9 de nov. de 2024

Paixões & Legados (Últimas semanas) - Capítulo 26 (06/11/2024)

     


Escrita por Fafá

Faixa das 18h

Um silêncio predomina no ambiente, simbolizando o choque de todos com a revelação de Mercedes.


ANABEL: O quê? Então foi você… 


MERCEDES: Sim, fui eu mesma! Bernardino havia se casado com sua mãe, o que me trouxe um grande choque, pois eu tinha um sentimento guardado por ele, e o mesmo sabia disso. Alguns anos antes de Lúcia aparecer em nossas vidas, eu e ele tivemos uma noite de amor, então nasceu Valentim, fruto dessa relação.


ANABEL: Então Valentim é mesmo filho do meu pai?


MERCEDES: Claro que é! Essa parte não é mentira.


ANABEL: Se você amava tanto o meu pai, como diz, por que matou ele?


MERCEDES: Eu não tinha mais chances de me casar com Bernardino, e esse sentimento de rejeição se tornou em raiva, então eu decidi matar os dois. Só que eu não me senti satisfeita com tudo aquilo. Você herdaria tudo, anos depois, e eu ficaria na mesma situação. Foi aí que eu decidi que queria tudo para mim…


ANABEL: Você queria dar um golpe em mim? Agora tudo faz sentido… eu estou prestes a me casar com Valentim, e desde sempre você me empurrou para cima dele.


MERCEDES: Nós estávamos quase lá, mas aí aconteceu esse teatro de agora, com seu namoradinho pobretão chegando aqui e te salvando.


ANABEL: Por que você está contando tudo assim, na maior cara de pau? Está confessando seus crimes mais sujos como se não fosse nada, e ainda se orgulhando de tudo.


MERCEDES: É exaustivo esconder tudo por tanto tempo. Além do mais, vocês não tem como provar nada! Tudo que sabem foi dito com minhas próprias palavras, mas não há nada concreto que possa me incriminar.


JONAS: Você está por trás da morte de meu pai! Eu não vou deixar que escape impune dessa situação!


ANABEL: Nós não temos provas, mas podemos ir atrás disso. Por enquanto, o que posso fazer é te expulsar daqui, você e seu filho.


VALENTIM: Anabel, eu…


ANABEL: Cale-se! Arrumem suas tralhas e dão o fora da minha casa! Eu não aguento olhar por mais nenhum minuto para a cara de vocês.


MERCEDES: Vamos, Valentim! Não aguento mais esse lenga lenga todo.


Os dois sobem as escadas, em direção aos quartos. Após saírem, Anabel desaba em chorar. Lino abraça a moça, tentando acalmá-la.


LINO: Acalme-se, Anabel! O pior já passou. Agora só nos resta provar toda a sujeira desses dois, e depois esquecer de tudo isso.


ANABEL (Chorando): A cada dia eu percebo mais que minha vida toda não passava de uma mentira.


LINO: Eu estou aqui para defendê-la, eu prometo que vamos fazer de tudo para desmascarar esse dois pilantras.


ANABEL: Me desculpa por tudo que eu te falei e fiz, eu fui muito injusta com você.


LINO: Esqueça isso, agora tudo será diferente.



Valentim e Mercedes arrumam suas malas.


VALENTIM: Por que a senhora jogou tudo para o alto desse jeito? Nós poderíamos ter colocado Anabel contra o filho do dono da pensão.


MERCEDES: Não mudaria muito, Anabel teria muita desconfiança em cima de nós. Não se preocupe, querido, eu ainda tenho uma carta na manga…


VALENTIM: O que a senhora vai fazer?


MERCEDES: Espere uns dias, prometo que voltaremos para esta casa de cabeça erguida. A Sonsabel não perde por esperar.



Os dois andam até a saída da mansão, sendo observados pelos presentes no local. Mercedes para na frente de Anabel.


MERCEDES: Nós não acabamos por aqui, querida! Ainda darei a volta por cima.


ANABEL: Não acaba por aqui mesmo. Eu vou te mandar para a cadeia, sua criminosa!


Mercedes solta um riso debochado e sai pela porta da frente, acompanhada de Valentim. Anabel e Lino observam,pela janela, eles tomando um carro de aluguel e partindo.


JONAS: Está tarde, é melhor irmos embora!


ANABEL: Lino, durma esta noite aqui, por favor! Eu não vou conseguir ficar sozinha depois de tudo o que aconteceu hoje.


Lino olha para Jonas, que o espera.


JONAS: Fique! Eu vou sozinho até a pensão, sem problemas!


LINO: Obrigado por entender!


JONAS: Até amanhã, então!


Jonas sai do local, deixando os outros dois sozinhos.


ANABEL: Obrigada por abrir meus olhos! Eu estaria acabada se não fosse por você.


LINO (Sorrindo): Eu disse que ia provar que estava certo. Fiz isso como prova de todo o amor que sinto por você.


ANABEL: Eu nem sei como te agradecer, e não sei como pedir desculpas por tudo o que aconteceu entre nós.


LINO: Eu sei como…


O rapaz agarra a moça e a beija intensamente. Após um longo tempo, os dois afastam seus rostos, continuando abraçados.


