CENA 1. MANSÃO DOS CAMPOS DE SODRÉ. JARDIM. EXT. NOITE
SONOPLASTIA - SURVIVOR - DESTINY'S CHILD
A chuva cai incessante, as gotas batendo com força no chão, criando poças que refletem as luzes da mansão. A cena é sombria, cheia de tensão. Henrique está caído no chão, o sangue escorrendo pelo rosto. Alice, atônita, ainda segura a raquete, olhando fixamente para o homem caído. A câmera foca em sua expressão vazia, ainda processando o que acabou de acontecer.
O som do guarda-chuva se abrindo interrompe o momento tenso. James chega, seu rosto imperturbável, enquanto se aproxima de Henrique. Ele se abaixa e, com força, levanta Henrique do chão. O homem está atordoado, sangue misturando-se com a chuva em sua camisa branca. Sua fúria transborda.
HENRIQUE - (COM DESPREZO, FORÇANDO UM SORRISO TORTO) Ah, James (T) Mais uma vez, você me salvando da sua própria filha (FURIOSO, OLHA PARA ALICE) Você vai pagar por isso, Alice! Vai ver só (T) Além de alcoólatra, uma piada no tênis (SORRI) Uma verdadeira fracassada que ainda terá uma ficha criminal, tudo isso porque foi burra o bastante para bater no filho de uma das mulheres mais poderosas desse paisinho de merda...
ALICE - (OLHANDO-O COM RAIVA E DOR) Você não tem o direito de me humilhar assim, Henrique.
HENRIQUE - (SARCASTICAMENTE, OLHANDO PARA ELA) Não tenho? Olha para você, Alice (T) Olha o que se tornou (RI) Sem carreira, abandonada por mim e esquecida pelo resto da sociedade (FEROZ) E agora, esse joguinho com a raquete? Qual é o seu próximo passo? Vai me matar também? Melhor ainda (T) Se matar (RI) Porque, no fundo, você sempre soube que nunca teve um pingo de valor (T) Só é mais uma bêbada tentando se reerguer...
Alice estremece com as palavras de Henrique, mas mantém a calma. Ela não responde, mas seus olhos brilham com um ódio profundo. Henrique percebe a vulnerabilidade dela e sorri, ainda mais sádico.
JAMES - (INTERROMPENDO, COM CALMA) Henrique, pare com isso. Não vai a lugar algum.
HENRIQUE - (OLHANDO PARA JAMES, AMEAÇADOR, RÍSPIDO) E você, James? Vai me impedir? Você acha que pode proteger filhinha? Essa mulher patética que me atingiu com uma raquete? (VENENOSO) Eu vou acabar com ela, você pode ter certeza disso. Acabar com a vergonha que ela é.
JAMES - (COM VOZ BAIXA E AMEAÇADORA, SEM MOVER UM MÚSCULO) Calma, Henrique. Não faça uma cena.
HENRIQUE -(RINDO DE FORMA CRUEL, ENCARANDO JAMES COM UM OLHAR DESAFIADOR) Cena?! Você acha que isso é uma cena? Você realmente acha que vai conseguir me calar, me impedir de falar tudo que essa alcoolatra fez? Minha mãe vai adorar saber que a filha do namoradinho dela tentou matar o seu filho (SORRI)
JAMES -(OLHANDO FIXAMENTE, A RAIVA COMEÇANDO A TRANSPARECER) Minha relação com Amelinha não é da sua conta...
HENRIQUE - (COM UM SORRISO SÁDICO, ZOMBANDO) Claro que é, James (T) Tem tudo a ver comigo (T) Eu sei muito bem do que você é capaz (T) Você e minha mãe, seus segredos e as mentiras de sempre (T) Lembra, James (T) Nós também temos mentirinhas (FEROZ) Mentirinhas que escondemos de minha mãe e da Alice (T) Vamos fazer um teste com a sua filha, vamos ver a reação dela quando eu contar o nosso segredinho (T) Tenho certeza que a de Amelinha será dez tons acima (OLHA PARA ALICE) Alice (SORRI) Você divide seu namorado (APONTA PARA SI MESMO) Eu (RI) Com o seu pai (SORRI) Amelinha divide o namorado com o próprio filho (T) Nós somos amantes, Alice (T) Seu pai e eu...
ALICE - (EM CHOQUE, COM OS OLHOS ARREGALADOS) O quê...?
Alice mal consegue processar a revelação. As palavras de Henrique são uma lâmina, cortando diretamente ao coração. Ela vacila, a raquete tremendo em suas mãos. O choque é profundo. James observa a filha, mas mantém a frieza.
HENRIQUE - (COM MAIS VENENO) Eu sabia que isso seria um choque (T) Imagine a virada do século ficará marcada para sempre, James (T) Sua filha fichada como uma bandidinha qualquer e a melhor parte (AFOBADO) Amelinha vai adorar essa parte (T) Descobrir que somos amantes (FURIOSO) Ela nunca soube, nunca desconfiou, mas agora ela vai saber que você é um homem que não sabe o que é lealdade. Olha só, James (T) Você está podre, igual a todos nós.
