02/05/2025

O Cravo no Jardim de Rosas - Capítulo 29 (02/05/2025)

 



Criado e Escrito por LUCAS GARCIA

 

CAPÍTULO 29

 

CENA 01: Casarão de Herculano. Sala de Estar. Interior. Manhã.

 

GIULIA, apressadamente aproxima-se de ISOLDA, abraça e beija.

 

GIULIA: - Isolda, no que precisar, estou à disposição!

 

ISOLDA, sorri envergonhada, desvia o olhar para HERCULANO, demonstrando estar furiosa, enquanto, MARCO PAULO, fica inerte observando tudo.

 

CORTA PARA:

 

ISOLDA, entra no quarto, pensativa, HERCULANO, entra logo em seguida.

 

ISOLDA: - Herculano, quem é essa prima, Giulia? Você nunca me disse nada sobre ela... surgiu assim, repentinamente?

 

HERCULANO: - Foi tudo tão repentino, fiquei sabendo por alto, por ligações em meu trabalho... mas enfim, vamos ajuda-la nesse momento difícil.

 

ISOLDA: - Espero que não seja mais uma dor de cabeça... espero, já basta a Jocasta para tirar nossa paz.

 

HERCULANO, sorri para a mulher, tenta beijá-la, mas ela desvia, deixando-o incomodado.

 

ISOLDA: - Herculano, não estou com cabeça, é melhor conversarmos depois.

 

ISOLDA, dá meia volta no cômodo, deixando HERCULANO, sozinho, pensativo.

 

 

CENA 02: Mansão de Hans. Sala de Estar. Interior. Manhã.

 

GARDÊNIA, entra na mansão, com um olhar de satisfação, JÚLIO, desce a escada com trajes formais.

 

GARDÊNIA: - Hans, levei um presente a Isolda, deixei o sapato dela, e de quebra, acabei entregando um prêmio a ela, espero que ela tenha gostado!

 

JÚLIO, sorri surpreso.

 

JÚLIO: - Um prêmio, o que seria?

 

GARDÊNIA, sorri maquiavelicamente, mas não repara, apenas encara os trajes.

 

GARDÊNIA: - Mas, para onde vai tão formal assim?

 

JÚLIO: - Acabei de receber um telefonema, acerca do dono do circo, gostaria de fazer uma visita, na verdade, um convite.

 

GARDÊNIA: - Ótimo, então, ajudarei a Maricota agilizar alguns refrescos.

 

JÚLIO: - Obrigado!

 

GARDÊNIA, apressa-se e se retira, SALAZAR, entra, logo em seguida.

 

SALAZAR: - Doutor Hans, o pessoal do circo já chegou, peço para eles entrarem?

 

JÚLIO: - Sim... aliás, Salazar, conheci sua esposa ontem, estava na praça, você sabe me dizer o que ocorreu?

 

SALAZAR, arregala os olhos, sua voz torna-se embargada.

 

SALAZAR: - Doutor Hans... eu... confesso que não sei do que está se referindo... mas, vou chamar o pessoal do circo.

 

SALAZAR, retira-se apressadamente, JÚLIO, observa-o com desconfiança.

 

No mesmo instante, JÚLIO, escuta alguns barulhos, buzinas, tambores, eram os artistas do circo do PITOCO. Um homem equilibrando-se encima de uma única roda, outro fazendo malabares com bolinhas, bem como o palhaço principal.

 

PITOCO: - Caro Hans, o circo vem com toda a sua alegria, requisitar vossa presença em nossa primeira noite, bem como, pedir doações de rosas, para entregarmos aos nossos visitantes, simbolizando o que tem de mais abundante nesta cidade, as rosas!

 

JÚLIO, esboça um enorme semblante de alegria ao observar alguns artistas do circo em sua casa, MARICOTA e GARDÊNIA, aparecem com alguns refrescos.

 

CENA 03: Pensão. Exterior. Manhã.

 

Em frente a pensão, BALDINO, desce da carroça, com um caixote de ervas, SEBASTIANA, segue em disparada para outro lugar. NÚBIA, por coincidência estava na porta da pensão.

 

NÚBIA: - Que bom que o senhor chegou, estava sentindo sua falta essas últimas semanas.

 

BALDINO: - Sim, já faz alguns dias que não apareço.

 

BALDINO, coloca o caixote no chão, NÚBIA, passa a observar algumas ervas, de repente, AUGUSTO, aproxima-se.

 

AUGUSTO: - Com licença, soube por alto que o senhor vender ervas medicinais por aqui, geralmente com de pessoas que adquirem de você... aí pensei, por que não comprar da própria fonte, não é verdade?

 

BALDINO: - Verdade, fique à vontade.

 

NÚBIA, pega sua planta e paga BALDINO, ao se virar, assusta-se com SALAZAR.

 

SALAZAR: - Vamos entrar, preciso falar com você, urgentemente!

 

SALAZAR, pega NÚBIA pelo braço e a leva para dentro da pensão.

 

AUGUSTO: - Pronto, ficarei com essa.

 

AUGUSTO, paga BALDINO, e logo se retira. O outro, pega o caixote, ao olhar para frente, depare com ABNER.

 

BALDINO: - Filho, que surpresa agradável?

