23/04/2025

O Cravo no Jardim de Rosas - Capitulo 21 (23/04/2025)

 



Criado e Escrito por LUCAS GARCIA

 

CAPÍTULO 21

 

Cena 01: Mansão de Hans. Sala de Estar. Interior. Manhã.

 

JÚLIO, não se contenta, senta no sofá, tira a rosa da caixa, lê atentamente a carta, para si e para os demais que estavam na sala.

 

JÚLIO: (lendo) – Se preparo, dentro de poucos dias lhe darei novas pistas – amassa o papel – desgraçado, vou acabar com ele!

 

ABNER: - Hans, precisamos descobrir logo, quem é essa pessoa, está tirando sua paz!

 

JÚLIO: - Pois, fique tranquilo meu caro, tão breve acabaremos com a raça dessa pessoa!

 

ABNER: (assustado) – Você desconfia de alguém?

 

JÚLIO: (incisivo) – Eu tenho desconfiança, mas quero ter certeza de tudo!   

 

ISOLDA, olha para todos, inquieta, encarando fixamente o quadro, ainda.

 

ISOLDA: (assustada) – Me desculpem, eu não estou entendendo o que está acontecendo... mas, poderiam me esclarecer sobre esse quadro?

 

ABNER, aproxima-se dela, e sorri envergonhado.

 

ABNER: - Isolda, é uma história longa, e...(INTERROMPIDO).

 

JÚLIO: (incisivo) – Não Abner, estamos falando, falando, e acredito que ela está confusa com tudo isso, acredito que é hora de falar, contar de uma vez, assim, matamos todas as dúvidas.

 

ABNER, engole seco aquelas palavras, enquanto, ISOLDA, mostra-se disposta em ouvir, GARDÊNIA observa a tensão aumentar sobre a sala.

 

 

CENA 02: Rua. Exterior. Manhã.

 

DONATO e HERCULANO, caminhavam pela rua, há alguns metros, param em frente a um carro.

 

DONATO: (articuloso) – Como forma de que o contrato firmado é um trato pelo fio do bigode, um negócio com base na hombridade, lhe entrego esse carro, no qual poderá ficar até que comigo trabalhe!

 

HERCULANO, repara o veículo em belo estado de conservação.

 

 

DONATO: - É a prova de que podes confiar plenamente em mim, e que confiarei plenamente em você!

 

Os olhos de HERCULANO brilham instantaneamente.

 

DONATO: - E então, gostou – estende a mão, com a chave – pegue, é seu!

 

HERCULANO, sem pestanejar, pega a chave, entra no veículo, liga e saí imensamente feliz pela rua, deixando DONATO, com um semblante de satisfação, como se a vontade dele estivesse sendo realizada.

 

 

Cena 03: Rua. Exterior. Manhã.

 

 

HERCULANO, sorria ardilosamente, dirigia o veículo como se fosse seu, como se fosse um troféu que acabara de receber.

 

HERCULANO: - Agora, eu provarei a família de Isolda que sou um homem de palavra e afastarei todas as desconfianças!

 

HERCULANO, expressa algumas gargalhadas contidas, com misto de nervosismo, repentinamente, ao virar pela rua onde estava seu casarão, nota JOCASTA e BERENICE, andando pela calçada, as duas estavam com o véu.

 

HERCULANO, pisa no acelerador, chega até a frente do casarão primeiro, desce do carro e aguarda-as ali, com um semblante de afronte. JOCASTA, ao se aproximar, fica embasbacada com o carro, as duas paralisam em frente ao homem.

 

JOCASTA: (êxtase) – Mas, de onde tiraste esse carro? Não sabia que você e Isolda haviam comprado um veículo?

 

HERCULANO: (sarcástico) – Tire o véu Jocasta, tire, assim conseguirá enxergar melhor essa belezinha, inclusive, estávamos aguardando a concessionária liberar o veículo.

 

JOCASTA: (desconfiada) – Vocês não contaram que iriam comprar um carro!

 

HERCULANO: (sarcástico) – Boba, muito boba! Quem disse que iríamos? Esse carro é fruto de muito trabalho, planejamento e equilíbrio financeiro, coisa que você e seu marido nunca tiveram!

 

JOCASTA, cutuca BERENICE.

 

JOCASTA: (nervosa) – Ande Berenice, suba, terei uma conversa com Herculano.

 

BERENICE, caminha em direção à escadaria do casarão, HERCULANO, sem hesitar, segue-a, mas antes, vira-se para a adversária.

 

HERCULANO: - Não Jocasta, não temos mais nada para conversar, está vendo com os próprios olhos tudo que eu e Isolda temos conquistado.

 

O homem também sobe a escadaria, deixando JOCASTA irritada, que não tirara os olhos do carro, ao mesmo tempo que desviava os olhos do casarão.

 

JOCASTA: - Cretino! Vou acabar com você, tenho certeza que essas finanças não existem, usurpador!

 

JOCASTA, tira o véu, maquiavelicamente, pega uma pedra pontiaguda que havia no canto da calçada e risca agressivamente a lataria do veículo, subindo ao casarão, logo em seguida.

 


 

 

CENA 04: Casarão de Herculano. Sala de Estar. Interior. Manhã.

 

HERCULANO, desce a escada às pressas, MARCO PAULO estava em pé de prontidão.

 

MARCO PAULO: - Herculano, já lhe disse, Isolda me informou que tão logo retornaria.

 

HERCULANO: (irritado) – Mas, ela nada me informou!

 

JOCASTA, adentra o casarão, esbravejando.

 

JOCASTA: - Isolda, Isolda... que chatice, toda hora o mesmo assunto! Qualquer hora ela desaparecerá e não sobrará farelos para contar!

 

MARCO PAULO: - Vire essa boca para lá Jocasta, Deus me livre!

 

HERCULANO, ignora as falas e caminha em direção à cozinha, enquanto JOCASTA, sobe a escada e MARCO PAULO, permanece igual uma estátua sem função, ali na sala.

 

CENA 05: Mansão de Hans. Sala de estar. Interior. Manhã.

 

ISOLDA, senta-se no sofá, ao lado de ABNER, enquanto JÚLIO, ajeita-se na poltrona, todos pareciam desconfortáveis com a situação, parecia algo que ninguém gostaria de enfrentar. GARDÊNIA, por sua vez, respirava alto, encarando a mulher que estava entre os homens.

 

 

JÚLIO: (temeroso) – Isolda, irei direto ao ponto! Aquele quadro – apontando para a pintura, na parede – é um retrato realista, de Olívia, minha esposa, ela foi assassinada a pouco mais de cinco anos, até hoje não sabemos quem cometeu tamanha atrocidade – respira fundo – mas, a grande surpresa é que vossa pessoa é genuinamente parecida com ela, e isso tem nos surpreendido muito! Espero que não fique assustada com tudo que falamos até aqui.

 

 

ISOLDA, esboça um semblante de surpresa, porém, não de espanto, pois diante das inúmeras situações que passara desde que chegara na cidade, aquela revelação parecia-lhe mais dedutiva.

 

 

ISOLDA: (contida) – Meus pêsames, agora entendo, o motivo do estando de todos, de Abner – coloca as mãos no ombro dele – que inclusive, se ela era a esposa do senhor, o que ela era sua – encarando Abner – se não for ser invasiva.

 

ABNER, encara JÚLIO, os dois trocam olhares sérios, secos, o primeiro responde.

 

ABNER: (entristecido) – Era minha irmã!

 

ISOLDA, toma como espanto aquela novidade, coloca as mãos nos lábios.

 

ISOLDA: (chocada) – Então, Olívia, era casada com o senhor Júlio, e era a sua irmã, então, basicamente vocês são uma família?

 

GARDÊNIA, tosse forçosamente e desvia o olhar para distante de todos, logo JÚLIO expressa.

 

JÚLIO: - Praticamente, Abner é uma pessoa de extrema confiança que trabalha para mim na floricultura – suspira – que inclusive foi lá, onde Olívia foi assassinada!

 

ISOLDA, levanta do sofá, desesperada.

 

ISOLDA: (assustada) – O que? A sua esposa que se parece comigo, foi morta lá?

 

JÚLIO: Sim, dentro da estufa!

 

ISOLDA, estremece, aflita desvia-se para ABNER, que tenta esconder o nervosismo.

 

 

ISOLDA: (aflita) – Abner, você nunca me contou isso, se eu soubesse, jamais colocaria os meus pés naquele lugar!

 

 

Os olhos de ISOLDA, passam a lacrimejar, ABNER tapa o rosto com as duas mãos, como sinal de vergonha, enquanto, JÚLIO, permanece no mais puro silêncio, tentando dominar a situação que acabara de se instaurar no local.

 

 

Encerramento


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