RIOS DA RAZÃO CAP. 007
Cena 01 [Casa de Fabrício/Noite]
Téo - Não, não, obrigado. Eu vou voltar pra casa mesmo, tenho algumas coisas pra resolver por lá. Mas obrigado pela recepção.
Fabrício - Téo!
Téo - Sim.
Fabrício - Desculpa pelo o que ocorreu nessa noite, não estava planejado
Téo - Sem problemas. Como dizia minha mãe, imprevistos acontecem.
Téo se retira
Cena 02 [Casa de Fabrício/Manhã]
Fabrício - Bom dia família!
Ernesto - Só se for pra você, tive uma noite horrível. A minha Pompom estava agoniada com os barulhos, e quando foi dormir, pegou todo o espaço da minha cama. Tive que dormir encostado na parede gelada e dura.
Fabrício - Bem feito, não sei pra que trazer gato pra essa casa.
Ernesto - Onde eu vou a minha Pompom também vai. A culpa foi sua com essa festa barulhenta, além disso, agradeça que os convidados não notaram que estavam em um clima tenso.
Fabrício - Vamos esquecer esse ocorrido que é melhor. Só de lembrar já me dá dor de cabeça.
Jussara - Bom dia, o café já está pronto.
Ernesto - Ótimo! Já estava morrendo de fome. Mas o que é isso, pão com margarina? Ovos fritos no óleo? Que barbaridade gastronômica é essa? Eu não como isso.
Fabrício - Ótimo! Pelo menos sobra mais.
Ernesto - Olha só, olha só como seu marido me trata. Diga logo que não me quer nessa casa.
Fabrício - Tá bom, eu não…
Ernesto - Não diga! Chega dói meu coração ver essa rejeição.
Jussara - Tá bom, seu Ernesto, eu peço para fazerem outra coisa. O que o senhor quer?
Ernesto - Bom, pode ser um mamão e uma xícara de café, sem açúcar, por favor.
Jussara - Não me diga que o senhor está com prisão de ventre?
Ernesto - Deus me livre! Essa é a dieta que meu médico passou. E por favor, pão só se for integral.
Fabrício - A não, aí já é demais
Jussara - Vamos nos acalmar! Pelo amor de Deus, são sete horas da manhã!
Alguém bate na porta
Jussara - Quem está batendo na porta nesse horário?
Fabrício - Deixa que eu abro.
Delegado Souza Prado- Bom dia seu Fabrício! Vim trazer o resultado da perícia do barco.
Abertura/Voltamos a apresentar
Cena 03 [ Casa de Fabrício/ Manhã]
Fabrício - Senhor Delegado, por favor vamos entrando… por que o senhor não ligou pra mim que eu mesmo iria na delegacia. O que houve, algo grave?
Delegado - Olha, eu preferi vir pessoalmente aqui, porque de fato é algo grave. O perito examinou todo o barco que foi tirado do mar e o senhor sabe disso. Porém, o relatório foi feito pelo perito, e me mandou esse aqui impresso. O senhor quer que eu leia?
Fabrício - Não, é melhor que o Senhor faça essa leitura.
Delegado - Pois. Segundo a inspeção do perito, que olhou toda a estrutura, o maquinário do barco e…
Fabrício - Por favor, poderia ser mais claro?
Delegado - O seu barco foi sabotado! Sabotaram o seu barco senhor Fabrício!
Fabrício - Sabotagem?
Delegado - Sabotagem!
Jussara - Espere um pouco. Como assim sabotagem.
Delegado - Bem, a pessoa que mexeu no barco é um verdadeiro especialista já que mexeu justamente na área certa, que desligaria o barco no momento certo. Você em algum momento ligou o barco ou fez o uso manual.
Fabrício - Bom, quando eu mesmo piloto eu uso o manual, só liguei o maquinário do barco quando fui sair da tempestade.
Delegado - Exato, era o que suspeitávamos.
Fabrício - Calma calma, suspeitavam o que?
Delegado - O que eu havia dito, sabiam o que estavam fazendo. Não foi qualquer salafrário, foi um salafrário experiente. Seu Fabrício, tentaram te matar!
