Rios da Razão (Reprise) Capitulo 007 - 12/11/2024

 RIOS DA RAZÃO CAP. 007



Cena 01 [Casa de Fabrício/Noite]

Téo - Não, não, obrigado. Eu vou voltar pra casa mesmo, tenho algumas coisas pra resolver por lá. Mas obrigado pela recepção.

Fabrício - Téo!

Téo - Sim.

Fabrício - Desculpa pelo o que ocorreu nessa noite, não estava planejado 

Téo - Sem problemas. Como dizia minha mãe, imprevistos acontecem.


Téo se retira


Cena 02 [Casa de Fabrício/Manhã]

Fabrício - Bom dia família!

Ernesto - Só se for pra você, tive uma noite horrível. A minha Pompom estava agoniada com os barulhos, e quando foi dormir, pegou todo o espaço da minha cama. Tive que dormir encostado na parede gelada e dura.

Fabrício - Bem feito, não sei pra que trazer gato pra essa casa.

Ernesto - Onde eu vou a minha Pompom também vai. A culpa foi sua com essa festa barulhenta, além disso, agradeça que os convidados não notaram que estavam em um clima tenso.

Fabrício - Vamos esquecer esse ocorrido que é melhor. Só de lembrar já me dá dor de cabeça.

Jussara - Bom dia, o café já está pronto.

Ernesto - Ótimo! Já estava morrendo de fome. Mas o que é isso, pão com margarina? Ovos fritos no óleo? Que barbaridade gastronômica é essa? Eu não como isso.

Fabrício - Ótimo! Pelo menos sobra mais.

Ernesto - Olha só, olha só como seu marido me trata. Diga logo que não me quer nessa casa.

Fabrício - Tá bom, eu não…

Ernesto - Não diga! Chega dói meu coração ver essa rejeição.

Jussara - Tá bom, seu Ernesto, eu peço para fazerem outra coisa. O que o senhor quer?

Ernesto - Bom, pode ser um mamão e uma xícara de café, sem açúcar, por favor.

Jussara - Não me diga que o senhor está com prisão de ventre?

Ernesto - Deus me livre! Essa é a dieta que meu médico passou. E por favor, pão só se for integral.

Fabrício - A não, aí já é demais

Jussara - Vamos nos acalmar! Pelo amor de Deus, são sete horas da manhã!


Alguém bate na porta


Jussara - Quem está batendo na porta nesse horário?

Fabrício - Deixa que eu abro.

Delegado Souza Prado- Bom dia seu Fabrício! Vim trazer o resultado da perícia do barco.


Abertura/Voltamos a apresentar 


Cena 03 [ Casa de Fabrício/ Manhã]

Fabrício - Senhor Delegado, por favor vamos entrando… por que o senhor não ligou pra mim que eu mesmo iria na delegacia. O que houve, algo grave?

Delegado - Olha, eu preferi vir pessoalmente aqui, porque de fato é algo grave. O perito examinou todo o barco que foi tirado do mar e o senhor sabe disso. Porém, o relatório foi feito pelo perito, e me mandou esse aqui impresso. O senhor quer que eu leia?

Fabrício - Não, é melhor que o Senhor faça essa leitura. 

Delegado - Pois. Segundo a inspeção do perito, que olhou toda a estrutura, o maquinário do barco e…

Fabrício - Por favor, poderia ser mais claro?

Delegado - O seu barco foi sabotado! Sabotaram o seu barco senhor Fabrício!

Fabrício - Sabotagem?

Delegado - Sabotagem!

Jussara - Espere um pouco. Como assim sabotagem.

Delegado - Bem, a pessoa que mexeu no barco é um verdadeiro especialista já que mexeu justamente na área certa, que desligaria o barco no momento certo. Você em algum momento ligou o barco ou fez o uso manual.

Fabrício - Bom, quando eu mesmo piloto eu uso o manual, só liguei o maquinário do barco quando fui sair da tempestade.

Delegado - Exato, era o que suspeitávamos.

Fabrício - Calma calma, suspeitavam o que?

Delegado - O que eu havia dito, sabiam o que estavam fazendo. Não foi qualquer salafrário, foi um salafrário experiente. Seu Fabrício, tentaram te matar!

