02/04/2025

O Cravo no Jardim de Rosas - Capítulo 03 (02/04/2025)


Criado e Escrito por LUCAS GARCIA

 

CAPÍTULO 03

 

 

Cena 01: Biblioteca. Interior. Dia.

 

ABNER encontra o livro que tanto ama, “O RETRATO DE DORIAN GRAY”, a capa era vermelha, ele puxa o livro e fica um vão na prateleira, onde é possível ver o outro corredor, assim, desvia o olhar para o calhamaço e repara que estava bem empoeirado e folhas soltas.

 

ABNER: - Acredito que não lerei novamente, e além do mais está bem debilitado, precisam dar mais atenção a esses livros.

 

ABNER, decepcionado, decide colocar o livro de volta, no instante que ele olha para a prateleira, pelo vão, é possível ver ISOLDA observando-o, sorrindo, ele automaticamente solta o livro que se espatifa no chão e espalha várias folhas, ABNER bambeia e simula uma queda, mas segura na prateleira, ela por sua vez, fica apavorada com a reação.

ISOLDA: - Moço, calma, vou lhe ajudar!

 

ISOLDA, apressadamente contorna o corredor e acode ABNER, que fica admirado com o semblante da mulher. Ele recupera o fôlego, se recompõe, pega o livro e as folhas espalhadas, sem dizer uma palavra a ela.

 

CORTA PARA:

 

ABNER e ISOLDA estavam frente a frente, sentados à mesa da biblioteca. Ele permanecia atônito, ela esboçava estar confusa.  

 

ABNER: (admirado) - Então, seu nome é Isolda, você se mudou para o Vale ontem, certeza que você não nasceu aqui?

 

ISOLDA: (aos risos) – Nasci na capital, meu pai é tecelão, tem uma fábrica, me casei com um antigo gerente desta fábrica, e compramos um casarão aqui, confesso que estou bem surpresa com a recepção das pessoas.

 

ABNER: - Você já foi interpelada por alguém?

 

ISOLDA: (surpresa) - Ontem, hoje – tem um breve espasmo – mas não gostaria de entrar em detalhes, desculpe se te assustei, não entendi o motivo, mas passar bem!

 

ISOLDA se levanta, ABNER também se levanta e segura cuidadosamente a mão dela, fitando calorosamente para semblante, que retribui com um olhar envergonhado.  

 

ABNER: - Isolda, foi um prazer conhecê-la, me desculpe pelo interrogatório, é que passou algo pela minha cabeça, mas posso estar enganado. Volte sempre aqui!

 

ISOLDA afasta delicadamente sua mão das dele e se retira do local apressada. ABNER, permanece no local, uma lágrima involuntária desce sensivelmente seu rosto.

 

Cena 02: Mansão Hans. Cozinha. Interior. Dia.

 

MARICOTA chega apressada, coloca o jornal na mesa, corre na pia lavar o rosto, estava trêmula, SALAZAR chega logo em seguida.

 

SALAZAR: - Pode me falar o que está acontecendo?

 

MARICOTA se recosta na pia, com o rosto molhado, ofegante, encara o motorista.

 

MARICOTA: (ofegante) - Se eu contar, é pouco! nem vendo São Tomé acredita!

 

SALAZAR: - Pare de drama mulher, desembuche!

 

MARICOTA: (ofegante) – A bruxa está solta, e está caçando!

 

SALAZAR: (rindo) – Deixe de lorota, Maricota!

 

MARICOTA: (ofegante) – Eu vi a coisa ruim que o “seu” Júlio disse, eu vi a desencarnada – treme várias vezes, sentindo arrepios – estava na banca de jornal, quando a alma penada assoprou, derrubou as folhas e tentou pegar, misericórdia!

 

SALAZAR: (rindo) – Deixa de ser maluca, é coisa da sua cabeça, vive longe!

 

GARDÊNIA aparece sorrateiramente na cozinha, os dois empregados se recompõem, ficam eretos e olhando para o chão.

 

GARDÊNIA: (ríspida) - Posso saber o motivo de tanta balbúrdia? tanto falatório? É possível ouvir o eco pela casa! PAREM, Hans precisa descansar!

