Insensata Paixão - Capítulo 08
14 anos
Dafne: Vagabunda. A minha vontade é de ir lá e dar uma surra nela.
Ana: Se acalma, Dafne. Se você for lá, vai colocar tudo a perder.
Dafne: Não vou fazer isso, fica tranquila. O que é dela ainda está por vir e muito bem guardado.
Ana: Tá, agora vamos sair daqui.
Dafne permanece encarando com os olhos marejados, mas Ana consegue tirar ela dali.
As duas chegam em casa e Dafne sobe as escadas revoltada.
Ana: Ei, psiu.
Ana passa a mão no rosto de Dafne na intenção de acalmá-la
Ana: Você sabe que foi melhor assim. Não sei se tu já ouviu aquele ditado que vingança é um prato que se come frio, pois então.
Dafne: Já estou mais calma. Eu não fiquei assim só por não poder quebrar a cara dela ali, mas por toda a situação, nós crescemos juntas, fomos melhores amigas e não vou mentir pra você, eu já gostei dela além da amizade, e ver que tudo o que passamos juntas não significou nada pra ela.
Dafne começa a chorar.
Ana dá um abraço muito apertado para confortá-la.
Ana: Não chora, senão eu também vou chorar, vou berrar aqui.
Vem, esqueceu que tirei fotos suas? Vamos ver como ficaram.
As duas vão ao estúdio em casa da Ana.
Dafne: Mas suas fotos ficaram perfeitas, como você ainda tem a coragem de me dizer que não tem muito talento?
Ana: Você que é muito linda, assim fica fácil pra qualquer fotógrafa.
As duas trocam olhares e Dafne fica sem graça.
Antônio interrompe.
Antônio: Desculpa entrar assim, eu só vim avisar que sua mãe e eu vamos sair, tá?
Ana: Tá bom, pai. Se divirtam.
Antônio: Vou tentar.
A noite chega com imagens do mar ao som de Can’t Help Falling In Love - Elvis Presley.
Ana vai tomar banho e Dafne aproveita o momento.
Ela sai escondida da casa e vai até a mansão de Gusmão.
Dafne: Acho que já posso começar a colocar em prática, me desculpa Ana, mas minha ansiedade não deixa eu esperar.
Ela vai até o fundo da mansão que dá pro mar e consegue entrar pulando o muro com ajuda das pedras.
Um clima tenso surge.
Ela passa pela cozinha escondida da cozinheira e entra no corredor, ela ouve Déa vindo em direção e se esconde no armário atrás.
Déa: Escuta aqui, querida. Vê se não faz nada pesado pro jantar porque a gente quer dormir bem pra acordarmos melhor ainda amanhã, queremos aproveitar bem o dia. Quero ver se o teu tempero é bom mesmo. Vou tomar um banho e quando estiver pronto me avise.
Célia: Sim senhora.
Déa volta para o quarto
Célia pensa alto: Velha chata, acha que é a dona da casa.
Dafne sai do armário e vai em direção a sala, ela percebe que tem alguém na sala de leitura e se esconde, mas fica olhando de canto.
Ela vê Gusmão colocar um gravador no cofre que fica atrás do quadro, logo ele se abaixa e ela aproveita e sobe as escadas, perdida, procurando o quarto de Samantha.
Ela encontra e pelo quarto de hóspedes ela entra na varanda de Samantha.
Samantha se sente desconfortável, mas continua passando seu creme hidratante.
Dafne com ódio começa a assobiar a música que as duas amavam, a música da série e do filme preferidos das duas, Twisted Nerve, de Bernard Hermann.
https://youtu.be/DDX7ATO_Euk?si=JBc2JTvnUD0gAAyS
Samantha paralisa na hora e olha para a varanda, ela vai correndo mas não encontra ninguém.
A porta do quarto bate com força.
Samantha: AAAAAHHHHHHHH. QUEM ESTÁ AÍ? FALAAAA!
Dafne desce as escadas correndo e sai pelos fundos, ela abre o portão por dentro e foge sem deixar pistas.
Déa aparece no quarto de Samantha.
Déa: O que foi, sua louca?
Samantha: Foi você, sua velha nojenta. Você sabe da música.
Déa: Que música?
