10/04/2025

Alto Agito - Capítulo 04 (10/04/2025)

 

Alto Agito | Capítulo 04




"Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade".


CENA 01. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.


TOCANDO: Julieta — Kamaitachi (Tema Geral)


O sol vai nascendo enquanto a música toca, vários pontos do Rio De Janeiro são mostrados. Ao ritmo da música, acompanhamos na tela uma sequência de cenas do cotidiano de alguns dos nossos personagens:


01) Lucas e Lorenzo voltando para casa. Marta os abraça.

02) Ariadne pensando em Leonardo e levando sua vida dupla.

03) Thalita de castigo no quarto com tédio/ Thalita encontrando-se com Lorenzo escondida de Adalberto.

04) Lucas observando Lorenzo sair do banho. Sorri.


LETREIRO: 1 Semana Depois…


CENA 02. CASA DE LORENZO. QUARTO. INT. DIA.


Lucas acaba de fechar a mochila. Lorenzo bate na porta e adentra, sorridente.


LORENZO — Pronto para o primeiro dia de aula?


Lucas apenas sorri. Radiante.


CENA 03. ESCOLA MELHOR ESCOLHA. EXT. DIA.


Alguns garotos conversando. Vários adolescentes transitando. Todos param o que estão fazendo e olham Ariadne vindo.


TOCANDO: Essa Mina é Louca- Anitta Part. Jhama.


MATHEW — Caraca, que força da natureza, meu Deus! 


Câmera lenta. Cabelos ao vento. Ariadne passa sem dar muita atenção ao que ocorre à sua volta. 


ARIADNE — Você viu?

MATHEW — Viu o que? Você passando? E quem não viu?

ARIADNE — Não, querido, seu queixo no chão.

MATHEW — Que tal um cineminha hoje à noite?

ARIADNE — Com você? Nem lanchinho na cantina da escola. Me erra!


Ariadne vê Thalita chegando e corre até ela. As duas se abraçam, felizes e saltitantes. 


ARIADNE — Amiga!

THALITA — Ai, uma semana, pra mim, significou a eternidade.


Ela sorri, ainda de mãos dadas com Ariadne. Logo, Thalita vê Lorenzo chegando e corre para beijá-lo, se jogando em seus braços. 


THALITA — Meu amor, eu estava morrendo de saudades!


Ariadne caminha até os dois, notando a presença tímida de Lucas, a qual Thalita havia ignorado completamente. 


ARIADNE (À Lucas) — Oi, tudo bem? Meu nome é Ariadne. Você é novo aqui, né? Não importa. Vem, eu vou te mostrar toda a escola, tipo, guia turística.


Thalita beija Lorenzo, Lucas desvia o olhar dos dois, sem graça e olha para Ariadne, pondo um sorriso no rosto. 


LUCAS — (À Ariadne) Tudo bem!


Ariadne puxa Lucas pelo braço e sai andando, tagarelando sobre os professores e os lugares mais legais para se cabular aula. Eles passam por Mathew, que apalpa sua bunda.


ARIADNE — Que isso? Ficou maluco?

MATHEW — Ué, não gostou? Te acho mô gostosa! 

ARIADNE — Respeito é bom e eu gosto!

MATHEW — Quem quer respeito não vem com essa sainha para a escola! Você sabe o que andam dizendo de você por aí, não sabe?

ARIADNE — Eu vou acabar com você!


Ariadne avança em Mathew. Gritaria. Mas é detida pelas pessoas em volta.


MATHEW — Calminha, gata brava!


LUCAS — Você acha mesmo que pode tratar alguém desse jeito? Eu acho que quem tem que gostar da saia e usar quando ela bem entender e onde ela bem entender, é ela e não você.


Lorenzo e Thalita avistam uma multidão de pessoas ao longe:


THALITA — O que é que está acontecendo ali?

LORENZO — Bora lá!


Lorenzo e Thalita se aproximam de toda a confusão, encontrando Ariadne chorando. 


THALITA — Amiga, o que aconteceu, você está chorando?

LUCAS — Esse idiota que pensou que a bunda dela era um pedaço de carne exposto num açougue e resolveu passar a mão.

THALITA — Como é que é?

MATHEW — Olha, me disseram que na casa do Lorenzo estava morando uma bichinha, mas eu tinha que ver para crer! Agora eu creio. 

LORENZO — O que você disse?!


Thalita, imediatamente, se põe a frente de Mathew, o encarando. 


THALITA — Quem você pensa que é para tratar alguém desse jeito? Perdeu a noção do perigo ou não tem amor à própria vida mesmo?

MATHEW — Você se acha mesmo, não é, garota? Não passa de uma patricinha deslumbrada.

THALITA — E você não passa de um machista, pré-histórico, que ainda acha que o homem é o centro do mundo. Você não está acima de mulher alguma. E, e daí se ele é gay? O que é que foi, Mathew? Diz isso porque sabe que é incapaz de despertar interesse até por quem se interessa por homens? Provoca por medo de aceitar que você é um verme?!

LUCAS (À Ariadne/Cochichando) — Nossa… Corajosa ela, não é? 

ARIADNE — Maluca. E você ainda não viu nada.

THALITA (Cont.) — Você é só mais um idiota no meio de tantos outros idiotas, quem te fez pensar que poderia ser especial?

MATHEW — Eu poderia dar um soco nessa sua cara, quem sabe assim você cairia na real e baixava esse seu nariz empinado! 

THALITA — Ótimo. Aproveita a deixa que eu vou te dar agora!


Thalita desfere um soco na cara de Mathew, que iria para cima de Thalita de imediato, mas é detido por Lorenzo.


LORENZO — Encosta um dedo nela que você vai ter que se ver comigo!


Mathew encara Lorenzo por um tempo, mas logo sai empurrando as pessoas em meio à vaias. 


ARIADNE — Obrigada, amiga.

THALITA — Iiih, minha filha. Mexeu com uma amiga, então mexeu com tudo!


Thalita ri.


LORENZO — Você arrasou, meu amor!


Thalita beija Lorenzo e é aplaudida por todos da escola. Lucas sente-se intimidado com a presença de Thalita e antes que todos percebam, sai sem ninguém ver.


CENA 04. COLÉGIO MELHOR ESCOLHA. BANHEIRO. INT. DIA.


Lucas lava a mão na pia do banheiro. Atrás, Mathew sai de uma cabine. Ele o vê no espelho. Apressa-se para sair, mas Mathew segura a porta.


MATHEW — Por que a pressa toda? Você parecia bem confiante lá fora, seguro de si… O que foi? Perdeu a coragem?

LUCAS — Me deixa sair!


Lucas vai até a porta, mas é empurrado por Mathew.


MATHEW — Cadê aquela bichinha que me desafiou, heim?

LUCAS — O que é isso?!


Mathew dá um tapa em Lucas e o empurra novamente, dessa vez, Lucas vai de encontro à parede e cai no chão. Foco em Lucas, olhando para Mathew, aproximando-se. Ele fecha o punho e o leva de encontro ao rosto de Lucas. A tela fica preta. Ele grita.


A cena congela.

ENCERRAMENTO: AUSTRÁLIA- Clarice Falcão (00:58 a 01:12)


FIM DO CAPÍTULO |

 EVERTON B DUTRA 

OBRA REGISTRADA E PROTEGIDA PELA LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO, DE 1998. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.




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