Criado
e Escrito por LUCAS GARCIA
CAPÍTULO 03
Cena
01: Biblioteca. Interior. Dia.
ABNER
encontra o livro que tanto ama, “O RETRATO DE DORIAN GRAY”, a capa era
vermelha, ele puxa o livro e fica um vão na prateleira, onde é possível ver o
outro corredor, assim, desvia o olhar para o calhamaço e repara que estava bem
empoeirado e folhas soltas.
ABNER:
- Acredito que não lerei novamente, e além do mais está bem debilitado,
precisam dar mais atenção a esses livros.
ABNER,
decepcionado, decide colocar o livro de volta, no instante que ele olha para a
prateleira, pelo vão, é possível ver ISOLDA
observando-o, sorrindo, ele automaticamente solta o livro que se espatifa no
chão e espalha várias folhas, ABNER
bambeia e simula uma queda, mas segura na prateleira, ela por sua vez, fica
apavorada com a reação.
ISOLDA:
- Moço, calma, vou lhe ajudar!
ISOLDA, apressadamente
contorna o corredor e acode ABNER,
que fica admirado com o semblante da mulher. Ele recupera o fôlego, se
recompõe, pega o livro e as folhas espalhadas, sem dizer uma palavra a ela.
CORTA PARA:
ABNER
e ISOLDA estavam frente a frente,
sentados à mesa da biblioteca. Ele permanecia atônito, ela esboçava estar
confusa.
ABNER:
(admirado) - Então, seu nome é
Isolda, você se mudou para o Vale ontem, certeza que você não nasceu aqui?
ISOLDA:
(aos risos) – Nasci na capital, meu
pai é tecelão, tem uma fábrica, me casei com um antigo gerente desta fábrica, e
compramos um casarão aqui, confesso que estou bem surpresa com a recepção das
pessoas.
ABNER:
- Você já foi interpelada por alguém?
ISOLDA:
(surpresa) - Ontem, hoje – tem um breve espasmo – mas não gostaria
de entrar em detalhes, desculpe se te assustei, não entendi o motivo, mas
passar bem!
ISOLDA
se levanta, ABNER também se levanta
e segura cuidadosamente a mão dela, fitando calorosamente para semblante, que
retribui com um olhar envergonhado.
ABNER:
- Isolda, foi um prazer conhecê-la, me desculpe pelo interrogatório, é que
passou algo pela minha cabeça, mas posso estar enganado. Volte sempre aqui!
ISOLDA
afasta delicadamente sua mão das dele e se retira do local apressada. ABNER, permanece no local, uma lágrima
involuntária desce sensivelmente seu rosto.
Cena 02: Mansão Hans.
Cozinha. Interior. Dia.
MARICOTA
chega apressada, coloca o jornal na mesa, corre na pia lavar o rosto, estava
trêmula, SALAZAR chega logo em
seguida.
SALAZAR:
- Pode me falar o que está acontecendo?
MARICOTA se
recosta na pia, com o rosto molhado, ofegante, encara o motorista.
MARICOTA:
(ofegante) - Se eu contar, é pouco!
nem vendo São Tomé acredita!
SALAZAR:
- Pare de drama mulher, desembuche!
MARICOTA:
(ofegante) – A bruxa está solta, e
está caçando!
SALAZAR:
(rindo) – Deixe de lorota, Maricota!
MARICOTA:
(ofegante) – Eu vi a coisa ruim que
o “seu” Júlio disse, eu vi a desencarnada – treme várias vezes, sentindo arrepios – estava na banca de jornal,
quando a alma penada assoprou, derrubou as folhas e tentou pegar, misericórdia!
SALAZAR:
(rindo) – Deixa de ser maluca, é
coisa da sua cabeça, vive longe!
GARDÊNIA
aparece sorrateiramente na cozinha, os dois empregados se recompõem, ficam
eretos e olhando para o chão.
GARDÊNIA:
(ríspida) - Posso saber o motivo de
tanta balbúrdia? tanto falatório? É possível ouvir o eco pela casa! PAREM, Hans
precisa descansar!
MARICOTA:
- Dona Gardênia, ei de contar algo!