 

MARICOTA: - Dona Gardênia, ei de contar algo!

 

GARDÊNIA: (ríspida) - Seja o que for, peço que não fale, faça o almoço, pois Hans não descerá para o café – desvia para o motorista – e você não tem mais nada a fazer? Ande!

 

SALAZAR prontamente se retira do local, enquanto MARICOTA faz cara de deboche e vira-se, fica de costas para a governanta, simulando lavar alguma coisa na pia, enquanto GARDÊNIA pega o jornal que estava sobre a mesa e sai lentamente observando a empregada.

 

Cena 03: Casarão de Herculano. Sala de Estar. Interior. Dia

 

ISOLDA, abre e fecha a porta numa fração de segundos, ainda pensativa, pois o encontro com ABNER mexeu com seus sentidos, parecia não entender a reação do homem.

 

ISOLDA: (sussurrando) – Que estranho, ele me olhou de uma forma tão diferente – coloca a mão na boca – eu confessei algo tão íntimo, não deveria ter dito aquilo!

 

Neste instante, ISOLDA parecia ouvir vozes dentro de si mesma, repetindo as palavras que proferiu a ABNER:

 

“ (...) nasci na capital, meu pai é tecelão, tem uma fábrica, me casei com um antigo gerente desta fábrica, e compramos um casarão aqui, confesso que estou bem surpresa com a recepção das pessoas. ”

 

HERCULANO: - Isolda, já voltou?

 

ISOLDA arregala os olhos ao marido, nota que ele estava observando-a, a sensação de transe que parecia estar imersa desaparece repentinamente, ela se aproxima do cônjuge.

 

ISOLDA: (disfarçando) – Sim meu amor, foi muito rápido, depois te conto em miúdos, preciso subir, arranjar aqueles dormitórios!

 

ISOLDA se afastada do marido, HERCULANO nota algo estranho, decide não questionar e a deixa subir.

 

LETREIRO: Capital

 

CENAS EXTERNAS

 

Várias cenas são transmitidas, de prédios, movimentação massiva de veículos, pessoas caminhando pelas ruas, pelas calçadas, os carros transitavam. Após a uma transição de imagem para uma grande estação, a plataforma havia muitas pessoas, chegando e partindo.

 

 

Cena 04: Mansão de Marco Paulo. Sala de Estar. Interior. Dia.

 

 

MARCO PAULO abraçava BERENICE que chorava e soluçava ao mesmo tempo, ele tira um lenço de seu paletó e limpa o rosto da filha, ambos observavam os móveis sendo retirados por um grupo de homens, uniformizados. JOCASTA, desce a escada com uma pequena mala, aparentava ser apenas seus pertences pessoais, seu semblante demonstrava muita raiva.

 

MARCO PAULO: - Calma minha filhinha, tudo isso vai passar, é apenas uma fase.

 

Um homem carregava o abajur e outros dois retiravam um sofá estilo “chesterfild”, JOCASTA fecha violentamente a porta, quando o último homem sai, vai para o centro da sala de estar que já se encontrava vazia.

 

JOCASTA: - Satisfeito Marco Paulo, satisfeito?

 

MARCO PAULO: - Jocasta, a Berenice está muito abatida, melhor não conversarmos agora.

 

JOCASTA: - Berenice, deixe-nos a sós, vá lamentar-se pela última vez em seu quarto, jamais verá uma casa tão gloriosa como esta!

 

BERENICE solta-se do pai, caminha em direção a escada, e quando ela finalmente some da visão dos pais, JOCASTA, grita muito alto, assustando MARCO PAULO.

 

JOCASTA: (gritando) - PARVO! Incompetente! Como você pôde perder tudo que construímos todos esses anos?

 

MARCO PAULO: (trêmulo) - Tudo o que construímos? Não! Tudo o que EU construí por amor a nossa família, você só soube gastar e gastar, tem uma parcela de culpa em tudo isso!

 

JOCASTA: (raivosa) - Não tenho culpa, deixou-se levar pelas bebedices, entregou a tecelagem para aqueles sócios desgraçados, você acabou com tudo!

