LINHA TÊNUE - CAPÍTULO 14
PARTE 1: PRAIA / MANHÃ
William está saindo da água ao lado de Fernando, ambos segurando suas pranchas debaixo dos braços. Gabriela aguarda sentada na areia com um sorriso no rosto. Os dois fincam suas pranchas na areia e William se aproxima da namorada e a beija. Antonella, que também esperava, abraça e beija Fernando.
Antonella: Nossa, vocês demoraram, já tava achando que iam deixar a gente plantada aqui. E aí, William?
William acena com a mão para Antonella e ela solta um risinho malicioso.
Fernando: Calma, minha linda, isso tudo é saudade de mim?
Antonella: É fome, na verdade. Você ficou de me levar pra comer, esqueceu?
Fernando: Ah sim, é só pra isso que sirvo.
Antonella: Pra isso e pra outras coisinhas, seu gostoso.
Ela abraça Fernando e o beija de forma provocante. William e Gabriela observam e se olham um pouco desconcertados.
Antonella: E vocês dois, não vão comer com a gente?
William: A gente vai depois, antes vou ficar aqui um pouquinho com a Gabi.
Antonella: Tudo bem, até mais, Willy, até mais, Gabizinha.
Ela lança um beijo com a mão para William e dá um tchauzinho para Gabriela.
Fernando: Até mais tarde, gente! Tchau.
Fernando recolhe sua prancha da areia e sai com Antonella. William envolve seu braço pelo ombro de Gabriela, esboçando um sorriso e beijando novamente os lábios dela.
William: Você tá linda, sabia?
Ela sorri e encosta seu rosto no peito dele, dando um beijinho.
Gabriela: E você, tá se sentindo bem?
William: Tô sim, já disse.
Gabriela: É que eu ando muito preocupada.
William: Eu sei, eu sei... Mas não precisa deixar meus problemas te afetarem. São coisas que eu mesmo preciso e tenho a obrigação de lidar, você não tem que esquentar a cabeça com isso.
Gabriela: William? Não pense nem por um momento que eu vou deixar você passar por situações difíceis sem me importar. Seus problemas são meus problemas de agora em diante e não importa o que você diga, eu vou me preocupar sim.
William: Eu sei que você se preocupa, mas não gosto de te ver assim.
Gabriela: E você acha que eu gosto de te ver tentando disfarçar que tá bem?
William: Eu não estou tentando disfarçar nada, eu me sinto bem, eu já te disse que você é a única coisa que eu preciso pra estar bem. Você nem tem ideia do poder que tem sobre mim.
Gabriela: Mas isso não é bom, William, você precisa se entender com a sua família.
William: Gabi, escuta, eu estou bem, eu juro. Eu já tive outras brigas com meu pai antes. São coisas que acontecem em famílias. Dessa vez pode ter sido muito mais sério do que as outras vezes, mas ainda assim faz parte. E no fim das contas, isso tudo serviu pra eu tomar vergonha na cara e fazer algo que eu já deveria ter feito há muito tempo. Não dava pra ficar vivendo debaixo da asa dos meus pais. Meu pai é um homem muito controlador e se achou no direito de decidir o meu futuro por mim. Se eu não tivesse dado um basta nisso, provavelmente no futuro eu estaria me lamentando pelas escolhas erradas que fiz. Em vez disso, eu dei o primeiro passo pra tomar as rédeas da minha vida. E o principal é que eu tenho você comigo, a pessoa mais perfeita do mundo, a única que dá sentido à minha vida.
Gabriela: Tudo bem, prometo que não vou mais te chatear com esse assunto.
William: O que? Você não me chateia em nada, meu amor, pare com isso. Só vamos parar de falar disso, tá um dia tão lindo, a gente merece focar nas coisas boas ee esquecer as ruins, tudo bem?
Gabriela: Tá bem.
PARTE 2: APARTAMENTO DE FERNANDO / INT. SALA / NOITE
Fernando está sentado no sofá, dando tapinhas solidários nas costas de William, que parece abatido. William mantém as mãos juntas e a cabeça baixa, sem esboçar reação alguma.
Fernando: E então, cara? Tudo bem?
William: Bem, na medida do possível...
Fernando: Quero que você saiba que pode contar comigo. Apesar de tudo, tô adorando ter você aqui. Eu estava mesmo precisando de alguém pra ajudar a dividir o apê, e não podia ser outra pessoa senão meu melhor amigo.
