19/07/2025

Entre a Cruz e a Espada - Capítulo 18 (18/07/2025)

ENTRE A CRUZ E A ESPADA - CAPÍTULO 18




CENA 01 - (APT DE FELIPE. QUARTO/INT./NOITE):


* A campainha da casa toca. 

FELIPE (franzindo a testa): Quem é? 

GIOVANNA: Eu lá sei, a casa é sua. 

FELIPE: Se esconde debaixo da cama.

GIOVANNA: Ah não, vai começar.

FELIPE: Vai logo.

Giovanna se esconde de baixo da cama, Felipe rapidamente ajeita a cama e põe o short, já sabendo que pode ser Simone. A campainha toca de novo, e ele abre a porta. 

FELIPE: Simone? 

SIMONE: Cheguei em má hora?

FELIPE: Mas é claro que não! Eu não esperava que você viesse agora. 

SIMONE: Eu imaginei que você estivesse sozinho, então eu pensei passar aqui. 

FELIPE: Você sempre pensando em mim, né? Sabe o que eu pensei?

SIMONE: O que?

FELIPE: Que tal a gente ir pra uma rodinha de samba lá pela zona sul? Você me disse uma vez que adorava isso.

SIMONE: Claro! Você tá com dinheiro.

FELIPE: Ah Simone, essa pergunta até me ofende.

SIMONE (agarrando no ombros de Felipe): Desculpa vai, é que eu não quero que você gaste por minha causa!

FELIPE: Tá certo, deixa eu só por a camisa.

Dentro de alguns enquanto Felipe entra no quatro pra por a roupa, Simone funga o nariz, sentindo um cheiro inusitado. 

SIMONE: Esse cheiro, que cheiro é esse, Felipe?

FELIPE (gritando do quarto): Como assim cheiro?

SIMONE: Esse cheiro... Acho que já senti esse cheiro antes.

Felipe sai do quarto, fingindo inocência.

FELIPE: Que isso, meu amor. Não todos cheiro nenhum.

SIMONE (balançando suavemente a cabeça): É, nada não. Achei que tivesse sentido. 

Os dois saem juntos, Felipe não tranca a porta. 

SIMONE: Não vai trancar a porta, Felipe?

FELIPE: Não, o lugar aqui é tão seguro que eu nem ligo pra isso.

Corta para:


CENA 02 - (CASA DE MARION. QUARTO/INT./NOITE):

Depois dos meses que se passaram, André conseguiu progredir na firma de automóveis, agora ele é gerente dos negócios, mas ele não aceita a ideia de perder Simone. Dentro do quarto, ele está deitado na cama, numa escuridão, pensativo, começa a lembrar de alguns eventos. 

FLASHBACKS EM CORTES:

Corte 1:
ANDRÉ (cumprimentando Felipe): Primo! Que incrível! Eu queria te apresentar a Simone, minha namorada.

A câmera foca em Felipe, olhando profundamente pra Simone, um olhar exuberante e despertado pelo prestígio de Simone, mescla com o seu sorriso malicioso.

SIMONE: Prazer, Felipe!

FELIPE (sorriso malicioso): O prazer é todo meu.

Corte 2
JORGE: Ele combinou com a Giovanna pra ela transar com você e armar um flagrante. Flagrante pra te separar da Simone! 

A câmera foca no olhar de André. 

ANDRÉ: Você dizendo que tudo aquilo tudo foi uma armação? Que o Felipe sabia de tudo aquilo!

JORGE: Mais do que isso! O Felipe quer a Simone de qualquer jeito, ele se casar com ela, pra ficar com toda grana dela! 


Corte 3:
ANDRÉ: Eu já sei de tudo! Você e aquela vadia armaram um flagrante pra mim! E não adianta fazer mais uma ceninha como você sempre faz, porque foi o seu próprio pai que contou tudo! Você não vale nada, Felipe! 

Felipe levanta lentamente, com expressões frias e ao mesmo tempo vingativa. 

FELIPE (voz baixa e sarcástica): É... Então pelo visto, você já descobriu tudo... Descobriu o quanto foi fácil te passar a perna... 


Fim dos flashbacks.

ANDRÉ (falando sozinho): Eu tenho que arrumar de desmascarar esse desgraçado, nem que eu tenha que fazer algo contra os meus princípios.


Corta para: 


CENA 03 - (BAR/INT./NOITE):

A noite está animada pra Felipe e Simone que estão em um bar bem movimentado da zona norte, curtindo uma rodinha de samba. Os sentimentos de Simone em relação a Felipe, são puros, apesar de ainda não ter esquecido André. Felipe se alimenta disso. 

