06/05/2025

O Cravo no Jardim de Rosas - Capítulo 32 (06/05/2025)

 


Criado e Escrito por LUCAS GARCIA


CAPÍTULO 32



CENA 01: Casarão De Herculano. Sala de Estar. Interior. Noite.

 

ISOLDA, fica sem respostas ao questionamento do marido.

 

HERCULANO: (cínico) – Isolda, fique tranquilo, acredito que seja uma resposta difícil de formular, desta forma, peço que vá ao circo, amanhã conversamos... e não se preocupe, é apenas uma dúvida que surgiu, pois ele me procurou.

 

ISOLDA: (trêmula) – Ele te procurou? Mas... eu não me recordo de quem seja!

 

HERCULANO, desvia o olhar para GIULIA que fica envergonhada.

 

HERCULANO: - Querida, não se preocupe, vai para o evento, depois nos falamos!

 

ISOLDA, apressadamente se retira do casarão, GIULIA acompanha. HERCULANO, permanece na sala pensativo.

 

HERCULANO: (sussurrando) – Você vai me falar a verdade, pelo bem ou pelo mal!

 

HERCULANO, pega o paletó e sobe a escada.

 

 

CENA 02: Mansão de Hans. Sala de Estar. Interior. Noite.

 

GARDÊNIA, estava paralisada, ao lado do sofá, aguardando JÚLIO, que descia lentamente a escada, ele ajustava a gravata.

 

GARDÊNIA: - Hans, está de saída?

 

JÚLIO: - Sim Gardênia, comparecerei na primeira noite do circo, e amanhã gostaria de conversar contigo, chamarei Isolda até aqui, para que vocês façam as pazes.

 

GARDÊNIA: (irônica) – Hans, não tenho que fazer as pazes com ninguém, com o devido respeito, é a Isolda quem deve satisfações acerca das intenções dela, como uma mulher casada, se dá o desfrute de se deitar contigo.

 

JÚLIO, olha com desdém para GARDÊNIA, que se sente ofendida, não a responde e sai apressado da mansão.

 

GARDÊNIA: (sussurrando) – Essa Isolda não se aproveitará de Hans, não mesmo!

 

GARDÊNIA, retira-se da sala, caminha em direção a outro cômodo.

 

 

CENA 03: Mansão de Hans. Quarto de Gardênia. Interior. Noite.

 

GARDÊNIA, entra em seu quarto, fecha a porta, abre seu guarda-roupa, tira uma caixa, dentro havia um par de luvas, ela pega e se veste.

 

GARDÊNIA: - Isso não ficará assim, inerte diante dessa situação não estarei!

 

GARDÊNIA, guarda a caixa e sai do quarto.

 

 

CENA 04: Mansão de Hans. Cozinha. Interior. Noite.

 

MARICOTA, estava varrendo o chão, de repente, uma luz muito forte emerge da porta da cozinha, ela se assusta, arregala os olhos, parecia um ser celestial se materializando em sua frente.

 

MARICOTA: (desesperada) – Meu Deus, o que é isso?

 

O ser celestial se manifesta integralmente para ela, era o santo MARTINHO DE PORRES, o padroeiro da mulher.

 

MARTINHO DE PORRES: - Venho trazer-te uma notícia!

 

MARICOTA fica boquiaberta, sem reações.

 

 

CENA 05: Pensão. Interior. Noite.

 

EULÁLIA e PÉRICLES, caminhavam em direção a porta da pensão.

 

EULÁLIA: - Vamos Péricles, se chegarmos atrasados seu pai irá nos degolar.

 

PÉRICLES: - Não fui eu quem me atrasei, foi a mamãe.

 

No exato momento que atravessam o batente da porta, ABNER, adentra, ferido, com o olhar esgotado, com o rosto inchaço, apoiando as mãos na barriga. O homem passa pelos dois sem dizer nada, mas reparam que ele estava abatido.

 

EULÁLIA: - Filho, o que ocorreu com o pobre coitado?

 

PÉRICLES: (aflito) – Mamãe, também fiquei curioso, e parece que ele está sozinho.

 

EULÁLIA: - Enfim... vamos!

 

PÉRICLES, olha para trás, paralisa e encara a mãe.

 

PÉRICLES: -  mamãe, esse homem precisa de ajuda, com licença, vá na frente, nos encontramos.

 

EULÁLIA: - Mas... filho, como assim?

 

PÉRICLES, não escuta a mãe e volta apressado para seguir os passos de ABNER.

