🕺 RIO DE JANEIRO, 31 DE DEZEMBRO DE 1978 ✨
A câmera mostra imagens da cidade maravilhosa amanhecendo ao som de “Stayin Alive - Bee Gees”. Passeamos pelo calçadão de Copacabana, onde ciclistas passam em fila, carros buzinam, ônibus cheios de passageiros, e pedestres atravessam apressados. O clima é de expectativa. Corta para o exterior de uma casa modesta, com paredes descascadas e roupas penduradas no varal.
CENA 01: CASA DE CECÍLIA E MARGARIDA/INT./COZINHA/MANHÃ
A casa é simples, mas aconchegante. Margarida (Dira Paes), uma mulher com cerca de 50 anos, está no fogão, fazendo o almoço. Na mesa de madeira, decorada por uma toalha florida, está a filha Cecília (Alice Wegmann) e Lurdinha (Duda Santos), amiga da jovem.
LURDINHA: Então tá decidido, né? Vamos passar a virada lá na rua, perto da pracinha. Vai ter até churrasco!
CECÍLIA: Claro que tá decidido. Quem é
que vai querer ficar em casa em pleno réveillon?
MARGARIDA: Eu! Cruz credo, passar a noite inteira na rua só pra ver uns fogos que duram dois minutos? Tô fora. Mas eu entendo vocês. Tem que aproveitar a juventude mesmo! Mas, ó, não vão voltar tarde, hein?
LURDINHA: Fica tranquila, dona Margarida, não somos mais crianças. (Pausa) Cecília, o Inácio vai passar a virada com a gente ou ainda tá com aquelas
ideias de fazer hora extra?
CECÍLIA: Ele disse que vai vir. Só
termina o turno no fim da tarde, mas me prometeu que vai estar lá antes da
meia-noite.
MARGARIDA: Ai, esse rapaz trabalha demais. Eu acho tão bonito a forma como ele ajuda a família, mas precisa ter tempo pra viver também, gente. Eu hein.
CECÍLIA: Mãe, a senhora tem que entender que o Inácio só quer dar um futuro melhor para nós dois, ainda mais agora, que o casamento tá próximo. Ele só tá tentando juntar dinheiro pra construir nossas casinha.
MARGARIDA: Eu entendo, Cecília, mas a vida não é só trabalho. Ele tem que aproveitar cada momento perto de você também. E sinceramente, eu acho que ele tá te enrolando com esse noivado, viu?
LURDINHA: Nisso eu tenho que concordar
com a senhora, dona Margarida. Poxa, Cecília, já tem anos e anos que vocês
estão noivos e até hoje nada do tal casamento. Quantas e quantas vezes vocês
marcaram e desmarcaram esse casório? Tudo isso porque ele vive dizendo que não
tá preparado.
CECÍLIA: Será que ele só quer se
aproveitar de mim?
LURDINHA: Não, ninguém aqui tá dizendo
isso.
CECÍLIA: Ah, gente, mas eu acho que o
Inácio me ama de verdade, sim. Por mais que ele seja ausente, às vezes, eu sinto
um sentimento verdadeiro vindo da parte dele. Nunca me decepcionou em nada,
pelo contrário, Inácio só me faz bem.
LURDINHA: Mas é sempre bom ficar de olhos
abertos, querida. (Pausa) Bom, só espero que esse almoço saia antes da virada do
ano, dona Margarida. Do jeito que tá, vamos acabar comendo só no ano que vem.
MARGARIDA: Ah, Lurdinha, deixa de graça,
menina! Tá muito apressadinha pro meu gosto. (Pausa) Cecília, ontem chegou uma
carta. Eu esqueci de te dar pra você ler pra mim. Fica de olho no arroz
enquanto eu pego lá.
CECÍLIA: Tá bom, mãe.
Cecília vai até o fogão e começa a mexer
nas panelas. Margarida sai e retorna com um envelope na mão, entregando para a
filha.
MARGARIDA: Tá aqui, lê logo pra ver o que
é.
Cecília abre o envelope e começa a ler em
voz alta. O rosto dela vai mudando de expressão à medida que lê.
CECÍLIA (lendo): “Prezado morador,
informamos que, devido ao atraso no pagamento do aluguel por três meses
consecutivos, sua residência está em risco de despejo. Solicitamos o pagamento
imediato para evitar maiores consequências.”