LINO: Eu te amo!


ANABEL: Também te amo!


Os dois voltam a se beijar novamente.



Um novo dia amanhece. Leonel está desacordado. A luz do Sol bate em seu rosto, fazendo o homem despertar após um longo tempo. Ele sente uma dor de cabeça e sua visão gira vertiginosamente. Sem saber onde está, ele olha para os lados tentando identificar o lugar vazio, composto por paredes e chão de cimento, e uma porta. A luz entra por uma pequena janela gradeada, bem no alto da parede, e alguns buracos no teto. O homem levanta, sentindo-se tonto ainda. Ele chega até a porta e tenta abri-la, mas está trancada. Depois da tentativa falha de abrir a porta, Leonel vai até a janela, segurando as barras de metal com as mãos. Ele tenta puxá-las, mas percebe que sua força não é capaz de danificar a estrutura. Após isso, ele começa a gritar por ajuda.


LEONEL (Gritando): SOCORRO! ALGUÉM ME TIRA DAQUI! ESTOU PRESO!


A câmera foca no casebre pelo lado de fora e vai se afastando aos poucos, mostrando que o cativeiro se situa no meio nada, sem nenhuma alma viva perto dali.



Anabel acorda após a tenebrosa noite anterior. Ela olha para o lado e vê Lino dormindo num monte de cobertas no chão de seu quarto. A moça sorri ao observar o rapaz em seu sono profundo. Ela se levanta cautelosamente e sai do seu quarto em silêncio, para não acordar o rapaz.



Leonel cansa de gritar por ajuda ao perceber que é inútil. Ele senta no chão, e escora as costas na parede.


LEONEL: Como eu vim parar aqui? Não lembro de nada que possa ter me trazido até esse lugar.


Ele força a cabeça, tentando se lembrar de algo. Vem à sua mente as imagens de Débora lhe oferecendo um chá e, após beber, ele passando mal após isso.


LEONEL: Débora… Você não seria capaz disso, ou seria?



Lino desce as escadas da mansão e vai até a sala de jantar, onde encontra Anabel tomando seu café.


ANABEL: Bom dia! Dormiu bem?


LINO: Muito! Se você precisasse da minha ajuda no meio da noite, eu não acordaria de tão pesado que estava meu sono.


Os dois riem.


LINO: E você, conseguiu dormir depois do que aconteceu ontem?


ANABEL: Fiquei um tempo sem conseguir, mas, no final, consegui descansar. Mercedes ainda vai pagar por tudo que fez, e nós vamos conseguir as provas que precisamos.


LINO: Pode contar comigo, farei o que for necessário para te ajudar. 


ANABEL: Eu sei disso. Ontem eu entendi que você sempre estará do meu lado, e sempre quer meu bem.



Lino chega na pensão. Ele se depara com Jonas descendo com suas malas até a saída.


LINO: O que aconteceu? Está indo embora?


JONAS: Tenho que voltar para o meu trabalho, já fiquei tempo demais por aqui. Quero te agradecer por tudo, pela hospedagem, pela ajuda que me deu…


LINO: Eu que tenho a agradecer, você me ajudou muito aqui na pensão quando meu pai se acidentou. Serei eternamente grato!


JONAS: Obrigado! Eu vou, mas antes quero que você me prometa que botará aquela bandida atrás das grades. Ela é a responsável pela morte de meu pai, e eu quero justiça!


LINO: Ela pagará, eu farei de tudo para que isso aconteça. Até mais, amigo!


Os dois dão um abraço de despedida. Quando Jonas ia se virar para ir, Gustavo desce as escadas correndo.


GUSTAVO: Me espere, rapaz! Também estou indo para a estação.


LINO: Não me diga que o Doutor também está indo.


GUSTAVO: Vou resolver um assunto que está pendente há anos. Acho que demorei muito para tomar essa decisão.



Leonel está sentado no canto do cativeiro, esperando que alguma coisa aconteça. Ele começa a ouvir sons de passos e a porta se abre. Leonel se levanta.


JARBAS: Olá, senhor! Está aproveitando bem seu hotel cinco estrelas?


LEONEL: Eu sabia que tinha dedo do Coronel nisso!


Após o homem dizer aquilo, o Coronel entra no local.


GUILHERMINO: Leonel, meu velho amigo! Acho que chegou a hora do nosso acerto de contas.


LEONEL: Vai fazer o quê? Me matar? Só tem coragem de me enfrentar quando estou fraco e aprisionado.


GUILHERMINO: Matar? Não, não antes de você sofrer um bocado. Mas saiba, Leonel, que seus últimos momentos de vida serão dentro desse casebre no meio do nada. Agora, Jarbas, faça as honras!


LEONEL: O que vocês vão fazer comigo?


Jarbas se aproxima de Leonel e soca seu rosto e, logo após, a sua barriga. O homem geme de dor e cai no chão se contorcendo. O capataz lança um chute em seu estômago e começa a espancá-lo sem dó. O Coronel olha para aquela cena satisfeito, enquanto os gritos agonizantes de Leonel ecoam pelo local.



FIM DO CAPÍTULO


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