 

MARCO PAULO: - Iremos recomeçar Jocasta, não se preocupe, a justiça levou tudo que tínhamos para pagar nossas dívidas, mas (INTERROMPIDO).

 

JOCASTA: - Mas? Você é tão cretino, tão nojento que ainda tem coragem de justificar suas burrices, eu me recuso a recomeçar ao seu lado! Quero o desquite!

 

MARCO PAULO: (firme) - Você não terá o desquite, o que a sociedade pensará? Principalmente de você, uma mulher devota a família, ou que pelo menos finge ser.

 

JOCASTA: (aos prantos) - Marco Paulo, lave sua boca imunda ao falar de minha conduta, essa casa só esteve em pé até agora, graças a minha sabedoria, porém, errei ao confiar em você, um PARVO!

 

JOCASTA pega sua mala e vai em direção a porta, MARCO PAULO tenta segurá-la.

 

MARCO PAULO: - Onde pensas que vai?

 

JOCASTA: - Irei para qualquer lugar, que não seja um cortiço, uma ponte ou uma vala, que é o lugar que você, cretino, irá parar!

 

MARCO PAULO: - E Berenice? Você deixará sua filha?

 

JOCASTA: - Ela é sua filha também, aprenda a fazer o papel que eu fiz todos esses anos!

 

JOCASTA solta-se de MARCO PAULO e retira-se da casa, no mesmo instante, BERENICE desce a escada aos prantos, abraça firmemente o pai.

 

MARCO PAULO: (lacrimejando) – Calma minha menina – acariciando seu cabelo – irei mandar um telegrama à Isolda, sua irmã há de nos acudir!

 

A imagem mostra o local vazio, apenas o pai e a filha abraçados, desamparados.

 

 



CENA 05: Mansão de Hans. Suíte Mestre. Interior. Tarde.

 

JÚLIO, dormia e o suor era evidente em seu corpo, portava apenas com um calção de linho fino. Ele se contorcia de um lado para outro, a expressão de seu rosto revela um terrível pesadelo.

 

CORTA PARA:

 

JÚLIO vestia um terno cinza, estava montando em um cavalo de cor marrom, o animal galopava lentamente por um campo de jasmim, o local era calmo, silencioso. Ao notar que OLÍVIA se aproximava, também sobre um cavalo, decide descer e caminhar até ela.

 

JÚLIO: (risonho) - Minha amada, você está esplêndida!

 

OLÍVIA usava um vestido lavanda, seu colar e brincos brilhavam. De repente, uma pessoa trajada com capa vermelha, também sobre um cavalo, com o rosto totalmente encoberto pela capucha, aproxima-se, JÚLIO se apavora.

 

JÚLIO: (aos berros) – Olívia, CORRAAA!

 

OLÍVIA ao perceber a estranha aproximação, tenta puxar as rédeas, porém, a pessoa misteriosa é ágil, tira uma espada de dentro da capa e desfere um golpe fatal na cintura daquela.

 

OLÍVIA (trêmula) – Por que fizeste isso?

 

OLÍVIA, não resiste e cai bruscamente na grama, a pessoa dá o comando ao seu cavalo que galopa ferozmente pelo campo, enquanto JÚLIO, corre em direção à mulher, aos prantos.

 

CORTA PARA:

 

JÚLIO: (gritando) – NÃOOOOOO!

 

JÚLIO se joga para frente, movimento que o faz permanecer sentado na cama, transpirando muito. Ele olha para os lados, certificando-se de que estava em seu quarto, num ímpeto a porta se abre, GARDÊNIA, entra sem pestanejar.

 

GARDÊNIA: (aflita) – Hans, o que aconteceu?

 

JÚLIO: (ofegante) – Acredito que foi um pesadelo – levantando-se e passando a mão no abdômen – estou bem!  

 

JÚLIO, mesmo atordoado, observa a governanta segurar o jornal.

 

JÚLIO: (ofegante) – Estava à espreita da porta? – encarando-a – esse jornal foi o que pedi?

 

GARDÊNIA: (constrangida) - Desculpe Hans, estava prestes a chamá-lo para se alimentar, aproveitei e trouxe.