William: Tem certeza de que eu não tô incomodando?
Fernando: Incomodando? Cara, você é meu irmão! Te conheço há, sei lá, uns 15 anos?
William: Que bom. Assim fico mais aliviado. Mas, ao mesmo tempo, quero que você saiba que eu não vou ficar aqui de bobeira. Vou correr atrás de um trabalho, qualquer coisa em que eu possa me ocupar além da faculdade e que possa ajudar com as despesas.
Fernando: Quanto a isso, nem se preocupe. Você vai trabalhar comigo.
William: Sério?
Fernando: Ué, você achou mesmo que eu não ia te chamar pra vir trabalhar comigo? Eu preciso de um sócio no meu negócio e você é a pessoa ideal. A gente já se conhece muito bem e confia um no outro. Agora você tem um emprego garantido como instrutor de surf. Vai comigo ensinar kitesurf pros idosos e pras criancinhas. Imagina só, aquelas carinhas catarrentas tentando ficar em pé na prancha pela primeira vez?
William, que estava absorto em seus pensamentos, sorri simpaticamente, demonstrando uma mudança sutil de humor.
Fernando: Olha só, você já tá saindo um pouco da bad. Em breve, vai esquecer essa treta toda e voltar a ser o cara sorridente de sempre.
Nesse momento, o interfone toca, e Fernando se levanta para atender.
Fernando: Sim? Ah... Entendo, pode mandar subir.
William: Quem é?
Fernando: Sua mãe tá subindo aí, cara.
William arregala os olhos ao receber a informação, seu rosto ficando rígido e tomado pela apreensão.
PARTE 3: APARTAMENTO DE FERNANDO / INT. SALA / NOITE
Celina abraça William com tanto entusiasmo que quase sufoca o filho.
Celina: Meu bebê, querido, como você tá? Ah, estou com tantas saudades!
William: Eu tô bem, mãe, eu tô bem.
William tenta falar com dificuldade devido ao abraço apertado da mãe.
Fernando: Eu vou deixar vocês a sós.
Fernando se retira da sala, enquanto Celina tenta se recompor, muito emocionada por ver William.
Celina: William... (começa a chorar) eu vim aqui porque quero implorar mais uma vez pra você voltar para casa.
William: Mãe, eu sinto muito, mas não posso fazer isso.
Celina: Nem por mim, que sou sua mãe? Me diz o que eu fiz a você pra merecer ser punida desse jeito?
William: Ah, mãe, também não exagera. Eu não estou punindo a senhora por nada. Só estou tomando uma atitude em relação ao comportamento do meu pai. Se ele não pode respeitar a minha namorada, então eu não devo viver debaixo do mesmo teto que ele.
Celina: É por causa da Laura? É por isso que você se recusa a voltar pra casa?
William: Laura? Ah, mãe... Tô nem aí pra Laura. A casa é sua, se a senhora quiser pode até dar o meu quarto pra Laura dormir que eu tô me lixando.
Celina: Então eu não entendo. Essa briga com seu pai não me parece motivo o suficiente pra que você simplesmente decida não morar mais na casa em que nasceu.
William: Pois a senhora está sendo cega. Olha, mãe... (segurando os braços dela) Eu sou um homem adulto agora. A senhora precisa lidar com isso. A senhora precisa aceitar que eu não sou mais nenhum bebezinho e talvez eu precise tomar decisões difíceis. Lembra no outro dia quando a senhora disse que me via como um homem? Pois então, é assim que eu quero que me veja. Não só em relação a Gabi, mas em relação a tudo.
Celina: Que droga, William, que droga! Pelo menos espere até a sua formatura e daí depois disso você pensa melhor. Mas por favor, volte para casa.
William: Mãe, mãezinha... (beija as mãos dela) por favor. Eu preciso que nesse momento a senhora entenda meus motivos. Entenda que o que eu estou fazendo tem um propósito. A senhora sempre foi tão compreensiva comigo, eu preciso dessa sua compreensão agora. Agora eu quero que a senhora seja muito mais do que a minha mãe, quero que a senhora seja a minha amiga.
Celina desaba no sofá da sala com os olhos encharcados. William se senta ao lado dela, alisando o braço da mãe com um olhar compadecido.
