CEREJAS - CAPÍTULO 06 - (23/09/24)

 


CAPÍTULO VI


CENA I – SALÃO DE BELEZA, CONVERSA ENTRE WILMA E FRANÇOIS

(O salão está movimentado, mas François trabalha com um ar concentrado. Wilma entra, impecavelmente vestida, e vai diretamente ao encontro dele.)

WILMA: (sorrindo) Olá, François. Ouvi dizer que a nossa querida Cherry decidiu dar uma voltinha no Rio de Janeiro.

FRANÇOIS: (franzindo a testa, parando o que está fazendo) Isso não é um passeio, Wilma. Ela fugiu, está desesperada.

WILMA: (revirando os olhos) Drama, sempre drama com Cherry. Ela precisa aprender a lidar com as consequências de suas escolhas.

FRANÇOIS: (defensivo) Você está falando sério? Aquele desastre da formatura foi obra sua, não dela! E agora isso?

WILMA: (calma, mas afiada) Você não entende, François. Cherry precisa ser moldada, ela é mais forte do que imagina. O Círculo está apenas ajudando-a a encontrar seu verdadeiro potencial.

FRANÇOIS: (incrédulo) Esse tal Círculo? Vocês querem destruí-la, não ajudá-la. Eu não entendo essa obsessão em “moldar” alguém.

WILMA: (com um sorriso enigmático) Nem todos precisam entender. Só precisam aceitar.

(François fica em silêncio, visivelmente incomodado, enquanto Wilma observa o ambiente ao redor, aparentemente indiferente.)


CENA II – WILMA RECEBE A NOTÍCIA DA “MORTE” DE BIONDA

(Wilma está em casa, tomando uma taça de vinho, quando seu celular vibra com uma mensagem. Ela pega o aparelho e a expressão em seu rosto muda para choque ao ler a notícia da morte de Bionda.)

WILMA: (murmurando) Bionda? Morta? Como assim?

(Ela imediatamente liga para Lucy, que atende quase que instantaneamente.)

WILMA: Lucy, acabei de receber uma notícia absurda. Disseram que Bionda... morreu.

LUCY: (do outro lado da linha, com uma voz calma) Ah, Wilma. Não seja tão ingênua. Isso tudo foi planejado.

WILMA: (confusa) O quê? Como assim?

LUCY: (rindo suavemente) Bionda não morreu, querida. Nós combinamos isso. Tudo faz parte do plano para quebrar Cherry. Agora ela pensa que matou a própria mãe. Ela está vulnerável o suficiente para finalmente aceitar o que o Círculo tem a oferecer.

WILMA: (aliviada, mas ainda surpresa) Isso é loucura... Você está manipulando a garota até o limite.

LUCY: (fria) O limite é onde ela encontra o poder, Wilma. E quando ela aceitar o Círculo, você verá que tudo isso valerá a pena.


CENA III – CHERRY EM FUGA, FALA COM LUCY

(Cherry anda pelas ruas do Rio de Janeiro, sem rumo, claramente abalada. Ela está com a mente pesada, as palavras de Bionda ecoando em sua cabeça. Ela pega o celular e liga para Lucy, hesitante.)

CHERRY: (nervosa) Lucy... Eu... eu acho que... eu matei minha mãe.

(Lucy ouve a voz quebrada de Cherry e força uma expressão de preocupação.)

LUCY: (suave) Cherry, calma. Me explica o que aconteceu.

CHERRY: (chorando) Eu... eu fui até o apartamento dela. Nós discutimos. Eu... eu a vi morta, sangue por toda parte! Eu... Eu sou uma criminosa, Lucy! Eu acabei com a vida da minha mãe!

(Lucy respira fundo, mantendo a calma, sabendo que Cherry está em sua fase mais vulnerável.)

LUCY: (com empatia forçada) Cherry, escuta. Não importa o que aconteceu. Eu estou aqui por você, e juntos, podemos encontrar uma solução. Mas você precisa confiar em mim, agora mais do que nunca.

CHERRY: (soluçando) Eu não sei mais o que fazer. A polícia... eles estão atrás de mim!

LUCY: (manipuladora) Então, venha até mim. Eu posso te proteger. Vou te ajudar, mas você precisa deixar que eu te guie.

(Cherry fica em silêncio, parecendo convencida por Lucy.)


CENA IV – POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO INVESTIGA

(Em uma delegacia no Rio, os policiais discutem sobre o caso da morte de Bionda. Um investigador folheia os arquivos, enquanto outro entra com um relatório.)

DELEGADO: (sério) Precisamos achar essa garota, Cherry. Ela foi vista saindo do prédio de Bionda logo depois da... morte.

INVESTIGADOR: (entregando o relatório) Aqui está o mandado de busca. Vamos cercar os pontos possíveis. Ela não pode ir muito longe.

DELEGADO: (pensativo) Isso não está cheirando bem. Há muitos interessados na queda de Bionda, mas por enquanto, Cherry é a principal suspeita.


CENA V – LUCY AJUDA CHERRY A SEGUIR EM FRENTE

(Cherry chega até um hotel no Rio, seguindo as instruções de Lucy. Ela parece desorientada, mas mais calma. Lucy aparece em seguida, com uma expressão amigável, mas calculista.)

LUCY: (calmamente) Você fez bem em vir até mim, Cherry. Agora, vamos dar um jeito nisso, mas você precisa confiar que eu sei o que é melhor para você.

CHERRY: (abalada) Eu não posso acreditar que fiz aquilo. Matei a minha própria mãe, Lucy. Isso... isso é monstruoso.

LUCY: (tocando gentilmente o ombro de Cherry) Você só fez o que estava destinada a fazer. Às vezes, é preciso passar por grandes provações para se encontrar. O Círculo pode te ajudar, Cherry. Você não precisa mais lutar sozinha.

CHERRY: (olhando para Lucy com olhos cheios de dúvida) Eu não sei se consigo, Lucy...

LUCY: (segurando as mãos de Cherry) Consegue, sim. Mas precisa acreditar em si mesma e no que podemos te oferecer. Eu vou estar ao seu lado o tempo todo.

(Cherry hesita, mas parece aceitar as palavras de Lucy. Enquanto elas caminham juntas para dentro do hotel, a tensão de Cherry começa a ceder, mas ainda paira uma sombra de dúvida em seu olhar.)


ENCERRAMENTO


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