TENTE OUTRA VEZ - CAPÍTULO 4 (28/11/24)
Elenco:
Thiago Lacerda - Renato
Letícia Colin - Luísa
Diogo Almeida - Júlio
Giovanna Antonelli - Cássia
Isadora Cruz - Helena
Elizabeth Savalla - Miriam
Taís Araújo - Viviana
Débora Bloch - Túlia
Marcello Novaes - Wagner
André Marques - Vinícius
Rhaissa Batista - Penélope
Bárbara Paz - Lúcia
Ricky Tavares - Daniel
Clara Moneke - Laura
Larissa Manoela - Gabi
Klara Castanho - Flávia
Participação Especial:
Enrique Diaz - Homem Misterioso
Caco Ciocler - Agiota
Cena 01: Copacabana/Manhã
Em cena, Laura está andando de bicicleta pela orla de Copacabana, e após atravessar a pista um carro freia de forma brusca em sua frente. Na cena, Laura e Daniel (Ricky Tavares) contracenam.
Daniel - Mas olha só isso, não olha por onde anda?
Os dois se encaram apaixonados
Daniel - Desculpa, desculpa é que eu estou nervoso.
Laura - Sem problemas, a culpa foi minha. Eu que não olhei para onde andava. Ah, não precisa ficar vermelho assim, nem me arranhei … olha, só pra ver se acalma o seu coração vamos tomar um sorvete?
Daniel - Está bem. Realmente o calor está grande.
Laura - Mas eu nem falei de calor? Está até ventando bastante, não acha?
Daniel - Sim, sim, verdade.
Laura - Mas eu pago, viu?
Daniel - Que isso, eu não deixaria isso acontecer. Eu pago, por favor.
Laura - Está bem, se você faz questão. Vamos?
Daniel - Ah, sim, vamos.
Laura - Oh, Deus, olha que cabeça a minha. Nem sequer perguntei seu nome. Me chamo Laura.
Daniel - Que nome bonito, que nem a dona.
Laura - O que?
Daniel - Quer dizer, eu me chamo Daniel.
Laura - Bonito nome, muito prazer, Daniel! Vamos?
Daniel - Pra onde?
Laura - Tomar o sorvete, ué?
Daniel - Ah, é verdade. Vamos no meu carro.
Laura - Mas e a bicicleta? Não, você vai com seu carro e eu vou na bicicleta, pra não deixar ela sozinha.
Daniel - Está certo.
Laura - Te espero lá. Vou naquela próxima do farol.
Daniel - Acho que sei onde é.
Laura pega sua bicicleta e vai. Daniel fica parado, olhando para Laura e tocando a música “Espelho D'água” - Dalto. Enquanto isso, ele admira a menina. Logo, ele se dá conta e entra no carro e dirige.
Cena 02: Casa de Renato/Manhã.
Miriam - Vamos, Viviana. Já ligou pra polícia?
Viviana - Já. Eles falaram que vão começar as investigações.
Miriam - Ótimo. Vou ficar em cima deles, porque se eles desistirem das investigações eles vão se ver comigo! Se for preciso, chamo até a Cia só para encontrarem o meu filho. Eu sei que você não gosta dele, não se preocupe. Deve estar feliz e contente que ele sumiu, só pra ficar com a parte da herança dele.
Viviana - Que isso, Miriam. Não diga essas barbaridades.
Miriam - Digo, digo sim. Desde o início eu soube que tudo o que você queria era o dinheiro, o poder, a glória de ser uma Goffmann.
Viviana - Não diga bobagens. Eu sou mãe de sua neta.
Miriam - Aquela debilóide. Tinha que ser igual a você. Outro dia estava com mania de veganismo. Veja se pode, vegana? Na próxima vez que ela vier com esse papo de veganismo eu compro um pasto e ponho ela pra comer.
Viviana - A última coisa que eu vou fazer é dar ouvidos às suas bobagens.
Miriam - Você fala isso, porque não é seu filho que sumiu. Se fosse, você não diria essas coisas.
Viviana - Pode até não ser um filho. Mas uma amiga.
Miriam - Quem você quer enganar? Amiga, nem sua filha é sua amiga. Algum dia desses traga suas amigas aqui pra conhecermos, porque eu não conheço nenhuma.