GARDÊNIA:
(ríspida) - Seja o que for, peço que
não fale, faça o almoço, pois Hans não descerá para o café – desvia para o motorista – e você não
tem mais nada a fazer? Ande!
SALAZAR
prontamente se retira do local, enquanto MARICOTA
faz cara de deboche e vira-se, fica de costas para a governanta, simulando
lavar alguma coisa na pia, enquanto GARDÊNIA
pega o jornal que estava sobre a mesa e sai lentamente observando a empregada.
Cena 03: Casarão de
Herculano. Sala de Estar. Interior. Dia
ISOLDA,
abre e fecha a porta numa fração de segundos, ainda pensativa, pois o encontro
com ABNER mexeu com seus sentidos,
parecia não entender a reação do homem.
ISOLDA:
(sussurrando) – Que estranho, ele me
olhou de uma forma tão diferente – coloca
a mão na boca – eu confessei algo tão íntimo, não deveria ter dito aquilo!
Neste
instante, ISOLDA parecia ouvir vozes
dentro de si mesma, repetindo as palavras que proferiu a ABNER:
“
(...) nasci na capital, meu pai é
tecelão, tem uma fábrica, me casei com um antigo gerente desta fábrica, e
compramos um casarão aqui, confesso que estou bem surpresa com a recepção das
pessoas. ”
HERCULANO:
- Isolda, já voltou?
ISOLDA
arregala os olhos ao marido, nota que ele estava observando-a, a sensação de
transe que parecia estar imersa desaparece repentinamente, ela se aproxima do
cônjuge.
ISOLDA:
(disfarçando) – Sim meu amor, foi
muito rápido, depois te conto em miúdos, preciso subir, arranjar aqueles
dormitórios!
ISOLDA
se afastada do marido, HERCULANO
nota algo estranho, decide não questionar e a deixa subir.
LETREIRO:
Capital
CENAS
EXTERNAS
Várias
cenas são transmitidas, de prédios, movimentação massiva de veículos, pessoas
caminhando pelas ruas, pelas calçadas, os carros transitavam. Após a uma
transição de imagem para uma grande estação, a plataforma havia muitas pessoas,
chegando e partindo.
Cena
04: Mansão de Marco Paulo. Sala de Estar. Interior. Dia.
MARCO PAULO
abraçava BERENICE que chorava e
soluçava ao mesmo tempo, ele tira um lenço de seu paletó e limpa o rosto da
filha, ambos observavam os móveis sendo retirados por um grupo de homens,
uniformizados. JOCASTA, desce a
escada com uma pequena mala, aparentava ser apenas seus pertences pessoais, seu
semblante demonstrava muita raiva.
MARCO PAULO:
- Calma minha filhinha, tudo isso vai passar, é apenas uma fase.
Um
homem carregava o abajur e outros dois retiravam um sofá estilo “chesterfild”, JOCASTA fecha violentamente a porta, quando o último homem sai, vai
para o centro da sala de estar que já se encontrava vazia.
JOCASTA:
- Satisfeito Marco Paulo, satisfeito?
MARCO PAULO:
- Jocasta, a Berenice está muito abatida, melhor não conversarmos agora.
JOCASTA:
- Berenice, deixe-nos a sós, vá lamentar-se pela última vez em seu quarto,
jamais verá uma casa tão gloriosa como esta!
BERENICE solta-se
do pai, caminha em direção a escada, e quando ela finalmente some da visão dos
pais, JOCASTA, grita muito alto,
assustando MARCO PAULO.
JOCASTA:
(gritando) - PARVO! Incompetente!
Como você pôde perder tudo que construímos todos esses anos?
MARCO PAULO:
(trêmulo) - Tudo o que construímos?
Não! Tudo o que EU construí por amor a nossa família, você só soube gastar e
gastar, tem uma parcela de culpa em tudo isso!
JOCASTA:
(raivosa) - Não tenho culpa, deixou-se
levar pelas bebedices, entregou a tecelagem para aqueles sócios desgraçados,
você acabou com tudo!