Fabrício - Mas isso não é possível, que inimigo eu teria contraído? Sempre fui uma pessoa legal, tranquila
Delegado - É seu Fabrício, realmente foi algo que surpreendeu a todos. A índole do Senhor é irrefutável, porém já estamos cuidando do caso, chamamos um detetive, um investigador amigo nosso para cuidar desse caso conosco. O problema é que ele não mora aqui pela região, é emprestado de outra cidade rsrs. Mas ele ajudará a cuidar do caso, contatamos ele ontem e ele nos informou que viria no sábado.
Fabrício - Ótimo, assim eu fico mais tranquilo. Porém, ele é de confiança?
Delegado - Total! Bom, ele é meio humorado, mas nada que prejudique o seu trabalho. Sempre tivemos bastante êxito com ele.
Fabrício - Perfeito, fico muito mais tranquilo assim rsrs.
Delegado - Bem, nesse momento eu preciso ir, qualquer novidade iremos informá-lo.
Fabrício - Certo seu delegado, certo. Estarei a espera das notícias, e espero que positivas
Jussara - Gente, mas que situação. Quem faria isso?
Fabrício - É isso que queremos descobrir, e espero que logo. Mas por favor, vamos deixar as meninas isentas desses assuntos, não quero que se preocupem com isso. O Téo! Vou contar essa novidade a ele.
Jussara - Fabrício, você não acha que está levando esse agradecimento longe demais não? Tudo você quer por esse rapaz no meio… no aniversário mesmo, eu concordo em parte com a Luana, trazer um estranho que você conheceu na semana passada, é um tanto chato né. Essa sua devoção às vezes passa dos limites.
Fabrício - Vocês enxergam dessa forma? É porque não são vocês que tiveram a vida ameaçada naquele oceano, e pior, metricamente pensado, já que alguém sabotou o meu barco. Se não fosse o Téo ali, nesse momento vocês já estariam chorando a minha morte. Será que é difícil compreender que ver a própria vida passar diante dos olhos não é algo bom!? Eu tive alguém por mim naquele momento, mas e se eu não tivesse? Como seria?
Jussara - Eu entendo, mas dá pra manerar um pouco isso, pelas nossas filhas..
Fabrício - Está bem, eu posso tentar. Mas saiba que isso foge dos meus princípios…
Cena 04 [ Casa de Téo/ Manhã] Batidas na porta, Téo levanta e vai em direção a ela atender.
Jardel - Téo, iai? Vamos bater um papo?
Ambos se olham, o Téo com raiva e o Jardel com deboche
Estamos Apresentando/ Voltamos a apresentar
Cena 05 (continuação)
Jardel - Não vai me convidar pra entrar?
Téo - Caia fora daqui
Jardel - Ei ei, pra que isso… vim aqui em sinal de paz
Téo - Eu não quero falar com você, vá embora ou eu chamo a polícia.
Jardel - Polícia?
Téo - É, é polícia
Jardel - Mas isso não é caso de polícia
Téo - Você sabe que é, já passou o tempo mas não deixou de ser
Jardel - Você não tem prova nenhuma
Téo - E precisa? Precisa de provas para comprovar que você é um canalha?
Jardel - Olha o respeito! Você não está falando com nenhum parente seu.
Téo - Não sabia que tinha que ter reverência pra falar com bandido.
Jardel - Que isso? Bandido? Em que mundo estamos
Téo - Em que mundo não me interessa, mas quero que ponha-se pra fora de minha casa. Fui claro?
Fabrício - Olá Téo! Jardel? O que está você fazendo aqui? Vocês não disseram que não se conheciam?
Jardel - Calma eu posso explicar
Téo - Ele veio me trazer algo que esqueci na sua casa ontem.. um relógio
Fabrício - Relógio?
Jardel - Isso, relogio!
Fabrício - E eu não vi?
Jardel - É que você estava tão ocupado com a festa que nem notou.. bom, deixa eu voltar para o mercado né, não é porque vamos abrir outra que temos que descuidar dela né. Deixa eu ir…
Téo - É um favor que você me faz
Fabrício - Bom, aproveitando que ele já foi, vim dar uma notícia.
Téo - Que notícia?
Fabrício - Do acidente, o resultado da perícia. Foi constatado que foi sim, uma sabotagem.
Téo - Sabotagem? Quer dizer que
Fabrício - Sim, alguém quis me matar.
Jardel ouve a conversa pelo outro lado do muro
Encerramento curto com o tema de abertura
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