Rios da Razão - Capítulo 12 (12/02/2024)

 Rios da Razão - Capítulo 12




Cena 01 (Casa de Fabrício/Manhã/Sala)
Detetive - O que houve, o gato comeu a língua?
Jussara - Não, não. Pode ir entrando. Quer um copo d’água?
Detetive - Não
Jussara - Não?
Detetive - Não. Eu quero um copo com Água. Um copo d'água iria se esvaziar na minha mão (risada) Gostou da piada?
Jussara - Foi ruim não. Mas vai querer ou não o copo d'á.. com água.. vou buscar… o Fabrício não está em casa, saiu a pouco tempo
Detetive - Não se preocupe, eu aguardo.
Jussara - Aqui.
Detetive - Muito obrigado, mas não mudando de assunto já mudando, o que a senhora fez no dia 15 de outubro de 1990?
Jussara - Eu não sei, porque a pergunta?
Detetive - Nada, é porque é o dia que eu nasci, 15 de fevereiro de 1990. Uma segunda chuvosa de fevereiro
Jussara - Perai, mas o senhor disse fevereiro? Não era outubro?
Detetive - É porque nasci em outubro, porém meu pai me registrou como se fosse em fevereiro. É porque ele estava muito bêbado no dia sabe, aí quando me registrou colocou a data errada, aí as vezes me confundo se foi em fevereiro ou outubro. Mas foi em fevereiro
Jussara - Mas você não disse que era em outubro?
Detetive - Eu disse?
Jussara - Olha, vamos mudar de assunto, o Fabrício acabou de chegar.
Fabrício - Bom dia! Você é o detetive?
Detetive - Bom dia! Detetive Roberto Costa Gomes ao seu dispôr! Onde o senhor estava no dia 18 de abril de 1965?
Fabricio - Que?
Detetive - É, no dia do nascimento de minha queria mamãe, Anastácia Costa de Oliveira Patrocínio Gomes, uma mulher eleganterrima.
Fabricio - Oh que bom, e como ela está.
Detetive - Melhor do que eu, pena que está em uma casa pequena.
Fabrício - Ela mora numa kitnet?
Detetive - Não, numa sepultura (risada) ela faleceu em 2009.
Fabricio - Como chegamos nesse assunto?
Detetive - Eu que pergunto, como chegamos nesse assunto? Você quer mudar de assunto só para não conta onde estava no dia do acidente de 22 de janeiro de 2024 as 21h55 da noite não é isso?
Fabricio - Eu estava no barco que afundou.
Detetive - Testemunha?
Fabricio - A própria, fui em que fui vítima do acidente.
Detetive - Catapimbas, essa foi do Balacobaco
Fabricio - Oi? Olha vamos nos assentar, o senhor não quer almoçar?
Detetive - Com certeza, foram 2 horas de viagem cansativas
Fabrício - Deu pra perceber, vou pedir pra cozinheira tirar o almoço
Detetive - Tirar de onde?
Fabricio - Como de onde? Da cozinha
Detetive - Isso é meio óbvio, não é?
Fabrício - É… pelo menos eu acho que é… inclusive, vou ligar para o delegado
Detetive - Eu não matei ninguém, eu juro.
Fabricio - Que? Não é isso. É pra te deixar a par do assunto, que é o acidente.
Detetive - Só deixando claro que não fiz nada.
Fabricio - Meu Deus, mas não é isso, é que…
Detetive - Afinal das contas, cheguei hoje pela manhã aqui.
Fabrício - Eu sei, mas..
Detetive - Será que eu estava aqui no dia do crime? Gente como não me lembro disso…
Fabrício - Chega! Me desculpa, mas o senhor não está bem
Detetive - Melhor impossível!