Samantha: Não se faz de sonsa, eu te conheço muito bem.
Samantha agarra Déa.
Samantha: Tá querendo me meter medo, é? Tu me paga, deixa a gente voltar pro Rio.
Casa de Ana:
Dafne chega desesperada e Ana está sentada no sofá da sala.
Ana: Eu não acredito, tu me prometeu…
Dafne: Desculpa, mas eu não podia deixar de fazer isso.
Ela se senta ao lado de Ana com uma cara preocupada.
Ana: E aí? Não me diz que…
Dafne começa a rir descontrolada.
Dafne: Tu tinha que ver a cara dela.
Um clima pinta no ar, Ana se levanta e coloca a música Até Você Chegar - Tania Mara, ela pega na mão de Dafne e chama pra dançar.
Ana: Eu preparei pra nós duas.
Elas dançam agarradas e Dafne beija Ana na boca.
A música fica mais forte.
Dafne: Eu esperei esse momento.
As duas permanecem se beijando e curtindo o momento.
No outro dia.
Rio de Janeiro, delegacia:
Chica: Bom, doutor, estamos aqui, pode dizer.
Delegado: Bom, dona Chica e Alan, nós averiguamos e saiu o exame, o pneu do carro de Dafne estava com três balas cravadas.
Chica: O que?
Delegado: Foi um atentado.
A câmera foca nas reações de Chica e Alan.
Mansão de Lydia:
O telefone da mansão toca.
Empregada: Alô!
Desconhecido: Gostaria de falar com a dona Lydia.
Empregada: De quem se trata?
Nesse momento é revelado quem é a desconhecida que liga e mostra Alessandra Negrini no outro lado da linha.
Regina: Diz que é a Regina e que é melhor ela atender pro bem dos bens dela.
Lydia atende do quarto, enquanto Diva fica ouvindo do quarto dela.
Lydia: O que você quer, piranha?
Regina: Isso é jeito de recepcionar uma antiga conhecida? Só quero avisar que tô chegando e quero o meu cheque em dia.
Lydia: Eu não vou te dar mais nada, sua vagabunda.
Regina: Bom, a gente conversa pessoalmente, tenho certeza que você vai mudar de ideia.
Regina desliga o telefone e chega da janela do quarto de hotel, em Madri, com um chocolate quente.
Lydia fica super nervosa e quebra o abajur do quarto.
Diva fica pensativa.
Lydia liga pra Marcos.
Lydia: Meu amor, preciso encontrar com você.
Marcos: Que foi, minha leoa? Tu tá nervosa, me diz.
Lydia: Me espera no apartamento que eu te dei, vai pra lá.
Marcos vai correndo e Lydia também.
Lydia corre e abraça Marcos.
Lydia: Fica assim comigo, meu bem, não me solta mais.
Eu te amo, eu te quero, eu preciso de você.
Marcos: Pô, meu amor, o que aconteceu?
Lydia: Nada, só me abraça.
Marcos acha esquisito aquilo, mas continua abraçando Lydia.
Angra dos Reis:
Samantha e Gusmão vão pra praia, mas ela vê pegadas na areia saindo do portão dos fundos.
Ela pensa estar ficando louca e prefere não falar sobre aquilo pra ninguém.
Casa de Ana:
Ana: Pai, mãe, eu quero falar pros dois que eu e Dafne estamos namorando.
Antônio sorridente abraça Ana.
Antônio: Parabéns, meu amor.
Dafne, você sabia que ela já me disse que tu era linda? Eu notei pelo olhar dela que tava apaixonada.
Dafne sorri.
Joana não fica tão contente, mas abraça as duas.
Duas semanas depois.
Ana ganha uma herança do tio que não tinha filhos, ele morreu e deixou tudo no nome da sobrinha.
Ela fica milionária e ganha imóveis em Angra, no Rio e até fora do país.
Dafne: Ana, chegou a hora, o desfile é depois de amanhã.
Eu vou mudar meu visual, cortar meu cabelo e me preparar, tá na hora do meu retorno.
Dafne encara o mar e sorri com maldade.
A câmera foca nela e encerra.
O capítulo se encerra com tecidos se cruzando na tela e um som de máquina fotográfica.
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