19/04/2025

O Cravo no Jardim de Rosas - Capítulo 18 (19/04/2025)

 




Criado e Escrito por LUCAS GARCIA

 

CAPÍTULO 18

 

CENA 01: Rua. Exterior. Noite.

 

SONOPLASTIA: Tenso Stereoflute (Mu Carvalho) – Instrumental

 

A procissão continua por mais algumas ruas, as tochas brilhavam sobre os olhos de JÚLIO, que estava em frente a sua mansão, várias pessoas passavam por ele, que estava prudentemente atento, esforçando-se para enxergar se realmente O CORVO estaria ali no meio.

 

JÚLIO: (nervoso) – Se você realmente existe, tenho certeza que aparecerá, descobrirei quem anda fazendo essas brincadeiras de mal gosto!

 

 

Então, JÚLIO, acompanha a procissão, num dado momento, o homem, observa ABNER, tenta segui-lo, mas em meio à multidão, acaba o perdendo de vista e ao tentar atravessar a rua, esbarra em um Farricoco, que acidentalmente deixa sua tocha cair, ele desaba ao chão, algumas pessoas se afastam, criando-se uma pequena lacuna na caminhada.

 

De repente, O CORVO, aparece, pega a tocha e aponta em direção a JÚLIO, que estava estirado ao chão, com um semblante de desespero.

 

 

ABNER: (aos berros) – Afasta-se!

 

 

ABNER, empurra O CORVO, que deixa a tocha cair e bambaleia pela rua, o homem corre acudir JÚLIO.

 

 

ABNER: (desesperado) – Hans, está tudo bem?

 

 

JÚLIO: (assustado) – Está, mas não podemos deixar ele fugir!

 

 

ABNER e JÚLIO, olham para os arredores e não enxergam mais a figura sinistra, o Farricoco pega a tocha e a caminhada prossegue, os dois se deslocam para a calçada.

 

 

CENA 02: Mansão de Hans. Sala de Estar. Interior. Noite.

 

 

JÚLIO e ABNER estavam sentados, MARICOTA serve um copo d´água para ambos e logo e se retira.

 

 

JÚLIO: - Abner, agradeço imensamente por ter me ajudada, se não foste sua presença, poderia ser cruelmente queimado por aquele ser!

 

ABNER: - Hans, você está em perigo!

 

 

JÚLIO: - Estou começando a acreditar que não se trata pura e simplesmente de uma brincadeira, é uma ameaçada real, verídica.

 

 

ABNER: - Logo após sua saída da floricultura, vi que rasgou uma carta e jogou no chão, eu peguei, juntei os pedaços e coloquei em uma folha, decide vir esta noite à procissão! Essa pessoa quer me prejudicar e quer tirar a sua paz!

 

 

JÚLIO: - Não podemos deixar isso acontecer! – respira fundo – diante de tudo isso Abner, aceite minha proposta, deixe que eu lhe ajudo, contratarei Augusto para lhe defender, e provar sua inocência de uma vez por todas.

 

 

ABNER, abaixa a cabeça, esboça um semblante de tristeza.

 

 

ABNER: - Hans, é complicado, pois há anos venho sendo acusado disso, e até o momento nada da investigação sobre Olívia andou, isso me angustia profundamente, eu ainda vou pensar em sua proposta.

 

 

JÚLIO: - Pense meu amigo, pense!

 

 

Os dois se encaram e JÚLIO esboça um sorriso esperançoso.

 

 

 


 

 

CENA 03: Casa de Augusto. Interior. Noite.

 

AUGUSTO, abre a porta, retira o paletó, coloca no sofá, caminha em direção ao corredor, coloca o ouvido na porta e nota que CLARA estava silenciosa. Prontamente, destranca a porta e abre, nota que a esposa dormia, sublime, aproxima-se, ajoelha na beirada da cama.

 

 

AUGUSTO: (emocionado) – Meu bem, você é tudo que tenho, tudo que preciso, sempre estarei ao seu lado, quero vê-la em dias melhores!

 

 

AUGUSTO, retira do bolso, alguns comprimidos, coloca encima do gabinete de madeira e se retira do quarto, deixando a porta aberta.