FELIPE: Melhor coisa do mundo é esse sorriso, é te ver feliz!

SIMONE: E a melhor coisa do mundo e tá do seu lado! Se eu pudesse, só ficava eu e você a vida inteira juntos!

FELIPE: Mas isso pode acontecer, Simone! Eu te amo! Eu te amo como eu nunca amei ninguém! 

SIMONE: Eu também te amo! 

Os dois dão um beijo breve.

FELIPE: Eu posso te fazer um pedido louco?

SIMONE: Que pedido!

FELIPE: Casa comigo, Simone! Vamo fazer uma aliança de que ninguém vai separar a gente. 

Simone fica sem reação nos primeiros instantes. 

SIMONE (sem jeito): Felipe... Eu nem sei o que dizer. A gente mal começou a namorar.

FELIPE: Eu sei disso, só que eu não consigo te tirar da minha cabeça! Eu quero você pra mim!

* Simone o beija, um beijo forte e intenso. 

SIMONE: Eu quero! Eu aceito!

FELIPE (sorrindo): Eu nem acredito que isso tá acontecendo.

A câmera afasta aos poucos deles, que se beijam perdidamente. 

Corta para:

CENA 04 - (MANSÃO DOS VENTURINI.COZINHA/INT./MANHÃ):

Um novo dia. Na Mansão Venturini, Zélia prepara o almoço. Ela chama Camilla que está no quarto.

ZÉLIA: Camilla! Vem logo me ajudar aqui.

Camilla aparentemente não escuta. 

ZÉLIA: Essa garota, insiste em chegar tarde da rua, pra ficar de manhã com sono e dormindo até tarde.

O celular de Camilla está no balcão da cozinha. Tudo parece normal até o celular vibrar com notificações. Zélia se aproxima e pega o celular pra ver o que trata, e entra em choque ao ver que na verdade as notificações eram mensagens de Alex. 

ZÉLIA: Mas não é possível, isso! Não é possível! 

Camilla entra na cozinha, sem entender o porque da mãe está segurando o celular dela. 

CAMILLA: Tá fazendo o que com o meu celular, mãe?

Zélia vira pra Camilla, chocada. 

ZÉLIA: Me diz que isso não é real!

CAMILLA: Isso o que?

ZÉLIA: Você e o seu Alex!

CAMILLA: Eu não acredito que você mexeu no meu celular! 

ZÉLIA: Eu não mexi em nada, esse troço começou a tocar e ai vi mensagens dele dizendo que te ama, que quer ver você de novo! Porque você não me contou isso!

CAMILLA: No início não sabia que ele era filho dos Venturini! Eu só descobri depois! E-

ZÉLIA (cortando) Você acabar com isso agora!

CAMILLA: Eu não vou acabar com nada, mãe! Eu amo o Alex!

ZÉLIA: Se a dona Joyce descobre isso a gente tá na rua!

CAMILLA: Que descubra! Sinceramente eu não entendo esse medo que você tem dessa megera!

A Joyce aparece surpreendentemente. 

JOYCE: Que megera é essa? 

Camilla e Zélia se assustam. Zélia tenta disfarçar a situação.

ZÉLIA: Sabe o que é, Dona Joyce... É que a gente tava falando de outra pessoa.

JOYCE: Ora Zélia, não precisa mentir, meu benzinho. Que a sua filha não gosta de mim, já é claro e explicito.

ZÉLIA: Que isso, Dona Joyce-

JOYCE (cortando): Não se preocupe, minha querida. Eu não sou uma pessoa ruim a ponto de demitir uma funcionária tão dedicada feito você. Seu único erro foi na educação da sua filha.

CAMILLA (insultada): Escuta aqui, a minha mãe me educou muito bem! O único erro dela é servir de capacho pra senhora, Dona Joyce!

ZÉLIA: Para com isso, Camilla! Vai pro quarto que depois a gente conversa.

JOYCE: Isso! Põe ordem nessa metidinha.

Camilla obedece a mãe, mesmo com ódio. Na mesma hora, ouve-se barulhos da porta da frente.

JOYCE: Ah sim, deixa eu atender a minha filha e o meu genro.

Corta para:

Joyce indo até a sala, pra receber Felipe e Simone. 

JOYCE: Mas que visita mais agradável! 

FELIPE: Como vai, Dona Joyce? 

JOYCE: Muito bem, querido! Você nem imagina. 

Felipe e Joyce trocam olhares, como se um acordo entre eles dois estivesse estabelecido.

SIMONE: Mãe, eu tenho uma novidade... Quer dizer, nós temos uma novidade.

JOYCE: Hum, e qual seria essa novidade?

