17/06/2025

Let's Dance! - Capítulo 07

 

 LET'S DANCE! - CAPÍTULO 07

criada e escrita por Sinceridade

CENA 01: MANSÃO FIGUEIRA/INT./TARDE

INSTRUMENTAL: INEVITÁVEL - EDUARDO QUEIROZ, GUILHERME RIOS 

Leila segue paralisada, sem acreditar no que está vendo.

LEILA: Tá fazendo o que aqui? E essas malas? Não vai me dizer que veio passar uma temporada…

NINA: Temporada? Não, não, titia... Meus planos são outros. Eu vim pra morar aqui. Pra sempre. Depois que a vovó morreu, não tenho mais por que continuar morando em Ribeirão Preto. Aliás, você nem se preocupou com a sua própria mãe. Nunca foi visitá-la depois de tudo o que fez.

LEILA: Não fala o que não sabe!

NINA: Agora é aqui que eu quero estar… bem pertinho da senhora, vigiando cada passo seu. 

LEILA: Mas isso só pode ser uma brincadeira de mau gosto. Você não vai morar aqui coisíssima nenhuma! Pega essas suas malas e cai fora daqui agora!

NINA: Você ama brincar com o perigo, não é? Esqueceu que eu posso contar todo o seu segredinho pro seu marido se não obedecer às minhas ordens? Ou você me deixa ficar aqui, ou ele e a Isabel vão saber de tudo! 

LEILA: Desgraçada… eu mando grana pra você todo mês, e ainda não é o suficiente? Você passou esses anos todos me chantageando. Não acha que já passou dos limites?

NINA: Não! A única pessoa aqui que passou dos limites foi você! Ou será que se esqueceu de tudo o que fez?

Leila fica em silêncio. Por dentro, ela treme, mas não demonstra. 

NINA (se aproximando, olhando fundo nos olhos de Leila): Ou é isso, ou eu conto tudo pro seu marido e pra Isabel. É só escolher o que você quer.

LEILA: Não tem espaço pra você aqui. Tércio acabou de descobrir que teve uma filha fora do casamento… e ela vai se mudar pra cá.

NINA (sarcástica): Melhor ainda! Assim a casa fica mais cheia, não acha? 

LEILA: Se você pensa que eu vou aceitar tudo o que você manda, Nina… tá muito enganada. 

NINA: Eu não tenho um pingo de medo de você, titia. Agora vai. Me leva pra conhecer o quarto onde eu vou dormir (provocando) Pode levar as minhas malas por favor? Tô exausta da viagem.

Leila quase explode, mas se contém. Com raiva, ela pega as malas de Nina e sobe as escadas. Nina sobe atrás dela.

CENA 02: CASA DE CECÍLIA/EXT./TARDE

INSTRUMENTAL: RELÓGIO - RODOLPHO REBUZZI, RENO DUARTE 

CECÍLIA: Peraí… deixa eu ver se ouvi bem. Você veio até aqui pra me subornar, é isso? Quer que eu me afaste do seu pai em troca de dinheiro? 

ISABEL: Bingo! Vai, fala logo o seu preço, que eu não tô com muito tempo. 

CECÍLIA: Qual o problema de gente como você, Isabel? Acha que pode resolver tudo com arrogância, com dinheiro… 

ISABEL (irônica): Ah, por favor! Me poupe o discurso de pobretona sofredora. Você se meteu com a minha família de propósito, Cecília. Tudo de caso pensado! Mas ainda bem que o meu faro não nega. Eu sei enxergar muito bem uma golpista de longe! 

CECÍLIA: Eu já disse que não sou golpista! E, no fundo, você também sabe muito bem que eu não sou. Até porque não existe nenhuma incompatibilidade no exame de sangue.

ISABEL: Vai saber se você pagou alguém pra falsificar esse maldito exame!

CECÍLIA: Eu não sou igual a você. Eu não preciso subornar ninguém pra conseguir o que eu quero. 

ISABEL: Agora vai bancar a santa, é? Confessa que você é apenas uma oportunista de quinta!

LURDINHA: Eu não permito que você fale assim da minha amiga!

ISABEL: Cala a sua boca que o papo não é com você.

CECÍLIA (encarando firme):

 Isabel, eu não procurei a sua família atoa. Fui até a sua casa porque, antes de morrer, minha mãe me pediu que procurasse o meu verdadeiro pai. Ela disse o nome do seu pai antes de fechar os olhos. Se eu sou filha do Tércio, então tenho, sim, o direito de ter as mesmas oportunidades que você teve. E acho melhor você ir se acostumando com a ideia de ter que dividir o mesmo teto que eu.

ISABEL: Dividir? Nunca! Eu não divido nem o mesmo ar que você, imagina a mesma casa! 

CECÍLIA: Você querendo ou não, Isabel, vai ter que aceitar a ideia de que somos irmãs. 

ISABEL: Eu não sou irmã de bastarda, já disse! Além de bastarda e pobre, saiu do quinto dos infernos pra atrasar a minha vida.

