Traída, a Vingança da Doutora Ásia – Capítulo 35
Web Novela
Autor: Lucas Gustavo
Capítulo escrito por Sujiro Kimimame
Faixa das 21h
[🔴LIVRE
PARA TODOS OS PÚBLICOS🔴]
Cena 01 (Casa de
Ásia/Sala/Manhã)
Ásia está sentada em seu sofá,
o tablet no colo, mas seus olhos atentos estão focados na figura de Gretchen,
que entra acompanhada de Cabelinho, quando Bucetildes abre a porta para eles.
ÁSIA (com
um sorriso discreto, observando Gretchen): Seja bem-vinda, Gretchen. Espero que
tenha clareza sobre o que espera daqui pra frente.
Gretchen, com um ar de
superioridade, cruza os braços, analisando a sala como se já conhecesse o
lugar. Ela mantém um sorriso irônico.
GRETCHEN: Claro,
mô. Agora, trabalhando ao seu lado, eu vou ter a chance de mostrar todo meu
valor. Quem diria que estar aqui hoje seria parte do meu destino, né?
Ásia levanta uma sobrancelha,
mantendo seu olhar firme.
ÁSIA: Você
sempre gostou de estar onde o poder está, não é mesmo? Mas aqui, Gretchen, você
joga no meu campo. E espero que entenda bem as regras.
Cabelinho, que até então
observava tudo em silêncio, interrompe, tentando parecer casual.
MC CABELINHO: Ô
tia, relaxa. Minha coroa vai dar conta. E falando nisso, dá um toque aí, mané.
O que eu vou fazer por aqui enquanto ela tá nessa função?
Ásia olha para Cabelinho de
cima abaixo, como se avaliasse o jovem com desdém, mas com um sorriso
calculado.
ÁSIA: Você?
Tente não causar problemas, Cabelinho de Cu. Já basta o caos que você trouxe
pra China. Ela não quer nem ouvir seu nome.
Cabelinho se ajeita, o sorriso
envergonhado desaparecendo por um segundo, mas Gretchen o cutuca, sinalizando
para ele manter a postura.
GRETCHEN (com
um sorriso sarcástico): Ele vai se comportar, bê. Deixa comigo. Mas vamos ao
que interessa... o que exatamente você quer de mim aqui?
ÁSIA
(calma, mas firme): Você vai ser meus olhos e ouvidos, Gretchen. Quero que você
saiba de tudo o que acontece ao meu redor. E, claro, vai me ajudar a lidar com
algumas questões... especialmente com a África.
Gretchen sorri, dessa vez mais
sério, sentindo o peso das palavras de Ásia.
Cena 02 (Casa de
Ásia/Jardim/Manhã)
China está sentada embaixo de
um sombreiro, quando Cabelinho se aproxima.
MC CABELINHO
(tentando quebrar o gelo): China, mermã... eu sei que errei, tá ligado? Mas...
pô, tu sabe que eu gosto de você.
China tira seus óculos e o
encara. Ela cruza seus braços, solta um riso amargo, finalmente olhando para
ele com um olhar furioso.
CHINA: Gostar?
Você tem coragem de falar isso? Depois de tudo? Você brincou com meus
sentimentos, Cabelinho. Como você acha que eu posso confiar em você depois de
tudo o que aconteceu?
Cabelinho, claramente nervoso,
coça a nuca, tentando manter a calma.
MC CABELINHO: Pô,
China, eu tava bolado... Não sabia o que fazer, a parada foi rápida... Mas tô
aqui agora, não tô? Tô tentando me acertar contigo.
CHINA
(fria): Você acha que aparecer aqui vai consertar as coisas? Você não tem
noção, né? Eu vou ter um filho seu, Cabelinho. E você não faz ideia do que isso
significa, né? Eu não sou sua diversão.
Cabelinho tenta segurar a mão
dela, mas China puxa o braço, afastando-se. A dor no olhar dela é visível, mas
ela não cede.
CHINA: Vai
embora daqui. Eu não quero mais nada com você. E para de tentar achar que só
falar vai resolver tudo.
Cabelinho fica parado, sem
reação, enquanto China se levanta e vai embora, deixando-o sozinho.
Cena 03 (Presídio/Sala de
Visitas/Manhã)
África, de cabelos
desgrenhados e olhos cansados, recebe a visita de seu primo, João Pedro.