FELIPE: Eu pedi a Simone em casamento e vamos nos casar!

JOYCE: Gente! Que notícia maravilhosa!

SIMONE: Obrigada, mãe!

JOYCE: E já sabem quando?

SIMONE: Nas próximas semanas! Eu não quero ficar adiando! 

JOYCE: Melhor ainda! Eu faço questão de preparar uma grande festa, minha filha!

SIMONE: É mãe, mas não precisa ser algo tão grandioso, afinal quem vai se casar sou eu, e não a rainha da Inglaterra!

JOYCE: Que nada, você já sabe como eu sou. Ah, e Felipe eu quero te parabenizar, por estar fazendo a minha filha feliz!

FELIPE: Que nada, Dona Joyce! Eu amo Simone, pra mim a felicidade dela é o que mais importa.

JOYCE: Eu vou abrir um vinho, esperem só um segundo. 

Corta para: 


ABERTURA



Algumas semanas passaram, chegou o tão aguardado dia do casamento de Felipe e Simone. Vemos cortes de vistas aéreas da cidade.

CENA 05 - (CASA DE MARION.QUINTAL/EXT./TARDE):

Marion está nos fundos da casa, lavando algumas roupas, e Jorge aparece lá, bêbado batendo no portão dela. 

MARION: o que é isso, gente? 

Marion vai até porta ver o que está acontecendo.

MARION: Mas o que é isso? Tá fazendo o que aqui, Jorge?

JORGE (bêbado): Vim desejar meus pêsames pro otário do seu filhinho! 

MARION: Que pêsames? Você já bêbado uma hora dessa?

JORGE: Ihhh, veja só, agora tem hora pra ficar bêbado!

André chega na porta pra tomar parte da situação. 

ANDRÉ: O que essa criatura tá fazendo aqui, hein mãe?

MARION: Nem eu sei, isso aí sumiu por semanas e voltou agora bêbado, parecendo um gambá!

JORGE: Já tá sabendo da novidade, hein André?

ANDRÉ: Que novidade? O que você tá falando? 

JORGE (gargalhando): Pelo visto você num sabe mesmo! O casamento do seu priminho é hoje!

ANDRÉ: Que casamento? Do que você tá falando?

JORGE: Tô falando, que hoje é o casamento do Felipinho com aquela moça lá, que era sua namoradinha. Tá difícil né? Eu sei bem como é sofrer por mulher!

ANDRÉ (pra Marion): Eu não acredito que ele realmente conseguiu e que eles vão casar hoje e ninguém me disse nada!

MARION: Calma, meu filho! Você não vai perder a cabeça!

ANDRÉ: Eu vou lá agora!

MARION: Não! Você vai ficar aqui! Você não vai fazer nenhuma besteira!

ANDRÉ: Eu não vou aprontar nada, mãe! Eu só não vou ficar aqui de braços cruzados, eu preciso olhar preciso olhar pra cara daquele desgraçado!

André sai rápido e revoltado. Jorge provoca o rapaz.

JORGE: Vixe! Agora ele resolveu dar uma de macho 

ANDRÉ (empurrando): Sai da minha frente, porco desgraçado!

Ao ser empurrado por André, Jorge bate a testa na calçada e começa a sangrar, Marion corre atrás pra amparar.

Corta para:

CENA 06 - (IGREJA/INT./TARDE):

A câmera abre num travelling lento pela igreja. Os sinos tocam ao fundo anunciando o início da cerimônia. Dentro da igreja, há um verdadeiro espetáculo visual. Fileiras de arranjos florais exuberantes, compostos por rosas brancas, orquídeas champagne, peônias e galhos de cerejeira decoram os corredores laterais, dispostos em vasos dourados de quase um metro. No altar, um arco floral majestoso em formato de meia-lua emoldura o crucifixo principal, com cristais pendentes que brilham suavemente sob a iluminação indireta. A igreja está lotada de convidados, todos vestidos com trajes de gala. E claro, Felipe está no altar, esperando a entrada da noiva, Joyce e Otávio estão perto. 


JOYCE: Olha, oficialmente eu posso dizer que a Simone é única que eu pari e que deu certo.

OTÁVIO: Já vai começar, hein Joyce?


Entrada de Simone na igreja. Os convidados levantam. Simone surge com um vestido branco perolado com cauda longa de tule bordado à mão. Um véu de quase cinco metros cobre seu rosto delicadamente, e sua tiara, em ouro branco e diamantes, segura o penteado clássico. Ela segura um buquê de lírios-do-vale com toques de lavanda.