William: Por favor, mãe, não fica assim.
Celina: Como eu não vou ficar assim? Como eu não vou ficar assim sabendo que vou acordar e não vou mais ter o meu filho por perto, pra me dar um beijo, um abraço, pra me contar sobre a vida dele, os namoros dele, os sonhos.
William: Ah, mãe, também não é pra tanto. Eu não morri. Eu apenas me mudei. Mas vou continuar sendo o seu filho pra sempre.
Celina apoia a cabeça no ombro de William enquanto ele afaga seus cabelos.
Celina: Pelo menos prometa que vai me visitar sempre que puder.
William: Isso eu prometo. Vou fazer questão de ir dia sim e dia não dar um beijo na senhora.
Os dois se abraçam, com Celina ainda quase sufocando o filho.
PARTE 4: MANSÃO FERREIRA ALBUQUERQUE / INT. ESCRITÓRIO / MANHÃ
Júlio está em seu escritório, fitando a grande janela à sua frente. Seu olhar perdido e frio enquanto encara o nada é interrompido pela entrada de Celina no cômodo.
Celina: Jana me disse que você estava aqui.
Júlio: O que foi agora, Celina? Não estou com cabeça pras suas reclamações.
Celina: Reclamações? Júlio, pelo amor de Deus, você não está sendo nada razoável. Nosso filho está fora de casa há duas semanas. Duas semanas sem ter o meu menino perto de mim por sua causa e você vem dizer que eu estou fazendo reclamações?
Júlio: E o que você quer que eu faça, mulher? Foi escolha dele sair de casa, eu não tenho responsabilidade pelos atos do seu filho, que já é um adulto e responde por si.
Celina: Nossa, mas você é muito hábil em se eximir da culpa pelos seus equívocos. É óbvio que William saiu de casa por culpa exclusivamente sua. É seu dever procurar nosso filho e convencê-lo a voltar.
Júlio: Pois pode pedir à Janaína pra colocar a mesa e servir o seu chazinho, pra você esperar sentada, pois eu não arredo o pé de casa pra convencer marmanjo nenhum a voltar.
Celina: Então, depois de tudo, é isso que você queria? Ser o responsável pela desintegração total da nossa família? Qual o próximo passo, Júlio? Vai expulsar a Liliana de casa também? Vai jogá-la aos leões e esquecer que ela é sua filha? Vai se afogar no seu próprio orgulho e matar qualquer vínculo que você tem com seus filhos? Eu sinceramente tenho pena do homem que você se tornou, uma pessoa que eu mesma não reconheço mais. Não é o homem com quem me casei, nem perto de ser a pessoa por quem me apaixonei um dia.
Celina começa a caminhar pra fora da sala, mas para e segura a porta com a mão.
Celina: Se você acha que eu vou deixar você destruir a minha família, tá muito enganado. Ou você trata de ir atrás do nosso filho e pedir desculpas pelas suas burradas ou eu juro que peço o divórcio, e aí você vai poder se vangloriar de ter feito o serviço completo. Você tem até amanhã.
Celina sai do escritório batendo a porta com força. Júlio permanece em silêncio, repousando os punhos fechados na mesa à sua frente, com uma expressão de consternação. Ele fecha os olhos e suspira profundamente.
PARTE 5: MANSÃO FERREIRA ALBUQUERQUE / ÁREA EXTERNA / MANHÃ
Laura está deitada em uma espreguiçadeira próxima à piscina. Janaína se aproxima segurando uma bandeja com uma taça de suco de maracujá.
Laura: Obrigada, Jana, você é um amorzinho! Pode deixar aí no canto.
Janaína: De nada, menina. Como tem passado a manhã?
Laura: Ai, Jana, eu estou muito bem, sabe? Sem chateações. Esse período aqui em casa com vocês tem me feito muito bem, sinto que minha saúde mental deu um up. Eu agradeço tanto à tia Celina por me permitir estar aqui num dos piores momentos da minha vida.
Ela encara Janaína e solta um sorriso de orelha a orelha.
Laura: E é claro que a você também, não é mesmo, Janinha?
Janaína retribui o sorriso de Laura, mas seu olhar está envolto em desconfiança. Nesse momento, Liliana se aproxima e fica parada em frente à Laura, cruzando os braços com uma cara fechada.
Liliana: Nossa, que vida boa, hein?