Fabrício - Mas isso não é possível, que inimigo eu teria contraído? Sempre fui uma pessoa legal, tranquila 

Delegado - É seu Fabrício, realmente foi algo que surpreendeu a todos. A índole do Senhor é irrefutável, porém já estamos cuidando do caso, chamamos um detetive, um investigador amigo nosso para cuidar desse caso conosco. O problema é que ele não mora aqui pela região, é emprestado de outra cidade rsrs. Mas ele ajudará a cuidar do caso, contatamos ele ontem e ele nos informou que viria no sábado. 

Fabrício - Ótimo, assim eu fico mais tranquilo. Porém, ele é de confiança?

Delegado - Total! Bom, ele é meio humorado, mas nada que prejudique o seu trabalho. Sempre tivemos bastante êxito com ele.

Fabrício - Perfeito, fico muito mais tranquilo assim rsrs.

Delegado - Bem, nesse momento eu preciso ir, qualquer novidade iremos informá-lo.

Fabrício - Certo seu delegado, certo. Estarei a espera das notícias, e espero que positivas 

Jussara - Gente, mas que situação. Quem faria isso?

Fabrício - É isso que queremos descobrir, e espero que logo. Mas por favor, vamos deixar as meninas isentas desses assuntos, não quero que se preocupem com isso. O Téo! Vou contar essa novidade a ele.

Jussara - Fabrício, você não acha que está levando esse agradecimento longe demais não? Tudo você quer por esse rapaz no meio… no aniversário mesmo, eu concordo em parte com a Luana, trazer um estranho que você conheceu na semana passada, é um tanto chato né. Essa sua devoção às vezes passa dos limites.

Fabrício - Vocês enxergam dessa forma? É porque não são vocês que tiveram a vida ameaçada naquele oceano, e pior, metricamente pensado, já que alguém sabotou o meu barco. Se não fosse o Téo ali, nesse momento vocês já estariam chorando a minha morte. Será que é difícil compreender que ver a própria vida passar diante dos olhos não é algo bom!? Eu tive alguém por mim naquele momento, mas e se eu não tivesse? Como seria?

Jussara - Eu entendo, mas dá pra manerar um pouco isso, pelas nossas filhas..

Fabrício - Está bem, eu posso tentar. Mas saiba que isso foge dos meus princípios…


Cena 04 [ Casa de Téo/ Manhã] Batidas na porta, Téo levanta e vai em direção a ela atender.

Jardel - Téo, iai? Vamos bater um papo?

Ambos se olham, o Téo com raiva e o Jardel com deboche


Estamos Apresentando/ Voltamos a apresentar 


Cena 05 (continuação)

Jardel - Não vai me convidar pra entrar?

Téo - Caia fora daqui

Jardel - Ei ei, pra que isso… vim aqui em sinal de paz

Téo - Eu não quero falar com você, vá embora ou eu chamo a polícia.

Jardel - Polícia?

Téo - É, é polícia

Jardel - Mas isso não é caso de polícia

Téo - Você sabe que é, já passou o tempo mas não deixou de ser

Jardel - Você não tem prova nenhuma

Téo - E precisa? Precisa de provas para comprovar que você é um canalha?

Jardel - Olha o respeito! Você não está falando com nenhum parente seu.

Téo - Não sabia que tinha que ter reverência pra falar com bandido.

Jardel - Que isso? Bandido? Em que mundo estamos 

Téo - Em que mundo não me interessa, mas quero que ponha-se pra fora de minha casa. Fui claro?

Fabrício - Olá Téo! Jardel? O que está você fazendo aqui? Vocês não disseram que não se conheciam?

Jardel - Calma eu posso explicar

Téo - Ele veio me trazer algo que esqueci na sua casa ontem.. um relógio

Fabrício - Relógio?

Jardel - Isso, relogio!

Fabrício - E eu não vi?

Jardel - É que você estava tão ocupado com a festa que nem notou.. bom, deixa eu voltar para o mercado né, não é porque vamos abrir outra que temos que descuidar dela né. Deixa eu ir…

Téo - É um favor que você me faz

Fabrício - Bom, aproveitando que ele já foi, vim dar uma notícia.

Téo - Que notícia?

Fabrício - Do acidente, o resultado da perícia. Foi constatado que foi sim, uma sabotagem.

Téo - Sabotagem? Quer dizer que 

Fabrício - Sim, alguém quis me matar.



Jardel ouve a conversa pelo outro lado do muro


Encerramento curto com o tema de abertura 

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