2 de out. de 2024

CEREJAS - CAPÍTULO 13 - (02/10/24)

 

CAPÍTULO XIII

 

I – BIONDA RECEBE UMA VISITA ESPECIAL

(Sem escapatória, Bionda se obriga a descer do seu quarto, o qual está hospedada sob o nome de Helena, para receber a visita especial)

BIONDA: (tensa) Imaginei que poderia ser você, mas o quer a essa altura do jogo? Não vê que eu já perdi... Estou nessa espelunca usando um nome falso, estou sendo procurada pela polícia... eu já perdi, só peço que me deixe em paz.

(a cena não mostra o rosto ou qualquer característica do personagem que Bionda se comunica, o rosto dela está tenso e um instrumental de suspense toca, ela bebe um pouco da bebida que a visita misteriosa a oferece no barzinho do hotel)

(a tela escurece, quando as luzes se acendem, em outro ambiente, Bionda está amarrada e com a boca amordaçada)

 

II – O DEPOIMENTO DE VIVIAN À POLÍCIA

(A cena acontece no interior de uma sala de interrogatório, é um ambiente frio, com luz baixa. O delegado, de expressão séria, folheia o dossiê com as informações que possuem sobre ela, enquanto um gravador capta cada palavra do depoimento.)

DELEGADO: (olhando firme para Vivian) Então, você quer confessar sua participação nos negócios ilegais da Bionda?

VIVIAN: (calma, com voz firme) Sim. Mas vou além disso. Vou expor tudo.

(O delegado faz uma pausa, ajeita os papéis à sua frente, interessado.)

VIVIAN: Bionda e eu montamos uma rede de “agenciamento de modelos”, que na verdade era uma fachada. O que fazíamos era selecionar jovens atraentes, muitas delas novas no país, sem família ou suporte, para aliciá-las a encontros com homens poderosos. Empresários, políticos, juízes... todos da alta sociedade.

DELEGADO: E qual era o verdadeiro objetivo disso? Apenas lucro?

VIVIAN: (balançando a cabeça)  Não era só sobre dinheiro. Era sobre poder. A Bionda sempre foi mais ambiciosa do que qualquer pessoa percebeu. As jovens eram transformadas em marionetes... elas não tinham escolha. Traumatizávamos essas garotas, quebrávamos suas vontades. E uma vez que estivessem sob nosso controle, usávamos isso para controlar também os homens com quem elas se envolviam.

DELEGADO: (se inclinando para frente) Como funcionava essa... manipulação?

VIVIAN:  Esses encontros não eram casuais. Gravávamos tudo. Tudo o que acontecia de errado. Chantagem, intimidação... assim mantínhamos a classe alta nas nossas mãos. Mas havia algo mais sombrio, delegado. Algo que ninguém fora do círculo interno entende.


ENCERRAMENTO

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