Criado
e Escrito por LUCAS GARCIA
CAPÍTULO 18
CENA 01: Rua. Exterior.
Noite.
SONOPLASTIA: Tenso
Stereoflute (Mu Carvalho) – Instrumental
A procissão
continua por mais algumas ruas, as tochas brilhavam sobre os olhos de JÚLIO,
que estava em frente a sua mansão, várias pessoas passavam por ele, que estava
prudentemente atento, esforçando-se para enxergar se realmente O CORVO
estaria ali no meio.
JÚLIO: (nervoso)
– Se você realmente existe, tenho certeza que aparecerá, descobrirei quem anda
fazendo essas brincadeiras de mal gosto!
Então, JÚLIO,
acompanha a procissão, num dado momento, o homem, observa ABNER, tenta
segui-lo, mas em meio à multidão, acaba o perdendo de vista e ao tentar
atravessar a rua, esbarra em um Farricoco, que acidentalmente deixa sua tocha
cair, ele desaba ao chão, algumas pessoas se afastam, criando-se uma pequena
lacuna na caminhada.
De repente, O
CORVO, aparece, pega a tocha e aponta em direção a JÚLIO, que estava
estirado ao chão, com um semblante de desespero.
ABNER: (aos
berros) – Afasta-se!
ABNER, empurra O CORVO, que deixa a tocha cair e bambaleia pela rua, o
homem corre acudir JÚLIO.
ABNER: (desesperado)
– Hans, está tudo bem?
JÚLIO: (assustado) –
Está, mas não podemos deixar ele fugir!
ABNER e JÚLIO, olham para os arredores e não enxergam mais a figura
sinistra, o Farricoco pega a tocha e a caminhada prossegue, os dois se deslocam
para a calçada.
CENA 02: Mansão de
Hans. Sala de Estar. Interior. Noite.
JÚLIO e ABNER estavam sentados, MARICOTA serve um copo d´água
para ambos e logo e se retira.
JÚLIO: - Abner,
agradeço imensamente por ter me ajudada, se não foste sua presença, poderia ser
cruelmente queimado por aquele ser!
ABNER: - Hans,
você está em perigo!
JÚLIO: - Estou
começando a acreditar que não se trata pura e simplesmente de uma brincadeira,
é uma ameaçada real, verídica.
ABNER: - Logo após
sua saída da floricultura, vi que rasgou uma carta e jogou no chão, eu peguei,
juntei os pedaços e coloquei em uma folha, decide vir esta noite à procissão!
Essa pessoa quer me prejudicar e quer tirar a sua paz!
JÚLIO: - Não
podemos deixar isso acontecer! – respira fundo – diante de tudo isso
Abner, aceite minha proposta, deixe que eu lhe ajudo, contratarei Augusto para
lhe defender, e provar sua inocência de uma vez por todas.
ABNER, abaixa a cabeça, esboça um semblante de tristeza.
ABNER: - Hans, é
complicado, pois há anos venho sendo acusado disso, e até o momento nada da
investigação sobre Olívia andou, isso me angustia profundamente, eu ainda vou
pensar em sua proposta.
JÚLIO: - Pense meu
amigo, pense!
Os dois se
encaram e JÚLIO esboça um sorriso esperançoso.
CENA 03: Casa de
Augusto. Interior. Noite.
AUGUSTO, abre a porta, retira o paletó, coloca no
sofá, caminha em direção ao corredor, coloca o ouvido na porta e nota que CLARA
estava silenciosa. Prontamente, destranca a porta e abre, nota que a esposa
dormia, sublime, aproxima-se, ajoelha na beirada da cama.
AUGUSTO: (emocionado)
– Meu bem, você é tudo que tenho, tudo que preciso, sempre estarei ao seu lado,
quero vê-la em dias melhores!
AUGUSTO, retira do bolso, alguns comprimidos, coloca encima
do gabinete de madeira e se retira do quarto, deixando a porta aberta.
CENA 04: Casa de Donato.
Interior. Noite.