 

ABNER, estava inquieto observando Augusto atravessar a rua.

 

ABNER: - Pai, que estranho, não sabia que Augusto fazia uso de suas ervas... será que é para a esposa? Até onde sei ela sobre de alguns distúrbios... será que essas ervas ajudam mesmo?

 

BALDINO: - Meu filho, e como ajudam... tem propriedades medicinais.

 

ABNER, abraça o pai, os dois sorriem.

 

ABNER: - E a mamãe, como vai?

 

BALDINO: - Sua mãe está bem, está sentindo muito a sua falta, você vive aqui, não vai mais no sítio, enfim, apareça a hora que quiser.

 

Os dois se encaram alegres.

 



 

CENA 04: Pensão. Cozinha. Interior. Manhã.

 

SALAZAR, encara friamente NÚBIA.

 

SALAZAR: - Posso saber que história é essa que você contou para o Hans que sou seu marido, por qual motivo você conta para as pessoas sobre nossa vida pessoal?

 

NÚBIA: - Sabia... sabia que você teria um ataque quando descobrisse que contei para seu chefe que és casado, agora me diz algo, por qual motivo isso seria preocupante?

 

SALAZAR, não responde, permanece furioso.

 

NÚBIA: - Já sei Salazar, você tem vergonha de nós... ou melhor, tem vergonha de ficar comigo em público, das pessoas além das paredes dessa pensão, descobrirem que somos casados... que você é casado com uma mulher negra... acredito que você não consegue mais disfarçar sua vergonha.

 

SALAZAR: - Núbia, de onde tirastes uma ideia tão estapafúrdia como esta?

 

NÚBIA: - Então, vamos sair agora na rua, de mãos dados, vamos aos eventos juntos! Aliás, o circo chegou na cidade, vamos hoje à noite, como um casal, ver o espetáculo?

 

SALAZAR: - Não, esta noite não dá, trabalharei até mais tarde para Hans.

 

NÚBIA, desfere uma gargalhada de inconformismo e deboche da cara o marido.

 

NÚBIA: - Já esperava isso de você!

 

NÚBIA, retira-se em prantos da cozinha, deixando SALAZAR sem atitude.

 

CENA 05: Casarão de Herculano. Sala de estar. Interior. Manhã.

 

HERCULANO, retira-se apressadamente, GIULIA, fica ali, sentada no sofá, antes de sair, o homem certifica-se de que não há ninguém, e dá um selinho nela, e logo corre e fecha a porta.

 

ISOLDA, desce a escada e percebe GIULIA inquieta.

 

ISOLDA: - Giulia, não fique acanhada, sinta-se em casa, seu primo vive com os compromissos dele, mas se precisar de algo, pode me chamar.

 

GIULIA: - Obrigada, Isolda, aliás, você precisa de ajudar com algum afazer de casa?

 

ISOLDA: - Não, pode ficar tranquila, quando eu chegar, você me ajuda no almoço... irei dar um pulo na quitanda e já retorno.

 

ISOLDA, sorri envergonhada para a mulher e se retira logo em seguida, GIULIA, ao perceber que ela fechou a porta, levanta-se.

 

GIULIA: - É agora... Donato me disse que esse tesouro, pode estar em qualquer lugar da casa... eu preciso vasculhar bem!

 

CORTA PARA:

 

GIULIA, achega-se na cozinha e passa a abrir o armário, olhar debaixo da mesa, observar.

 

GIULIA: - Vou encontrar, tenho certeza disso!

 

GIULIA, bate nos fundos dos armários, verifica se há alguma coisa oca, ou fora do lugar.

 

 

CENA 06: Casarão de Herculano. Quarto. Interior. Manhã.

 

MARCO PAULO, entra novamente na sala secreta, por meio da passagem de seu armário (guarda-roupa), abre novamente o baú, observa aquela caveira (esqueleto), observa que o fundo do baú, era feito com o mesmo material do fundo de seu armário, então, decide empurrar, e sem muito esforço, se rompe.

 

MARCO PAULO: - Papagaios... tem mais coisa!

 

MARCO PAULO, começa a tirar a palha vernizada do fundo do baú e observa que havia joias e pequenas barras de ouro, seu rosto resplandecia diante de tanto brilho que aquelas pedras e minerais emitiam.

 

CENA 07: Mansão de Hans. Interior. Manhã.

 

ISOLDA, entra na mansão, JÚLIO, surpreende-se com a presença da mulher.

 

JÚLIO: - Isolda, você voltou!

 

ISOLDA: - Sim, e gostaria de explicar o que ocorreu ontem, para que não fique mal-entendido, principalmente de sua parte.

 

JÚLIO: - Como assim?

 

ISOLDA: - Hans, quero explicações sobre o motivo da sua emprega ir até a minha casa, fazer acusações graves ao meu respeito, e ainda me esbofetear.

 

JÚLIO: (surpreso) – O que, não estou entendendo... calma, a Gardênia, ela foi levar o sapato que você esqueceu aqui.

 

ISOLDA: (autoritária) - Pois, bem, chame ela, quero que ela conte na minha frente tudo que aconteceu!

 

JÚLIO, encara o semblante de firmeza de ISOLDA, e ela permanece intrépida.

Encerramento





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