Paixões & Legados
Escrita por Fafá
Faixa das 18h
ELZA: Você? O que está fazendo aqui?
Lúcia, ainda surpresa, não consegue dizer nada.
TOMÉ: Vocês se conhecem?
LÚCIA: Tivemos alguns desentendimentos no passado…
ELZA: Apenas desentendimentos? Falando assim, nem parece que você roubou o meu homem.
Todos presentes no local ficam em choque com a revelação.
LÚCIA: Acalme-se, Elza. Vamos resolver isso numa conversa particular.
ELZA: Particular? Não quer que ninguém saiba a verdadeira bisca que você é? Olhe só, essas roupas caras e chiques, essa criança… é filha de Leonel?
LÚCIA: Não, Leonel e eu não nos falamos há muito tempo.
ELZA: Interessante… qual a idade de sua filha, mesmo?
LÚCIA: Ela tem apenas um mês de vida.
ELZA: Mas, fazendo os cálculos aqui, essa idade e mais os meses de gravidez, batem mais ou menos com a data de quando você e Leonel fugiram de Roseiras…
LÚCIA: Impossível, Anabel nasceu prematura.
ELZA: Parece-me uma criança bem grande e saudável para ter nascido prematura há pouco tempo.
LÚCIA: Por que insiste nisso? Por que insiste em tentar me rebaixar? Nosso atrito foi há tanto tempo, não é possível que ainda não tenha superado Leonel.
ELZA: Só estou mostrando a sua verdadeira face. Mostrando que deu o golpe do baú para ficar rica!
LÚCIA: Meça suas palavras ao falar de mim, garota mimada!
ELZA: Você roubou o meu homem, fugiu com ele enquanto fiquei por meses naquela cidade com a reputação de corna.
LÚCIA: Não é minha culpa se Leonel amou mais a mim do que a você.
Elza se enche de fúria e dispara um tapa na cara de Lúcia, que revida. As duas começam a sair no tapa enquanto Anabel começa a chorar em seu carrinho. Gustavo e Tomé separam a briga e todos vão para o lado de fora da pensão.
ELZA: SUA DESGRAÇADA! CRUZE MEU CAMINHO NOVAMENTE E EU TE MATO! Eu estava vivendo minha vida calmamente antes de você reaparecer.
LÚCIA: Foi você quem começou a discussão. Pense antes de sair falando o que sai dessa sua cabeça fraca.
ELZA: Eu mato você! Eu juro que te mato se te encontrar de novo!
GUSTAVO: Chega, Elza! Vamos entrar.
Gustavo puxa Elza para dentro e Lúcia, descabelada, recompõe-se.
TOMÉ: Lúcia, está tudo bem? Essa situação saiu do controle.
LÚCIA: Estou. Desculpe-me pela baderna, Seu Tomé, eu não deveria ter alimentado essa situação.
TOMÉ: Precisa de algo? Um copo de água para acalmar?
LÚCIA: Não, obrigada. Melhor eu ir antes que aconteça algo a mais.
Lúcia carrega o carrinho com sua filha e sai andando.
Gustavo leva Elza até o quarto e acalma a moça.
ELZA: Ela acha que pode acabar com minha reputação e voltar assim, sem mais e nem menos. Acha que posso simplesmente só esquecer de tudo o que aconteceu. Mas, se eu vejo essa mulherzinha de novo na minha frente, eu mato.
GUSTAVO: Acho que você está muito alterada, pense um pouco, relaxe e descanse.
ELZA: Eu só vou conseguir descansar quando acabar com a vida dessa biscate, assim como ela destruiu a minha.
GUSTAVO: Você não acha que guarda muito rancor?
ELZA: Você não acha que está se intrometendo demais?
GUSTAVO: Eu só estou tentando ajudar. Disse que Lúcia…
ELZA (Interrompendo): Não diga o nome dessa…
GUSTAVO: Está bem. Disse que ela destruiu sua vida um dia, mas se você cometer alguma loucura, será você que estará destruindo a própria vida.
