criada e escrita por SINCERIDADE
CENA 01: PRESÍDIO/INT./DIA
CÁSSIO: Elias, por favor… agora fala pra gente, quem foi o mandante do assassinato do meu irmão.
ELIAS: Agora vocês já estão querendo saber demais!
NINA (direta): Foi uma mulher, não foi?
ELIAS: Como sabe?
CÁSSIO (tentando tirar mais coisas da boca de Elias): Então realmente foi uma mulher que mandou matar o meu irmão?
ELIAS: Foi… era uma mulher sedutora, disse que me tiraria daqui o mais rápido possível, mas só ficou na promessa.
NINA (ansiosa): O nome! Eu preciso saber o nome dessa mulher!
ELIAS: Leila. Leila é o nome da mandante.
INSTRUMENTAL: ED S THEME - IURI CUNHA
NINA (chocada, lacrimejando): Não pode ser… você tem certeza, Elias? Tem certeza do que tá falando?
ELIAS: Absoluta! Essa mulher me fez promessas, está dizendo até hoje que vai me tirar daqui, mas nunca cumpre o que prometeu.
NINA: Desgraçada… Desgraçada!
CÁSSIO: Calma, Nina.
NINA: Ela fez tudo de caso pensado… tudo isso pra ficar com a Isabel só pra ela…
ELIAS: Por favor, não vá contar pra ela o que eu disse aqui pra vocês… Leila vem aqui uma vez por mês me visitar.
NINA: Pode ficar tranquilo, eu não vou contar nada, por enquanto. Assassina… acho que já tá na hora de todo mundo saber a verdadeira face daquela miserável.
CÁSSIO: Eu acho melhor não. Vamos aguentar a mão mais um pouco, Nina.
NINA: Elias, por favor, se acontecer da polícia te interrogar sobre esse assunto, eu peço que você fale toda a verdade.
ELIAS: Vocês vão denunciar a Leila, é isso?
NINA: Por agora, não. Mas se acontecer… peço que colabore com a gente.
ELIAS: E eu vou ganhar o que com isso?
CÁSSIO: A sua liberdade. Não é isso que você quer?
ELIAS: É o que eu mais quero.
NINA: Então, por favor, fique ciente de que mais dia ou menos dia, você será chamado pra depor contra a Leila. A cadeia é pouco pra aquela desgraçada. Eu só espero que você não conte nada a ela.
ELIAS: Não vou contar nada. A minha boca é um túmulo.
CÁSSIO: Ótimo. Se é assim… então já está tudo conversado.
Nina e Cássio se levantam e se retiram do local. Elias ainda sentado na sala de visitas, fica pensativo.
CENA 02: IDEARIUM/INT./DIA
A cena mostra o movimento dentro da empresa, com funcionários circulando a todo momento. Logo depois, cortamos para a sala de Tércio, onde ele organiza alguns papéis e faz alguns telefonemas.
TÉRCIO: Droga de telefone, isso não funciona nem aqui nem na China!
Uma funcionária abre a porta educadamente e se aproxima.
FUNCIONÁRIA: Aqui está os relatórios que o senhor pediu, seu Tércio.
TÉRCIO: Ah, ótimo! Fico feliz com a eficiência de sua parte.
De repente, Tércio começa a se sentir tonto, abaixando a cabeça. A funcionária percebe o mal estar e se preocupa.
INSTRUMENTAL: HANS DRONE - IURI CUNHA
FUNCIONÁRIA: O que tá acontecendo? O senhor tá se sentindo mal?
TÉRCIO (nervoso, tentando manter a compostura): Não… não é nada, apenas uma tontura passageira.
Ele leva a mão à testa e fecha os olhos por um instante, fazendo a funcionária se preocupar mais ainda.
FUNCIONÁRIA: O senhor quer que eu chame alguém?
TÉRCIO: Já disse que não é nada! Só preciso ficar quieto por um minuto.
Mostramos a visão de Tércio, que está completamente turva e distorcida. Ele se levanta, mas cambaleia e se desequilibra, caindo no chão. A funcionária começa a gritar por ajuda e outros funcionários vão até lá, socorrendo o empresário as pressas, que delira.