Viviana - Não faltarão oportunidades.
Flávia - Mãe, você viu o meu carregador?
Viviana - Aí oh. Minha filha, me responda. Quem é sua melhor amiga?
Flávia - Pra que essa pergunta?
Viviana - Só uma dúvida.
Flávia - A Lana, você sabe.
Viviana - E a segunda melhor amiga?
Flávia -Ora, a Carol. Ah, ainda tem a Heloísa, a Cátia, a Júlia, a Marina…
Viviana - E eu, minha filha? Onde eu fico nessa posição?
Flávia - Ah, mãe. Você é minha mãe, já não é suficiente?
Miriam - Por essa nem você esperava, né? (Risos)
Flávia - Sim, mãe, e o carregador?
Viviana - Sabe onde está o seu carregador? No quinto dos infernos!
Cena 03: Sorveteria/Manhã. Laura está aguardando a chegada de Daniel, que logo chega. Os dois conversam sentados em uma mesa de frente para a praia.
Laura - Pensei que tinha se perdido. Já ia atrás de você.
Daniel - Não vou mentir que me perdi sim. Já faz mais de dez anos que não venho aqui.
Laura - Olha, saiba que só te trouxe aqui pra não ter uma má impressão minha. Eu quase causei um acidente com você, mas eu nem sequer te conheço.
Daniel - Te asseguro que não vou te trazer mal algum.
Laura - Me fale mais sobre você, até agora só sei seu nome. Você é daqui do Rio? Onde trabalha?
Daniel - Calma que vou te explicar tudo. Bom, você vai achar estranho, ou até achar que é mentira, mas eu cheguei essa semana da Alemanha.
Laura - Alemanha? Tá brincando, moleque? Nem sotaque de alemão você tem.
Daniel - Mas eu sou brasileiro, vivi aqui no Rio até os 12 anos, quando meus pais foram pra Alemanha. É que eles são presidentes de uma cervejaria alemã, a Eisig Chop.
Laura - Que? Não brinca garoto. A Eisig? Aquela cerveja de granfino? Babado!
Daniel - Pra você não dizer que estou mentindo, aqui o meu crachá.
Laura - Gente do céu. Eu conversando com um cara riquíssimo desses.
Daniel - Mas não tem nenhuma diferença entre nós, não é porque eu tenho mais dinheiro que eu sou melhor que alguém.
Laura - Não é disso que estou falando. É que é estranho, sabe? Olha, chegou os sorvetes. Como eu não sabia qual você queria, peguei o de chocolate que todo mundo gosta. O meu é esse de morango.
Daniel - Obrigado, não precisava. Na verdade eu nem posso tomar sorvete, sou intolerante a lactose (risos).
Laura - Oxe, menino. Então nem ponha isso na boca.
Daniel - Já viu intolerante a lactose respeitar isso? Que nada.
Laura - Pra daqui a pouco não dizerem que te matei só pra ficar com seu dinheiro.
Daniel - Eu não quero ver você fazendo essa diferença entre nós não. O dinheiro não é nada perto de nossa amizade.
Laura - Eu estava brincando, não precisa ficar tenso (risos). Me passa teu numero, você é gente boa. Quem sabe saímos mais vezes?
Daniel - Passo sim, você é gente boa. Sabe, Laura. Sua beleza é tão especial. Sua pele é linda, seus olhos são lindos…
Laura - Sua boca é linda…
Os dois se encaram ao som de Espelhos D'água - Dalto. Os seus rostos vão se aproximando, e logo se beijam. A música segue tocando.
Cena 04: Casa de Júlio/Tarde. Cena entre Laura e Gabi. Laura entra pela porta e encontra Gabi sentada.
Gabi - Chegou tarde hoje. O que houve?
Laura - Nada demais. O que tem pra comer?
Gabi - Não minta pra mim. Você está sorridente demais. Conta logo, quem é o menino?
Laura - Que menino, Gabi.
Gabi - Pra cima de mim, Laura? Eu não te conheço?
Laura - Tá bom… conheci sim. Um gato!
Gabi - Ui, sabia! Diga aí, ele é rico?
Laura - Riquíssimo. Os pais dele são donos daquela cervejaria, a Eisig.