ELZA: O doutor acha que é fácil lidar com isso, mas nem imagina a raiva enorme que passei. Minha vida estava seguindo um caminho lindo, fui bem criada, não passava necessidade, e estava vindo a peça que faltava: um marido. Eu estava noiva de Leonel, até que comecei a perceber que ele estava distante, como se não se importasse mais com o nosso casamento. Então, eu o segui, e o flagrei aos beijos com essa tal de Lúcia.
GUSTAVO: Nossa… mas, se você manteve a calma naquele momento, por que não consegue manter agora?
ELZA: Eu não mantive, esqueci de contar um detalhe: levei uma arma comigo. Mirei na cara do filho da mãe, mas minha péssima mira fez com que acertasse no ombro.
Gustavo fica em choque.
GUSTAVO: Entendi…
ELZA: Até que essa conversa me acalmou um pouco. Agora, ao invés de querer empurrar aquela mulher de uma ponte, quero apenas dar uma bela bofetada na cara dela.
GUSTAVO: Desabafar faz bem. Se tiver alguma crise de raiva, me procure, terá uma pessoa com quem possa conversar.
ELZA: Obrigada, doutor! Acho que é disso que eu preciso: um amigo com quem eu possa conversar.
Lúcia chega em casa, empurrando o carrinho que carrega sua filha. Mercedes chega para recebê-la.
MERCEDES: Bom dia madame. O que aconteceu com a senhora?
LÚCIA: Nada demais, apenas me prepare um banho quente, por favor. Preciso descansar.
Algumas horas depois, Lúcia está deitada em sua cama, conversando com Bernardino.
BERNARDINO: Mas essa moça, Elza, é um tanto fora de si. Partir para a agressão, desse jeito?
LÚCIA: Elza foi muito mimada pelo pai. Quando acontece algo de que não gosta, surta e sai fazendo loucuras. Por isso Leonel tinha medo de desmanchar o noivado.
BERNARDINO: Pelo menos não aconteceu nada de muito grave. Bom, deixarei você descansar agora, teve um dia muito agitado. Boa noite, querida!
LÚCIA: Boa noite!
Leonel escreve algo em um papel e Celine, lendo um livro ao seu lado, apenas observa.
CELINE: Tem certeza de que se sente preparado para enfrentar isso?
LEONEL: Tenho. Amanhã cedo, mando entregar estes papéis no jornal, de forma anônima, claro.
CELINE: Aprecio a sua coragem, em enfrentar um dos maiores coronéis da região.
LEONEL: Estou fazendo o que é preciso. Vou espalhar para que todos saibam as maldades do Coronel Guilhermino.
No outro dia, pela manhã, Guilhermino, sentado em sua cadeira de balanço na varanda do casarão, lê o jornal.
GUILHERMINO: Mas que audácia. Tenho certeza de que isso é coisa daquele sujeitinho.
Jarbas se aproxima do Coronel.
JARBAS: Mandou me chamar?
GUILHERMINO: Contate o detetive, temos notícias do tal sujeito.
Bernardino toma seu café da manhã enquanto lê o jornal.
BERNARDINO: Mercedes, sobre aquela conversa que tivemos há um tempo, em qual cidade seus parentes moram?
MERCEDES: Ora, não sei qual relevância isso teria.
BERNARDINO: Eu apenas quero saber.
MERCEDES: Moram em Lagoa das Dálias. Mas, perdoe-me senhor, não entendi o seu interesse no assunto.
BERNARDINO: Percebi que nunca te perguntei algo sobre sua vida particular. Sabe, serviu-me por tantos anos, temos uma ótima relação de patrão e governanta, e nunca tivemos essa conexão mais íntima.
MERCEDES: Já chegamos a ter um relacionamento melhor… mas o senhor sabe como acabou.
BERNARDINO: Isso já faz muito tempo.
MERCEDES: Mas foi algo que não se esquece com tanta facilidade…
BERNARDINO: Óh céus! Guilhermino nos jornais… Eu o avisei dos perigos, mas parece que não adiantou. Mercedes, prepare minhas coisas, vou para Vila das Camélias.
Um tempo depois, Lúcia está sentada à mesa.
LÚCIA: Viajou assim? Sem me avisar?
MERCEDES: O Senhor Bernardino teve um problema e saiu o mais rápido que pôde para resolver. Talvez chegue hoje pela noite, ou apenas amanhã pela manhã.
