Paraíso Virtuoso - Capítulo 07 (09/12/2024)

PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 07 (NOVA FASE)
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 

c a p í t u l o    e s p e c i a l
 
Ao som de  “What’s Up? - 4 non Blondes” o tempo vai passando e são mostrados takes das cenas seguintes:

~André e Doralice continuam casados e muito felizes.
~Roberto e Sandra Regina se mudam para os Estados Unidos. 
~Vicente enriqueceu muito ao longo dos anos com seus negócios. 
~Doralice se forma em agronomia e fica milionária.
~Natália e Álvaro também continuam casados. 
~Jerônimo voltou para Santa Aurora, depois de dez anos morando na capital do Mato Grosso do Sul.
~Álvaro ajuda o pai nos negócios da fazenda e se torna veterinário.

A tela escurece. 

2024.

A música continua a tocar e cortamos para imagens do Rio de Janeiro. Logo depois, mostramos imagens do exterior de uma mansão de três andares com uma piscina enorme, é a casa de Doralice e André.

CENA 01: MANSÃO DE DORALICE/EXT./MANHà

Doralice (Bianca Bin) está sentada na beira da piscina de sua mansão, usando um chapéu de sol e óculos escuros.  Com o celular em mãos, ela está em uma chamada de vídeo, conversando com Sandra Regina e Roberto, que aparecem na tela sorrindo. 

SANDRA REGINA (tela): Estamos te esperando, filha. ROBERTO (tela): Aqui é um sonho, Miami é um espetáculo!

DORALICE: Vou desligar meus amores, que minha bateria já tá no fim. Amo vocês, viu? E se cuidem, vocês são tudo pra mim.

Enquanto Doralice termina a ligação, André (Rômulo Estrela), que estava nadando na piscina, sai todo molhado e sem camisa. Ele chega perto dela e a abraça dando beijinhos. O instrumental “Repete 6 vezes - João Paulo Mendonça, Rafael Langoni” entra em cena.

DORALICE: Tava conversando com meus pais. Fico tão feliz em ver eles felizes, sabe? Minha mãe tá radiante, o sonho dela sempre foi morar nos Estados Unidos. 

ANDRÉ: Eles merecem essa felicidade. Mas e aí, achou alguma pista de Vicente nas redes sociais?

DORALICE: Acredita que eu nem procurei mais? Depois vou dar uma olhada pra ver o que ele anda fazendo. Já tá na hora, André, eu não posso perder mais tempo. Tenho que voltar pra Santa Aurora o mais rápido possível.

ANDRÉ: Calma, meu bem. Vamos fazer isso com calma, precisamos fazer um bom planejamento antes.

DORALICE (com lágrimas nos olhos): Fico pensando na minha família… onde será que estão essas horas? Será que estão em um bom lugar?

ANDRÉ: Com certeza, meu amor.

DORALICE: Minha mãezinha… sinto tanta falta dela, da voz suave dela… meu pai, meu irmão, o sonho do Venâncio era se tornar peão em Barretos… Anita, que saudades eu tenho dela. A gente ficava até de madrugada conversando. Dormíamos na mesma cama, sabe? Não sei como eu aguentei isso tudo, amor. Vicente destruiu minha família e me destruiu também.

ANDRÉ: É, eu sei como é, mas agora você tem o seu Roberto, a dona Sandra, e tem a mim. Te amamos muito.

DORALICE: Se não fosse por vocês… eu já teria morrido.

ANDRÉ: Bom, chega de tristeza. Vamos dar um passeio na praia depois? 

DORALICE: Claro. André… será como o Álvaro vai reagir quando eu voltar? Será como ele tá? Será que se casou também?

ANDRÉ: Pelo visto você não esqueceu esse cara, né? Amor, se eu fosse você, deixava essa história de lado e seguiria minha vida aqui, sem problemas pra se preocupar.