FUNCIONÁRIA: E agora? Vamos levar ele pro hospital?
TÉRCIO (atordoado, fraco): Pra casa… quero ir pra casa…
Dois funcionários apoiam em Tércio, indo em direção ao seu carro.
CENA 03: DELEGACIA/INT./DIA
Após aguardar uns bons minutos, Leandro e Lurdinha são chamados até a sala do delegado. Eles entram e se acomodam, enquanto o delegado termina de revisar alguns papéis.
DELEGADO: E então, no que posso ajudá-los?
LEANDRO: É, então… eu soube que o senhor que tá cuidando do caso do carro da mansão Figueira, que se acidentou há alguns dias e deixou duas vítimas, uma delas fatal.
DELEGADO: Prossiga.
LURDINHA: Delegado, já se passaram uns bons dias desde que o acidente aconteceu e, eu imagino que o laudo preliminar já deve ter saído. A gente gostaria de saber o que ele diz.
DELEGADO: E vocês são o que das vítimas? São parentes?
LURDINHA (se enrola): Não… eu sou…
DELEGADO: Olha, eu sinto muito, mas o laudo só pode ser entregue a um familiar.
LURDINHA: É… eu entendo, delegado, mas a gente só quer saber o que de fato aconteceu… estamos muito preocupados. Ele aqui, o Leandro, ele é namorado da Cecília, e eu sou uma grande amiga, quase uma irmã.
DELEGADO: Eu entendo a preocupação, mas infelizmente o inquérito não permite.
LURDINHA (insistindo): Por favor… a gente só quer saber a verdade, delegado. A Cecília só tem um parente aqui no Rio, que é o pai, mas ele tá mais preocupado com a empresa dele do que com ela. Já eu, estou com ela desde a infância.
DELEGADO (olha para os dois, pensativo): Olha… eu não devia… mas…
Ele se levanta, vai até o armário, pega uma pasta, abre e retira o documento.
DELEGADO: Lembrando que isso aqui é um laudo preliminar. Pode ser que mude, mas… (entregando a folha) Segundo os peritos, o sistema dos freios do carro foi cortado, provavelmente com um objeto cortante como tesoura, ou até uma faca de cozinha. Resumindo, não foi acidente. O carro foi sabotado.
LEANDRO (engolindo seco, olhando para Lurdinha): Então… quer dizer que as nossas suspeitas não eram só suspeitas… alguém tentou matar a Cecília.
DELEGADO: Olha, não digam a ninguém que tiveram acesso a esse documento, pelo menos por enquanto.
LURDINHA: Claro.
Cortamos para a rua, onde Lurdinha e Leandro acabam de entrar no carro do filho de Ubaldo, ainda chocados com a revelação.
LURDINHA (chocada): Será quem teve essa coragem?
LEANDRO (convicto): Só pode ter sido ela, Lurdinha. A Isabel. Não tem outra pessoa no mundo que faria mal a Cecília assim, de graça.
LURDINHA: Meu Deus do céu… e agora, vamos fazer o que com essa informação?
LURDINHA: A gente vai lá, ué. Na mansão.
LURDINHA: Você ficou louco? O delegado disse que não podemos contar isso pra ninguém!
LEANDRO: Eu tenho que saber da boca da própria Isabel, Lurdinha! Eu quero que ela admita que foi ela quem cortou os freios do carro.
Close em Leandro, com o olhar firme e decidido, intercalando com Lurdinha, aflita.
CENA 04: MANSÃO FIGUEIRA/INT./DIA
Leila está se arrumando para sair diante do espelho, quando Isabel entra em seu quarto.
ISABEL: Vai sair de novo?
LEILA: Vou… marquei uma sessão de limpeza de pele naquela clínica que sempre vamos.
ISABEL: E não me chamou porquê?
LEILA: Estou com pressa, Isabel.
ISABEL: Tô achando o seu comportamento bem esquisito de uns dias pra cá… tá tudo bem?
LEILA (rindo, para fugir do assunto): Mas que bobagem, Isabel! Eu sou a mesma de sempre, só que agora estou vivendo mais, saindo mais, me cuidando mais… não posso?
