


Cleo- Como você sabe ?.


Joaquina- Porque eu a conheço de outros carnavais.


Cleo- De onde ?.


Joaquina- Eu a conheço,só isso que você precisa saber.


Cleo- Então… Mas você sabe de mais alguma coisa?.


Joaquina- Deixe eu ver se me lembro.


Cleo- Bota essa memória pra funcionar velha.


Joaquina- Ah sim.Ela tem um filho seboso,maldito,porco,imundo…


Ela é interrompida por Cleo.


Cleo- Nossa,mas você não gosta dele mesmo hein.


Joaquina- Não mesmo.Ela tem uma filha muito bonitinha também.


Cleo- Hummm.Tenho que pensar em como me vingar dela.O que ela me fez não vai ficar assim.


Joaquina- Faz aquilo que eu já te disse…


Cleo- Aquilo o quê?.


Joaquina- Mas você é burra assim ou se faz ?.


Cleo- Que mal humor.Fala que eu não me lembro.


Joaquina- Inventa que está grávida e arranca uma boa pensão do velho.


Cleo- Boa ideia.


Cleo e Joaquina soltam um sorriso irônico.


Cena 7-Residência Gaspar Cavalcante.Quarto de Fernando.


Fernando está lendo alguns documentos,quando se lembra de algo que lhe inquieta.


Fernando- Preciso falar com mamãe.


Ele sai do quarto e vai atrás de sua mãe.

Luzia está lendo um livro no escritório,Fernando interrompe a leitura de sua mãe.


Fernando- Mamãe,precisamos conversar.


Luzia- Tem que ser agora ?.


Fernando- Sim.


Luzia- Tudo bem.


Luzia fecha o livro.


Fernando- É sobre aquilo.


Luzia- Aquilo o quê?. Não me diga que é…


Luzia se dá conta do assunto que seu filho quer conversar.


Fernando- Sempre me senti mal com isso e nunca concordei,você me manipulou mamãe.


Luzia- Eu nunca iria permitir que aquela mulherzinha se intrometesse na nossa família.Tudo o que eu fiz foi para o seu bem.


Fernando- Mamãe eu não quero discutir sobre se deveria ou não ter feito o que fez.Mas preciso saber o que aconteceu com ela e o meu filho?.


Luzia- Antônia morreu no parto,e a bebê também.


Fernando se entristece.


Fernando- E você sempre escondeu isso de mim por todos esses anos ? Porquê? Era meu direito saber o que aconteceu.


Luzia- Meu filho,naquela época estávamos todos muito entristecidos,a Ana Lúcia tinha acabado de se casar e todo o furacão que ela tinha causado nessa época ainda estava muito recente na nossa família.E você… Desde que se envolveu com ela nos causou muita preocupação,não sabíamos o que fazer.Até você vir com essa história de que ela estava grávida.Então escondemos isso de seu pai,e eu fui atrás da mãe da moça,e fizemos um acordo de que eu mandaria uma soma em dinheiro para ela todo mês.Mas a criança não vingou,e quando ela deu a luz,você estava viajando,se lembra que nós inventamos uma doença para você enquanto eu cuidava de tudo aqui? Pois então.


Fernando (chorando)- Você não tinha direito.Você me tirou esse direito.


Luzia- Mas meu filho,você estava mais assustado que cachorro perdido em uma floresta.Eu quem tive que me encarregar de tudo,e você concordou.


Fernando- Mas você como minha mãe tinha que ter me contado que meu filho e a mãe morreram.E a avó do bebê? Como ficou ? Como está?.


Luzia- Então… Eu não tive mais contato com ela desde então.


Fernando- Me diga o nome dela já que você investigou e descobriu tudo sobre ela.


Luzia- Isso eu não digo.Não falo de maneira nenhuma.E já tá na hora de você superar tudo isso.Esqueça de uma vez por todas.Por Deus,quase vinte anos dessa história toda.


Luzia vai sair da sala,mas Fernando a segura pelo braço,os dois se encaram.


Fernando- Eu vou descobrir sobre a mãe dela,e vou atrás dela,com a sua ajuda ou não.


Luzia- Faça o que quiser.


Cena 8- Passam-se Alguns dias.Ao som de “Ainda bem-Marisa Monte” são mostradas cenas de Diego cuidando do jardim enquanto é observado por Ana Lúcia.Sebastião e Cleo andando de mãos dadas.Joaquina admirando um retrato da filha.


Cena 9- Em uma praça.


Cleo está na companhia de Nestor,ambos estão sentados em um banco.


Cleo- Eu tenho algo muito sério pra te contar.


Nestor- Fala logo que você está me deixando nervoso.


Cleo- Eu estou grávida.

Musica de tensão ao fundo,Nestor encara Cleo sem saber se acredita na mentira.