MARGARIDA: Como é que é?!
CECÍLIA: É isso mesmo que a senhora
ouviu, mãe. Se a gente não pagar logo, vamos ser despejadas dessa casa.
Margarida fica paralisada, segurando o pano de prato com força, visivelmente preocupada. Lurdinha, ao fundo, escuta a conversa, atenta. Close em Margarida, alternando com Cecília.
A câmera sobrevoa sobre as belas paisagens do Rio de Janeiro ao som de “Hot Stuff - Donna Summer”. Após mostrar o movimento de pessoas e carros nas ruas e praias, a câmera corta para o exterior de uma linda mansão de dois andares, situada no Leblon. Trata-se da mansão da família Figueira, uma das mais ricas do Brasil.
CENA 02: MANSÃO FIGUEIRA/INT./MANHÃ
Cortamos para o quarto de Isabel (Bruna Marquezine). Ela dorme profundamente em sua cama macia, envolta pela luz suave do sol que atravessa a janela. Alguém bate à porta e entra. É Leila (Glória Pires), sua mãe. Com um olhar afetuoso, ela se senta na beira da cama e observa a filha por alguns instantes. Então, decide acordá-la.
LEILA (acariciando os cabelos de Isabel):
Filha? Filhota! Já é hora de acordar. Esqueceu que vamos no shopping? Você
precisa estar maravilhosa na virada, meu anjo.
Isabel se remexe na cama, resmungando
sonolenta. Puxa o cobertor sobre o rosto, tentando se esconder da luz do sol.
ISABEL: Ah, mãe… só mais cinco
minutinhos…
Leila ri e puxa o cobertor com
delicadeza, revelando o rosto da filha.
LEILA: Nada disso, mocinha! Temos um dia
cheio pela frente, e você não quer entrar no ano novo sem um look impecável,
quer?
Isabel suspira, abrindo os olhos devagar.
ISABEL: Mais impecável do que eu já sou?
Ela se senta na cama, espreguiçando,
enquanto Leila se levanta e abre as cortinas completamente, deixando a luz
inundar o quarto.
LEILA: Isso mesmo! Agora levanta e vista algo chique. Vamos às compras, e eu não aceito cara amarrada atrás de mim.
ISABEL: E papai, cadê?
LEILA: Seu pai já foi. Disse que tinha
uma reunião importantíssima e que só chega à noite.
ISABEL: Reunião no último dia do ano? Que horror! Papai só pensa em trabalho, trabalho, trabalho e mais trabalho. Ele nunca tem tempo pra gente, né? Olha, eu não entendo o que tá acontecendo com os homens. Leandro também só vive em função daquele hospital xexelento.
LEILA: Meu bem, você tem que entender que agora ele tá tirando um tempo só pra ele. Leandro agora é médico e um homem cheio de responsabilidades. Mas ele te ama sim, filha. Te ama como ninguém. Agora para de colocar essas ideias malucas na cabeça e vá se arrumar. Jajá o ano vira e não saímos de casa ainda. Ah, e a Paulina também vai com a gente.
ISABEL: Ah, não! Toda a minha vontade de
ir pro shopping acabou de ir embora. Paulina é uma chata, só sabe falar da
vidinha mansa dela.
LEILA: Mas o que é isso, Isabel? Paulina
é sua sogra. Isso é jeito de falar dela?
ISABEL: Sogra? Jamais! Ela não é mãe do Leandro e nunca vai ser. Olha, eu tenho a impressão de que nem o Ubaldo aguenta mais aquela mulher. Bom, chega de falar daquela deslumbrada, antes que eu desista de ir.
Isabel caminha até o banheiro, enquanto
Leila sai do quarto com um olhar satisfeito.
CENA 03: CASA DE CECÍLIA E MARGARIDA/INT./COZINHA/MANHÃ
MARGARIDA (desesperada): E agora? E se
formos despejadas dessa casa? A gente não tem pra onde ir, filha!
LURDINHA: Calma, dona Margarida. Se vocês
quiserem, podem ficar na minha casa, não tem problema nenhum.
MARGARIDA: Muito obrigada pela boa
vontade, mas é melhor não. Sua tia vai implicar.
CECÍLIA: Calma, mãe. A gente vai dar um
jeito. Eu só preciso encontrar um emprego o mais rápido possível, mas tá
tão difícil… Já rodei essa cidade toda e sempre levo um não como resposta.