 

 

CENA 06: Pensão. Interior. Noite

 

ABNER, estava com o semblante abatido, estava sentado à mesa, apoiando um saco de gelo no queixo. PÉRICLES, adentra o ambiente silenciosamente, e fica na porta observando-o.

 

ABNER: - Pode entrar, fique à vontade estou de saída!

 

PÉRICLES: - Não, não se preocupe... eu... só queria saber se precisa de ajuda.

 

ABNER, desvia o olha para o chão e fica em silêncio.

 

PÉRICLES: - Ah, me desculpe que falta de educação da minha parte, eu me chamo Péricles, sou filho do Pitoco, o homem do circo... sabe? Hoje é a primeira noite de apresentação.

 

ABNER, permanece em silêncio, PÉRICLES, aproxima-se do homem e ajuda-o a posicionar melhor o gelo, os dois se entreolham.

 

ABNER: - Obrigado, com licença.

 

ABNER, prontamente se levanta e vai em direção ao corredor, enquanto, PÉRICLES, fica pensativo.

 

 

CENA 07: Mansão de Hans. Cozinha. Interior. Noite.

 

MARICOTA, estava diante da figura inanimada de MARTINHO DE PORRES, logo, fica admirada.

 

MARICOTA: - Meu mensageiro, meu padroeiro, o que vieste fazer aqui?

 

MARTINHO DE PORRES: - Minha amada, venho trazer a luz e dizer que tão breve receberá uma grande notícia! Fique atenta!

 

MARTINHO DE PORRES, desaparece, MARICOTA ajoelha-se ao chão, em lágrimas.

 

MARICOTA: (lacrimejando) – O que será? O que será?

 

GARDÊNIA, adentra a cozinha e se assustada com a situação.

 

GARDÊNIA: - Oras, o que fazes até agora aqui? Vá embora!

 

MARICOTA, enxuga as lágrimas e levanta-se rapidamente, encara a governanta.

 

MARICOTA: - Já estou de saída, estava lavando a louça, mas enfim... eu tive uma linda visão, eu recebi um recado do meu santo padroeiro!

 

GARDÊNIA: - Ah, tudo bem... agora arrume suas coisas e volte para sua casa, o seu expediente já acabou... ande!

 

MARICOTA, tira o avental, arruma o vestido, pega a bolsa que estava na cadeira e se retira, deixando GARDÊNIA, pensativa, observando ao seu redor.

 

 

CENA 08: Casarão de Herculano. Quarto. Interior. Noite.

 

MARCO PAULO, coloca em uma mala uma parte de todo o tesouro que encontrou e esconde embaixo da cama, senta-se na cama pensativo.

 

MARCO PAULO: - Ninguém pode descobrir o que tem aqui, posso perder minha vida, nem mesmo Isolda pode saber o que eu encontrei, o marido dela é capaz de me matar, é melhor eu ir embora na calada da noite... não, e Berenice? Como ficará minha filha... não posso permitir!

 

MARCO PAULO, levanta-se da cama e se retira.

 

CENA 10: Casarão de Herculano. Interior. Noite.

 

MARCO PAULO, adentra calmamente o quarto de BERENICE, a filha estava deitada silenciosa, até que o homem senta na beira da cama e acaricia a cabeça dela.

 

MARCO PAULO: - Minha filha, daqui alguns dias fará dezoito anos, como o tempo passa, como o tempo passa! Sobre sua mão, não fique abatido por conta dela, terei uma conversa séria, mas saiba que sempre estará comigo... aliás, minha filha, se voltarmos para a capital, não seria uma má ideia, seria? Mas... só eu e você, matricularia você novamente em um colégio bom, eu reconstruiria uma nova tecelagem, uma nova vida!

 

BERENICE, levanta-se, recosta-se na cabeceira e encara o pai.

 

BERENICE: - Papai, você falando essas coisas? Com qual dinheiro faríamos isso? Eu gostaria muito de voltar para a capital, mas é impossível. Mamãe é descontrolada, é uma pessoa totalmente fora de si, não quero ela me controlando mais.

 

MARCO PAULO: - Sua mãe é uma pessoa má, ela gosta de controlar todos que estão ao redor, todos, todos! Precisamos nos afastar dela, pois nunca viraremos essa página de nossa vida. Ela sempre vai se ver como uma menina indefesa e sempre irá me destratar, hoje, eu penso seriamente no desquite... mas, não vou deixa-la desamparada, só não quero recomeçar nada com ela.

 

BERENICE: - É verdade papai, ela não te ama mais... vive te destratando, te humilhando, acho que sou a única pessoa que suporta as loucuras delas... aliás, nem eu mesma aguento mais.

 

MARCO PAULO: - Então, quero que guarde um segredo!