DORALICE (irredutível): Não…eu preciso voltar, preciso descontar tudo o que Vicente e Jerônimo me fizeram. Agora chegou a minha vez de fazer esse jogo virar. Quero ver Vicente me pedindo perdão de joelhos, se humilhando pra mim!

ANDRÉ: Bom, se é assim, não tá mais aqui quem falou. 

Cortamos para o Mato Grosso do Sul ao som de “Um Sonhador - Bruno & Marrone”. Mostramos imagens de Santa Aurora e, logo depois, da fazenda de Vicente, Pedra Valente. 

CENA 02: MANSÃO DOS GONZALEZ/INT./MANHà

Vicente, Carmem, Álvaro (Raphael Vianna) e Natália (Tainá Müller) estão todos sentados à mesa, enquanto Rita (Letícia Salles), a empregada, serve o café da manhã.

CARMEM: Ritinha, meu bem, depois quero que ocê mate uma galinha pro almoço. Adoro galinha com quiabo.

RITA: Claro, dona Carmem.

VICENTE: Mas a gente já comeu galinha ontem.

CARMEM: E daí? Dinheiro não tá dando em árvore pra ficar comprando picanha no açougue, não, bem. 

NATÁLIA: Mas não precisa comprar, dona Carmem. O pasto tá cheio de bois.

VICENTE: Tava. Já arrumei um comprador para todos eles, vem hoje mesmo buscar.

NATÁLIA: Que situação…

ÁLVARO: A plantação de milho também tá completamente perdida. Uma praga devastou tudo, e não sobrou quase nada. O pior é que a gente nem tem dinheiro pra comprar os produtos que precisavam pra tentar salvar a colheita ou evitar que isso acontecesse de novo.

VICENTE: Nem sei mais o que fazer. Já rodei a região atrás de um comprador pra essa fazenda e num acho. Se continuar do jeito que tá, a gente vai falir.

CARMEM: Ai, vira essa boca pra lá, Vicente. Coisa feia ficar vibrando pensamentos negativos.

NATÁLIA: Tá gostando das dicas que eu te dei, né, dona Carmem? Isso mesmo, não pode vibrar pensamentos negativos. (Olha para Vicente) Você vai dar um jeito, Vicente. Eu acredito que vocês vão recuperar sim tudo o que foi perdido.

VICENTE: E pensar que eu já fui um dos fazendeiros mais ricos dessa região uns cinco anos atrás. A maldita pandemia estragou tudo.

Jerônimo (Bruno Montaleone) surge rapidamente, pega uma maçã que estava na mesa e se apronta para se retirar.

JERÔNIMO: Tô indo pra Santa Aurora. Preciso resolver umas coisas lá. Até mais tarde, família.

Jerônimo sai, apressado.

VICENTE: Esse menino não para em mais em casa, é impressionante. Se mudou pra capital, fez faculdade, agora tá aí. Arrumar um serviço ele não quer, só pensa em farra.

CARMEM: Ah, benzim, deixa o Jerônimo em paz. Mania de ficar implicando com o menino.

VICENTE: Isso é culpa tua, Carmem. Sempre encheu o menino de mimo, sempre fez tudo o que ele quis.

ÁLVARO: Chega desse assunto. Acho que já deu, né? Jerônimo já é um adulto. Tudo o que ele fizer ou não fizer, as consequências serão pra ele mesmo.

VICENTE: Bom, eu também tô de saída, tenho que ir na cidade ver se encontro algum comprador pra essa fazenda.

NATÁLIA: Você já divulgou nas redes sociais? Acho que ajudaria muito se você postasse que está vendendo as terras.

VICENTE: Boa ideia, Natália. Vou fazer isso jajá.

horas depois…

CENA 03: MANSÃO DE DORALICE/INT./DIA

Doralice e André estão em frente a um computador, procurando alguma pista sobre Vicente nas redes sociais. Finalmente eles encontram o perfil do vilão.

