02/05/2025

JOSÉ DO EGITO: DO POÇO AO PALÁCIO - Capítulo 04

 

Criado e Escrito por Cleanderson Soares

CAPÍTULO 04

A Prisão e os Sonhos

A prisão onde José foi lançado era um lugar sombrio, onde as paredes de pedra fria pareciam sussurrar histórias de desespero. Ali, os dias eram longos e as noites intermináveis, e muitos homens perdiam a esperança. Mas José, diferente dos outros, carregava dentro de si uma luz que as grades não podiam apagar.


Mesmo injustiçado, José não se entregou à amargura. Em vez disso, continuou agindo com bondade e diligência. Com o tempo, o carcereiro, percebendo sua integridade e sabedoria, confiou-lhe a responsabilidade de cuidar dos outros prisioneiros. Assim, em meio à aflição, José mais uma vez encontrou maneira de servir e prosperar.


Foi durante esse período que dois novos prisioneiros chegaram à cela de José: o copeiro-mor e o padeiro-mor do Faraó. Ambos haviam ofendido o rei do Egito e aguardavam julgamento.


Certa noite, cada um deles teve um sonho perturbador, sonhos que pareciam carregados de significado, mas que nenhum sábio poderia interpretar. Ao vê-los abatidos pela manhã, José perguntou:


— Por que estão tristes hoje?


E eles responderam:


— Tivemos sonhos, e não há quem os interprete.


José, cheio de confiança em Deus, declarou:


— Não pertencem a Deus as interpretações? Contai-me, peço-vos.


O copeiro foi o primeiro a contar seu sonho: viu uma videira com três ramos que brotavam, floresciam e produziam cachos de uvas maduras. Ele as espremia no copo do Faraó e o entregava em suas mãos.


José, após ouvir com atenção, sorriu e disse:


— Os três ramos são três dias. Dentro de três dias, o Faraó te restituirá ao teu cargo, e tu lhe servirás o copo como antes.


O copeiro, animado com a interpretação favorável, ouviu José lhe fazer um pedido humilde:


— Lembra-te de mim quando estiveres bem; mostra bondade para comigo e fala de mim ao Faraó, para que eu saia desta prisão.


Em seguida, o padeiro, esperançoso, contou seu sonho: havia três cestos de pão sobre sua cabeça, e no cesto superior havia iguarias para o Faraó, mas as aves vinham e as comiam.


José, com tristeza nos olhos, revelou:


— Os três cestos também são três dias. Dentro de três dias, o Faraó tirará tua cabeça e te pendurará em uma árvore, e as aves comerão tua carne.


Três dias depois, conforme José dissera, o Faraó celebrou seu aniversário e, entre as festividades, trouxe o copeiro e o padeiro à sua presença. O copeiro foi restaurado ao seu posto, mas o padeiro foi executado, exatamente como José havia interpretado.


Contudo, no meio das alegrias da corte, o copeiro se esqueceu de José. O jovem hebreu permaneceu no esquecimento, preso entre as pedras frias da prisão, sem saber que, mesmo no silêncio da espera, Deus continuava a escrever sua história de vitória.


José não via o fim de sua provação, mas mantinha viva a certeza de que, no tempo certo, a promessa se cumpriria.

FIM DO QUARTO CAPÍTULO

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