6 de nov. de 2024

Rios da Razão (Reprise) Cap. 003 - 06/11/24

 RIOS DA RAZÃO - CAP. 003



No capítulo Anterior: Após sair do Hospital, Fabrício aparece na casa de Téo, causando grande surpresa.


•Cena 01: [ Casa de Téo/ Frente / Manhã]

Fabrício - Finalmente podemos conversar. Nem deu tempo de batermos um papo. Eu mesmo, nem sequer sei o seu nome. 

Téo - Teófilo, mas pode me chamar de Téo. 

Fabrício - E eu me chamo Fabrício

Téo - O seu eu já sabia. Na verdade fiquei sabendo por que sua mala tinha seus documentos, graças a Deus por que senão seria uma dificuldade na identificação. Mas, entre! Qual o motivo de sua visita?

Fabrício - Bem, lembra que eu falei que te daria uma recompensa? A final, não seria possível deixar a pessoa que me salvou de mãos vazias

Téo - Mas eu não pedi recompensa alguma, eu não te tirei no alto mar pensando no que eu iria receber.

Fabrício - Calma, mas não estou falando disso. Olha, eu lembrei que você falou, que era pescado não é?! Pois, eu sou dono de uma rede de supermercados, e resolvi unir o útil ao agradável. Que acha sermos sócios?

Téo - Sócios?

Fabrício - Sim, sócios! Bem, eu gostaria de trocar a distribuidora de peixes, após algumas reclamações de clientes, e você como pescador deve vender seu produto né?

Téo - Sim, eu vendo. Bem, na verdade vendem pra mim, e pelos meus colegas. Aí dividimos o lucro

Fabrício - Por isso. Vai ser uma ótima sociedade. Você faz a pescaria, e eu comercializo os peixes, tanto os seus quanto o de seus amigos. É só fazer seu preço!

Téo - Calma, calma. Eu tenho que falar com eles primeiro.

Fabrício - Está certo. Quando você conversar com eles, você me passa a resposta. Será uma excelente sociedade. 

Téo - Creio que sim. Geralmente eu vendo pra um amigo meu que tem uma peixaria na feira sabe. Só que, deve ser bom fazer uma sociedade entre nós.

Fabricio - Mas é claro. Olha, gostaria de te fazer um convite. Um almoço que terá lá em casa, te convido, e não aceito um não como resposta.

Téo - Nossa, mas já? Calma aqui rsrs, Qual o horário?

Fabrício - Às 12h30, sei que é um pouco cedo esse convite, mas temos que resolver tudo o quanto antes. Esse é meu endereço, é só falar seu nome para a portaria que eles irão abrir.

Téo - Tá, tá certo. Eu devo levar alguma coisa?

Fabrício - De jeito nenhum, não não tem necessidades. Você é nosso convidado.

Téo - O Senhor quem disse viu rs, mas vou tentar comparecer.

Fabrício - Tentar? Como assim tentar?

Téo - É, tentar… bom, faltam umas 2h para o horário. Fica meio puxado.

Fabrício - É, eu sei. Mas não temos tempo a perder. Por favor, compareça, minha esposa vai mandar fazer um prato saboroso, e sua presença é indispensável 


Abertura/ Voltamos a apresentar 


•Cena 02 [ Casa de Fabrício/ Sala / manhã] - 

Jussara - Não sei como o Fabrício sai assim sem avisar

Luana - Novidade. Ele faz isso sempre, não sei por que só veio notar agora.

(Batidas na porta)

Luana - Ué, quem será? A essa hora…

Jardel - Bom dia minha flor!

Luana - Apareceu na hora certa né, a do café. Não sei nem porque estranho ainda.

Jardel - Que isso, mas eu nem pensei em café da manhã, mas… tem aquele pãozinho de queijo que amo?!

Luana - Se você comprou, deve ter.

(Fabrício entre rápido pela porta)

Jardel - Querido sogro, mas que felicidades em te ver!

Fabrício -Sai da frente ! Bom dia família, tenho uma ótima notícia pra vos contar!

Luana - Lá vem, não diga que adotou outro cachorro?

Fabrício - Não, sabe o homem que me salvou?

Luana - Ele morreu?

Fabrício - Não!! Chamei ele para almoçar aqui, ele será meu novo sócio!

Jussara - Mas almoçar? Assim, em cima da hora?

Fabrício - Pede pra Solange fazer um daqueles meus pratos favoritos! Hoje a visita é especial.

Jussara - Meu Deus, olha as coisas que você me apronta! Como alguém se organiza com 2h para o almoço.

Fabrício - Se organizando, ué! Eu sei que tá muito cedo, mas foi a pessoa que salvou minha vida. Se não fosse por ele, eu não estaria aqui.

Jussara - Eu sei dessa veneração que você está tendo por ele agora, mas acalme-se por favor. Essa sua pressão toda só vai parecer algo forçado. Ninguém gosta dessa perseguição não, nem a pessoa mais bondosa possível faria algo assim.

[ Letícia desce da escada]

Leticia - Quem vem para almoçar?


Estamos apresentando/Voltamos a apresentar


Luana - Pelo o que eu ouvi, o moço que salvou papai. E pelo visto já vai começar essa obsessão novamente.

Jussara - porque novamente?

Luana - Se esqueceu quando ele passou mal no trabalho? Pois, o porteiro do mercado salvou ele. Só faltou elevar ele a gerente do mercado. Realmente, essa obsessão por querer ajudar todo mundo…

Jardel - Isso é verdade meu sogro, eu me lembro bem..