James, agora consumido pela raiva, avança sem aviso. Ele derruba Henrique violentamente no chão. A cena é rápida, brutal. Henrique cai, ainda rindo de forma insana. Mas a risada não dura muito. Ele levanta a cabeça e encara James com um olhar de desafio.
HENRIQUE - (COM UM SORRISO IRÔNICO, ENFURECIDO)Vai me matar agora, James? Vai dar o último golpe? Acha que eu vou morrer quieto? Não, eu vou dizer a ela tudo o que você é (T) Todos os segredos que você esconde, a podridão do seu coração.
James não diz uma palavra. Sua mão vai até seu sobretudo e, com frieza, ele retira uma pistola. O metal brilha sob a luz da mansão. Henrique, com os olhos arregalados, olha a arma, sem acreditar.
JAMES - (CALMO, MAS AMEAÇADOR) Você já disse o suficiente, Henrique.
James ergue a arma com precisão. Henrique ainda tenta zombar, mesmo com a morte à sua frente.
HENRIQUE (COM UM RISO ENTRECORTADO DE DOR) - Então é isso (T) É assim que você vai me matar? Como se eu fosse só mais um inimigo? Como se não tivéssemos tido uma história (SORRI) Sua filha foi minha primeira mulher e você foi meu primeiro homem (T) Poético não acha? Mas eu não vou desse mundo sem... (ELE TENTA RIR, MAS A TOSSE O INTERROMPE)
JAMES - (SEM HESITAR, COM FRIEZA ABSOLUTA) Você já se foi, Henrique.
James dispara a queima-roupa. O som do tiro ressoa pela mansão, abafado pela chuva. Henrique cai para trás, a expressão congelada, os olhos ainda arregalados de surpresa e incredulidade, enquanto o sangue começa a manchar a camisa branca. A cena é brutal, insuportável. O eco do tiro ainda reverbera, e o silêncio pesado toma conta do ambiente.
Alice, paralisada, testemunha a morte do homem que um dia amou. O impacto da cena é indescritível. Seus olhos estão cheios de horror, mas também de uma raiva profunda.
James se vira para Alice, o olhar agora mais ameaçador.
JAMES - (COM VOZ BAIXA, MAS CORTANTE) Você não vai contar nada disso, Alice. Entendeu? Nada. Nem um detalhe. Se você ousar abrir a boca (T) O preço será muito mais alto.
Alice, ainda atordoada, balança a cabeça, incapaz de falar. O medo é palpável. James a observa por um instante, depois vira-se e começa a se afastar, sem olhar para trás.
A câmera fica em Alice, sua expressão vazia, seus olhos fixos no corpo de Henrique, enquanto a chuva continua a cair, lavando os pecados de todos. A música "Survivor" toca suavemente ao fundo, a melodia contrastando com a escuridão da cena. A câmera se afasta, deixando Alice sozinha, em meio ao caos.
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CENA 2. MANSÃO DOS CAMPOS DE SODRÉ. SALA DE ESTAR. INT. NOITE
O ambiente está carregado, como se o ar pudesse ser cortado com uma faca. Olga, Clarisse, Joaquim, Joana, Mary Léon, Sol e Alice formam um semicírculo tenso ao redor de Amelinha e James, que se enfrentam no centro da sala como feras acuadas, cada olhar um desafio silencioso. O brilho do lustre reflete nos olhos arregalados, o silêncio não é apenas ausência de som — é a promessa de uma explosão iminente, prestes a romper a fina camada de controle que os separa do caos.
JAMES - (SARCÁSTICO, FRIO) Você está delirando, Amelinha. Acha mesmo que eu mataria Henrique? Por ele? Ou por você?
Alice, visivelmente abalada, dá um passo hesitante à frente, como se suas pernas mal a sustentassem. Seu peito sobe e desce de forma irregular, o rosto pálido, os olhos marejados de lágrimas reprimidas. A voz sai trêmula, embargada, sufocada pela angústia crescente, até que, incapaz de conter a dor que lhe consome, ela explode em um surto emocional. As palavras irrompem como um grito sufocado, carregadas de mágoa e desespero, enquanto seus ombros tremem e suas mãos se fecham em punhos trêmulos.
ALICE (GRITA, COM RAIVA E DESESPERO) — Chega! CHEGA! Chega de esconder a verdade! (OLHA PARA TODOS, COM OS OLHOS LACRIMEJANDO DE RAIVA) Henrique (ENGOLE EM SECO, A VOZ TREMENDO DE REVOLTA) Ele me deixou (T) E eu o ataquei(T) Eu acertei ele com uma raquete, mas (PAUSA, E VIRA O OLHAR PARA JAMES, FURIOSA) Foi você, James (T) Foi você quem o matou! E não foi por causa de mim, não. Foi para esconder o seu maldito segredo (PAUSA, OS DENTES CERRADOS, A DOR NO PEITO) Vocês dois (OLHA PARA AMELINHA) Eram amantes! E tudo isso, toda essa mentira, foi para encobrir a verdade de vocês dois (T) Seu jogo sujo! E agora olhem para onde nos trouxeram (T) Olhem o que fizeram!