 

BERENICE, arregala os olhos e coloca os dedos cruzados nos lábios no sentido de deixar tudo aquilo em segredo.

 

MARCO PAULO: - Eu tenho um patrimônio ainda... mas, sua mãe não sabe, a minha intenção é voltar para a capital, sem ela saber, depois envio uma carta solicitando o desquite e enviando um bom dinheiro para ela viver a vida dela, o que acha?

 

BERENICE: - Papai, sério que você tem um bom dinheiro, sério mesmo?

 

MARCO PAULO: - É sério, mas quero segredo, amanhã, você fará as suas malas, ninguém saberá... nem mesmo Isolda, à ela, enviarei uma carta no futuro explicando tudo. Promete que fará tudo que eu pedir?

 

BERENICE: - Prometo papai!

 

MARCO PAULO abraça carinhosamente a filha.

 

 

CENA 11: Pensão. Corredor. Noite.

 

NÚBIA, saia de seu quarto e observa ABNER, entrar no dele, nota que estava com o rosto inchado.

 

NÚBIA: - Abner, aconteceu alguma coisa? Precisa de ajuda?

 

ABNER: - Não, fique despreocupada Núbia... foi apenas uma queda, tão logo, estarei melhor!

 

ABNER, adentra em seu quarto e fecha a porta, NÚBIA anda em direção à escada e logo se depara com o marido.

 

NÚBIA: - Ah, chegou? Já deixei sua refeição pronta na cozinha, sua cumbuca está fresca.

 

SALAZAR: - Estou sem apetite! Onde vás?

 

NÚBIA: - Irei ao circo, é a primeira noite e nem lhe farei o convite, pois sei que tem vergonha de mim, então, com licença!

 

NÚBIA, desvia-se rapidamente do marido e desce a escada, fazendo com que SALAZAR fique enciumado.

 

CENA 12: Casarão de Herculano. Interior. Cozinha. Noite.

 

HERCULANO, estava tomando uma sopa, inquieto, nervoso, olhando com frieza o prato.

 

- FLASHBACK ON

 

ABNER, fica trêmulo, sem respostas, HERCULANO, sobe no tablado e fica frente a frente com ele, o clima fica tenso, as pessoas que ali estavam ficam uma cochichando com a outra.

 

ABNER: (amedrontado) – Olha, não sei do que o senhor está falando... com licença!

 

HERCULANO: (nervoso) – Pense bem seu marginal, poderá se retratar agora, confesse!

 

ABNER: - Não sei do que o senhor está falando, não tenho nada a me retratar!

 

HERCULANO, tomado por uma ira descomunal, desfere um soco na barriga de ABNER, ao sentir a dor, o homem se curva, e depois leva outro soco no queixo, despencando ao chão.

 

- FLASHBACK OFF -

 

JOCASTA, entra sorrateiramente no mesmo ambiente, senta-se à mesa, com um semblante provocativo.

 

JOCASTA: - Oras, chegou irritado em casa, que bicho lhe mordeu?

 

HERCULANO: (irritado) – O mesmo que irá arrastar sua alma para o inferno!

 

JOCASTA, esboça uma gargalhada escandalosa.

 

JOCASTA: (cínica) – Não antes de ler tudo que é meu, por direito!

 

HERCULANO: - Ah Jocasta, de novo essa história? Você não cansa? Não cansa?

 

JOCASTA: - Na verdade, já estou no meu limite, esperei tempo demais para que você provasse o contrário do que penso ao seu respeito, seu aproveitador, essa casa foi adquirida com o meu dinheiro... se você não devolver o que é meu, você também não ficará!

 

HERCULANO: - Jocasta, por favor, suba e cumpra seus deveres de esposa com seu marido, ele deve estar lhe aguardando.

 

JOCASTA: - Cretino! Você é ainda pior, aliás... não sei quem é pior, você ou a repugnante da Isolda, que para mim é uma criatura tão insignificante!

 

HERCULANO: - Fique à vontade para achar o que quiser, aliás, é um pensativo seu, não é mesmo?

 

JOCASTA: - Eu lhe aviso pela última vez, devolva o que é meu, ou então, colocarei este casarão ao chão, não sobrará pedra sobre pedra!

 

JOCASTA, levanta-se da mesa e sai lentamente da cozinha, suprimindo totalmente o apetite de HERCULANO, que fica ainda mais irritado.

 

 

CENA 13: Casa de Donato. Sala de Estar. Interior. Noite.

 

DONATO, veste uma capa, escura, de repente escuta a porta se abrir, YOLANDA, aparece seus trajes costumeiramente provocantes.

