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CAPÍTULO VII
CENA I – CHERRY ANDANDO PELO RIO DE JANEIRO
(Cherry, após sair do Hotel onde estava com Lucy, continua a vagar pelas ruas do Rio, com a mente atordoada e o peso da culpa sobre seus ombros. Ela observa as pessoas ao seu redor, sentindo-se completamente isolada.)
CHERRY: (pensando) Eu matei a minha mãe... Como eu pude fazer isso? Eu não sou uma assassina.
(Enquanto caminha, o som suave de uma pomba batendo as asas chama sua atenção. Ela olha para cima e vê uma pomba branca voando, desaparecendo entre os prédios. A visão da pomba traz à mente lembranças de sua infância, um tempo em que ela era inocente e acreditava no amor e na confiança.)
CHERRY: (sussurrando) Tudo está desmoronando... Eu já não sou a mesma.
(Como uma melodia distante em sua mente, ela ouve o eco do refrão de uma canção: Ooh baby, ooh, said ooh. Cherry fecha os olhos, tentando afastar o pensamento e o peso das escolhas que a cercam.)
CENA II – FRANÇOIS E WILMA DISCUTEM SOBRE CHERRY
(Wilma e François estão no salão. Ele está penteando o cabelo de uma cliente, mas mantém um olhar atento em Wilma, que parece perdida em pensamentos enquanto mexe em seu celular.)
FRANÇOIS: (notando a tensão) Wilma, você está estranha hoje. O que está acontecendo?
WILMA: (com uma expressão sombria) Bionda... Ela morreu.
FRANÇOIS: (chocado, parando de pentear) Como assim? Bionda, morta? Não... isso não pode ser verdade.
WILMA: (suspirando) Parece que Cherry está envolvida... Tudo está um caos.
FRANÇOIS: (confuso e preocupado) Cherry? A garota está metida nisso também? O que vocês fizeram com ela?
WILMA: (fria) François, você não entenderia. Ela faz parte de algo muito maior do que você pode imaginar.
FRANÇOIS: (frustrado) Todo esse papo de “círculo” não me convence. Vocês estão destruindo a vida dela. Isso é cruel.
WILMA: A dor molda as pessoas, François. É assim que funciona.
FRANÇOIS: (indignado) E você realmente acha que isso é certo? Ela é só uma garota! Você está brincando com a vida dela.
WILMA: (sem emoção) Todos têm um papel, François. E Cherry precisa se moldar para o dela.
CENA III – A POLÍCIA INVESTIGA A MORTE DE BIONDA
(No apartamento de Bionda, a polícia está investigando o local.)
DETETIVE 1: Parece que Cherry é a principal suspeita. As câmeras de segurança mostram ela saindo do prédio logo após a morte.
DETETIVE 2: (analisando a cena) Mas algo não bate. Parece encenado... Como se essa morte não fosse o que parece.
DETETIVE 1: (pensativo) Precisamos cavar mais fundo. Quem mais poderia querer Bionda morta? Ela tinha muitos inimigos.
(Enquanto continuam a investigação, um dos detetives recebe uma ligação.)
DETETIVE 1: (ao telefone) Sim? Entendi. Continuem a busca pela Cherry. Algo grande está acontecendo aqui.
CENA IV - UM ALÍVIO NO PEITO, CHERRY CONHECE HASSAN.
(Cherry está sentada em um banco na orla da praia, com as mãos trêmulas. Ela respira fundo e, após hesitar, pega o celular e liga para Wilma, que não atende. Um jovem rapaz, ao vê-la chorando, aproxima-se dela.)
HASSAN: O que há com você? Parece abatida... Aceita uma água de côco?
CHERRY: A minha cabeça... A minha vida é um inferno e só piora. A cada dia eu me perco mais dentro de mim mesma, estou começando a não saber mais quem eu sou.
HASSAN: Tão jovem e bonita. (pausa, ambos se olham) É difícil entender e até acreditar que você esteja nesse inferno como afirma. Afinal... O que te machuca tanto?
(Cherry vê nos olhos do rapaz um brilho. Ele vê nos olhos de Cherry tristeza e desespero.)
HASSAN: Pode desabafar comigo. É... não sei seu nome. Eu me chamo Hassan, prazer (estendendo a mão)
CHERRY: (sentido-se aliviada) Cherry, meu nome é esse e a minha história é longa e sou possivelmente perigosa... ou...
(Hassan pega na mão de Cherry lhe passando a sensação de conforto e paz que a jovem tanto necessita. Os olhos de Cherry marejam e Hassan lhe dá um beijo no nariz, ao fundo toca a música Venice Bitc* de Lana Del Dey)
HASSAN - FILIPE BRAGANÇA
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