ISABEL: Não é isso, é que…
LEILA (interrompendo, se aproximando de Isabel e lhe dando um beijo na testa): Não precisa continuar, eu tô ótima! Jajá estou de volta, viu?
Leila sai apressada, deixando Isabel sem entender o que está acontecendo. Alguns minutos depois, o carro de Leandro estaciona em frente à mansão Figueira. Leandro e Lurdinha descem do veículo. Leandro toca a campainha descontroladamente. Os seguranças se aproximam.
LURDINHA: Teófilo… quanto tempo!
TEÓFILO (olhos brilhando): Lurdinha… o que tá fazendo aqui? (olhando para Leandro) Desculpa Leandro, mas o seu Tércio não quer que você entre mais aqui. São ordens.
LURDINHA: Teófilo, por favor, deixa a gente entrar. O Leandro só quer ter uma conversa rápida com a Isabel…
TEÓFILO: E se der problema pra mim depois?
LURDINHA: Fala que fui eu, coloca toda a culpa em mim, mas por favor… deixa a gente entrar.
Teófilo pensa por alguns segundos.
TEÓFILO: Tá bem… Mas só porque é você, Lurdinha. É rápido, hein? Aproveitem que a dona Leila saiu.
LURDINHA: Muito obrigada, nem sei como agradecer.
Teófilo abre o portão e permite que Leandro e Lurdinha entrem para o jardim. No interior, Isabel folheia uma revista na sala, até que ouve os gritos de Lurdinha.
ISABEL: Mas o que é isso?
Ela vai até a porta, abre e se depara com os dois.
INSTRUMENTAL: TENSION - EDUARDO QUEIROZ, GUILHERME RIOS
ISABEL: Vocês aqui? Quem deixou vocês entrarem? Meu pai disse que não-
LURDINHA (interrompendo): Pouco me importa o que seu pai disse ou deixou de dizer. Nós viemos até aqui pra falar com você, Isabel.
ISABEL (cruzando os braços): Eu não tenho nada pra falar com vocês! Principalmente com você, sua pobretona!
LURDINHA: Olha, se eu pudesse… a minha mão já estava na sua cara há tempos.
LEANDRO: Parou, as duas! (pausa) A gente veio por um motivo muito sério, Isabel. Muito sério.
ISABEL: Então fala logo e caiam fora daqui!
LURDINHA (direta): Confessa que foi você, sua vaca! Confessa que foi você quem cortou os freios do carro em que a Cecília estava.
ISABEL: Como é que é?
LURDINHA: É isso mesmo, e não adianta disfarçar. A gente teve acesso ao laudo preliminar e tudo indica que os freios foram sabotados!
LEANDRO: E a única pessoa que tinha motivos pra tentar acabar com a vida da Cecília, era você, Isabel.
LURDINHA: Confessa agora que você é uma assassina!
Focamos em Isabel, que arregala os olhos, confusa, intercalando com Leandro e Lurdinha, sérios.
CENA 06: HOSPITAL DA UNIÃO/INT./DIA
INSTRUMENTAL: GLITI - DANIEL FIGUEIREDO
O movimento no ambiente é constante, com médicos, enfermeiros e pacientes circulando a todo momento pelos corredores. No fim do corredor, uma figura surge com jaleco branco, touca e máscara cirúrgica. É Leila, disfarçada. Ela caminha sorrateiramente até chegar na UTI, onde Cecília está. A câmera foca na mocinha, que ainda está desacordada e entubada. A vilã então se aproxima e fica parada por alguns segundos, encarando Cecília.
LEILA (cruel): Que soninho gostoso, não? Que tal nunca mais acordar?
Ela se aproxima dos aparelhos e com cuidado, começa a desligar o respirador que mantém Cecília viva. O barulho do ventilador para de repente, e o bip do monitor começa a ficar mais lento. Leila encara Cecília, sorrindo de canto.
LEILA: Morre, praga!
CONGELAMENTO EM LEILA.
A novela encerra seu 23° capítulo ao som do refrão de “Hot Stuff - Donna Summer”.
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