Um silêncio sepulcral toma conta do ambiente, denso como se o ar tivesse sido arrancado da sala. Amelinha, por um instante, fica estática, os olhos arregalados, refletindo um choque quase incrédulo. Mas a vulnerabilidade dura apenas um piscar de olhos. Num movimento sutil, mas afiado como uma lâmina, ela se recompõe. O olhar se estreita, gelado e cortante, cravando-se em Alice com a intensidade de uma sentença silenciosa. A boca se curva num esboço de desprezo contido, enquanto o ambiente parece prender a respiração, à espera do próximo golpe.
AMELINHA - (VENENO PURO) Ah, minha querida Alice (T) Que belo espetáculo patético (T) Acusar o próprio pai, assim, diante de todos? Lamentável.
JAMES - (COM DESPREZO) Isso é absurdo! Vocês estão tentando me incriminar com uma história ridícula! Amelinha, você me conhece (PAUSA) Eu e Henrique? Amantes? Que piada.
OLGA -(SOLTANDO UMA RISADA SECA E CORTANTE, COM UM OLHAR DE DESDÉM PARA JAMES) Ora, James (PAUSA) Não se faça de santo. Sempre foi um homem de gostos flexíveis, diria eu. (PAUSA, ELA OLHA PARA AMELINHA COM UM SORRISO IRÔNICO) Mas, no fundo, quem nunca, não é? Todos nós temos nossas pequenas inclinações, certas e erradas.
Amelinha se aproxima de James com passos lentos e calculados, o olhar penetrante como uma lâmina afiada, pronta para cortar qualquer disfarce.
AMELINHA – (FRIA) É verdade, James? Vocês eram amantes?
James hesita por um momento, o silêncio pairando no ar como uma tensão elétrica. Alice, consumida pela raiva e pelo choque, encontra dentro de si uma ousadia inesperada, seu corpo tenso como se estivesse prestes a explodir.
ALICE - (FERIDA E FURIOSA, A VOZ CARREGADA DE RANCOR) Sim! Sim, eles eram! E eu fiquei calada todos esses anos por medo! Medo dele, sim! Porque eu sei exatamente do que você é capaz, James! (OLHA FIXAMENTE PARA AMELINHA, O ÓDIO TRANSBORDANDO) E você, Amelinha, sempre tão cega, sempre tão arrogante, achando que controla tudo, mas nunca viu a verdade!
James se enfurece, os olhos queimando de raiva. Com um movimento brusco, ele saca um revólver do bolso da jaqueta, o metal brilhando de forma ameaçadora sob a luz quente da sala. O silêncio é ensurdecedor, apenas o som de sua respiração pesada ecoando entre as paredes. O revólver, apontado para o chão, reflete o medo nos olhos de todos os presentes. Como uma fera acuada, ele se mantém parado, observando os que o cercam, enquanto um calafrio percorre o ar tenso. Cada passo é hesitante, mas carregado de uma ameaça que ninguém ousa desafiar. Os outros recuam, cientes de que o próximo movimento pode ser fatal.
JAMES (GRITANDO, DESCONTROLADO) Cale a boca, Alice! Já chega! Ninguém aqui vai pagar por nada! Ninguém paga por crime nenhum nesse país de merda! Olhem ao redor! Tudo apodrecido, corrompido! (RI NERVOSAMENTE)
AMELINHA (GÉLIDA, COM UM OLHAR FEROZ, ENCARA O CANO DA ARMA) — Talvez a justiça falhe, James (PAUSA, SORRISO AMARGO, OS OLHOS ESTREITOS) Mas eu, meu caro, eu não falho. E muito menos perdoo. (OLHA COM DESPREZO PARA TODOS NA SALA, SUA VOZ CORTANTE COMO UMA LÂMINA) Você acha que pode me intimidar com essa arma? Achou que me faria temer? (SOLTA UMA RISADA BAIXA E CRUEL, NÃO HÁ MEDO EM SUA EXPRESSÃO, APENAS UMA CALMA ASSASSINA) Tudo o que você fez, James (PAUSA) Todas as suas jogadas, se você soubesse o quanto me divertem, talvez tivesse se dado conta de que, no fim das contas, quem vai pagar por tudo isso é você.