 

YOLANDA: - E então chuchu, vai para a primeira noite do circo, vestido de mágico?

 

DONATO: - Não... não irei ao circo, muito menos participarei do espetáculo... terei uma admissão no clube, mas um membro entrou para a seleta categoria vermelha, e como sabes, o ritual precisa ocorrer nos trâmites devidos.

 

YOLANDA: - Donato, vamos ao circo, sair da rotina um pouco!

 

DONATO: - E desde quando meretrizes vão ao circo?

 

YOLANDA: - Grosseiro!

 

DONATO, olha ao redor de sua sala, parecia procurar algo, YOLANDA nota.

 

DONATO: - Olha, tenho notado que muitas coisas têm sumido do clube, luvas, máscaras, capas... tudo isso muito estranho!

 

YOLANDA: - É um tempo atrás você comentou... é melhor abrir uma sindicância lá dentro, sempre tem uns ratinhos... enfim, já que vou sozinha ao circo, irei a caminho, garantir meu lugar!

 

DONATO: - Antes de ir, me diga... falou com Giulia? Sabes se ela encontrou algo na casa?

 

YOLANDA: - Não, mas, acredito que amanhã ela dará uma escapada, conversaremos melhor, no clube.

 

DONATO: - Ela tem mais essa semana para encontrar o que quero, se ela não encontrar, terei que agir com os meus métodos?

 

YOLANDA: - Quais métodos Donato, o que pretende fazer?

 

DONATO: - Mistério... mistério!

 

YOLANDA, faz cara de deboche para DONATO e se retira do local.

 

 

CENA 14: CIRCO DO PITOCO. INTERIOR. NOITE

 

SONOPLASTIA: Charleston 3 (Mu Carvalho)

 

Várias pessoas achegam-se no interior do enorme circo, ISOLDA e GIULIA chegam, sentam-se na primeira fileira, o espetáculo ainda não tinha começado, mas aos poucos o local começava a encher vertiginosamente.

 

NÚBIA, aproxima-se e senta ao lado de ISOLDA, as duas sorriem uma para a outra. GIULIA, cutuca esta última.

 

GIULIA: (interessada) – Isolda, o que será que deu no Herculano para perguntar desse Abner para você... conhece?

 

ISOLDA: (disfarçando-se) – Imagina, não conheço esse Abner! Não sei o que deu na cabeça dele para falar algo assim... mas, vamos prestar atenção, acredito que o espetáculo vai começar!

 

ISOLDA, desvia o olhar envergonhada, GIULIA, percebe que a mulher ficou desconfortável com o assunto.

 

ISOLDA, vira-se para NÚBIA.

 

ISOLDA: - E você, trouxe seu filho?

 

NÚBIA, sorri, olha para o chão e depois encara a mulher.

 

NÚBIA: - Não tenho filhos... e meu marido... ah, meu marido... não gosta de circo.

 

ISOLDA: - O meu também, mas azar o deles, pois estamos aqui e vamos nos divertir muito!

 

As duas riem uma para a outra e voltam a atenção para o picadeiro.

 

JÚLIO, passa lentamente por ISOLDA e encara a mulher, com um semblante de desejo, ela percebe e abaixa a cabeça envergonhada, NÚBIA, percebe e sorri. O homem senta-se na terceira fileira, na arquibancada, mas não tirava os olhos dela.

 

NÚBIA: (cochichando) – Moça... você viu a forma que ele te olhou?

 

ISOLDA: (disfarçando) – Não, ele quem?

 

NÚBIA: - Moça, pelo amor... não me diga que não viu, sabe quem ele é? Hans, doutor Júlio Hans, o homem mais rico dessa cidade... ah, não me diga que não conhece? Inclusive ele é patrão de meu marido, o Salazar!

 

ISOLDA: (disfarçando) - Ah, o Salazar... mas, não me lembro!

 

ISOLDA, desvia o olhar para o chão, NÚBIA, percebe o incomodo que aquele assunto causado e decide ficar em silêncio.

 

No outro lado do local, EULÁLIA, assenta-se, esperando o espetáculo começar, PÉRICLES, chega apressado.

 

EULÁLIA: - Filho, por que demorastes tanto assim?

 

PÉRICLES: - Mamãe, foi apenas um imprevisto, mas está tudo resolvido. E então, já começou?

 

As luzes do picadeiro focam no centro, logo, aparece PITOCO.

 

PITOCO: - Respeitável público, esta noite daremos início a apresentação do grande espetáculo, do maior, do inesquecível, do inigualável, do imponente, CIRCO DO PITOCO, segurem os cintos, a diversão vai começar!