 

 

CENA 04: Casa de Donato. Interior. Noite.

 

 

DONATO, adentra o imóvel, segurava uma capa, logo nota que YOLANDA estava sentada no sofá, exausta.

 

DONATO: - Foste a guerra? Está com essa cara – tira um charuto do paletó – está tudo bem?

 

 

YOLANDA: - Honestamente Donato, você vai para o clube e eu tenho que ficar nesta casa, como se fosse uma empregada, quero voltar aos meus serviços, voltar a ajudar as meninas! Não fui criada para ser dona de casa!

 

 

DONATO: (sarcástico) – Não mesmo, suas qualificações são outras... enfim, tomarei meu banho e tão breve jantarei.

 

 

DONATO, caminha em direção a outro cômodo, deixando a mulher inconformada.

 

 

 

CENA 05: Mansão de Hans. Quarto de Gardênia. Interior. Noite.

 

 

GARDÊNIA, tranca a porta, tira as luvas e guarda em uma caixa.

 

 

GARDÊNIA: (sussurrando) – A procissão foi inesquecível, que saudade que estava de participar de um evento como este!

 

 

GARDÊNIA, apresenta-se perante o escolhe, encara a si mesma.

 

 

GARDÊNIA: - Agora posso descansar, fiz o que me cabia!

 

A mulher caminha em direção ao banheiro que estava anexo ao quarto e tranca porta, deixando o som emergir por todo ambiente.

 

 

CENA 06: Casarão de Herculano. Interior. Noite.

 

 

JOCASTA e BERENICE entram, a moça retira o véu e sobe, enquanto, a mulher, permanece com o véu e senta-se no sofá.

 

 

JOCASTA: (sussurrando) – Exausta estou, não imaginava que essa procissão caminharia tantas ruas, mal recordava que esses eventos eram tão longínquos.

 

 

JOCASTA, retira o véu, ISOLDA repentinamente aparece, as duas se encaram, frias.

 

 

ISOLDA: (incisiva) – Jocasta, acredito que é o momento de conversarmos, desde que o desentendimento entre eu e Herculano começou, não colocamos a limpo nossa última discussão.

 

 

JOCASTA: (irritada) – Não tenho nada a dizer, vossa pessoa escolheu o seu lado!

 

 

ISOLDA: (incisiva) – Escolhi meu lado? – respira fundo – escolhi a verdade, e por ela lutarei até o fim, só quero deixar o clima dessa casa harmonioso.

 

 

JOCASTA: (irritada) – Se depender de suas mentiras e de seu marido, isso nunca vai acontecer!

 

 

ISOLDA: (incisiva) – Quanto ao meu marido, isso eu cuido – aproximando-se – quanto a você, peço que não se intrometa mais nos assuntos que diz respeito ao meu casamento, o que fazemos de nossa vida pessoal não lhe diz respeito, e sobre as suas suspeitas, colocaremos tudo isso em pratos limpos.

 

 

JOCASTA, num súbito levanta-se do sofá e fica frente a frente com a mulher.

 

 

JOCASTA: (irritada) – Isso é o que veremos!

 

 

ISOLDA: (incisiva) – Aguarde! Mas, tome cuidado com sua língua, pode engasgar!

 

 

JOCASTA, arregala os olhos para a enteada que sobe a escada.

 

 

CENA 07: Casarão de Herculano. Quarto de Herculano. Interior. Noite.

 

 

Já era madrugada, HERCULANO e ISOLDA dormiam.

 

De repente a porta se abre vagarosamente, alguns passos são ouvidos pelo assoalho, JOCASTA, adentrava com um semblante maquiavélico, com uma agulha e um rolo de linho fino.

 

 

JOCASTA: (sussurrando) – Se mentiras continuar a dizer, sem língua a deixarei, assim como me ameaçastes, contigo farei!

 

JOCASTA, abruptamente, aproxima-se de ISOLDA e ameaça costurar a boca dela, mas a mulher acorda no mesmo instante, constata que a madrasta estava prestes a agredi-la, e berra.

 

 

ISOLDA: (gritando) – SOCORROOOO!

 

 

ISOLDA, empurra JOCASTA, que bate a cabeça na quina da escrivaninha.

 

 

Encerramento


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