DORALICE: Olha só, ele tá vendendo a fazenda…

O instrumental “Sad Gamba - Alexandre de Faria” entra em cena.

ANDRÉ (lendo): “Vendo fazenda no interior do Mato Grosso do Sul, mais precisamente no município de Santa Aurora. Preço a negociar com o interessado.”

DORALICE: Desgraçado… fez tudo o que fez por causa dessas malditas terras e agora quer vender?

ANDRÉ: Será que ele tá falindo?

DORALICE: Essa é a nossa chance, André. Essas terras vão ser minhas. A gente vai comprar essas terras!

André rapidamente se levanta, discordando com o que Doralice acabou de dizer.

ANDRÉ: Você ficou louca? Essa fazenda deve custar milhões.

DORALICE: E quem disse que isso é problema? Temos muito mais do que isso, essa fazenda vai ser fichinha. Amor, a gente comprando essa fazenda do Vicente vai ser um belo de um começo da minha vingança. Pensa bem, essas terras eram da minha família no passado… Eu chegando lá como a nova proprietária seria só o começo do inferno de vida que o Vicente vai levar.

ANDRÉ: Mas você não vai voltar como Doralice, né? Seria completamente arriscado.

DORALICE: Não sei… será que não vão me reconhecer?

ANDRÉ: Com outra identidade é bem difícil. Você foi dada como morta. Existem várias pessoas parecidas por aí também, se desconfiarem é só você mentir.

DORALICE: Tá… eu vou adquirir uma nova identidade o mais rápido possível. (Ela se levanta e vai até André, colocando as mãos no rosto dele) Me ajuda, amor. Por favor, eu não tenho mais ninguém a não ser você. 

ANDRÉ: E o Álvaro? Hum? E quando vocês se reencontrarem?

DORALICE: Vou tentar fugir o máximo dele pra não ser reconhecida. Também o Álvaro é passado, nem sei se ele continua a mesma pessoa daquela época, tantos anos se passaram… acredita em mim, amor, nada nesse mundo vai me separar de você.

ANDRÉ: Não sei, Doralice. Tenho medo dessa sua vingança ir longe demais e você acabar se machucando depois.

DORALICE: Fica tranquilo. Eu sei muito bem o que 
tô fazendo.

Depois de pensar muito, André resolve ceder.

ANDRÉ: Tá… tá bom, eu te ajudo nessa.

Doralice comemora.

ANDRÉ: Mas como a gente vai fazer isso? 

Eles se sentam no sofá. Doralice explica todo o plano para André, enquanto o instrumental continua a tocar. A câmera vai se afastando.

Anoitece ao som de “Yes, And? - Ariana Grande” e são mostradas imagens de Santa Aurora.

CENA 04: MOTEL/INT./NOITE

Vicente está deitado em uma cama de motel com Morgana (Tatá Werneck), sua amante. O instrumental “Influências - Felipe Alexandre” entra em cena.

VICENTE: Gostosa! 

MORGANA: Tá gostando, é? 

VICENTE: Tô adorando.

MORGANA: Eu sei, amore. Com esse corpíteo aqui, quem não ia gostar, né? Mas sabe o que tá faltando pra apimentar de vez a nossa relação, baby?

VICENTE: O que?

MORGANA: Um dildo. Um dildo bem grande.

VICENTE: Dildo? Que porra é essa?

MORGANA (revirando os olhos): Ah, deixa pra lá… Pelo visto ocê não assistiu Costa Dourada.

VICENTE: Costa Dourada? O que é isso? 

MORGANA: Um marco da dramaturgia brasileira, baby.

VICENTE (rindo, mudando de assunto): Imagina se a Carmem desconfia disso?

MORGANA (Irritada, se afastando um pouco): Tá falando dessa corna aqui por quê? Ô, Vicente, cê deveria tomar vergonha nessa tua cara e se separar daquela velha logo! Vive dizendo que me ama, mas tá lá com ela. Me poupe! Aquela velha nem deve mais aguentar o batidão.