CECÍLIA: Coloca uma coisa na sua cabeça, Isabel: a soberba precede a queda. (T) Agora vai embora, que eu não tenho paciência pra gente arrogante, que se acha dono de tudo e de todos. Sai daqui!

ISABEL: Você vai se arrepender de ter nascido, Cecília. Vai se arrepender!

Close em Cecília, intercalando com Isabel. A vilã se vira e vai em direção ao seu carro.

LURDINHA: Vai embora mesmo, sua nojenta! 

Isabel entra no veículo e dá partida. Cecília e Lurdinha observam.

LURDINHA: Olha, eu achava que essa mulher era só uma patricinha mimada, mas ela tá se mostrando um verdadeiro monstro implacável que tenta a todo custo destruir a vida de quem entra no caminho dela.

CECÍLIA (séria): Deixa ela pra lá, Lurdinha. Se é guerra que ela quer… é guerra que ela vai ter! Amanhã mesmo comunico ao seu Tércio que tô indo morar na mansão.

Anoitece e são mostradas imagens da cidade ao som de “If I Can’t Have You - Yvonne Elliman”. Corta para: 

CENA 03: MANSÃO FIGUEIRA/INT./NOITE

Tércio, Leila e Nina jantam à mesa. 

TÉRCIO: Então quer dizer que você é sobrinha da Leila? Acho que ela te citou algumas vezes, mas não entrou em detalhes.

Leila fica desconfortável.

NINA: Pois é. Eu sou filha da irmã dela, Dulce, que faleceu há alguns anos. Vim de Ribeirão Preto depois de ser criada pela minha vó, que também acabou falecendo.

TÉRCIO: Quero que seja muito bem-vinda nessa casa, Nina. Vai ser um prazer ter você morando aqui conosco.

LEILA: Cadê Isabel? Saiu à tarde e até agora não voltou…

TÉRCIO: Deve ter ido se encontrar com Leandro. Para de se preocupar tanto com ela.

NINA (sorri): Eu não vejo a hora de conhecer a minha i… prima! 

De repente, a porta da sala bate com força. Isabel chega até a mesa, furiosa.

TÉRCIO: Aí está ela!

INSTRUMENTAL: SUSPENSE SOBRENATURAL - SACHA AMBACK 

NINA (se levanta, com os olhos brilhando): Isabel?! Meu Deus, como você cresceu…

ISABEL (fria): Quem é você?

NINA: Eu sou a Nina, sua prima. Resolvi me mudar para o Rio pra me aproximar da minha querida tia Leila, sua mãe. Vou morar aqui com vocês durante um tempo. (Pausa) Você se parece tanto com…

LEILA (interrompe a sobrinha): Isabel, minha filha, onde você esteve? Fiquei preocupada com você.

ISABEL: Eu fui tentar impedir o meu pai de acabar de vez com a nossa família.

TÉRCIO: Como assim?

ISABEL: Eu fui atrás daquela mosca morta que o senhor vem chamando de filha, meu pai. Eu fui tentar convencer a Cecília a não se mudar pra cá, mas ela tá irredutível.

TÉRCIO: Como é que é? Você foi atrás da Cecília?

ISABEL: Fui. Fui e me arrependo de ter colocado os meus pés naquele inferno que ela chama de casa. O senhor tá cada vez mais hipnotizado com aquela morta de fome, não é? Pois fique sabendo que eu não vou deixar ela em paz, quando se mudar pra cá.

TÉRCIO: Isabel, por favor, quanta infantilidade… a Cecília é um ser humano assim como você. Tenha pelo menos um pouco de bom senso.

ISABEL: Bom senso? (ri com sarcasmo) Aquela maltrapilha aparece aqui do nada, faz a sua cabeça, faz um exame que sabe-se lá é realmente compatível, e agora pra piorar, o senhor quer que ela venha morar aqui? É o fim da picada!

TÉRCIO: Quanta besteira… eu já disse que realmente tive um caso com a mãe dela no passado. Poxa, Isabel, achei que você ficaria feliz em descobrir que tem uma irmã…

ISABEL (desdenhando): Irmã… Eu não tenho irmã porcaria nenhuma. E muito menos uma morta de fome que apareceu agora querendo se enfiar na minha vida, na minha família e na minha casa!

Furiosa, Isabel se retira e sobe as escadas apressada. 

NINA: Se quiserem, eu posso conversar com ela. Vai ser bom pra gente se conhecer melhor.

LEILA (curta e grossa): Não precisa. Da minha filha cuido eu! Mas antes, eu preciso conversar com você, Tércio. À sós.

CENA 04: MANSÃO FIGUEIRA/QUARTO/NOITE

Leila entra em seu quarto acompanhada por Tércio. Ela fecha a porta e tranca com cuidado.

TÉRCIO: O que foi? Me chamou aqui pra me julgar também?