Laura: Que foi, Liliana? Veio me perturbar a essa hora da manhã? Olha, vou logo avisando que meu dia tá maravilhoso e nada que você faça vai estragar ele.
Liliana: O quê? Não me faça rir, até parece que eu vou perder meu tempo com uma parasita feito você. Pode se divertir à vontade, fofinha, eu não tô nem aí pra você e nem pra essa sua peruca loira esfarrapada.
Laura: Então o que você tá fazendo aqui? Veio me admirar, foi? Tá me achando bonita? Eu tô bonita, não tô? Pode olhar se quiser, não vou cobrar ingresso.
Liliana: Ai, garota... Você tá se achando muito, não é mesmo? Só porque minha mãe te deu uma moralzinha, tá se achando a abelha rainha. Pois saiba que eu estou de saída, e eu não vim te admirar não, mas sabe quando tem um acidente feio, tão feio que a gente corre pra ver o estrago? É isso que eu vim fazer. Sua vida desfigurada é tão podre que me atrai, eu gosto de ficar olhando porque me faz bem ver você se humilhar por um fragmento de atenção. Agora deixa eu ir que eu tenho mais o que fazer do que ficar olhando pra galinha loira.
Laura: Ai, faz isso mesmo, já despejou sua dose de ofensas do dia, agora pode ir se retirando, queridinha, que tá atrapalhando o meu sol.
Laura deita-se na espreguiçadeira, respirando levemente. Liliana permanece de pé, com braços cruzados, trocando olhares com Janaína. De repente, Liliana sorri de maneira enigmática e caminha até Janaína, pegando a taça de suco da bandeja. Com um gesto silencioso para Janaína, que observa, assustada, Liliana despeja o suco em cima de Laura. Laura se assusta e começa a se debater na espreguiçadeira.
Laura (berrando): Mas o que é isso?!
Janaína: Meu deus, Liliana!
Liliana começa a gargalhar e deposita a taça de volta na bandeja.
Laura: Sua cretina, olha o que você fez, maldita!
Liliana: Gostou, Laurinha? É franga ao molho de maracujá. (rindo e batendo palmas).
Laura: Isso não vai ficar assim, sua vaca! Eu vou contar tudo pra tia Celina.
Liliana: Vai lá contar. Levanta essa bunda preguiçosa daí e vai lá fazer sua fofoca, já que você não faz outra coisa a não ser pagar de coitada, sua imprestável. Que isso fique de aviso para você não se meter comigo.
Liliana começa a caminhar para longe, ainda gargalhando. Janaína deposita a bandeja numa mesinha próxima.
Janaína: Dona Laura, deixa que eu ajudo você a se limpar.
Laura (chorando): Ai, Janinha, você viu como eu sou tratada nessa casa? O que eu fiz para essa garota agir assim comigo?
PARTE 6: APARTAMENTO DE OLIVER/ INT. SALA / TARDE
Oliver e Liliana estão deitados no sofá abraçados. Ele acaricia os cabelos dela com leveza enquanto ela mantém uma feição inquieta.
Liliana: Você acredita que aquela piranha tá me desafiando dentro da minha própria casa?
Oliver: Eu sei, amor, mas acho que você não deveria esquentar a cabeça com isso. Uma hora ela vai embora.
Liliana: Ah, vai, vai muito. Do jeito que tá, é capaz daquela lacraia oxigenada se instalar lá em casa e ir ficando até quando a gente menos perceber, ela já vai estar nas fotos de família.
Oliver: Então por que você não vem ficar comigo?
Liliana: Ficar com você? Tá brincando, né?
Oliver: Não, não estou brincando, estou falando muito sério. Se a situação está muito ruim pra você, então vem ficar aqui comigo.
Liliana: Oliver, presta atenção, eu não vou sair de casa só porque uma biscate de quinta tá me provocando. E outra coisa, minha mãe anda muito perturbada ultimamente desde que William saiu de casa. Ela tá quase pedindo o divórcio pro meu pai, eu não posso sair de perto dela no meio dessa tempestade toda.
Oliver: Eu sei, amor, eu só acho que...
Liliana: E além do mais, você está prestes a se mudar pra fora do país. Não tem condições de eu me enfiar aqui na sua casa, sendo que a gente praticamente não vai ter tempo juntos de qualquer forma.