LÚCIA: Tudo bem. À tarde, vou passear com Anabel. Vou ficar apenas pela praça para não ocorrer outra situação como aquela…
O sol alto da tarde incide sobre a fazenda de Guilhermino. Um carro chega, e dele desceu Bernardino.
GUILHERMINO: Bernardino, meu grande amigo e sócio, o que o traz aqui?
BERNARDINO: Pretendo ser rápido, pois tenho mais coisas a resolver. Vi a matéria no jornal.
GUILHERMINO: Parece que a notícia se espalhou rapidamente. Antes que comece a me criticar, queria que soubesse que segui os seus conselhos, olhe aqui…
Guilhermino começa a apontar para os locais enquanto fala.
GUILHERMINO: Lá, está sendo construído um casarão onde os empregados poderão dormir. Veja que eles estão descansando nesse momento, pois diminui as horas de trabalho. E, mais pra lá, ficará uma escola onde eles poderão deixar os filhos.
BERNARDINO: Parabéns pelo esforço, mas os seus esquemas já foram expostos ao povo. Você tentou consertar as coisas, mas agora é tarde demais. Não posso associar a imagem de minha empresa à sua…
GUILHERMINO: O que quer dizer com isso?
BERNARDINO: Estou desmanchando a nossa sociedade.
Guilhermino fica incrédulo e depois começa a rir.
GUILHERMINO: Você só pode estar brincando.
BERNARDINO: Não estou. Você fez a sua escolha, e eu estou fazendo a minha. Espero que entenda e supere essa dificuldade.
GUILHERMINO: Sinto-me apunhalado pelas costas.
BERNARDINO: Não fique rancoroso por conta disso, por favor!
GUILHERMINO: Ninguém me trata desse jeito. Eu só digo uma coisa, Bernardino: tome mais cuidado ao sair de casa, ao atravessar a rua, em lugares públicos… Nunca se sabe, às vezes acontecem alguns acidentes… que podem ser fatais.
BERNARDINO: Está me ameaçando?
GUILHERMINO: Se não está do meu lado, considere-se meu inimigo.
BERNARDINO: Se prefere que seja desse jeito, que assim seja.
Bernardino dá as costas ao seu ex-sócio e embarca novamente em seu carro.
Elza e Gustavo passeiam pela praça da cidade. Os dois conversam e riem juntos enquanto tomam um sorvete.
ELZA: Estou adorando esse nosso momento juntos, fazia tanto tempo que eu não me divertia assim.
GUSTAVO: Eu também, estou sempre trabalhando tanto que me esqueço de sair e tomar um pouco de ar.
Lúcia chega no local, passeando com a pequena Anabel. Elza a enxerga de longe.
ELZA: Não é possível…
Gustavo olha para a mesma direção.
GUSTAVO: Lembre do que eu falei: respire fundo e se controle. Agora vamos lá.
ELZA: O que está fazendo?
GUSTAVO: Ela também é uma amiga minha, seria falta de educação não cumprimentá-la.
Gustavo e Elza andam até a moça. Eles se cumprimentam e Lúcia encara Elza desconfiada.
GUSTAVO: Estamos dando um passeio, para espairecer um pouco.
LÚCIA: Eu também, ontem foi um dia estressante…
Elza tem um pico de raiva, mas se contém.
LÚCIA: Eu vou indo, prazer em vê-los.
A moça continua andando.
ELZA: Que ódio dessa mulherzinha!
GUSTAVO: Isso já é um avanço, conseguiu se conter. Agora vamos continuar de onde estávamos…
Os dois seguem andando e conversando.
ELZA: Disse que Lúcia é sua amiga… Se conhecem há quanto tempo?
GUSTAVO: Você sabe, ela se hospedou na pensão por algumas semanas. Eu, ao lado de Seu Tomé e Dona Cássia, ajudamos bastante a moça quando chegou aqui. Inclusive, fui eu que diagnostiquei a gravidez dela, na primeira semana em que chegou…
Gustavo pensa na besteira que acabou de dizer e põe a mão no rosto, incrédulo consigo mesmo.
ELZA: Então ela já chegou aqui grávida… EU SABIA!