VICENTE: Num fala assim da Carmem, não. Ela é chata, insuportável às vezes… Mas tá há anos comigo e nunca me deixou na mão.

MORGANA: Pois então vai lá, pede pra ela fazer um strip pra você. Quem sabe cê gosta! Tchau.

VICENTE: Não, não, não… (agradando) deita aqui, vai. Para com essa frescura. Cê sabe que é ocê que eu amo.

MORGANA (olhando nos olhos dele): Ah, é? E o que que cê vai fazer pra me provar isso?

VICENTE: O que que cê quer que eu faça pra você?

MORGANA: Queria que ocê fizesse aquela desclassificada da Silvinha desaparecer do mapa. Ô mulherzinha intragável… Ontem tava lá na missa, pagando de boa moça. Mal sabe ela que eu tenho anos de experiência na área das raparigas e conheço o tipo dela de longe. Por isso que ela não vai com a minha cara, e eu muito menos com a dela. Coisinha irritante…

VICENTE: O que que ocê sabe sobre a Silvinha? Que eu saiba, ela e a mãe são as mais santas da cidade.

MORGANA (rindo): Santas? Troca o “n” de lugar e adiciona um “á” na frente dele que aí sim, eu concordo. 

VICENTE: Esquece a Silvinha. Agora vai, continua de onde ocê parou.

MORGANA: Tá bom, daddy, tá bom… mas depois,  quero ver um monte de pix caindo na conta, ok? Já vai dar pra comprar o dildo.

VICENTE (sorrindo): Vai lá então. Gostosa.

Morgana se levanta devagar, olhando sedutoramente para Vicente, e começa a fazer um strip. “yes, and? - Ariana Grande” entra em cena novamente enquanto a câmera foca no rosto satisfeito de Vicente intercalando com Morgana fazendo o srip. A música continua a tocar e cortamos para o exterior da mansão de Vicente.

CENA 05: MANSÃO DOS GONZÁLEZ/INT./NOITE

Natália e Álvaro estão deitados na cama. Álvaro dorme profundamente enquanto Natália, ao seu lado, está acordada, mexendo no celular. Ela desliza o dedo pela tela, distraída, até que o celular vibra em suas mãos. Uma mensagem aparece.

MENSAGEM DE OFÉLIA: "Me encontre AGORA no bordel ou terá sérias consequências."

NATÁLIA: Inferno!

O instrumental “Gara - Eduardo Queiroz” entra em cena.

Natália arregala os olhos e olha para Álvaro, que ainda dorme profundamente. Com cautela, ela bloqueia a tela do celular, coloca-o de lado, e observa o marido por mais alguns segundos, certificando-se de que ele não acordará.
Com movimentos delicados, ela se levanta da cama, quase sem fazer barulho, pega uma muda de roupa, e começa a se trocar às pressas.
Vestida, ela calça os sapatos e sai pela porta, com passos leves. Antes de fechar, lança mais uma olhada para Álvaro, que continua dormindo. A porta se fecha em silêncio.
No próximo take, Natália chega à garagem e abre a porta com cuidado, entra no carro e liga o motor. Com um olhar fixo no retrovisor, ela se afasta devagar, retirando o carro da garagem, sem ativar as luzes, para não despertar suspeitas. Logo depois, Natália dirige em direção a Santa Aurora.

CENA 06: BORDEL/INT./NOITE

O bordel está cheio. A música “Boate Azul - Luana Marques & De Lukka”, toca no ambiente. Algumas mulheres dançam no salão, enquanto outras se exibem no pole dance. Os homens estão espalhados, alguns bebendo, outros apenas observando as moças com atenção. Ofélia, a dona do bordel, está sentada em um canto mais reservado, esperando Natália chegar. Ela está impaciente, batendo os dedos na mesa e olhando fixamente para a entrada.
Finalmente, Natália aparece. O instrumental “Candida Tensa - Iuri Cunha” dá som a cena. Ofélia a vê e faz um sinal para que suba. Natália segue o caminho indicado, subindo as escadas de madeira. Ela tenta manter a calma, mas está claramente preocupada.
Assim que Natália chega ao andar de cima, Ofélia a segue. Elas entram em um quarto simples e vazio, com uma cama e algumas decorações.