MARCO PAULO:
- Iremos recomeçar Jocasta, não se preocupe, a justiça levou tudo que tínhamos
para pagar nossas dívidas, mas (INTERROMPIDO).
JOCASTA:
- Mas? Você é tão cretino, tão nojento que ainda tem coragem de justificar suas
burrices, eu me recuso a recomeçar ao seu lado! Quero o desquite!
MARCO PAULO:
(firme) - Você não terá o desquite,
o que a sociedade pensará? Principalmente de você, uma mulher devota a família,
ou que pelo menos finge ser.
JOCASTA:
(aos prantos) - Marco Paulo, lave
sua boca imunda ao falar de minha conduta, essa casa só esteve em pé até agora,
graças a minha sabedoria, porém, errei ao confiar em você, um PARVO!
JOCASTA
pega sua mala e vai em direção a porta, MARCO
PAULO tenta segurá-la.
MARCO PAULO:
- Onde pensas que vai?
JOCASTA:
- Irei para qualquer lugar, que não seja um cortiço, uma ponte ou uma vala, que
é o lugar que você, cretino, irá parar!
MARCO PAULO:
- E Berenice? Você deixará sua filha?
JOCASTA:
- Ela é sua filha também, aprenda a fazer o papel que eu fiz todos esses anos!
JOCASTA
solta-se de MARCO PAULO e retira-se
da casa, no mesmo instante, BERENICE
desce a escada aos prantos, abraça firmemente o pai.
MARCO PAULO:
(lacrimejando) – Calma minha menina
– acariciando seu cabelo – irei
mandar um telegrama à Isolda, sua irmã há de nos acudir!
A imagem mostra o local
vazio, apenas o pai e a filha abraçados, desamparados.
CENA 05: Mansão de Hans.
Suíte Mestre. Interior. Tarde.
JÚLIO,
dormia e o suor era evidente em seu corpo, portava apenas com um calção de
linho fino. Ele se contorcia de um lado para outro, a expressão de seu rosto
revela um terrível pesadelo.
CORTA PARA:
JÚLIO
vestia um terno cinza, estava montando em um cavalo de cor marrom, o animal
galopava lentamente por um campo de jasmim, o local era calmo, silencioso. Ao
notar que OLÍVIA se aproximava,
também sobre um cavalo, decide descer e caminhar até ela.
JÚLIO:
(risonho) - Minha amada, você está
esplêndida!
OLÍVIA
usava um vestido lavanda, seu colar e brincos brilhavam. De repente, uma pessoa
trajada com capa vermelha, também sobre um cavalo, com o rosto totalmente
encoberto pela capucha, aproxima-se, JÚLIO
se apavora.
JÚLIO:
(aos berros) – Olívia, CORRAAA!
OLÍVIA
ao perceber a estranha aproximação, tenta puxar as rédeas, porém, a pessoa
misteriosa é ágil, tira uma espada de dentro da capa e desfere um golpe fatal na
cintura daquela.
OLÍVIA
(trêmula) – Por que fizeste isso?
OLÍVIA,
não resiste e cai bruscamente na grama, a pessoa dá o comando ao seu cavalo que
galopa ferozmente pelo campo, enquanto JÚLIO,
corre em direção à mulher, aos prantos.
CORTA PARA:
JÚLIO:
(gritando) – NÃOOOOOO!
JÚLIO se
joga para frente, movimento que o faz permanecer sentado na cama, transpirando
muito. Ele olha para os lados, certificando-se de que estava em seu quarto, num
ímpeto a porta se abre, GARDÊNIA,
entra sem pestanejar.
GARDÊNIA:
(aflita) – Hans, o que aconteceu?
JÚLIO:
(ofegante) – Acredito que foi um
pesadelo – levantando-se e passando a
mão no abdômen – estou bem!
JÚLIO,
mesmo atordoado, observa a governanta segurar o jornal.
JÚLIO:
(ofegante) – Estava à espreita da
porta? – encarando-a – esse jornal
foi o que pedi?
GARDÊNIA:
(constrangida) - Desculpe Hans,
estava prestes a chamá-lo para se alimentar, aproveitei e trouxe.