LEILA: Claro que não! Por mais que eu ache que você esteja se precipitando, eu não vou dar pitaco na sua vida. Cecília vai ser muito bem recebida por mim nesta casa. Te chamei até aqui pra falar sobre a Nina, minha sobrinha.

TÉRCIO: O que tem de errado com a Nina? 

LEILA: Tércio, por favor, manda ela ir embora desta casa! Por mais que ela seja a minha sobrinha, eu não quero ela aqui! Não quero!

TÉRCIO: Eu não posso fazer isso.

LEILA: Você é o homem da casa! É meu marido. E se você falar que não quer ela mais aqui, ela não vai ter outra saída.

TÉRCIO: Mas por qual motivo você quer que eu faça isso?

LEILA (inventando): Ela usa pó! Eu não quero ter que conviver com uma drogada.

Um silêncio pesado toma conta da cena, até que Tércio começa a rir, olhando para a expressão séria de Leila, que fica confusa.

TÉRCIO (rindo): Ah, Leila, pelo amor de Deus!

Ele sai rindo pela porta do quarto, deixando Leila parada, com o rosto tomado pela raiva. Corta para:

CENA 05: APARTAMENTO DE LUXO/INT./NOITE

Ivani está no apartamento de seu amante, novamente. Ela faz as unhas enquanto ouve uma música. De repente, a campainha toca e ela vai até a porta atender. Ao abrir, se depara com Inácio.

INÁCIO: Me chamou aqui de novo pra quê, hein? Pra ferrar com a minha vida outra vez? 

IVANI: Inácio, eu não quero mais ficar de conversinha fiada com você. Te chamei aqui porque tenho um assunto sério pra tratar.

INÁCIO: O que foi agora?

IVANI: Eu tô grávida, Inácio. E o filho que eu espero é seu.

INÁCIO (arqueando a sobrancelha): Como é que é? 

IVANI: É isso mesmo que você ouviu. Eu tô esperando um filho seu.

INÁCIO (rindo com desdém): Você é burra ou o quê? Acha mesmo que eu vou engolir essa? Você se deita com metade da cidade e depois vem com a bomba pro meu lado?

IVANI (cruzando os braços): Parece que o único burro aqui é você, Inácio. Com você, eu nunca me protegi. Já com os outros, sempre usei preservativo.

INÁCIO: Você tá mentindo! Tá tentando me prender com essa desculpinha barata. (pausa) Por que não vai procurar um velho rico pra dar o golpe e sumir de vez da minha vida, hein? Depois de tudo que você fez… você destruiu o meu noivado.

IVANI: Eu? Eu não, meu bem. Quem acabou com o seu noivado foi você mesmo! 

INÁCIO (gritando): Voce é suja, uma vagabunda. Sempre foi! Eu tenho é pena dessa criança que você tá esperando!

Ivani, tomada pela raiva, dá um tapa no rosto dele.

IVANI: Caça o caminho da tua casa e vê se desaparece da minha vida, Inácio. Eu não quero olhar pra essa tua fuça nunca mais!

Inácio encara a ex-amante por uns segundos até se virar e ir embora. Ivani bate a porta com força, chorando de raiva.

DIAS DEPOIS…

Ao som de “Vienna - Billy Joel”, vemos imagens do Rio de Janeiro e mostramos cenas da novela enquanto os dias passam. Entre as cenas, mostramos Leandro pensando em Cecília e vice-versa. A música continua enquanto cortamos para a casa de Cecília. Ela arruma suas malas com cuidado, preparando-se para a mudança para a mansão dos Figueira. Do lado de fora, um táxi a espera. Lurdinha, emocionada, não consegue conter as lágrimas. As duas se abraçam forte e se despedem. Cecília lança um último olhar para a casa, visivelmente emocionada. Em seguida, entra no carro. O táxi parte pela rua, enquanto Lurdinha permanece na calçada, chorando sozinha. Corta para:

CENA 06: MANSÃO FIGUEIRA/DIA

O táxi deixa Cecília com suas malas em frente ao portão da família Figueira e parte. Leila a recebe na entrada, enquanto manda a empregada levar as malas da mocinha para dentro.

LEILA (sorrindo): Seja muito bem-vinda nesta casa, Cecília! Prometo que vou fazer de tudo pra te ver feliz.

CECÍLIA: Muito obrigada, dona Leila… de verdade.

Elas entram para dentro da mansão. Ao passar pela sala, Cecília se encanta com os móveis e objetos. 

LEILA: Vem, vamos almoçar. Dalvinha faz uma comida como ninguém! Você vai adorar, eu tenho certeza.

Ao avançar, Cecília dá de cara com Isabel e Nina, que estão sentadas à mesa, almoçando. Os olhares de Cecília e Isabel se cruzam, carregados de tensão. Close alternado nos rostos das duas.

CONGELAMENTO EM ISABEL.

A novela encerra seu sétimo capítulo ao som de “Hot Stuff - Donna Summer” (tema de Isabel).


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