 

JÚLIO, achega-se, pega o jornal, ela desvia o rosto para o chão, na tentativa de não olhar o corpo suado do patrão.

 

JÚLIO: (ofegante) - Ligue para Augusto, quero que venha rapidamente, precisaremos resolver isso!

 

GARDÊNIA balança a cabeça, consentindo-se com a ordem, retirando-se no mesmo instante, enquanto JÚLIO, senta-se à beira da cama, folheando o jornal e limpando o suor do rosto.

 

Cena 06: Escritório de Donato. Interior. Tarde.

 

JÚLIO e AUGUSTO aguardavam ansiosamente a chegada de DONATO, a sala era simples, a secretaria observava-os com um olhar desconfiado. A porta da sala do contador se abre, o homem aparece, todo sorridente.

 

DONATO: (sarcástico) - A quem devo a honra dessa inestimável presença?

 

JÚLIO: (irado) - Deixe de conversa Donato – levantando-se – viemos tratar de assuntos sérios!

 

DONATO: (sarcástico) - Pois não, entrem!

 

JÚLIO e AUGUSTO entram na sala, DONATO, piscadela à Secretária que retribui com um sorriso dissuasivo.

 

Na sala do Contador, havia muitos livros, uma pilha de papéis sobre a mesa, uma máquina de escrever, tubos de tintas, AUGUSTO reparara no local de ponta a ponta.

 

DONATO: - Vejo que estão muito tensos para uma conversa informal, como velhos amigos – tira um charuto da gaveta de sua escrivaninha e ascende – vamos ao que interessa – dá alguns tragos – digam!

 

AUGUSTO tira da maleta o jornal, JÚLIO pega-o e abre na manchete específica, joga na mesa de DONATO, este por sua vez, observa e entoa uma gargalhada exagerada.

 

DONATO: (sarcástico) - Meu caro amigo, TRISTÃO – duas tragadas – digo, Hans, quem fez essa matéria realmente estava inspirado, ultimamente não tenho escrito sequer uma folha aos meus clientes.

 

JÚLIO: - Donato, tu és muito desleal, a começar, não me chame de amigos, nunca fomos e nem seremos, seu caráter sempre provou que não é de confiança!

 

DONATO: (exaltado) - Hans? Por qual motivo está dizendo essas coisas sobre minha humilde pessoa, sempre nos tratamos tão bem, sem rusgas ou mágoas – arrota – desculpe, força do hábito – boceja – enfim, como dizia, não estou entendendo bulhufas, aliás, o que desejam?

 

AUGUSTO: (exaltado) – Certo, vamos direito ao ponto, você pagou o jornal para fazer essa manchete, chamando Hans de tristão e ainda afirma que ele não tem mais nada!

 

DONATO: (sarcástico) - Caro Doutor Augusto, se me permite dizer algo, sem ofensa à sua honra, penso que muitos anos de profissão lhe conferiram um notório saber jurídico – dois tragos – modo que chegar aqui, em meu escritório e me apontar como o mandante de um ato que não cometi, seria calúnia, certo? E outra coisa, onde está o meu benefício da dúvida? Onde está a evidência de que tenho participação nisso? Você não está agindo com o decoro que seu ofício exige!

 

AUGUSTO: (exaltado) – Alto lá! Você não crie embaraços à minha conduta ética! O que disse é com base no seu vasto currículo (INTERROMPIDO).

 

JÚLIO: (irritado) - Augusto, deixe! Donato é uma figura de extenso histórico de difamações e tentativas de limar reputações, mas ele sabe que comigo isso não acontecerá!

 

DONATO: (sarcástico) - Mesmo tantos anos enclausurado em sua masmorra, você não perde essa mania de superioridade, de achar que é inatingível, inabalável, TRISTÃO – solta algumas gargalhadas – digo, Hans, não quero estender o assunto, só afirmo que não tenho ligação com o que publicaram, mesmo achando que foi apenas algo para chamar sua atenção!