JÚLIO,
achega-se, pega o jornal, ela desvia o rosto para o chão, na tentativa de não
olhar o corpo suado do patrão.
JÚLIO:
(ofegante) - Ligue para Augusto,
quero que venha rapidamente, precisaremos resolver isso!
GARDÊNIA
balança a cabeça, consentindo-se com a ordem, retirando-se no mesmo instante,
enquanto JÚLIO, senta-se à beira da
cama, folheando o jornal e limpando o suor do rosto.
Cena 06: Escritório de
Donato. Interior. Tarde.
JÚLIO
e AUGUSTO aguardavam ansiosamente a
chegada de DONATO, a sala era
simples, a secretaria observava-os com um olhar desconfiado. A porta da sala do
contador se abre, o homem aparece, todo sorridente.
DONATO:
(sarcástico) - A quem devo a honra
dessa inestimável presença?
JÚLIO:
(irado) - Deixe de conversa Donato –
levantando-se – viemos tratar de
assuntos sérios!
DONATO:
(sarcástico) - Pois não, entrem!
JÚLIO
e AUGUSTO entram na sala, DONATO, piscadela à Secretária que
retribui com um sorriso dissuasivo.
Na
sala do Contador, havia muitos livros, uma pilha de papéis sobre a mesa, uma
máquina de escrever, tubos de tintas, AUGUSTO
reparara no local de ponta a ponta.
DONATO:
- Vejo que estão muito tensos para uma conversa informal, como velhos amigos – tira um charuto da gaveta de sua
escrivaninha e ascende – vamos ao que interessa – dá alguns tragos – digam!
AUGUSTO
tira da maleta o jornal, JÚLIO
pega-o e abre na manchete específica, joga na mesa de DONATO, este por sua vez, observa e entoa uma gargalhada exagerada.
DONATO:
(sarcástico) - Meu caro amigo,
TRISTÃO – duas tragadas – digo,
Hans, quem fez essa matéria realmente estava inspirado, ultimamente não tenho escrito
sequer uma folha aos meus clientes.
JÚLIO:
- Donato, tu és muito desleal, a começar, não me chame de amigos, nunca fomos e
nem seremos, seu caráter sempre provou que não é de confiança!
DONATO:
(exaltado) - Hans? Por qual motivo
está dizendo essas coisas sobre minha humilde pessoa, sempre nos tratamos tão
bem, sem rusgas ou mágoas – arrota –
desculpe, força do hábito – boceja –
enfim, como dizia, não estou entendendo bulhufas, aliás, o que desejam?
AUGUSTO:
(exaltado) – Certo, vamos direito ao
ponto, você pagou o jornal para fazer essa manchete, chamando Hans de tristão e
ainda afirma que ele não tem mais nada!
DONATO:
(sarcástico) - Caro Doutor Augusto,
se me permite dizer algo, sem ofensa à sua honra, penso que muitos anos de
profissão lhe conferiram um notório saber jurídico – dois tragos – modo que chegar aqui, em meu escritório e me apontar
como o mandante de um ato que não cometi, seria calúnia, certo? E outra coisa,
onde está o meu benefício da dúvida? Onde está a evidência de que tenho
participação nisso? Você não está agindo com o decoro que seu ofício exige!
AUGUSTO:
(exaltado) – Alto lá! Você não crie
embaraços à minha conduta ética! O que disse é com base no seu vasto currículo
(INTERROMPIDO).
JÚLIO:
(irritado) - Augusto, deixe! Donato
é uma figura de extenso histórico de difamações e tentativas de limar reputações,
mas ele sabe que comigo isso não acontecerá!
DONATO:
(sarcástico) - Mesmo tantos anos
enclausurado em sua masmorra, você não perde essa mania de superioridade, de
achar que é inatingível, inabalável, TRISTÃO – solta algumas gargalhadas – digo, Hans, não quero estender o
assunto, só afirmo que não tenho ligação com o que publicaram, mesmo achando
que foi apenas algo para chamar sua atenção!
JÚLIO:
(irritado) - Donato, vejo que mesmo
depois de muitos anos sem vê-lo, continua a mesma figura, desprezível e mentiroso!