Nesse momento, Margarida começa a
sentir-se mal, colocando a mão no peito e respirando fundo, visivelmente
desconfortável.
SONOPLASTIA: SUSPENSE SOBRENATURAL - SACHA AMBACK
CECÍLIA (preocupada): O que foi, mãe? A
senhora tá se sentindo mal?
LURDINHA (se levanta rapidamente da
cadeira): O que foi, dona Margarida?
MARGARIDA (ofegante): Não é nada… é só
uma dorzinha no peito. Já vai passar.
CECÍLIA (assustada): O que que tá
acontecendo? A senhora tá pálida! Vem, senta aqui na cadeira. (T) Lurdinha,
pega um copo d'água pra ela, por favor. (T) Mãe, a senhora tem tomado os
remédios corretamente? A senhora tem arritmia cardíaca, esqueceu?
MARGARIDA (ofegante, apertando o peito
com mais força): Cecília… minha filha…
Seu rosto empalidece ainda mais, e seus
olhos começam a se fechar.
CECÍLIA (desesperada): Mãe! O que tá
acontecendo? Fala comigo!
Margarida tenta falar, mas vai perdendo
as forças. O copo d’água cai de sua mão, espatifando no chão.
LURDINHA (grita, apavorada): Dona
Margarida!
Cecília segura a mãe antes que ela
deslize da cadeira, deitando-a com cuidado no chão.
CECÍLIA (desesperada, segurando a mãe nos
braços): Lurdinha, corre! Vai chamar o seu Antônio! Ele tem carro, a gente
precisa levar minha mãe pro hospital agora!
LURDINHA (assustada, mas decidida): Eu
vou, eu vou!
Ela sai correndo pela porta, descalça, e atravessa o quintal em disparada. Close em Cecília, que ainda segura a mãe nos braços, desesperada.
Cortamos para a abertura, ao som de
“Heart Of Glass - Blondie”.
CENA 04 SHOPPING/INT./MANHÃ
Após a abertura, a câmera mostra Leila,
Isabel e Paulina (Isabel Fillardis) caminhando pelo shopping movimentado,
carregando várias sacolas chiques. Corte. Agora, as três já estão dentro de uma
loja sofisticada, com vitrines bem decoradas e manequins vestidos com as
últimas tendências da moda da época. “Celebration - Kool & The Gang” toca
no rádio ao fundo.
ISABEL (analisando o vestido): Olha esse,
mãe. Esse tecido é maravilhoso!
LEILA (aproximando): Você deveria
experimentar. É a sua cara!
Paulina se aproxima com um vestido longo,
com brilhos exagerados e decote mais ousado em mãos.
PAULINA (com um sorriso sugestivo): E se,
em vez do básico, você arriscasse um pouco mais? Ano novo merece um toque a
mais de brilho, Isabel. Não acha?
Isabel observa o vestido por um instante,
depois ergue os olhos para Paulina, séria.
ISABEL (irônica): Brilho ou exagero? Tá
achando que eu sou o que, Paulina? Esse vestido… parece que foi feito para
alguém que precisa desesperadamente de atenção e notoriedade.
PAULINA (provocando): Ué, e você não
precisa?
Leila, percebendo a troca de farpas,
decide intervir.
LEILA (tentando mudar o assunto): Já
escolhemos os vestidos, meninas?! (T) Vai lá fazer a prova, filha. Vai logo que
a gente não tem muito tempo.
Isabel suspira, claramente incomodada, e
se volta para a vendedora.
ISABEL: Onde fica o provador, querida?
Quero experimentar este aqui.
VENDEDORA: Por aqui, senhorita.
Isabel segue para o provador, mas antes
de entrar, lança um olhar frio para Paulina, que apenas sorri de canto. Leila
se aproxima.
LEILA: Paulina, mil desculpas pela
indelicadeza da Isabel. Minha filha ultimamente está uma leoa. Tudo isso por
causa do Leandro, acredita?
PAULINA: Ué, eles brigaram? Leandro não
me disse nada.
LEILA: Não, não brigaram, não. Isabel que colocou na cabeça dela que o Leandro tá deixando ela de lado. Enfim… já disse mil vezes para ela parar de pensar nessas coisas. Leandro só está focando na carreira dele, e eu não tiro a razão do rapaz.
