CAPÍTULO 02
Arrancado dos braços da juventude e da proteção do lar, José foi levado pelos mercadores ismaelitas para uma jornada longa e exaustiva através do deserto escaldante. O calor implacável, a sede e o medo eram seus companheiros constantes, mas, mesmo em meio àquela adversidade, José mantinha firme sua fé no Deus de seus pais.
Cada passo na areia parecia afastá-lo ainda mais dos campos dourados de Canaã e da afeição de seu pai Jacó. Seus pensamentos eram uma mistura de tristeza e esperança — tristeza pelo que havia perdido e esperança no propósito que Deus teria para sua vida.
Ao chegar ao Egito, terra de monumentos grandiosos e de uma cultura estranha aos seus olhos, José foi levado ao mercado de escravos. Homens e mulheres eram avaliados como mercadorias, tratados sem dignidade. O jovem hebreu, com sua postura serena e olhar determinado, chamou a atenção de Potifar, capitão da guarda do Faraó e homem de grande influência.
Potifar viu em José algo que os outros não tinham — talvez fosse sua postura confiante, talvez a luz que parecia brilhar em seus olhos. Sem hesitar, comprou-o para servi-lo em sua casa.
A nova vida de José começou com tarefas humildes, mas, em tudo o que fazia, a bênção de Deus era visível. Seus trabalhos prosperavam, seus gestos eram sábios e sua honestidade inquestionável. Potifar logo percebeu que o jovem não era um escravo comum e, com o passar do tempo, confiou-lhe a administração de toda a sua casa.
O nome de José começou a ser respeitado dentro da casa de Potifar. Sua fidelidade e competência se tornaram um testemunho vivo da presença de Deus em sua vida. Mesmo em terras estrangeiras, longe de sua família, José permaneceu firme, sem esquecer os ensinamentos de seu pai e sem deixar que a dor endurecesse seu coração.
No entanto, a paz recém-conquistada em sua nova vida estava prestes a ser ameaçada — uma nova provação surgiria no horizonte, testando, mais uma vez, sua fé e seu caráter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário