Criado
e Escrito por LUCAS GARCIA
CAPÍTULO 21
Cena 01: Mansão de Hans.
Sala de Estar. Interior. Manhã.
JÚLIO,
não se contenta, senta no sofá, tira a rosa da caixa, lê atentamente a carta,
para si e para os demais que estavam na sala.
JÚLIO:
(lendo) – Se preparo, dentro de
poucos dias lhe darei novas pistas – amassa
o papel – desgraçado, vou acabar com ele!
ABNER:
- Hans, precisamos descobrir logo, quem é essa pessoa, está tirando sua paz!
JÚLIO:
- Pois, fique tranquilo meu caro, tão breve acabaremos com a raça dessa pessoa!
ABNER:
(assustado) – Você desconfia de
alguém?
JÚLIO:
(incisivo) – Eu tenho desconfiança,
mas quero ter certeza de tudo!
ISOLDA,
olha para todos, inquieta, encarando fixamente o quadro, ainda.
ISOLDA:
(assustada) – Me desculpem, eu não
estou entendendo o que está acontecendo... mas, poderiam me esclarecer sobre
esse quadro?
ABNER,
aproxima-se dela, e sorri envergonhado.
ABNER:
- Isolda, é uma história longa, e...(INTERROMPIDO).
JÚLIO:
(incisivo) – Não Abner, estamos
falando, falando, e acredito que ela está confusa com tudo isso, acredito que é
hora de falar, contar de uma vez, assim, matamos todas as dúvidas.
ABNER,
engole seco aquelas palavras, enquanto, ISOLDA,
mostra-se disposta em ouvir, GARDÊNIA
observa a tensão aumentar sobre a sala.
CENA 02: Rua. Exterior.
Manhã.
DONATO
e HERCULANO, caminhavam pela rua, há
alguns metros, param em frente a um carro.
DONATO:
(articuloso) – Como forma de que o
contrato firmado é um trato pelo fio do bigode, um negócio com base na hombridade,
lhe entrego esse carro, no qual poderá ficar até que comigo trabalhe!
HERCULANO,
repara o veículo em belo estado de conservação.
DONATO:
- É a prova de que podes confiar plenamente em mim, e que confiarei plenamente
em você!
Os
olhos de HERCULANO brilham
instantaneamente.
DONATO:
- E então, gostou – estende a mão, com a
chave – pegue, é seu!
HERCULANO,
sem pestanejar, pega a chave, entra no veículo, liga e saí imensamente feliz
pela rua, deixando DONATO, com um
semblante de satisfação, como se a vontade dele estivesse sendo realizada.
Cena 03: Rua. Exterior.
Manhã.
HERCULANO,
sorria ardilosamente, dirigia o veículo como se fosse seu, como se fosse um
troféu que acabara de receber.
HERCULANO:
- Agora, eu provarei a família de Isolda que sou um homem de palavra e
afastarei todas as desconfianças!
HERCULANO,
expressa algumas gargalhadas contidas, com misto de nervosismo, repentinamente,
ao virar pela rua onde estava seu casarão, nota JOCASTA e BERENICE,
andando pela calçada, as duas estavam com o véu.
HERCULANO,
pisa no acelerador, chega até a frente do casarão primeiro, desce do carro e
aguarda-as ali, com um semblante de afronte. JOCASTA, ao se aproximar, fica embasbacada com o carro, as duas
paralisam em frente ao homem.
JOCASTA:
(êxtase) – Mas, de onde tiraste esse
carro? Não sabia que você e Isolda haviam comprado um veículo?
HERCULANO:
(sarcástico) – Tire o véu Jocasta,
tire, assim conseguirá enxergar melhor essa belezinha, inclusive, estávamos
aguardando a concessionária liberar o veículo.
JOCASTA:
(desconfiada) – Vocês não contaram
que iriam comprar um carro!
HERCULANO:
(sarcástico) – Boba, muito boba!
Quem disse que iríamos? Esse carro é fruto de muito trabalho, planejamento e
equilíbrio financeiro, coisa que você e seu marido nunca tiveram!
JOCASTA,
cutuca BERENICE.
JOCASTA:
(nervosa) – Ande Berenice, suba,
terei uma conversa com Herculano.
BERENICE,
caminha em direção à escadaria do casarão, HERCULANO,
sem hesitar, segue-a, mas antes, vira-se para a adversária.
HERCULANO:
- Não Jocasta, não temos mais nada para conversar, está vendo com os próprios
olhos tudo que eu e Isolda temos conquistado.
O
homem também sobe a escadaria, deixando JOCASTA
irritada, que não tirara os olhos do carro, ao mesmo tempo que desviava os
olhos do casarão.
JOCASTA:
- Cretino! Vou acabar com você, tenho certeza que essas finanças não existem,
usurpador!
JOCASTA,
tira o véu, maquiavelicamente, pega uma pedra pontiaguda que havia no canto da
calçada e risca agressivamente a lataria do veículo, subindo ao casarão, logo
em seguida.
CENA 04: Casarão de Herculano. Sala de
Estar. Interior. Manhã.
HERCULANO, desce a
escada às pressas, MARCO PAULO estava em pé de prontidão.
MARCO PAULO: - Herculano, já lhe disse, Isolda me informou que tão logo
retornaria.
HERCULANO: (irritado)
– Mas, ela nada me informou!
JOCASTA, adentra o
casarão, esbravejando.
JOCASTA: - Isolda, Isolda... que chatice, toda hora o
mesmo assunto! Qualquer hora ela desaparecerá e não sobrará farelos para
contar!
MARCO PAULO: - Vire essa boca para lá Jocasta, Deus me
livre!
HERCULANO, ignora as
falas e caminha em direção à cozinha, enquanto JOCASTA, sobe a escada e MARCO
PAULO, permanece igual uma estátua sem função, ali na sala.
CENA 05: Mansão de Hans. Sala de estar.
Interior. Manhã.
ISOLDA, senta-se no
sofá, ao lado de ABNER, enquanto JÚLIO, ajeita-se na poltrona,
todos pareciam desconfortáveis com a situação, parecia algo que ninguém
gostaria de enfrentar. GARDÊNIA, por sua vez, respirava alto, encarando
a mulher que estava entre os homens.
JÚLIO: (temeroso) – Isolda, irei direto ao ponto! Aquele quadro – apontando
para a pintura, na parede – é um retrato realista, de Olívia, minha esposa,
ela foi assassinada a pouco mais de cinco anos, até hoje não sabemos quem
cometeu tamanha atrocidade – respira fundo – mas, a grande surpresa é
que vossa pessoa é genuinamente parecida com ela, e isso tem nos surpreendido
muito! Espero que não fique assustada com tudo que falamos até aqui.
ISOLDA, esboça um
semblante de surpresa, porém, não de espanto, pois diante das inúmeras
situações que passara desde que chegara na cidade, aquela revelação parecia-lhe
mais dedutiva.
ISOLDA: (contida) – Meus pêsames, agora
entendo, o motivo do estando de todos, de Abner – coloca as mãos no ombro
dele – que inclusive, se ela era a esposa do senhor, o que ela era sua – encarando
Abner – se não for ser invasiva.
ABNER, encara JÚLIO,
os dois trocam olhares sérios, secos, o primeiro responde.
ABNER: (entristecido) – Era minha irmã!
ISOLDA, toma como
espanto aquela novidade, coloca as mãos nos lábios.
ISOLDA: (chocada) – Então, Olívia, era casada
com o senhor Júlio, e era a sua irmã, então, basicamente vocês são uma família?
GARDÊNIA, tosse
forçosamente e desvia o olhar para distante de todos, logo JÚLIO
expressa.
JÚLIO: - Praticamente, Abner é uma pessoa de extrema confiança que trabalha
para mim na floricultura – suspira – que inclusive foi lá, onde Olívia
foi assassinada!
ISOLDA, levanta do
sofá, desesperada.
ISOLDA: (assustada) – O que? A sua esposa que
se parece comigo, foi morta lá?
JÚLIO: Sim, dentro da estufa!
ISOLDA, estremece,
aflita desvia-se para ABNER, que tenta esconder o nervosismo.
ISOLDA: (aflita) – Abner, você nunca me
contou isso, se eu soubesse, jamais colocaria os meus pés naquele lugar!
Os olhos de ISOLDA, passam a
lacrimejar, ABNER tapa o rosto com as duas mãos, como sinal de vergonha,
enquanto, JÚLIO, permanece no mais puro silêncio, tentando dominar a
situação que acabara de se instaurar no local.
Encerramento


Nenhum comentário:
Postar um comentário