PAULINA: Olha, Leila, sinceramente… eu não faço questão nenhuma de me meter na vida dela e na do Leandro. Aliás, sua filha não vai com a minha cara, e quer saber? Tá tudo certo, porque eu também não suporto aquela garota! (Percebe que Leila ficou desconfortável) E eu falo mesmo, não tô nem aí se é sua filha.
Close em Leila, alternando com Paulina.
Corte. Mostramos imagens do Rio de Janeiro ao som de “Celebration - Kool &
The Gang”. Lentamente, a câmera se aproxima de um grandioso prédio com
arquitetura moderna para a época. O nome "Idearium Publicidades” se
destaca sobre uma fachada sofisticada. Funcionários entram e saem. A câmera
continua avançando, passando pelas portas de vidro da Idearium e revelando o
interior da empresa, onde secretárias digitam em máquinas de escrever e
telefonistas atendem ligações constantemente. Corte.
CENA 05: IDEARIUM PUBLICIDADES/SALA DE TÉRCIO/INT./FIM DA MANHÃ
Tércio Figueira (Antônio Calloni), em seu
terno claro, está sentado à mesa. Do outro lado da mesa, está Ubaldo Jordão
(Werner Schunemann), sogro de Isabel. O médico ajeita os óculos enquanto
folheia um jornal dobrado. Ele veste um terno discreto.
TÉRCIO: Ubaldo, Ubaldo… se um dia cansar
da medicina, a publicidade tá de portas abertas pra você, meu amigo.
UBALDO (rindo, largando o jornal na
mesa): Tá de brincadeira com a minha cara, é?
TÉRCIO: Eu não sei o que você e o seu filho viram nessa tal de medicina... Queria mesmo era que o Leandro viesse pra cá trabalhar comigo.
UBALDO: Então pode ir tirando seu cavalinho da chuva, meu amigo! Leandro tá concentradíssimo na profissão,e eu não poderia estar mais orgulhoso do meu filho.(T) Tenho que reconhecer: foi a Isabel que virou a cabeça dele. Antes era só festa, chegava em casa com o sol nascendo… Agora, só pensa nesse casamento. E eu devo imaginar que ela esteja igual.
TÉRCIO: Com certeza. Isabel tá nas nuvens… Já até comprou o vestido de noiva. E por falar em casamento, como vai o seu?
UBALDO: Prefiro não comentar.
Os dois riem.
UBALDO: Mas e aí, mudando de assunto,
como vão os negócios?
TÉRCIO: De vento em popa! A Idearium tá
crescendo como nunca. Nem nos tempos do meu falecido pai a empresa esteve tão
bem quanto agora.
UBALDO: Que bom, fico feliz! Cê realmente
leva jeito pra coisa… Não é à toa que é um dos homens mais ricos do Sudeste.
TÉRCIO: Eu sou o cara, meu amigo, não vou
negar. E você também não fica atrás, não… Só ouço elogios sobre você e o
hospital. (T) Bom, vamo parar com esse papo furado e ir almoçar, que já está na
hora.
UBALDO (levantando-se): E a gente vai pra
onde?
TÉRCIO: No restaurante de sempre!
CENA 06: MOTEL/INT./FIM DA MANHÃ
Ao som de “Hold The Line - TOTO”, a cena
mostra um casal se acabando aos beijos na cama de um motel. Trata-se de Inácio
(Gabriel Leone), noivo de Cecília, e Ivani (Juliana Didone), sua amante. No
próximo take, Ivani está encostada em seu peito, enquanto ele acaricia seus
cabelos.
IVANI: Eu acho muito errado o que você tá
fazendo com a sua noivinha. Por mais que ela seja uma tonta, não merece ser
enganada desse jeito.
INÁCIO: Vai ficar com dózinha agora, é?
Eu que sou o noivo dela não tô dando a mínima.
IVANI: Homens… Olha, Inácio, se você não terminar o noivado com aquela tonga o quanto antes, eu mesma vou contar tudo pra ela sobre o nosso caso. Eu me cansei desse teatro.
INÁCIO: Pois então vai lá. Vai lá e conta
tudo! Duvido que ela vai acreditar em você, uma prostituta barata que não tem
credibilidade nenhuma.
IVANI (ameaçando se levantar): Pera aí… cê tá me humilhando?
INÁCIO: Eu só tô falando a verdade.