NATÁLIA: O que que você quer? Se for dinheiro, pode esquecer, eu não tenho!

OFÉLIA: Ah, coitadinha... para de mentir, menina. Eu sei muito bem que ocê tá cheia das grana. E acertou, te chamei aqui por causa de dinheiro sim.

NATÁLIA: Acho que já foi mais do que o suficiente o que te dei da última vez.

OFÉLIA: Já acabou, meu bem. E, Natália, minha querida, não adianta tentar fugir de mim. Ocê sabe que vai ter que me dar o que eu quiser, sempre que eu quiser e na hora que eu quiser. Ou será que quer que o Álvaro descubra que...

NATÁLIA (interrompendo): Nem ouse terminar essa frase, maldita! Você é uma aproveitadora, Ofélia, uma chantagista de quinta. Se acha a dona da cidade só porque tem esse bordel ridículo, né? Se enxerga!

OFÉLIA: A única ridícula aqui é ocê. E se o dinheiro que eu quero não cair na minha conta até amanhã, o Álvaro vai saber de tudo.

NATÁLIA: Não tenho medo das suas ameaças, sua velha! Mas por precaução, vou fazer a transferência. Quanto você quer? Vai, fala logo.

OFÉLIA: Cem mil já tá ótimo.

NATÁLIA: Tá ficando louca?

OFÉLIA: Nem mais, nem menos, querida. Agora sai daqui, já falei o que tinha pra falar.

NATÁLIA: Torço todos os dias pra essa espelunca fechar as portas, Ofélia. Você e esse bando de raparigas merecem falir.

OFÉLIA: Falir? Você não tem moral nenhuma pra falar em falência não, Natália. Sei muito bem que teu sogrinho anda falindo.

NATÁLIA: Isso não é da tua conta! Tô indo, e espero nunca mais te ver na minha frente. Passar bem.

Natália se retira.

OFÉLIA (pensa alto): Ah, mas você vai me ver sim, Natália, vai me ver várias e várias vezes ainda.

CENA 07: BAR/EXT./NOITE

Vicente e Jerônimo estão sentados no exterior de um barzinho, em Santa Aurora.

VICENTE: Tá fazendo o que aqui na cidade?

JERÔNIMO: Vim resolver umas coisas, uai. Pai, que eu saiba eu já sou um adulto, não preciso que o senhor fique me interrogando o tempo todo, não.

VICENTE: Isso é jeito de falar comigo, seu moleque? Cadê a educação que eu te dei? Ocê anda bem rebelde, Jerônimo. Isso é falta de levar uns coro.

JERÔNIMO: Vai me bater nessa altura do campeonato? Eu já fiz coisas piores e nunca apanhei por isso. 

VICENTE: Tá falando do incêndio?

JERÔNIMO: A única coisa que eu fiz de pior na minha vida foi isso, que eu saiba. Sabe, pai… eu torço todos os dias pra Doralice tá viva. É, torço pra que ela tenha sobrevivido. 

VICENTE: Cê tá brincando com a minha cara? Doralice tem que tá morta! 

JERÔNIMO: Eu acho que não… a gente deixou ela lá, naquela estrada, você acha mesmo que ela iria morrer? 

VICENTE: Às vezes eu fico com medo dela tá viva memo… mas acho meio impossível, já se passaram quinze anos. Já era pra ela ter voltado.

JERÔNIMO: Você que reze bastante.

VICENTE: Vem cá, ocê tá se revoltando contra mim por quê? Tá aí falando que torce pra Doralice tá viva. Viu o que comigo?