Num movimento rápido e impiedoso, James puxa o gatilho. O som do disparo ressoa pela sala, como um trovão, quebrando o silêncio pesado que pairava no ar. Alice, em um impulso desesperado e instintivo, se atira na frente de Amelinha, seu corpo se movendo como um escudo. O tiro ecoa, rasgando o ambiente, e a cena se enche de um grito mortal de dor. Alice cai no chão com um baque surdo, seu corpo estatelado sobre o mármore frio, o sangue espirrando pelo vestido branco, tingindo a sala com a cor vermelha da tragédia. Olga, em um reflexo de pânico e horror, grita, seu grito rasgando a noite, e se ajoelha desesperada ao lado da neta, suas mãos trêmulas tentando estancar o fluxo de sangue, mas já tarde demais. A cena é um pesadelo, congelada no tempo, os olhares fixos na cruel realidade do que acabara de acontecer. James, com um olhar insensível, observa a queda de Alice, o peso de sua decisão lentamente tomando forma.
OLGA- (EM PRANTOS, COM A VOZ EMBARGADA, OS OLHOS CHEIOS DE DOR) Alice! Meu Deus, minha menina (PAUSA) Me perdoa! Me perdoa por não ter te protegido (PAUSA) Eu falhei com você, minha neta. Eu sempre soube que você estava sofrendo, mas não vi (T) Não te dei o que você precisava.
Alice, com os olhos já turvados pela dor, sorri fracamente, uma expressão de saudade e arrependimento. Sua voz falha, mas ainda há um brilho no olhar, como uma última tentativa de aliviar o sofrimento de quem a ama. Ela tosse, o sangue manchando seus lábios.
ALICE -(COM UM SORRISO FRÁGIL, RESPIRANDO COM DIFICULDADE) Não, vó (T) Eu (T) Eu te amo. Sempre te amei. Não é sua culpa (T) Eu só queria que você soubesse que você foi a única que sempre me viu. Mesmo quando o mundo inteiro estava cego.
Os olhos de Olga se enchem de lágrimas, o peso do amor e da culpa esmagando seu coração. Ela segura a mão de Alice com uma força desesperada, tentando conter o choro, mas a impotência é maior.
James, paralisado pela visão de Alice caída, com os olhos fixos na filha e o horror estampado no rosto, sente o peso da sua própria crueldade. A sala está silenciosa, mas a tensão paira como uma tempestade prestes a eclodir. O som de sua respiração ofegante é interrompido por um grito ferino, uma sombra se movendo veloz em sua direção. É Sol. Sem pensar, ela avança com fúria, a raiva consumindo cada movimento.
Os dois se chocam com força, corpo contra corpo, num embate violento. A arma balança entre suas mãos, mas James, ainda atordoado, não consegue reagir com a velocidade que Sol exige. Ela o empurra com força, suas mãos agarrando a arma, tentando tomar o controle. As forças se equilibram por um instante, até que um novo disparo corta o ar, ressoando pela sala como um trovão.
O som reverbera, e um grito abafado escapa dos lábios de Sol. Ela cambaleia para trás, sentindo a dor profunda no ombro. O sangue escorre rapidamente, tingindo o tecido de sua blusa, mas ela não cede. Seus olhos brilham com determinação, embora a dor a enfraqueça. Ela se agarra à arma, lutando contra o desconforto, sua respiração acelerada se misturando ao pânico e à raiva. James, agora mais furioso do que nunca, a encara com desdém, mas Sol não recua.
O silêncio que segue é pesado, carregado de medo, enquanto o destino de todos se desenrola sob a tensão quase palpável. O chão da sala parece estremecer com a violência do momento, o ar denso, preenchido pela promessa de que ninguém sairá impune.
JAMES - (OFEGANTE, A VOZ TENSA DE RAIVA) Acabou! Você (OLHA PARA ALICE, OS OLHOS CHEIOS DE DOR E FRUSTRAÇÃO) Não tem mais como consertar isso, Olga! (VIRANDO-SE PARA ELA COM UM OLHAR AMEAÇADOR) Cuide dela (PAUSA) Porque eu (A VOZ VACILA POR UM MOMENTO, A FÚRIA CRESCENDO) Eu vou acabar com todos esses malditos Campos de Sodré. Eles vão pagar pelo tiro que dei em Alice (T) Eu vou destruir cada um, um por um. E ninguém vai impedir.
James avança, com a arma firmemente apontada para Amelinha e Joaquim, seus olhos vazios de qualquer remorso. O silêncio pesado da sala é quebrado apenas pelo som abafado dos soluços de Olga, que ainda segura Alice nos braços, a dor estampada em seu rosto. Amelinha, em sua postura altiva e arrogante, mantém a cabeça erguida, desafiando o homem à sua frente com um olhar gélido. Seu sorriso, sutil e venenoso, não se desfaz, como se a realidade ao seu redor não a tocasse. Joaquim, tenso e mudo, segue à sua retaguarda, sentindo a tensão no ar. James os conduz com um movimento brusco. O trovão lá fora parece refletir a tempestade interna que toma conta da mansão. No escritório, o ambiente é tenso, quase claustrofóbico, com a violência à espreita, prestes a desabar sobre todos.