Gabi - Não brinca! Então você tá feita na vida.
Laura - Mas não vai achar que eu gostei dele só pelo dinheiro. Ele é bacana, bem tímido.
Gabi - Os tímidos são os piores.
Laura - Que isso (risos). Mas ele é gente boa.
Gabi - Mas rolou algo sério?
Laura - Um beijo.
Gabi - É um bom começo. Mas será que dessa vez vai?
Laura - Tem que ir. O tipo dele não se encontra em qualquer esquina não.
Gabi - É assim que se fala.
Laura - E você? Quando é que vai achar o seu?
Gabi - No tempo de Deus. Você sabe que não dá pra colocar a carroça na frente dos bois. Tudo tem um tempo determinado.
Laura - Deixa ela que ela é filósofa. Mas você tem razão. Não adianta ter essa pressa toda não. O que tiver de acontecer, acontecerá.
Gabi - Vem cá, não era amanhã que o tio iria chegar não?
Laura - Sim. Ele não mandou nenhuma mensagem não?
Gabi - Não, e as mensagens nem chegam lá.
Laura - Deve estar sem internet.
Gabi - Não. Sabe o Caio Ventura, o dono da festa? Ele está postando várias fotos e vídeos nas redes sociais.
Laura - Vai que o tio não quis colocar internet? Você sabe que ele é bem desligado com isso.
Gabi - Espero que seja isso mesmo.
Laura - Você só pensa no pior. Vamos pensar positivo e entender que ele só está se divertindo.
Gabi - Você tem razão.
Cena 05: Apartamento de Túlia/Tarde. Túlia e Wagner estão tomando vinho na mesa, quando seu filho Daniel entra pela porta e é recebido pelos pais.
Túlia - Meu filho! Que bom que você chegou. Venha brindar conosco.
Daniel - Brindar o que?
Túlia - Como brindar o que? A compra das ações da Goffmann.
Daniel - Ah…
Wagner - Como assim ah. Meu filho, estamos falando de negócios.
Daniel - Uma coisa que eu nem sei por onde começa. Vocês sabem que eu não tenho tino comercial.
Wagner - Pois aprenda a ter. Se for pra herdar aquilo que vamos deixar pra você, é melhor que aprenda sim a ter tino comercial.
Túlia - Ouça seu pai, ele sabe o que faz.
Daniel - Eu vou é dormir…
Túlia - Espere aí. Mas que marca de batom é essa no seu rosto?
Wagner - Estava saindo com alguma gatinha, filho?
Daniel - Marca de batom?
Wagner - Tem, tem mesmo. Ali no seu pescoço. Meu filho é um garanhão mesmo, é isso aí filhão! Mostrar quem é que manda.
Daniel - Isso aqui foi só uma menina que conheci.
Túlia - E não vai nos apresentar a ela? Eu quero conhece-la. Pra conquistar o meu filho tem que ser uma garota importante.
Wagner - Não é nada, Túlia, deve ser só mais um rolo da juventude.
Daniel - A Laura não é só um rolo!
Túlia - Laura, então esse é o nome dela. Um nome bonito.
Daniel - Estamos nos conhecendo ainda.
Túlia - Mas não se prenda meu filho, você ainda é muito jovem. Jogue essas responsabilidades para o futuro.
Daniel - Meu futuro começa agora, mãe! A Laura é a mulher que eu gosto, que eu amo! E eu vou fazer de tudo pra dar certo.
Wagner - Olha como meu filho é determinado.
Daniel - E se você me dão licença, eu vou descansar.
Túlia - Vai lá, filho. Só não esqueça de fechar as janelas, está ventando muito.
Wagner - Você acha que ele está levando isso a sério mesmo?
Túlia - Que nada. Amor da juventude. Não dou dois dias pra esquecer ela.
Cena 06: Casa de Luísa/Tarde. Vinícius e Penélope estão se agarrando no sofá, e ouvem batidas na porta.
Vinícius - Já vai, já vai. Quem é?
Lucia - Oi, boa tarde. A Luísa já chegou.
Vinícius - Não
(Ele fecha a porta e vai em direção a Penélope. E ouve batidas na porta novamente)
Vinícius - Mas quem é que quer me importunar toda hora?