 

JÚLIO: (irritado) - Donato, vejo que mesmo depois de muitos anos sem vê-lo, continua a mesma figura, desprezível e mentiroso! – levantando-se – me prejudicou demais em nossa juventude, inventou tramas fantasiosas, tentou até mesmo conquistar Olívia, felizmente ela tinha pena de você!

 

DONATO: (sarcástico) - Hans, deixe o passado onde está, não vamos lembrar daquela que você tanto ama, Olívia se foi muito cedo e você não pôde fazer nada!

 

JÚLIO se enfurece empurra a pilha de papéis que havia na mesa e tenta avançar para cima do contador, mas AUGUSTO intervém, segurando-o.

 

JÚLIO: (irado) – Desgraçado! Você não passa de um aproveitador, um ser em estado avançado de putrefação!

 

DONATO: (rindo) - Hans, se acalme foi apenas um comentário, aliás, você mesmo que tocou no nome dela!

 

AUGUSTO: (exaltado) - Hans, vamos embora, não há mais nada a ser dito, ficou mais que comprovado que ele foi quem pagou pela manchete!

 

DONATO: (estressado) - CALE A BOCA, advogado de araque!

 

JÚLIO: (exaltado) - Só digo mais uma coisa, me deixe em paz, pare de citar o meu nome nesses jornalecos, senão você e seus amigos terão o que merecem!

 

JÚLIO pega o chapéu abre a porta violentamente e se retira, AUGUSTO pega sua maleta e quando estava de retirada, DONATO grita:

 

DONATO: (sarcástico) - Apareça qualquer dia em meu clube, Doutor! Será muito bem recebido, talvez, tenha muitos casos para resolver – gargalhadas – lhe espero!

 

AUGUSTO: (exaltado) - Nunca colocarei meus pés naquele lugar imundo!

 

AUGUSTO parte em retirada, DONATO permanece sentado e passa a rir descaradamente, mas pensativo.

 

Cena 07: Casarão de Herculano. Interior. Tarde.

 

Herculano se preparava para sair, Isolda estava varrendo o tapete da sala.

 

HERCULANO: - Isolda, assim como disse pela manhã, sairei, mas tão breve retornarei, por favor, antes do sol se pôr, prepare nosso jantar.

 

ISOLDA, sorri assentindo a ordem do marido, neste instante escutam algumas batidas na porta.

 

HERCULANO: - Quem será? Eu esqueci de fechar o portão lá embaixo?

 

HERCULANO, rapidamente aproxima-se da porta, observa pelo olho mágico: um homem de chapéu, porém de cabeça baixa. Decide abrir.

 

HERCULANO: (ríspido) - Pois não, o que gostaria?

 

DONATO: (persuasivo) - Meu caro – levantando o rosto – gostaria de reiterar o meu convite, apareça ao clube qualquer hora do dia!

 

HERCULANO: (irritado) – Senhor, você já me fez o convite, quando tiver um tempo, conhecerei, agora, passar bem!

 

HERCULANO vai fechando a porta, mas DONATO segura, esboçando um sorriso misto de vergonha e raiva.

 

DONATO: (irritado) - Nobre, penso que poderia ser mais cortês! Em nossa vizinhança costumamos tomar um café pela tarde.

 

HERCULANO: (irado) - Não estou com tempo, quando tiver, convido, agora por favor, retire-se!

 

DONATO empurra a porta e entra cambaleando na sala de estar, aproximando-se do sofá, ele se recompõe, ajusta o terno e encara o olhar enfurecido de HERCULANO.

 

HERCULANO: (furioso) - Mas que ousadia é essa? FORA DAQUI!

 

DONATO: (sarcástico) - Você deveria ser mais gentil comigo, somos praticamente vizinhos e quero ajudá-lo (INTERROMPIDO).

 

ISOLDA: (agoniada) – Amor, não se preocupe, passarei um café, assim conversam com calma!

 

No momento que DONATO escuta a voz de ISOLDA, ele se vira, olha no rosto da mulher e entra num estado de choque.

 

DONATO: (grito) – OLÍVIA?

 

O contador se derrama no sofá, sem acreditar no que estava vendo, enquanto ISOLDA e HERCULANO ficam atônitos, incompreendidos.

 

Encerramento




 

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