CORTA PARA:
CENA 3. MANSÃO DOS CAMPOS DE SODRÉ. HELIPONTO. EXT. NOITE
A tempestade se abate sobre a mansão, com ventos fortes que arrastam as árvores e trovões ressoando pela escuridão. No alto, um helicóptero surge, cortando o ar turbulento. Suas lâminas giram com fúria, rompendo o silêncio da noite. O som do motor é abafado pela força da chuva que martela contra o metal da aeronave. O helicóptero se aproxima do heliponto, a luz das lâmpadas do pouso iluminando a pista escorregadia e cercada pela vegetação densa.
O piloto manobra com destreza, enfrentando as rajadas violentas, até que finalmente a aeronave toca o solo com um estrondo surdo, as lâminas desacelerando lentamente. A porta do helicóptero se abre com um estalo metálico. Pedro emerge, com o rosto parcialmente iluminado pela luz da máquina. Ele é uma figura imponente, vestindo roupas resistentes à tempestade.
O vento uiva em torno dele, a chuva batendo forte contra sua figura, mas Pedro avança sem hesitar, caminhando com passos firmes e decididos sobre o heliponto, ignorando o caos ao seu redor. Ele olha para a mansão à sua frente, os olhos fixos na grandiosidade do lugar, como se soubesse que uma nova fase do jogo está prestes a começar.
CORTA PARA:
CENA 4. MANSÃO DOS CAMPOS DE SODRÉ. SALA DE ESTAR. INT. NOITE
A sala está em um silêncio pesado, o único som sendo o fraco ressoar de Alice respirando com dificuldade. Olga está ao lado dela, segurando sua mão, um olhar de desespero no rosto. Joana e Clarisse estão concentradas, tentando estancar o sangue do ferimento de bala em Sol. O ambiente está carregado de tensão, com os rostos de todos marcados pela angústia.
Mary Léon está calma como sempre, mas seus olhos carregam a certeza de que ela sabe mais do que deixa transparecer. Ela pega o telefone e faz uma ligação, sua voz cortante ecoa na sala, cheia de frieza.
MARY LEÓN - (CALMA, CORTANTE) Aníbal morreu (T) A guerra acabou para ele (DRAMÁTICA) Mas a verdadeira batalha está acontecendo agora, e, infelizmente policiais, vocês estão atrasada demais (T) Amelinha e Joaquim estão reféns de James, e quem manda no jogo é ele (T) Precisamos de ajuda na Mansão dos Campos de Sodré.
Ela desliga o telefone com uma precisão calculada, virando-se com um olhar penetrante. Não há um pingo de emoção na sua expressão, mas seus olhos brilham com uma malícia sutil. Em seguida, Pedro entra, sua postura rígida e decisiva. Ele observa rapidamente o cenário, seu olhar caindo sobre Alice e Sol antes de se voltar para Mary Léon.
PEDRO -(COM VOZ FIRME, TENTANDO MANTER O CONTROLE DA SITUAÇÃO) O que aconteceu aqui?
Mary Léon solta um suspiro, como se estivesse entediada com a pergunta. Ela olha para Pedro, e sua resposta vem com um sorriso afiado.
MARY LEÓN -(COM SARCASMO E IRONIA) O que aconteceu? Bem, Pedro, Aníbal está morto. E você está atrasado, como sempre. Amelinha e Joaquim? São peões, reféns de James, como sempre foram. E enquanto você perde tempo aqui, ele está controlando o tabuleiro.
PEDRO -(DETERMINANDO SUA MISSÃO, IMPERTURBÁVEL) Eu vim até aqui para prender Aníbal (T) Ele é responsável pela morte de Marina e do chefe de manutenção do Copacabana Palace (T) Acredito ainda que ele está envolvido no tiroteio contra Alma.
Mary Léon ri, a risada baixa e venenosa, seus olhos se estreitando com prazer.
MARY LEÓN -(COM UM TOM AFIADO, QUASE ZOMBANDO) Ah, Pedro, sempre tão devagar, sempre tentando pegar o culpado. Mas você realmente acredita que a peça que você procura ainda está por aí? Aníbal já jogou seu jogo e saiu de cena. E agora? Você vai atrás de fantasmas enquanto James leva tudo?
Pedro, irritado, se vira e pega o rádio para pedir reforços.
PEDRO - (COM IMPACIÊNCIA) Precisamos de reforços aqui, agora! A polícia tem que chegar à mansão imediatamente.
A resposta da polícia vem rápida e tensa.
POLÍCIA - (VIA RÁDIO) Estamos fazendo o possível, mas a estrada está bloqueada. Em 20 minutos, estaremos aí.
Mary Léon dá uma risada seca, seu olhar se tornando mais gélido. Ela se aproxima de Pedro com passos lentos e calculados, observando sua frustração.