Oliver: Ah, qual é? Aí você já tá inventando, a gente tem tempo de sobra até eu ir.
Liliana: Ai, Oliver, simplesmente não dá.
Oliver: Tudo bem, tudo bem, não precisa vir se não quiser, mas saiba que a oferta tá de pé. Assim que você sentir a necessidade, faça suas malas e vem ficar aqui em casa, tudo bem?
Os olhos dos dois se encontram com ternura e ele dá um beijo na testa dela, seguido de um selinho devagar nos lábios.
PARTE 7: APARTAMENTO DE LAURA / INT. QUARTO / NOITE
Celso se levanta da cama, completamente despido. Ele caminha em direção ao banheiro enquanto Laura permanece sentada na cama, seu olhar perdido e os lábios tensos. Celso retorna do banheiro e senta na cama próximo de Laura, observando seu rosto. Ele alisa os cabelos dela, mas ela afasta o rosto da mão dele.
Celso: O que foi, meu bebê? Não gostou?
Laura: Não é isso...
Celso: Então o que é? Por que está com essa cara?
Laura: O que mais podia ser, Celso? Justo agora que eu pensei que as coisas iam dar certo pra mim, o William resolveu sair de casa. E ainda tem aquela purgante da Liliana enchendo o meu saco.
Celso: É, fazer o quê? Acho que a sua jogada de mestre acabou não servindo de nada. (rindo)
Laura: Você ainda ri disso? Vem cá, de que lado você está, Celso?
Celso: De que lado eu estou? Óbvio que do meu lado, né? Não vou fingir que estou triste porque seu plano de ficar perto do William falhou mais uma vez.
Laura: Quantas vezes eu tenho que te falar que...
Celso: Olha, Laura, chega! Chega dessa ladainha. Já sei a porcaria que você vai me dizer. A mesma baboseira de sempre. Olha, meu ouvido não é penico. Cansei. Eu fiz de tudo, de tudo pra gente ter uma noite agradável. Achei que você estava aqui por mim, toda cheirosinha e manhosa, mas daí descubro que você está toda emburrada por conta de outro macho. E você ainda quer que eu fique de boa com isso? Quer saber, tô caindo fora.
Celso se levanta da cama, junta a cueca que estava no chão e a veste. Ele percorre o quarto de um lado para o outro em busca do restante das roupas.
Laura: Espera, pra onde você vai?
Celso: Vou pra casa, cansei de você.
Laura: Espera, não vai não, não me deixa aqui sozinha.
Laura pula da cama e abraça Celso por trás, encostando os lábios na orelha dele.
Laura: Por favor, meu amor, fica. Eu prometo que vou me comportar, não vou mais tocar em nenhum assunto que te desagrade.
Celso se mantém imóvel, com os olhos semicerrados e os lábios pressionados um contra o outro.
Laura: Vai, Celso, não faz isso comigo, volta pra cama, não estraga nossa noite.
Celso se vira bruscamente para trás, quase derrubando Laura na cama.
Celso: Eu estragando nossa noite? EU? (berrando)
Laura: Tá bom, desculpa! Escolhi mal as palavras. Mas vai, Celso. (envolvendo os braços no pescoço dele) Por favor, fica aqui comigo, vamos fazer um amorzinho gostoso que só a gente sabe fazer, deixa essa bronca de lado, eu quero você, meu amor, tô cheia de tesão.
Celso: Você promete que não vai mais falar de William e de nenhum outro membro daquela família?
Laura (sorrindo): Prometo!
Celso solta um risinho malicioso e empurra Laura na cama. Ela cai, se apoiando nos cotovelos e mordendo os lábios. Ele avança sobre ela e a beija intensamente. Ele coloca as mãos sobre as coxas dela e erguendo Laura sobre si enquanto beija seu pescoço. Laura fecha os olhos enquanto solta um leve gemido.
PARTE 8: APARTAMENTO DE FERNANDO / INT. SALA / MANHÃ
William se prepara para sair. Ele pega suas chaves no chaveiro e verifica algumas mensagens no celular, sorrindo ao ver uma foto de Gabriela. Ele guarda o celular no bolso e abre a porta para sair, mas leva um susto ao ver Júlio parado na entrada.
William: Pai?
Júlio: Oi, meu filho. Posso entrar para falar com você?
FIM DO CAPÍTULO.
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