Lúcia - É assim que você trata as visitas?
Vinícius - Eu não te convidei pra lugar nenhum.
Lucia - Olha só, aquela mulherzinha de novo? Você não tem vergonha não?
Vinícius - Olha, Lúcia. Você é sempre bem vinda, mas só quando a Luísa estiver aqui, está bem? A porta é logo ali.
Lucia - Mas que sem vergonha. Sua mulher sem dar notícia já tem uma três dias, e você nem aí?
Vinícius - Ela sabe se virar sozinha… já é adulta, vacinada.
Lucia - Só que você é o marido, tem que se preocupar com ela!
Vinícius - Olha, se você se preocupa tanto assim, leva pra você…
Lucia - Ingrato!
(Ele bate a porta)
Vinícius - Tô é agradecendo que aquele contratempo não está aqui, sabe.
Penélope - Você tem razão, aquele contratempo. Mas quem era na porta?
Vinícius - Era o carteiro, não se incomode não.
Penélope - Mas cadê a carta?
Vinícius - É que ele errou o endereço sabe. Agora, vamos continuar de onde paramos.
Penélope - Claro!
(Do lado de fora, a Lúcia gravava pela janela toda a conversa)
Lucia - Ele vai ver quem é contratempo…
Cena 07: Ilha/Tarde. Material Girl - Madonna toca em cena, mostrando a ilha. Logo em seguida, mostra a Luísa passeando por uma área verde. Ela está distraída, e ouve um som de passos que vem de sua retaguarda. Ela olha rapidamente para trás e se assusta.
Homem - Onde você pensa que vai?
Luísa - AHHHH (Grito) você?
Luísa (voz trêmula e assustada) - Você! Foi você que eu tinha visto na praia de manhã cedo.
Homem - Sem tempo para comentários. Você fugiu de mim. Porque? Está com medo? Não precisa ter medo… não te farei mal algum, a não ser que me desobedeça.
Luísa (voz trêmula e nervosa) - O que você quer, ein? Diz logo, o que você quer!
Homem - Você pode não saber o que eu quero, mas eu sei o que você quer! Você quer sair daqui, fugir daqui. E eu tenho a solução para o seu problema, e é aí que eu te digo o que quero. Eu te tiro daqui em dois tempos, se você fizer tudo o que eu mandar.
Luísa (nervosa) - E o que você quer de mim?
Homem - Você ficará sabendo em tempo oportuno. Vamos fazer esse trato?
Luísa - Eu sei o que você quer. Você quer me deixar nervosa, assustada. Mas não passa de um louco, um alucinado.
Homem - Não adianta ofender, eu sei que você está nervosa. Luísa Valente, um bom nome, uma boa pessoa. Agressiva, mas só é uma forma de defesa. Pena ter um marido tão covarde, tão traidor …
Luísa - O que você sabe de mim?
Homem - Tudo! Sei onde você trabalha, sei que seu marido vive de bicos… inclusive, ele agora está trocando um bico só pra poder ficar com aquela moça. Você sabe quem é.
Luísa - Miserável! Ah se eu pego…
Homem - Confessa que o que você mais quer é sair daqui. Muita coisa aconteceu enquanto você esteve fora, e se você não voltar o quanto antes, tudo pode piorar… é só aceitar nossa proposta, que sua vida volta ao normal.
Luísa - Eu… eu …
Homem - Eu sei que você vai pensar, não tenha pressa. Só não posso garantir que a sua vida continuará da mesma forma que você deixou lá. Só Deus sabe quanto tempo você passará aqui. Dez dias, quinze, vinte… um ano …
Luísa - Não pode ser, meu Deus. Como é que uma pessoa como eu pôde parar bem aqui? Nesse fim de mundo? Olha…
Ela olha para frente, e não encontra mais o homem.
Luísa (completamente assustada e confusa) - Ei? ei? Cadê você? Volta aqui que não terminamos a conversa!
Helena vêm se aproximando completamente confusa com a cena que está assistindo.
Helena - Luísa, você está bem?
Luísa (ansiosa e nervosa) - Bem? Como que eu posso estar bem? Eu encontrei um homem aqui agora e ele sumiu!
Helena - Homem? Que homem?
Luísa - Como que homem? Um que estava aqui agora na minha frente!