MARY LEÓN - (COM IRONIA, QUASE DIVERTIDA) 20 minutos? Não vão adiantar, querido. Quando você finalmente chegar, já teremos todos os vencedores definidos. E, adivinhe, Pedro, a sua estrela brilhará por último.
A tensão é palpável. Mary Léon faz uma pausa, se virando lentamente e se aproximando de Amelinha, que está em um canto da sala, observando tudo com um olhar desafiador. Mary Léon olha para Pedro uma última vez, seu sorriso agora mais enigmático.
A tensão cresce na sala, o silêncio se tornando cada vez mais denso.
CORTA PARA:
CENA 5. MANSÃO DOS CAMPOS DE SODRÉ. ESCRITÓRIO DE AMELINHA. INT. NOITE
A cena começa com Amelinha e Joaquim, ambos tensos, sob a mira do revolver de James. O som do helicóptero cortando a noite é ouvido à distância. James, com um olhar fixo e tenso, se aproxima da janela, observando as luzes do helicóptero se aproximando.
JAMES - (OLHANDO PELA JANELA, RANZINZA, COMO SE ESTIVESSE CALCULANDO OS PRÓXIMOS PASSOS) Eles estão chegando...
Amelinha, com um sorriso irônico, percebe a reação dele. Ela se aproxima dele com passos largos e elegantes, sua presença dominando o ambiente.
AMELINHA -(PROVOCATIVA, COM UMA VOZ CHEIA DE SARCASMO) Ah, está com medo, James? Ou será que está esperando uma salvação daquelas que só existem no seu mundinho de ficção?
James a encara, furioso, e sua mão aperta mais o revólver. Ele se vira rapidamente, apontando a arma diretamente para ela.
JAMES - (GRITA, TENSO E AGRESSIVO) Quem manda agora sou eu, Amelinha! Você não está no controle de nada!
Amelinha não se intimida, ao contrário, seu sorriso se amplia, quase como se estivesse se divertindo com a situação.
AMELINHA -(ESPIRITUOSA, COM UM AR DESDENHOSO) Ah, querido, isso é o que você pensa. Mas cá entre nós, quem realmente manda é sempre quem tem o poder de manipular as situações. E nesse caso, me arrisco a dizer que, infelizmente para você, isso não é mais seu.
James explode de raiva. Com um movimento brusco e impetuoso, ele ergue o revólver e golpeia o rosto de Amelinha com a parte de trás da arma. O impacto ressoa pela sala, fazendo a cabeça de Amelinha balançar para o lado, mas sua postura permanece imperturbável. Ela dá um passo para trás, equilibrando-se com a graça de quem já viu de tudo. Seus olhos, agora mais afiados do que nunca, se fixam em James com uma intensidade fulminante. Amelinha se endireita lentamente, como uma fera que foi tocada, mas não amedrontada. Seu olhar é frio, calculista, e o sorriso, embora imperceptível, está ali, desafiador.
AMELINHA -(SEM PERDER O EQUILÍBRIO, COM A VOZ AINDA CORTANTE E CHEIA DE ARROGÂNCIA)Ah, James (T) Se isso é tudo o que você tem, devo dizer que está um pouco aquém das minhas expectativas. Vai ser difícil ganhar algo com esse tipo de atitude.
A tensão no ar é palpável. Amelinha encara James com desprezo, enquanto Joaquim permanece em silêncio, mas seu olhar expressa a preocupação crescente com a situação.
A câmera se aproxima lentamente do rosto de Amelinha, capturando sua expressão desafiadora, enquanto o som do helicóptero se torna cada vez mais forte.
CORTA PARA:
CENA 6. ESTRADA DE ACESSO A MANSÃO CAMPOS DE SODRÉ. EXT. NOITE
A estrada, antes bloqueada pelas árvores e galhos caídos, agora está livre, graças ao maquinário que trabalha incansavelmente na remoção dos obstáculos. O som das lâminas cortando a vegetação é abafado pelo zumbido dos motores das viaturas que, finalmente, começam a se mover. Seis carros da polícia seguem em direção à Mansão Campos de Sodré, seus faróis iluminando o caminho sinuoso que leva à propriedade isolada. O som dos pneus raspando o asfalto ecoa na noite silenciosa, interrompido apenas pelo barulho forte da chuva que cai incessantemente. A água escorre das árvores e bate no chão, misturando-se com o som dos motores. O clima é tenso, a chuva torrencial adiciona uma sensação de iminente confronto. À medida que as viaturas avançam, a estrada parece cada vez mais sombria, como se a própria paisagem estivesse se preparando para o que está por vir. O céu nublado e a neblina densa cobrem as árvores, criando uma atmosfera ainda mais sombria, enquanto a chuva forte intensifica a tensão no ar.
CORTA PARA:
CENA 7. MANSÃO DOS CAMPOS DE SODRÉ. SALA DE ESTAR. INT. NOITE
A chuva bate furiosamente nas janelas da mansão, quase como se a tempestade tentasse invadir o interior. No centro da sala, Olga está ao lado de Alice, a respiração de Alice cada vez mais difícil, o pulso quase inexistente. Olga, visivelmente desesperada, a segura com firmeza, tentando trazer um pouco de conforto, mas a dor é inevitável. Ela olha para Pedro, seus olhos implorando por ajuda.