GUSTAVO: Por favor, esqueça isso! Se tem alguma consideração por mim, esqueça isso e não toque mais nesse assunto.
Um novo dia nasce e Bernardino volta para casa após sua cansativa viagem.
LÚCIA: E então, como foi?
BERNARDINO: Uma viagem cansativa, fiquei o dia inteiro resolvendo negócios, a noite na estrada, e ainda fui ameaçado de morte, mas está tudo bem.
LÚCIA: Sempre com esse bom humor… Vou lá em cima ver como Anabel está.
Lúcia sobe as escadas, deixando Bernardino e Mercedes a sós.
BERNARDINO: Mercedes, tenho uma pergunta a fazer.
MERCEDES: Pois não, senhor?
BERNARDINO: Eu fui até Lagoa das Dálias, ver se encontrava com algum conhecido seu, e parece que, naquela cidade minúscula, ninguém sabe quem é você.
MERCEDES: Eu lhe disse, senhor, não frequento tanto aquele local.
BERNARDINO: Perguntei também pelo seu sobrenome, afinal, disse que tinha parentes lá, e não há ninguém com o mesmo sobrenome que o seu.
MERCEDES: Acontece, senhor, que…
BERNARDINO: Por que mente para mim? Se recusa em falar para onde vai quando não está aqui.
MERCEDES: Eu mal saio dessa casa.
BERNARDINO: Eu sei que você aproveita minhas viagens longas para sair daqui. Acha que não sei? Já aconteceu inúmeras vezes de eu telefonar para cá, enquanto estava fora, e você não atender. Acho extremamente estranho isso, uma pessoa que diz uma coisa e faz outra, tentando ocultar a verdadeira ação. Eu sei que esconde algo de mim, e, por isso, digo-lhe que não tenho a confiança que deveria. Saiba que estou com os olhos atentos em você.
Mercedes se enche de temor.
Meses se passam. Elza e Gustavo se aproximam mais, passam mais tempo juntos e constroem uma grande amizade. Lúcia e Bernardino constroem uma relação mais forte um com o outro. Bernardino está sempre atento às ações de Mercedes e toma cuidado ao sair de casa, tremendo que Guilhermino cumpra a ameaça. Leonel segue convivendo com as desconfianças de Débora, e ouvindo os desaforos de Gláucia. O estado de Celine piora.
Celine e Leonel fazem seu passeio diário pelo jardim. Agora, a moça está fraca para andar, sua pele é branca como papel e se esforça até para respirar.
LEONEL: Acho que já deveríamos voltar para dentro.
CELINE: Por quê? Mal começamos a caminhar.
LEONEL: Você quase não se aguenta em pé, é melhor descansar…
CELINE: Vamos continuar, eu já disse que não gosto de toda essa preocupação.
Nesse momento, Celine começa a se sentir mal.
LEONEL: Celine? O que há?
A moça desmaia nos braços do rapaz, que fica desesperado.
LEONEL: CELINE? ALGUÉM ME AJUDA!
Gláucia chega correndo para saber o que está acontecendo.
GLÁUCIA: O que está acontecendo?
LEONEL: Celine não está bem, telefone e peça para o Doutor Gustavo vir o mais depressa possível.
À noite, Celine está deitada em sua cama e o Doutor Gustavo examina seus batimentos. No mesmo quarto estão: Leonel, Gláucia e Débora, esperando que o doutor fale alguma coisa. Ele para de examiná-la.
DÉBORA: E então?
GUSTAVO: Ela está… partindo. Sugiro que resolvam o que têm para resolver e conversem o que têm para conversar. São os últimos momentos de vida da moça.
O clima pesa no recinto, todos ficam sem palavras com a notícia. Todos saem do quarto, deixando apenas Celine e Gláucia.
GLÁUCIA: Celine, minha querida sobrinha, te vi crescer e… me dói tanto te ver assim, nesse estado.
CELINE: Eu já sei o que está acontecendo… Eu já sinto a morte me cercando há muito tempo.
GLÁUCIA: Quando sua mãe se foi, pediu que eu e sua Tia Cássia, sejá lá onde essa velha estiver, cuidássemos muito bem de você e sua irmã. Mas vejo que as coisas não saíram do jeito que ela pediu…
CELINE: Não é culpa sua, tia. Afinal de contas, eu já cresci, já me tornei uma mulher. A sua missão acabou há anos.