Helena - Luísa, calma. Olha, eu acho que você está delirando.
Luísa - Delirando? Agora eu estou passando como doida?
Helena - Não foi isso que eu disse. Mas você está dizendo que um homem estava aqui? Isso é completamente sem sentido. Só tem nós cinco aqui.
Luísa - Tinha um homem aqui sim, Helena, eu não estou maluca não.
Helena (segurando no ombro de Luísa) - Olha, vamos voltar para o acampamento. Lá você bebe um pouco de água de coco e relaxa. Acho que esse sol não te fez bem.
Luísa (irada) - Não me trate como maluca não! E me solte, eu sei o caminho certo.
Luísa sai andando e falando sozinha.
Helena - Meu Deus, só tem três dias aqui e já está delirando…
Helena vai andando em direção a Luísa. Come and Get Your Love - RedBone começa a tocar, mostrando paisagens da Ilha. A transição de tempo mostra o sol nascendo e se pondo cinco vezes em alta velocidade, simulando uma passagem de tempo de cinco dias. A cena seguinte mostra o Júlio dobrando uma rede de pesca . O Renato se aproxima para conversar.
Cena 07: Ilha/Beira da praia/Manhã
Renato - Júlio, tem tempo para conversar?
Júlio - Oi? Ah sim, pode dizer.
Renato - Olha, estamos aqui já tem mais de cinco dias. Bom, eu tinha uma reunião pra fazer lá na empresa, mas eu tenho certeza que o Alceu e o Eduardo cuidaram de tudo. Você não se preocupa não de suas sobrinhas ficarem sozinhas?
Júlio - Me preocupar, eu me preocupo sim. O problema é que aqui nesse fim de mundo não tem muito o que fazer, não?
Renato - Isso é verdade. Sei lá, eu sei que os diretores darão conta muito bem, mas eu fico preocupado.
Júlio - Você não se preocupa com sua família?
Renato - Me preocupar com quem? Minha mãe até vai, é uma senhora idosa, mas sabe se cuidar muito bem. Minha mulher é uma cínica, e ela sabe disso. E minha filha é uma hippie, isso que me deixa mais indignado. Sabe, Júlio, eu criei minha família dentro dos melhores recursos que você pode imaginar, mas o que mais me entristece é saber que de nada valeu. Olha só o que viraram.
Júlio - Olha, Renato, você é uma comédia. Olha, pra você ter uma noção, o tempo aqui passa e passa, mas eu nem sei qual a data de hoje.
Renato - Pelas minhas contas, hoje são cinco.
Júlio (inicialmente tranquilo, mas logo em seguida se assusta) - Ah… cinco? Você disse dia cinco?
Renato - Sim, dia cinco. Algum problema?
Júlio - Meu Deus, o agiota!
Cena 08: Casa de Júlio/Manhã. A cena Gabi está sentada no sofá vendo tv. Laura se aproxima e começam a conversar.
Laura - Sabe, Gabi. Já fazem uma semana que o tio viajou e não deu mais notícias. Você não está preocupada não?
Gabi - Com toda certeza. Não atende telefone, não recebe mensagem… isso já está me deixando agoniada.
Laura - Já está na hora de avisar a polícia. Eu vou lá agora!
Gabi - Quer que eu vá com você?
Laura - Não precisa. Eu só vou prestar a denúncia de desaparecimento. Não é normal alguém passar esse tempo todo fora de casa sem avisar.
Gabi - Vá, minha irmã. Qualquer coisa me liga.
Laura - Certo. Não se preocupe comigo.
Laura pega sua bolsa e sai pela porta. Saindo no portão ela passa por um rapaz que a olha de forma estranha. Ela segue caminho, e esse rapaz vai em direção a sua porta. Ele toca a campainha.
Gabi - Já vai, já estou indo.
Gabi vai atender e um homem entra irado.
Agiota (irado)- Cadê aquele infeliz! Cadê aquele infeliz!
Gabi (nervosa) - Calma, moço, mas o que está acontecendo.
Agiota (bradando com raiva) - Cadê o Júlio? Cadê aquele desgraçado? Eu quero falar com ele agora!
A imagem da um close em Gabi, com um instrumental tenso.
Encerramento.
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