Ela caminha lentamente até o altar, ao lado do pai, que segura sua mão com orgulho contido e olhos marejados. O padre, de batina branca com detalhes dourados, saúda os noivos com voz firme e calorosa. Ele fala sobre amor, fidelidade e respeito mútuo. Durante os votos, o silêncio é absoluto. Felipe segura a mão de Simone e declara:

FELIPE: Desde o primeiro olhar, eu soube. Você não era só o amor da minha vida, era o destino e a sorte que caminhavam até a mim.

SIMONE (com a voz trêmula): Prometo te amar em todos os dias da minha vida. Prometo não só ser sua esposa, mas sua paz.

* Uma breve pausa

PADRE: Felipe e Simone, diante de Deus e dessas testemunhas, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

O beijo é longo o suficiente para arrancar aplausos discretos. Um coral escondido no coro da igreja entoa uma versão celestial de “Hallelujah”, enquanto chuva de pétalas é lançada do alto. Um tempo depois, Felipe vai até uma cabine ajeitar o terno, e pra sua surpresa, André aparece. 

FELIPE (surpreendido): Mas o que você tá fazendo aqui?

ANDRÉ (irônico): Oras, mas que pergunta. Eu vim aqui desejar meus votos de felicidade aos noivos, e principalmente ao noivo, que é o meu primo. 

FELIPE (sarcástico): Então quer dizer que você veio até aqui pra se torturar, pra ver a minha vitória em cima de você.

ANDRÉ: Ora Felipe, se eu fosse eu não decretava vitória antes do tempo, o jogo vira o tempo todo!

FELIPE: É realmente, o jogo vira o tempo inteiro pro meu lado. 

ANDRÉ: Vem cá, agora que você conseguiu o você queria, me diz como foi que você fez tudo isso, é! Porque além de armar aquele flagrante você fez muito mais, não só antes, mas como depois também!

FELIPE: Quer saber mesmo? Então eu vou te falar. Cê lembra daquele dia que você me ligou marcando um encontro junto com Simone?

ANDRÉ: Sim, lembro sim, aliás ali foi a maior merda que eu fiz na vida.

FELIPE: Pois é, desde aquele dia eu já sabia que a Simone era filha dos Venturini, herdeira de grande parte de toda grana. Dai então eu combinei com a Giovanna pra ela ser amiga da Simone, e eu também me aproximar de você. Queríamos entrar na vida e na intimidade de vocês, e conseguimos. Só que pra melhor tudo, eu tive uma pessoa do meu lado que você nem imagina... Dona Joyce Albuquerque Venturini! 

ANDRÉ: A Joyce?

FELIPE: Isso, a Joyce. Naquele dia piscina, eu a Joyce trocamos olhares e em questão de horas eu tava comendo a velha no motel. Não só foi uma transa, mas também um jogo de acordo! Eu casava com a Simone, e em troca eu te separava dela, porque a velha não te suportava. E aí eu armei aquele flagrante seu com a Giovanna, foi simples.

ANDRÉ (assustado e indignado): Mas vocês são podres! Vocês são sujos! Como é que a Joyce teve a coragem de fazer isso, a própria mãe dela! E você se aproveitou disso pra acabar com o meu noivado!

FELIPE: Você sabe que eu acho? Não, eu preciso te falar uma coisa, uma coisa de homem pra homem, aliás não só de homem pra homem, mas como de um ser humano: Se a Simone te quisesse mesmo ela tinha ficado com você! E você também! Mas não... Você não teve coragem! A realidade é que você não teve cara e coragem pra enfrentar a concorrência! 

ANDRÉ: Mentira!

FELIPE: Porra, um flagrante! Só um flagrante e você desiste? É isso, você desiste? Isso não é amor! É covardia! 

FELIPE: V Você não bota fé em você mesmo, esse é o grande problema! Porque a seduzir a Simone foi uma tarefa fácil, agora te botar pra escanteio foi mais fácil ainda! 

ANDRÉ: Você destruiu a minha vida com a Simone! Eu amava ela mais que tudo nesse mundo, mas vai ficar assim, Felipe!

FELIPE: Não amava porra nenhuma! Que amor é esse? Você bota a maior banca de batalhador, cadê o batalhador? Vá me diga, cadê o batalhador? 

FELIPE: Foi aparecer um cara metido a playboy armar um flagrante pra você, e é isso? Acabou? BOSTA DE AMOR. Sabe que eu acho realmente sobre você, André? Que no fundo você se acha um fracassado de merda! E eu concordo plenamente com você! Você é um fracasso de merda!

* André acerta um soco no rosto de Felipe.

CONGELAMENTO EM FELIPE.

A novela encerra seu décimo oitavo capitulo ao som de "Entre o Bem e o Mal" - Johnny Hooker.

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