Aceita que dói menos. (Se arrepende ao perceber o desconforto da amante) Vai, deita aí... falei da boca pra fora.
IVANI (se levanta e se veste, irritada):
Se tem uma coisa, Inácio, que eu não aceito, é ser feita de idiota! Fica aí
com teu ego.
INÁCIO (insistindo): Pô, Ivani, volta. Eu
falei sem pensar, meu bebê.
Ivani pega suas coisas e sai, furiosa,
batendo a porta. Instantes depois, Inácio também se veste e sai do quarto.
CENA 07: HOSPITAL DA UNIÃO/INT./FIM DA MANHÃ
Cecília anda de um lado para o outro, ansiosa, enquanto aguarda
notícias de sua mãe. Lurdinha lhe oferece um copo d'água, mas ela recusa.
Segundos depois, Leandro (Chay Suede), o médico, se aproxima. Cecília vai até
ele.
CECÍLIA (tensa, lacrimejando): E
então, doutor? Como ela tá?
LEANDRO: Sua mãe tá bem, mas vai ficar em observação por precaução. A pressão dela tá altíssima e ainda exige cuidados.
CECÍLIA: E eu posso ver ela?
LEANDRO: Claro. É só
seguir pelo corredor e virar à primeira direita.
CENA 08: HOSPITAL DA UNIÃO/QUARTO/FIM DA MANHÃ
SONOPLASTIA: FAULT - RENO DUARTE
A porta se abre devagar. Cecília entra, aflita. Seu olhar logo
encontra Margarida deitada na cama, pálida, mas com um sorriso fraco no rosto.
Um alívio toma conta dela, e Cecília se apressa para perto da mãe.
CECÍLIA: Mãe… Ai, que bom que não foi nada grave. Fiquei preocupada.
MARGARIDA (acariciando o
rosto da filha): Não precisa ficar assim, minha filha… eu sou forte!
Cecília respira fundo, aliviada . Mas, de repente, Margarida fecha os
olhos com força e leva a mão ao peito. Seu rosto se contrai de dor.
SONOPLASTIA: SUSPENSE SOBRENATURAL - SACHA AMBACK
CECÍLIA (assustada): Mãe?! O que foi?!
Margarida começa a respirar com dificuldade. Seus olhos se arregalam,
ela segura o braço da filha com força.
MARGARIDA (com esforço):
Cecília… Eu…
CECÍLIA (desesperada): O quê? O que que tá
acontecendo? Eu vou chamar o médico agora!
Margarida faz um esforço enorme, mas sua voz sai fraca. Ela agarra os braços da filha com mais força ainda.
MARGARIDA (com
dificuldade): Tércio… Tércio Figueira… é seu pai… procure ele, filha…
Cecília congela.
CECÍLIA (chocada): O quê?! Do que a senhora tá
falando, mãe? SOCORRO, POR FAVOR, ALGUÉM AJUDA!
Margarida tenta falar mais alguma coisa, mas seu corpo desfalece. Sua
mão escorrega do braço da filha. Seus olhos se fecham.
CECÍLIA (gritando): NÃO! MÃE!
Cecília se desespera, segura o rosto da mãe, tenta acordá-la.
CECÍLIA (chorando, implorando): Mãe, por favor,
fala comigo! Abre os olhos! Não me deixa! Não faz isso comigo, por favor!
A porta se abre, e enfermeiras entram correndo. Uma delas afasta
Cecília, que sai em prantos.
CECÍLIA (desesperada): PELO AMOR DE DEUS,
SALVEM ELA!
Corte. No próximo take, Cecília já está
na recepção aguardando mais notícias da mãe. Ela chora enquanto é consolada por
Lurdinha. Minutos depois, Leandro se aproxima com uma expressão de lamento. Cecília se levanta bruscamente
da cadeira, aflita.
CECÍLIA: E aí, como tá a minha mãe? Ela tá bem, né? Me fala que ela tá bem!
Leandro fica em silêncio por alguns segundos.
LEANDRO: Infelizmente, sua
mãe não resistiu… Foi um infarto fulminante. Não tem mais nada que a gente
possa fazer. Eu sinto muito.
A câmera foca em Cecília, que fica em choque.
CONGELAMENTO EM CECÍLIA.
Let’s Dance! encerra seu primeiro capítulo ao som de “Heart Of Glass - Blondie” (tema de abertura).
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