DONATO, adentra o imóvel, segurava uma capa, logo
nota que YOLANDA estava sentada no sofá, exausta.
DONATO: - Foste a
guerra? Está com essa cara – tira um charuto do paletó – está tudo bem?
YOLANDA: -
Honestamente Donato, você vai para o clube e eu tenho que ficar nesta casa,
como se fosse uma empregada, quero voltar aos meus serviços, voltar a ajudar as
meninas! Não fui criada para ser dona de casa!
DONATO: (sarcástico)
– Não mesmo, suas qualificações são outras... enfim, tomarei meu banho e tão
breve jantarei.
DONATO, caminha em direção a outro cômodo, deixando
a mulher inconformada.
CENA 05: Mansão de Hans.
Quarto de Gardênia. Interior. Noite.
GARDÊNIA, tranca a porta, tira as luvas e guarda em
uma caixa.
GARDÊNIA: (sussurrando)
– A procissão foi inesquecível, que saudade que estava de participar de um
evento como este!
GARDÊNIA, apresenta-se perante o escolhe, encara a si
mesma.
GARDÊNIA: - Agora
posso descansar, fiz o que me cabia!
A mulher
caminha em direção ao banheiro que estava anexo ao quarto e tranca porta,
deixando o som emergir por todo ambiente.
CENA 06: Casarão de
Herculano. Interior. Noite.
JOCASTA e BERENICE entram, a moça retira o véu
e sobe, enquanto, a mulher, permanece com o véu e senta-se no sofá.
JOCASTA: (sussurrando)
– Exausta estou, não imaginava que essa procissão caminharia tantas ruas, mal
recordava que esses eventos eram tão longínquos.
JOCASTA, retira o véu, ISOLDA repentinamente
aparece, as duas se encaram, frias.
ISOLDA: (incisiva)
– Jocasta, acredito que é o momento de conversarmos, desde que o
desentendimento entre eu e Herculano começou, não colocamos a limpo nossa
última discussão.
JOCASTA: (irritada)
– Não tenho nada a dizer, vossa pessoa escolheu o seu lado!
ISOLDA: (incisiva)
– Escolhi meu lado? – respira fundo – escolhi a verdade, e por ela
lutarei até o fim, só quero deixar o clima dessa casa harmonioso.
JOCASTA: (irritada)
– Se depender de suas mentiras e de seu marido, isso nunca vai acontecer!
ISOLDA: (incisiva)
– Quanto ao meu marido, isso eu cuido – aproximando-se – quanto a você,
peço que não se intrometa mais nos assuntos que diz respeito ao meu casamento,
o que fazemos de nossa vida pessoal não lhe diz respeito, e sobre as suas
suspeitas, colocaremos tudo isso em pratos limpos.
JOCASTA, num súbito levanta-se do sofá e fica frente
a frente com a mulher.
JOCASTA: (irritada)
– Isso é o que veremos!
ISOLDA: (incisiva)
– Aguarde! Mas, tome cuidado com sua língua, pode engasgar!
JOCASTA, arregala os olhos para a enteada que sobe a
escada.
CENA 07: Casarão de
Herculano. Quarto de Herculano. Interior. Noite.
Já era
madrugada, HERCULANO e ISOLDA dormiam.
De repente a
porta se abre vagarosamente, alguns passos são ouvidos pelo assoalho, JOCASTA,
adentrava com um semblante maquiavélico, com uma agulha e um rolo de linho
fino.
JOCASTA: (sussurrando)
– Se mentiras continuar a dizer, sem língua a deixarei, assim como me
ameaçastes, contigo farei!
JOCASTA, abruptamente, aproxima-se de ISOLDA e
ameaça costurar a boca dela, mas a mulher acorda no mesmo instante, constata
que a madrasta estava prestes a agredi-la, e berra.
ISOLDA: (gritando)
– SOCORROOOO!
ISOLDA, empurra JOCASTA, que bate a cabeça na
quina da escrivaninha.
Encerramento


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