 

As pessoas aplaudem aturdidamente, principalmente as crianças que gritavam.

 

CENA 15: Rua. Exterior. Noite.

 

AUGUSTO, estava dentro do carro, dentro havia uma pessoa, aparentemente uma mulher.

 

AUGUSTO: - A Clara não vai ter solução, não sei quanto tempo vou segurar ela, não sei quanto tempo vou conseguir controlar ela... a Clara é um perigo para a sociedade, você sabe disso... eu quero muito ajuda-la, mas vejo que o caminho é interna-la.

 

A mão delicada da mulher, no qual sua feição não é apresentada, acaricia o rosto de AUGUSTO.

 

AUGUSTO: - Vou pedir a ajuda de Hans... para interna-la, numa das melhores clínicas da capital, antes que seja tarde demais... quem sabe com ela longe, podemos assumir o que sentimos um pelo outro.

 

AUGUSTO sorri e aperta a mão da mulher que lhe acompanhava.

 

CENA 16: Casa de Augusto. Quarto. Interior. Noite.

 

CLARA, levanta-se atordoada, sua visão estava embaçada.

 

CLARA: (zonza) – Augusto... Augusto... você está em casa?

 

CLARA, aperta a maçaneta, estava trancada, a porta, então, ela tira uma chave debaixo do travesseiro e consegue abrir a porta, e caminha pelo corredor apoiando-se nas paredes.

 

 

CENA 17: Circo do Pitoco. Interior. Noite

 

As gargalhadas no local eram estridentes, as crianças gritavam, com a dupla de trapezistas que saltavam nos ares entre as cordas. Depois, vem o homem andando na corda bamba, e logo vem a mulher de barba, que com uma força descomunal consegue levantar um homem em cada braça, a plateia vai à loucura.

 

Ao final, PITOCO, reaparece.

 

PITOCO: - Obrigado a todos! Espero que tenham gostado! Vale das rosas, recebam essa rosa!

 

PITOCO e os demais integrantes do circo jogam rosas para o público, que recebem com muita alegria.

 

ISOLDA, se despede de NÚBIA, ela perde GIULIA de vista, já que as pessoas começam a aglomerar a saída do circo.

 

EULÁLIA, observa ISOLDA de longe, encara, fica assustada.

 

EULÁLIA: - Meu Deus... essa moça, não me parece estranha.

 

PÉRICLES: - Quem mamãe?

 

EULÁLIA: - Aquela – apontando para Isolda – aquela moça saindo... muito, muito... poxa!

 

PÉRICLES: - Não consegui identificar, não consegui mesmo!

 

ISOLDA, sai do circo e no gramado, encontra-se com JÚLIO, os dois se encaram.

 

JÚLIO: - Fico feliz em revê-la, pelo que percebi apreciou muito o espetáculo.

 

GIULIA, aproxima-se, ela nota um clima entre os dois.

 

GIULIA: - Isolda... desculpe atrapalhar, estava lhe procurando, vamos embora?

 

JÚLIO: - Imagina, duas damas, caminhando essa hora da noite pelas ruas, melhor não! Vamos eu levarei vocês para a casa.

 

ISOLDA: - Gentileza sua, vamos andando!

 

GIULIA: - Não Isolda, esse cavalheiro está sendo gentil conosco, é melhor aceitarmos, as ruas aqui do centro são escuras. Alias... vocês parecem ser amigos, não são?

 

No mesmo instante, ISOLDA, fecha o semblante, enquanto, JÚLIO, esboça um enorme sorriso.

 

CENA 18: Rua. Exterior. Noite.

 

ISOLDA e GIULIA estavam sentada no banco de trás, JÚLIO, dirigia o veículo.

 

JÚLIO: -Sintam-se privilegiadas, eu raramente dirijo, principalmente à noite, é que hoje preferi dar um descanso ao meu motorista, então, decidi vir dirigindo.

 

GIULIA: (insinuando-se) – Nossa, você dirige tão bem!

 

JÚLIO, sorri envergonhado, ISOLDA cutuca GIULIA, esbravejando.

 

De repente, ao adentrar uma rua, JÚLIO, nota que um carro estava com os faróis acessos, em sua direção, impedindo sua passagem, o homem também para, uma vez que a rua era muito estreita.

 

Nesse mesmo momento, do outro carro, desce o CORVO, com uma rosa na mão direita e um revólver na mão esquerda, JÚLIO, decide dar marcha ré, ISOLDA e GIULIA, ao presenciarem aquela figura sinistra, entram em desespero.

 

 

 

Encerramento



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