GLÁUCIA: Eu não acho isso… O que acha de, amanhã no café, eu preparar aquele bolo de milho que você adorava quando eu fazia?
CELINE: A senhora ainda sabe?
GLÁUCIA: Posso ter ficado rica, mas nunca perdi o jeito para fazer bolo. Eu queria me desculpar com você, desde já. Sei que tem vezes que minha boca fala coisas um tanto inconvenientes, e isso incomoda muita gente, ou se eu te atrapalhei quando voltei para essa casa…
CELINE: Tia, não se preocupe! A senhora nessa casa só me trouxe mais alegria. Antes estava um clima tão mórbido por aqui, mas, depois que chegou, tivemos momentos felizes.
Os olhos de Gláucia se enchem de lágrimas.
GLÁUCIA: Oh, minha querida! Eu vou me deitar, estou com sono…
Ela sai tentando conter o choro. Momentos depois, Débora entra no quarto para conversar com a irmã.
DÉBORA: Eu sempre tentei fazer o possível, você não me ouviu e agora olhe como está…
CELINE: Débora, não comece.
DÉBORA: Eu sempre estive tentando te ajudar, e no final, saía como a vilã da história. É impressionante o quanto você foi burra! Agora, está aí, morrendo aos poucos e sabe disso. E eu irei me preocupar com isso? Não! Esperei por esse momento por muito tempo. Sempre me afastou dos negócios da família, nunca manteve a confiança em mim.
CELINE: Você queimou toda a sua parte da herança em 1 ano, como poderia confiar algo tão precioso em suas mãos?
DÉBORA: Mas agora terá que confiar. Está morrendo e não tem outra alternativa a não ser botar tudo em minhas mãos.
CELINE: Eu estou à beira da morte e você pensa na herança?
DÉBORA: Por que eu me preocuparia com você? Sempre exclamou que teve uma vida feliz e blá blá blá. Deveria estar partindo satisfeita.
CELINE: Isso mesmo, bote as garrinhas para fora.
DÉBORA: Nos vemos no inferno, pois, em vida, não nos veremos mais.
Débora sai do quarto e Celine chora com as palavras amargas da irmã. Um tempo depois, Leonel entra.
LEONEL: Está chorando? Débora disse alguma coisa?
CELINE: Não é nada…
Celine solta um riso.
LEONEL: O que foi?
CELINE: Você sempre se preocupando comigo… diferente dos outros, você não faz isso por pena, ou por achar que sou frágil demais, mas por se preocupar de verdade.
LEONEL: Você sempre fica me falando essas coisas, e eu nunca tenho coragem para responder algo tão carinhoso à essa altura. Eu sempre tive tantas coisas para te falar, mas o medo sempre me dominou.
CELINE: Medo? Tem medo de mim?
LEONEL: Medo do amor… acho que nunca tive uma paixão tão grande dentro de mim como essa. Mas do que adianta encher os seus ouvidos com esse assunto agora? Acho que seria inconveniente da minha parte abrir meu coração só agora, agora que você está deitada nessa cama, à beira da morte.
CELINE: Acho que estou tão mal, que nem mesmo um beijo de amor poderia me salvar.
LEONEL: E eu não sou um príncipe encantado, de alguma profecia que você ouviu quando pequena.
CELINE: Mas eu acho que… seria uma ótima tentativa para me salvar.
LEONEL: Está me pedindo um beijo?
CELINE: Se assustaria ao saber que espero por isso há muito tempo.
O ar é preenchido por um clima romântico e melancólico. Os dois olham no fundo dos olhos um do outro e aproximam seus rostos vagarosamente, culminando num beijo longo e apaixonante. Os dois se envolvem explodindo de paixão, Leonel cerca a moça com seus braços e ela apenas se deixa levar pelo momento. Após um bom tempo, o rapaz finalmente distancia seus lábios do dela, e assim, percebe que ela havia partido. A última lembrança de Celine seria aquele longo e apaixonante beijo, que terminou com ela morta nos braços do rapaz.
ENCERRAMENTO
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