JOÃO PEDRO: Meu
Deus, prima. Você tá um horror, hein.
ÁFRICA SIRIRACHA: Nem
vem, hein porra. Que eu não tô boa mesmo não.
JOÃO PEDRO: O que
foi que aconteceu?
ÁFRICA SIRIRACHA: Eu
perdi o filho que eu estava esperando do Oceânia.
João Pedro coloca a mão na
boca, em choque.
ÁFRICA SIRIRACHA: Isso
tudo é culpa daquela vagabunda da Ásia. Ela arruinou minha vida.
JOÃO PEDRO: Foi
sentar na pica que não era sua, deu nisso.
África levanta a cabeça, seu
olhar fervendo de determinação.
ÁFRICA: Você
tem que me tirar daqui. Você é minha única chance, João. Fale com quem for
preciso. Use seus contatos, pague o valor que for preciso. Mas me tire desse
inferno. Eu preciso sair daqui.
Cena 04 (Casa de João Pedro/Manhã)
João Pedro pega o telefone e
faz uma ligação.
JOÃO PEDRO: Alô,
querida? Sou eu, como vai?
Do outro lado da linha, uma
voz feminina atende.
CÉLIA (do
outro lado): O que você quer?
JOÃO PEDRO: Preciso
de um favor, Célia. Minha prima, África foi presa. Eu preciso tirá-la de lá. Posso
contar com você?
Do outro lado da linha, Célia
dá uma risada amarga.
CÉLIA: Você
sabe que isso não vai sair de graça, né?
Enquanto isso, o pequeno Brasil
aparece na porta do quarto dela.
BRASIL: Tia
Célia, eu tô com fome.
CÉLIA: Ai,
que inferno. (para João) Espera um minuto. (vai até Brasil) Seu moleque
maldito, quantas vezes eu já te falei pra não entrar no meu quarto hein?
BRASIL: Mas eu
tô com...
CÉLIA (apertando
o braço dele): Cala a boca. Sai daqui senão eu corto sua língua fora e
faço você engolir ela junto com teu sangue.
Apertando o braço dele com
força, ela o empurra para fora do quarto e fecha a porta. A raiva dela é
evidente.
CÉLIA: Inferno,
maldita hora que fui aceitar ser babá dessa criança catarrenta.
JOÃO PEDRO (do
outro lado): Célia?
CÉLIA: O QUE
É CARALHO? NÃO OUVIU QUE EU NÃO VOU FAZER ISSO DE GRAÇA?
JOÃO PEDRO: Gritando
desse jeito igual uma galinha até um surdo ouviria.
CÉLIA: Me encontre
mais tarde para tratarmos desse assunto.
Cena 05 (Casa da família
América/Noite)
Brasil chega em casa,
acompanhado de Célia. O menino corre até seus pais. A mãe, América do Sul e o
pai, América do Norte, estão sentados à mesa, discutindo algum assunto sério.
Quando o veem, a atenção deles se volta para o filho.
CÉLIA (sorri
falsamente para eles): Prontinho... ele está entregue.
AMÉRICA DO SUL: Como
passou o dia, filho? Se comportou na casa da tia Célia?
CÉLIA (sorri):
Claro. Ele é muito educado, comportou-se muito bem. A gente se divertiu muito,
não foi, Brasil?
AMÉRICA DO NORTE (percebendo
a expressão assustada dele): O que aconteceu, Brasil?
Brasil, ainda nervoso, começa
a falar apressadamente.
BRASIL: Ela
tá mentindo.
Célia é pega de surpresa e não
consegue disfarçar.
BRASIL
(chora): A tia Célia, me maltrata. Ela me bate. Aperta meu braço, grita comigo.
Hoje tratou mal de novo.
América do Sul levanta a manga
da camisa do filho e vê o braço dele cheio de hematomas. Célia não sabe como
reagir. América do Norte franze o cenho, seu rosto se enche de raiva.
AMÉRICA DO NORTE: Quer
dizer que pago a você para cuidar do meu filho e você faz isso com ele?
CÉLIA: Gente...
eu...
América do Sul vai até ela.
AMÉRICA DO SUL: Sua filha
da puta.
Ela dá um tapa na cara de
Célia, que se finge de coitada e começa a chorar.