OLGA - (VOZ ROUCA, QUASE UM SUSSURRO) Pedro, por favor (PAUSA) Alice não vai resistir (T) A ajuda tem que chegar agora!
PEDRO - (FIRME, QUASE SEM EMOÇÃO) Calma, Olga. Eu já fiz o que podia (T) A polícia está a caminho.
Pedro se afasta brevemente para chamar a polícia pelo rádio. A tensão no ar é palpável. Mary León, sentada à distância, observa tudo com um sorriso de canto, mas seus olhos estão fixos em cada movimento, como se cada segundo fosse uma peça do seu jogo.
PEDRO - (FALANDO NO RÁDIO) Atualização, por favor. O que está acontecendo?
A voz do operador responde, abafada pela chuva.
POLÍCIA - (VIA RÁDIO) Em dois minutos estaremos na Mansão (T) Conseguimos a liberação para avançar.
PEDRO - (URGENTE) Mande os paramédicos o mais rápido possível. Temos duas feridas graves. Uma está perdendo muito sangue.
POLÍCIA - (VIA RÁDIO) Entendido, comandante. Estão a caminho.
PEDRO - (FALANDO PARA OLGA, COM UMA EXPRESSÃO DURA) Eles estão a caminho, Olga, só mais dois minutos.
Enquanto isso, Joana e Clarisse estão ao lado de Sol, agora com o ferimento estabilizado, o sangue já não flui com a mesma intensidade. As duas trocam olhares tensos, mas Clarisse, com a frieza de quem sabe o que está fazendo, continua com o curativo.
JOANA -(OLHANDO PARA CLARISSE, APREENSIVA) Ela vai ficar bem?
CLARISSE - (CALMA, MAS CALCULISTA) Ela já parou de sangrar. Agora é só esperar. Ela vai aguentar.
MARY LEÓN - (OLHANDO PARA PEDRO, COM UM SORRISO IRÔNICO) A polícia sempre tão eficiente (PROVOCATIVA) Não seria mais fácil se você estivesse no comando, Pedro? O problema todo é que não está no controle, não é mesmo?
PEDRO -(OLHA PARA MARY, SEM SE DEIXAR ABALAR) Acha que isso é jogo, Mary? Quando Alice morrer, não será um jogo, será uma tragédia. E você, mais uma vez, estará no centro de tudo.
MARY LEÓN -(SORRI LEVEMENTE) Eu nunca soube que você tinha tanta moral, Pedro. Mas quem sabe, depois que esse inferno acabar, podemos discutir quem realmente manda aqui.
A sala está impregnada com o som da chuva, e o clima é de uma tensão silenciosa, onde cada palavra é pesada, e o destino de todos parece depender de um simples segundo que se arrasta lentamente.
CORTA PARA:
CENA 8. MANSÃO DOS CAMPOS DE SODRÉ. ENTRADA. EXT. NOITE
A chuva cai sem parar, criando cortinas de água que obscurecem a visão e transformam o terreno da mansão em um lamaçal. As viaturas da polícia avançam, uma após a outra, suas luzes piscando intensamente contra o cenário escuro e ameaçador. Elas passam pelo grande portão de ferro, que range com o peso dos veículos, e começam a cercar a casa de todos os lados.
O som das sirenes ecoa pela noite, se misturando com os trovões que cortam o céu, criando um clima de tensão insuportável. Pedro sai da mansão, com a postura ereta e determinada, apesar da chuva que o molha. O vento forte balança sua jaqueta, mas ele não se importa. A cada passo, a autoridade em seu semblante cresce, e seu olhar está fixo na casa, como um predador que finalmente encontrou sua presa.
Ele pega o megafone, a mão firme, o rosto implacável. O som de sua voz se mistura com o estrondo da tempestade, mas seu comando é claro e autoritário.
PEDRO - (GRITA, COM VOZ FIRME E CORTANTE) James, você está cercado! Se entregue agora, ou as consequências serão ainda mais graves!
A chuva parece intensificar-se à medida que as palavras de Pedro se espalham pela noite, criando um eco de urgência. As viaturas da polícia agora bloqueiam todas as rotas de fuga, seus faróis iluminando as árvores e o terreno ao redor da mansão, enquanto os policiais se posicionam em posição de ataque. Pedro observa com intensidade, a cada movimento na casa, esperando uma reação, mas se mantendo firme e intransigente.
A tensão no ar é palpável. James ainda está lá dentro, e Pedro sabe que ele está ciente de que não há mais escapatória. O confronto final está prestes a acontecer, e Pedro está pronto para enfrentá-lo, custe o que custar.