Abertura/ Voltamos a apresentar

Cena 02 (Casa de Fabrício/Tarde/ Sala de jantar)
Detetive - Seu almoço está divino, quem fez?
Cozinheira - Eu
Detetive - Vou te levar pra casa (risada) desde que minha mãe morreu meus almoços não tem sido mais os mesmos .. sozinho, sem ninguém…
Fabricio - Que isso… sempre que quiser pode vir almoçar aqui em casa.
Detetive - Olha, não me tente, se não fico mesmo (risada)
Luana - Quem é esse?
Detetive - Detetive Dr. Roberto Costa Gomes ao seu dispôr!
Luana - Vocês tiraram esse homem de qual circo?
Detetive - O que será que ela quis dizer?
Fabricio - Mais respeito com ele, Luana. Ele veio para investigar o caso do barco
Luana - Bom, ele deveria estar investigando. Não almoçando… e muito menos aqui em casa
Fabrício - Não me diga que você vai controlar os meus convidados.
Luana - Se fosse possível. Praticamente qualquer alienado você põe aqui dentro..
Detetive - Alienado é o senhor seu avô
Ernesto - Almoçando sem mim? Que calamidade, vocês querem me ver morrendo naquela cama mesmo. Quem é esse senhor?
Detetive - Bom, vou ter que deixar meu cartão aqui né, porque pelas vezes que repetir já pode virar um jargão por aqui.
Ernesto - O senhor ainda não me respondeu, quem és?
Detetive - Dr. Roberto Costa Gomes ao seu dispôr!
Ernesto - Dr? Que nem o Perry Mason?
Detetive - Não, sou detetive, que nem o Mário Fofoca
Ernesto: Ah (ele fala decepcionado)
Detetive - O que será que ele quis dizer?
Letícia - Bom dia! Quem é esse
Detetive - Outra… daqui a pouco tenho que andar com um outdoor nas minhas costas…
Fabrício - Ele é o detetive que vai investigar o caso do barco filha
Letícia - Ah, e por onde o senhor pretende começar?
Detetive - Pelo começo
Fabrício - Ela quis dizer por onde o senhor vai começar a investigação.
(Jardel chega no momento)
Detetive - Ah sim. Bom, eu pretendo ir onde o senhor guardava os barcos, para poder ver quem era responsável por olhar e também por mexer no barco
Jardel - Você vai fazer o que?
Detetive - Outro.. ele também é seu filho?
Fabrício - Não, Deus me livre. Ele é namorado da minha filha
Detetive - Ah, meus pêsames.
Jardel - Que isso, assim o senhor me ofende.
Fabrício - Ora, Vamos parar de conversas paralelas. Dr. Roberto, onde o senhor estava?
Detetive - Bom, eu estava em Olinda, aí me chamaram…
Fabricio - Não é isso, onde o senhor estava na conversa.
Detetive - Ah, eu estava na mesa.
Fabricio - Em que parte?
Detetive - Da lateral.
Fabrício - Me refiro à parte da conversa.
Detetive - Ah sim. Bom, eu estava…
(Batidas na porta)
Fabrício - Deixa que eu abro… Téo!
Jardel - Ah não, esse insuportável de novo
Luana - O que foi amor?
Jardel - Nada, nada. É que seu pai trouxe aquele rapaz de novo né…
Luana - Pra variar.
Téo - Boa tarde Fabrício, queria falar com o detetive…
Detetive - Quem quer falar comigo?
Téo - Ah sou eu, boa tarde
Detetive - Pode dizer

Estamos apresentando/ Voltamos a apresentar

Cena 03 (Casa de Fabrício/Tarde)
Detetive - Pois então, diga.
Téo - É sobre a investigação
Detetive - Que investigação?
Téo - Como qual investigação? A que você foi chamado pra fazer
Detetive - Ah sim, prossiga.
Téo - Pois, eu quero te ajudar.
Detetive - Ajuda? Mas eu não preciso de ajuda
Téo - É porque eu quero estar por dentro do caso
Detetive - Você é irmão da vítima?
Téo - Não
Detetive - Filho da vítima?
Téo - Não
Detetive - Namorado da vítima?
Téo - Não, Deus é mais
Detetive - Então o que você tem a ver com essa investigação
Téo - É porque eu tenho suspeitas de quem esteja envolvido nessa caso
Detetive - Ora, então me diga ué
Téo - Bom, só avisando que não é nada concreto, é apenas uma suposição
Detetive - Sim, sei, um supositório
Téo - Que?
Detetive - Ora colega, andemos depressa que o meu tempo é curto. Anda, quem você acha que está envolvido no caso do acidente do Barco?
Téo - Bom, eu tenho quase certeza que é o Jardel!
Detetive - Jardel? Aquele moço sentado na mesa?
Téo - Sim
Detetive - Porquê?
Téo - Sempre que toco no assunto do acidente ele Interrompe
Detetive - Justo
Téo - Muito justo
Detetive - Justíssimo! Vamos atrás dele
Téo - Não, ainda não! Temos que ir sorrateiramente. Temos uma grande missão a partir de agora!

Encerramento ao som de Espelhos D’agua, do Dalto

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