AMÉRICA DO SUL: Como que
você tem coragem de fazer isso com uma criança, meu Deus... Agora eu vou te
ensinar a não mexer com meu filho.
América do Sul dá vários tapas
em Célia, que continua gritando e chorando, se vitimizando. América do Norte
segura a mulher, controlando-a.
AMÉRICA DO NORTE: Você vai
se arrepender pelo resto da sua vida por ter feito isso com meu filho, vou te
denunciar, sua bandida. Sai daqui. Vai embora da minha casa.
Célia levanta seu rosto cheio
de lágrimas e num rompante, gargalha maleficamente.
CÉLIA: Vocês
nem imaginam o favor que estão me fazendo... De eu nunca mais ter que olhar pra
esse filho imundo de vocês. (p/ América do Norte) Mas aviso. O que sua mulher
acabou de fazer comigo não vai ficar barato. Vocês me pagam. Vocês todos.
Ela vai embora.
Cena 06 (Presídio/Sala de
Visitas/Noite)
África recebe a visita de Célia
e confusa ao vê-la, se senta rapidamente.
ÁFRICA SIRIRACHA: Você?
Célia sorri friamente.
CÉLIA: Quanto
tempo, não?
ÁFRICA SIRIRACHA: O meu
primo mandou você aqui?
CÉLIA: A vida
é muito engraçada, não é, África? (dando ênfase) Doutora África. Quem
diria... Um dia você me procurou com a proposta de trocar o bebê de sua rival por
outro na maternidade, e agora... eu vim te tirar do buraco onde ela mesma te
colocou. O destino já traçou nossas vidas muitas vezes, sabia disso?
África a olha atentamente.
CÉLIA: Das
duas vezes que você explodiu a clínica da dra. Ásia. A primeira vez você mandou
instalar uma bomba. A segunda seu primo contratou um submarino voador em seu
nome... Sabia que esses dois atentados estão ligados a minha facção?
África em choque.
CÉLIA: Pois é...
e a própria Ásia também não ficou isenta de se “bater” comigo por aí. Aquele
assalto que vocês duas sofreram na clínica... que dois bandidos entraram lá e
coletaram teu sangue...
ÁFRICA SIRIRACHA: Não
pode ser...
(entra um flashback da
cena 01 do capítulo 15):
(Ásia olha para os bandidos,
um dos bandidos vai até África e a empurra contra a parede)
ÁFRICA SIRIRACHA: O que você
vai fazer?
JOVEM 1: Eu vou realizar um
prazer meu!
ÁFRICA SIRIRACHA: Por favor,
não faz isso! Eu tô grávida!
(Ásia fica em choque quando
África diz isso)
JOVEM 1: Não tô nem aí!
(Ele pega uma seringa do
bolso, e a enfia no braço de África para coletar o sangue dela. África estava desesperada,
mas estranha a atitude do bandido.)
(fim do flashback)
ÁFRICA SIRIRACHA:
Aquela maldita contratou seus bandidos pra simularem um assalto e coletar meu
sangue? Foi por isso que ela mostrou aos meus pais um exame confirmando minha
gravidez.
CÉLIA: O
melhor de tudo isso...
Entra mais um
flashback, da cena 02 do cap.15:
(Os bandidos abraçam Ásia,
deixando a cena num toque de emocionante e profunda.)
JOVEM 1: Eu sinto muito...
ÁSIA: Vocês me prometem uma
coisa, garotos?
JOVEM 2: O quê?
ÁSIA: Por favor, pensem no
futuro de vocês, na vida de vocês...
Fim do flashback.
CÉLIA: Ela
nem imagina que um daqueles dois é o verdadeiro filho dela... Vim te fazer uma
proposta. Quer sair daqui? Então você vai entrar na minha facção. Só assim eu
te ajudo.
África abre um sorriso
malévolo.
ÁFRICA SIRIRACHA: Eu
topo. Faço o que for preciso pra sair desse inferno.
CÉLIA (sorri):
Ótimo. Já tenho até um serviço pra você.
ÁFRICA SIRIRACHA: E qual
é?
CÉLIA: Você
vai me ajudar a dar cabo de uma certa família... (sorri, maléfica) Será a maior
tragédia que essa cidade já viu.
(Câmera congela nela, que esbanja
um sorriso perverso no rosto)
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