CORTA PARA:
CENA 9. MANSÃO DOS CAMPOS DE SODRÉ. ESCRITÓRIO DE AMELINHA. INT. NOITE
SONOPLASTIA - SEVEN DEVILS - FLORENCE AND THE MACHINE
A cena se passa em um escritório opulento e escuro, apenas iluminado por uma lâmpada suave. O som da chuva forte ecoa do lado de fora, e o clima está carregado, como se o próprio ambiente fosse pressagiar um confronto mortal. James está encurralado, respirando pesadamente, o suor escorrendo pela sua testa. Ele está de costas para a janela, com o revólver em sua mão. Sua postura está demente, a raiva em seu rosto transparecendo cada vez mais.
Amelinha, com sua postura elegante e superior, o encara de forma desafiadora. A frieza no olhar dela é cortante.
AMELINHA -(SORRINDO COM UM CINISMO AFIADO) Ah, James, eu sabia que você não era nada além de um covarde disfarçado de grande homem. Agora se entregue. Não há mais escapatória, querido.
JAMES -(FURIOSO, COM A VOZ TREMENDO DE RAIVA) Eu é que devo mandar, não você! Você não tem ideia do que está acontecendo, mulher! O jogo agora não é mais seu (T) É do destino! (ELE ERGUE O REVÓLVER, O VERIFICANDO COM UM SORRISO ENLOUQUECIDO).
James gira a arma com os dedos, e Amelinha observa, sem se mover, como se estivesse em um palco, esperando o ato final. Ele olha para o revólver, confere a bala com um prazer doentio.
JAMES - (VOLTANDO O OLHAR PARA AMELINHA, COM UM SORRISO DE PSICOPATA) Agora vamos jogar roleta russa. Uma bala, seis espaços. Cada um tem duas chances. O destino decidirá o fim do jogo.
AMELINHA - (SERPENTEANDO NA FALA, COM UM SORRISO AFIADO) Roleta russa, meu caro? Sabe o que é engraçado, James? Você acha que está no controle, mas tudo o que você tem é uma arma vazia e uma mente frágil. A roleta russa (T) Ah, que charminho. Eu preferia um jogo de cartas, masquem sou eu para criticar o seu estilo?
Amelinha dá um passo à frente, com um olhar de desprezo. Joaquim, que observa em silêncio, começa a tremer, o medo tomando conta dele. Ele sabe o que James é capaz de fazer.
JAMES -(ABRINDO A BOCA PARA PROTESTAR, MAS COM OS OLHOS CHEIOS DE LOUCURA) Você vai morrer, Amelinha (T) Vai ser você a primeira a rodar o tambor!
AMELINHA -(IRÔNICA, COM A VOZ CORTANTE) Oh, querido, quem te disse que a primeira bala vai em mim? Sou imune ao seu teatrinho de psicopata. Agora, faz favor, leve esse espetáculo a outro palco, que este aqui já está cansado da sua atuação. Não estamos mais no seu show, James (SORRI) E você é só mais um coadjuvante.
JAMES - (SUANDO, COM A EXPRESSÃO CADA VEZ MAIS DESESPERADA, NERVOSO) Não! Não! Você não entende! Esse jogo é o fim! Eu controlo isso! Eu controlo o destino!
AMELINHA - (SORRINDO COM DESDÉM, MAIS CORTANTE QUE NUNCA) O único destino que você controla, James, é o seu próprio fim. E esse, meu querido, está mais próximo do que você imagina.
Ela dá um passo firme à frente, sem medo, enquanto James fica ali, ofegante, com o revólver ainda em mãos, segurando cada vez mais o gatilho, tentando encontrar uma razão para continuar. Ele finalmente solta uma risada histérica e desesperada.
O som de "Seven Devils" atinge seu clímax, e, enquanto ele gira a roleta russa, a tensão chega a seu auge.
JAMES – Vamos ver se você tem sorte, Amelinha. Vamos ver.
No momento seguinte, ele pressiona o gatilho. Mas não há disparo.
JAMES - (SURPRESO, ATÔNITO) Não (T) Não é possível!
AMELINHA -(COM UM OLHAR DESDENHOSO E UM SORRISO VITORIOSO) O destino, querido (T) O destino já foi selado.
Amelinha, com um olhar frio e implacável, observa a falha do jogo. James está sem palavras, sua expressão de medo e incredulidade tomada por um silêncio mortal. Ela se aproxima dele com um passo lento, decidida.
AMELINHA – (AFIRMATIVA, QUASE SUSSURRANDO) Agora é a sua vez de rodar o tambor, James.
Ela sorri de maneira calculada, sem tirar os olhos de James, deixando claro que, embora tenha vencido um round, a batalha ainda não esteja ganha. James mantém a arma firme, mas algo em sua expressão diz que ele está mais consciente do que nunca do perigo iminente. O jogo continua, e a possibilidade de ambos saírem vitoriosos está ali, pairando, incerteza no ar.
CORTA PARA:
FIM

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