A Terceira Vértice - Capítulo 16 (06/04/2024)

 



A TERCEIRA VÉRTICE - CAPÍTULO 16


Lucas: Você ficou louca? Se você se passar pela Gardênia, só vai atrair problemas pra cima da gente.

Olga: Eu não vou atrair problema, eu vou ser a solução dos nossos problemas. 

Lucas: Nossos?

Olga: É. Nossos. Ou você não vai me ajudar nisso?

Lucas: Eu não vou me envolver nessa loucura. Nem morto. Ouviu? 

Olga: Ok, então eu faço sozinha. Eu que não vou ficar trabalhando como empregada nessa casa, servindo aquele cu de poço a minha vida inteira igual a nossa mãe, parece até que tem fetiche em ser a escrava isaura dessa família. Inferno. 

Olga guarda as coisas de Gardênia numa mala. Lucas fica pensativo. 

Lucas: Tudo bem. Eu vou ajudar você nisso. 

Olga se vira e olha para ele. 

Olga: Vai mesmo?

Lucas: Vou.

Ela se aproxima.

Olga: Vai ajudar não só a mim. Mas a você também. Sabe disso, não sabe?

Os dois se beijam. 


No dia seguinte, Rodrigo está em seu apê quando a campainha toca. Ele vai atender e se surpreende. 

Rodrigo: Daniel?

Daniel o encara. 

Daniel: Posso entrar?

Rodrigo: Claro! 

Daniel entra. Rodrigo fecha a porta.

Rodrigo: Aconteceu alguma coisa? Você quer conversar comigo, quer esclarecer alguma coisa, você… Quer dizer… Eu não imagino o que veio fazer aqui, porque da última vez que a gente se viu foi quando você terminou comigo… 

Daniel: Foi um dia péssimo. Mas eu não vim aqui voltar com você se é isso que está pensando. Eu vim aqui pra saber em que pé está a investigação. 

Rodrigo fica uns segundos em silêncio.

Rodrigo: (mente) Eu ainda não encontrei nada.

Daniel: Não? Você não disse que ia pro enterro da dona Séfora?

Rodrigo: E eu fui. Mas não vi ninguém da família por lá. Parece que ela não tinha ninguém nessa vida.

Daniel: (suspira) Certo… E as imagens das câmeras de segurança do asilo que você falou que ia pegar… Conseguiu?

Rodrigo: Não. Eu até fui lá, mas me disseram que o computador do asilo foi hackeado. Deletaram as imagens daquele dia do sistema.

Daniel: Só daquele dia?

Rodrigo: Só…

Daniel: Me diz uma coisa, Rodrigo. Você viu as imagens. Disse que reconheceu a Angélica nelas. Caso seja ela… Como que ela estava nessas imagens?

Rodrigo: Estava disfarçada. Com uma peruca de cabelos ondulados, castanhos claros. 

Daniel fica pensativo.

Rodrigo: Porquê?

Daniel: Por nada. (pausa) Se tiver alguma novidade, me avise. 

Rodrigo: Não se preocupe.

Daniel dá meia volta e sai do apartamento.


Na casa de Afrodite, Marinalda está no quarto arrumando suas coisas, preparando-se para retornar à mansão. Afrodite aparece na porta.

Afrodite: Já vai?

Marinalda: Preciso ir.

Afrodite: Mas já, amor? Ele não te deu uma semana de folga?

Marinalda: Não consigo ficar em casa sem fazer nada, mãe. Eu preciso voltar e fazer alguma coisa, não aguento ficar aqui parada enquanto aquela demônia pode estar armando alguma.

Afrodite: E o quê que tu pode fazer contra essa mulher, Marinalda? Enfiar bosta na garganta dela?

Marinalda: Se pudesse eu matava aquela vaca, isso sim.

Afrodite: Ai filhinha, toma cuidadinho quando chegar lá? 

Marinalda: Relaxa.

Afrodite: Queria tanto ir com você, só pra conhecer meu filho. Nem sei como eu vou reagir quando eu ver ele pela primeira vez depois de muito tempo.

Marinalda abraça a mãe. 

Marinalda: Não se preocupe que esse dia já está chegando. 

Ela pega suas coisas.

Marinalda: Tchau. 

Afrodite: Deus ilumine seu caminho!

Marinalda vai embora. Afrodite suspira enquanto olha para a foto de Daniel na tela inicial do seu celular. 


Enquanto isso, Daniel chega na mansão, retornando do apartamento de Rodrigo. Ele encontra a casa vazia. Sobe as escadas e vai em direção ao seu quarto. Antes de entrar, para. Pensa. Decide dar meia volta e ir até o quarto de Angélica. Ele bate na porta, e como ninguém responde, Daniel entra, se deparando com o quarto vazio. Ele prontamente se dirige para o roupeiro, abrindo e vasculhando tudo, na esperança de encontrar alguma coisa que possa enfim provar que Rodrigo sempre esteve certo esse tempo inteiro.

Daniel: Não é possível. Tem que ter alguma coisa. 

Daniel pára e pensa. Até que olha para a cama. Ele fecha o roupeiro. Ao se aproximar da cama, levanta o edredom que cobre a base do móvel. Vê que há uma gaveta quase que camuflada, escondida. Se agacha e abre com cuidado, vendo vários papéis espalhados e uma caixa de madeira. Ele pega a caixa e abre, dando de cara com uma peruca, do jeito que Rodrigo descreveu. 

Daniel: (chocado) Não acredito… (ele olha pro chão, com a peruca na mão, incrédulo) Desgraçada, mentirosa… 

Angélica: Daniel?

Daniel olha para ela, com os olhos arregalados, surpreso. Angélica está parada na porta, encarando-o.

Angélica: Posso saber o que você está fazendo no meu quarto?

Daniel fica estatelado, sem saber o que fazer.  

ENCERRAMENTO.


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