– levantando-se – me prejudicou
demais em nossa juventude, inventou tramas fantasiosas, tentou até mesmo
conquistar Olívia, felizmente ela tinha pena de você!
DONATO:
(sarcástico) - Hans, deixe o passado
onde está, não vamos lembrar daquela que você tanto ama, Olívia se foi muito
cedo e você não pôde fazer nada!
JÚLIO
se enfurece empurra a pilha de papéis que havia na mesa e tenta avançar para
cima do contador, mas AUGUSTO
intervém, segurando-o.
JÚLIO:
(irado) – Desgraçado! Você não passa
de um aproveitador, um ser em estado avançado de putrefação!
DONATO:
(rindo) - Hans, se acalme foi apenas
um comentário, aliás, você mesmo que tocou no nome dela!
AUGUSTO:
(exaltado) - Hans, vamos embora, não
há mais nada a ser dito, ficou mais que comprovado que ele foi quem pagou pela
manchete!
DONATO:
(estressado) - CALE A BOCA, advogado
de araque!
JÚLIO:
(exaltado) - Só digo mais uma coisa,
me deixe em paz, pare de citar o meu nome nesses jornalecos, senão você e seus
amigos terão o que merecem!
JÚLIO
pega o chapéu abre a porta violentamente e se retira, AUGUSTO pega sua maleta e quando estava de retirada, DONATO grita:
DONATO:
(sarcástico) - Apareça qualquer dia
em meu clube, Doutor! Será muito bem recebido, talvez, tenha muitos casos para
resolver – gargalhadas – lhe espero!
AUGUSTO:
(exaltado) - Nunca colocarei meus
pés naquele lugar imundo!
AUGUSTO
parte em retirada, DONATO permanece
sentado e passa a rir descaradamente, mas pensativo.
Cena 07: Casarão de
Herculano. Interior. Tarde.
Herculano
se preparava para sair, Isolda estava varrendo o tapete da sala.
HERCULANO:
- Isolda, assim como disse pela manhã, sairei, mas tão breve retornarei, por
favor, antes do sol se pôr, prepare nosso jantar.
ISOLDA,
sorri assentindo a ordem do marido, neste instante escutam algumas batidas na
porta.
HERCULANO:
- Quem será? Eu esqueci de fechar o portão lá embaixo?
HERCULANO,
rapidamente aproxima-se da porta, observa pelo olho mágico: um homem de chapéu,
porém de cabeça baixa. Decide abrir.
HERCULANO:
(ríspido) - Pois não, o que gostaria?
DONATO:
(persuasivo) - Meu caro – levantando o rosto – gostaria de
reiterar o meu convite, apareça ao clube qualquer hora do dia!
HERCULANO:
(irritado) – Senhor, você já me fez
o convite, quando tiver um tempo, conhecerei, agora, passar bem!
HERCULANO vai
fechando a porta, mas DONATO segura,
esboçando um sorriso misto de vergonha e raiva.
DONATO:
(irritado) - Nobre, penso que
poderia ser mais cortês! Em nossa vizinhança costumamos tomar um café pela
tarde.
HERCULANO:
(irado) - Não estou com tempo,
quando tiver, convido, agora por favor, retire-se!
DONATO
empurra a porta e entra cambaleando na sala de estar, aproximando-se do sofá,
ele se recompõe, ajusta o terno e encara o olhar enfurecido de HERCULANO.
HERCULANO:
(furioso) - Mas que ousadia é essa?
FORA DAQUI!
DONATO:
(sarcástico) - Você deveria ser mais
gentil comigo, somos praticamente vizinhos e quero ajudá-lo (INTERROMPIDO).
ISOLDA:
(agoniada) – Amor, não se preocupe,
passarei um café, assim conversam com calma!
No
momento que DONATO escuta a voz de ISOLDA, ele se vira, olha no rosto da
mulher e entra num estado de choque.
DONATO:
(grito) – OLÍVIA?
O
contador se derrama no sofá, sem acreditar no que estava vendo, enquanto ISOLDA e HERCULANO ficam atônitos, incompreendidos.
Encerramento