JERÔNIMO: Não é nada, eu só acho que a Doralice não merecia morrer. Era uma pessoa boa… nunca me fez mal nenhum.

VICENTE: Ocê jamais repita isso, Jerônimo! Ocê tem que tá do meu lado, pro que der e vier. Tá me entendendo? Agora vamo pra casa, já tá tarde.

CENA 08: BORDEL/QUARTO/NOITE

Ofélia ainda está no quarto, pensativa. A porta abre, é Morgana. Ofélia se assusta.

OFÉLIA: Quase me mata do coração, praga! Onde ocê tava?

MORGANA: Com o daddy. 

OFÉLIA: Com o Vicente? Morgana, eu já falei pra você se afastar daquele homem. Aquilo lá é perigoso, bicho ruim.

MORGANA (rindo): Só se for bicho ruim de cama. Acredita que eu vou ter que comprar um dildo pra apimentar a nossa relação? O dele não está me satisfazendo, terei que apelar.

OFÉLIA: Ocê ainda vai se ferrar nessa história, Morgana. E se a Carmem descobre?

MORGANA: Relaxa, mô. Aquela galinha depenada nem sabe onde ela tá, quem dirá descobrir um caso. (Ri) Tô te achando diferente. O que aconteceu?

Elas se sentam na cama.

OFÉLIA: Advinha?

MORGANA: Natália. Teve aqui, é?

OFÉLIA: Teve. Mas fui eu que pedi pra ela vir até aqui. Consegui arrancar uma boa grana dela ainda.

MORGANA: Ofélia, Ofélia… já te falei que isso vai dar errado. Esquece essa história.

OFÉLIA: Não. Eu tenho que depenar aquela desgraçada, deixar ela sem nada. Ela vai sentir na pele tudo o que fez no passado.

MORGANA: Bom, eu não sei nada desse assunto então não vou me meter. Só acho que ocê deveria parar com isso, sei lá, deixa essa história de torrar a grana dos Gonzalez comigo. 

OFÉLIA: Não… eu tenho muito o que arrancar da Natália ainda. Pessoas ingratas merecem sofrer, Morgana, coloca isso na tua cabeça. Agora vai lá, vai lá que tem cliente te esperando.

MORGANA: É aquele da bota com chulé? Se for pode falar que eu não tô.

OFÉLIA: É ele mesmo.

MORGANA: Não… 

Amanhece ao som de “Cheiro do Mato - Raí Saia Rodada” e são mostradas imagens da fazenda de Vicente.

CENA 09: MANSÃO DOS GONZALEZ/INT./MANHÃ

Natália dorme, enquanto Álvaro está se arrumando diante do espelho. Segundos depois, Natália acorda e olha para seu marido.

NATÁLIA: Amor… já acordou?

Ela se levanta e vai até ele, que continua a se arrumar. Ela o abraça por trás.

NATÁLIA: Não vai me dar bom dia?

Ele se vira para ela, sério.

ÁLVARO: Onde ocê teve ontem a noite, Natália? 

O instrumental “Tensão passaperto - Iuri Cunha” começa a tocar e segue até o fim da próxima cena. Focamos em Natália, que fica sem reação, intercalando com Álvaro.

CENA 10: MANSÃO DE DORALICE/INT./MANHÃ

André e Doralice estão na mesa, tomando café da manhã. Ela disca um número no celular do marido e entrega para ele.

DORALICE: Aqui, tá chamando.

André pega o celular.

ANDRÉ (sussurra): Atendeu! (Pausa) Alô? Falo com Vicente González? 

Focamos no rosto de Doralice, que se demonstra satisfeita, intercalando com André ao telefone.

CONGELAMENTO EM ANDRÉ.

A novela encerra seu 7° capítulo ao som do refrão de “Nuvem de Lágrimas - César Menotti & Fabiano” (tema de abertura).

LEIA O CAPÍTULO SEGUINTE AQUI 




  









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