Fabrício - E você fique quieto! Escute aqui, eu faço o que bem entender de minha vida está bem? Nunca precisei de opinião alheia e não será agora que vou precisar.

Letícia - É papai, isso é verdade. Se o senhor achou por bem ajudar, eu te apoio.

Luana - Lá Vai a puxa saco. Não é de se estranhar, parece uma mosca morta. Olha, não seja que nem ele não viu, daqui a pouco seu marido vai ser o primeiro que te ajudar em algo. 

(Luana sai de cena, deixando todos estressados)


Duas horas se passam..


(O porteiro abre a porta para Téo)

Téo - Boa tarde!

Fabrício - Que bom que você veio, vou te apresentar para a minha família

(Fabrício leva Téo até a sala de jantar)

Fabrício - Bem! Apresento a vocês, o Téo! Ele será o meu novo sócio na rede de supermercados.


[Téo e Jardel se encaram com olhares des

confiados ao som de uma trilha tensa]

(Após a tensão entre Jardel e Téo, Fabrício estranha e faz o seguinte questionamento)

Fabrício - Vocês já se conhecem?

Jardel - Não, não nos conhecemos. Talvez de vista.

Fabrício - Você está bem Téo?

Téo - Estou… estou sim. Não era nada demais. Creio que eu apenas conheça de vista sabe 

Fabrício - Bom, pela forma que vocês se encararam pareciam ser até amigos de infância.

Jardel- Jamais, impressão sua. Bom, vamos voltar a mesa se não a comida esfria né rs, e comida fria é só pra quem quer vingança.

Téo - Sim Jardel, com certeza.

(A frase de Téo causou estranhamento à mesa)

Jardel - Eu… eu não entendi o seu comentário…


Fabrício - Bem, vamos deixar de papo e comer, pois a mesa não é lugar de fofocas. Vou pedir para servirem o almoço. Mas enquanto isso, o comunicado que gostaria de fazer a vocês é o seguinte. O Téo, que está aqui presente, será o novo sócio da nossa rede de supermercados Maximus, que…

(Jardel acaba tossindo, atrapalhando a fala de Fabrício)

Jardel - Sócio? Bom, creio que você não tenha condições suficientes para ser um, para ser um sócio né…

Fabrício - Porém não será em quesito financeiro que fundará a nossa sociedade. Bom, caso vocês não saibam, o Téo é um pescador, ele comercializar o seu produto. E na nova filial que nós iremos abrir, ainda estamos acertando alguns contratos com fornecedores e etc. E então, eu vi a grande oportunidade de agradecer ao homem que salvou minha vida. Por ser autônomo, creio que as vendas não sejam tão valorizadas, por isso, vi a oportunidade de utilizar nossa necessidade, e unir o útil ao agradável. Nessa sociedade, o Téo e seus companheiros pescadores, irão vender seus peixes para mim e eu irei vendê-los. 

Jussara - Achei uma ideia boa, querido.

Jardel - Um momento sogro, um momento. O senhor acha realmente necessário isso, sabe, ao invés de fazer contrato com um comerciante de confiança, fará com um estranho? Um homem que nem se sabe de onde saiu..

Téo - Mas o que gostaria de insinuar?

Jardel - Absolutamente nada, porém para previnir o meu sogro…

Téo - Previnir de quê, em Jardel?

Jardel - Previnir de impostores que podem se aproveitar da bondade alheia!.

Fabrício - Eu não admito esse tipo de comentário em minha casa!

Téo - Olha sinceramente, é melhor eu ir saindo. Se eu soubesse que seria ofendido desta forma, eu nem teria vindo. Uma boa tarde para vocês.

Fabrício - Espere Téo! Escutem aqui, ninguém vai comer nada até eu voltar, o almoço foi cancelado. 

(Fabrício sai pela porta atrás de Téo)

Jardel - Espere, quer dizer que eu vou ficar com fome.

Letícia - Falou o que queria, ouviu o que não queria.

Luana - E você não se meta.


Estamos apresentando/ Voltamos a apresentar 


•Cena 03 (casa de Fabrício/Tarde) 

Jussara - O que seu pai falou realmente faz sentido. Vocês pareciam que já se conheciam

Jardel - Besteira, Jussara…

Jussara - Dona Jussara para você! E não é besteira não. Ninguém vê o outro assim e fica com a cara de alguém que viu um fantasma. Vocês pareciam que já se conheciam de outros carnavais…

Jardel - Mas eu nem frequento Carnaval…

Jussara - Não se faça de desentendido!

Luana - Ah não mãe, interrogatório não!

Jussara - E você cale a sua boca! O comportamento de vocês nesse almoço foi ridículo! Em nenhum de nossos almoços vocês agiram como tal criancice.

Luana - Ridículo é essa situação, colocam um estranho na minha casa e ainda querem que eu engula assim.

Jussara - E o Jardel é o que? Do nada surgiu aqui em casa e parece que já quer morar aqui. Sinceramente, vocês estão deixando a desejar 



•Cena 04 ( Calçada/tarde) - Após sair da casa de Fabrício enfurecido, Téo sai em direção a um ponto de ônibus, e é alcançado por Fabrício.

Fabrício - Téo, espere. Não va embora assim.

Téo - Olha Fabrício, sou muito grato ao senhor, pelo emprego e tudo mais, porém não aceito ser humilhado dessa forma. Até por que não sai da minha casa pra ouvir essas ofensas.

Fabrício - Afinal de contas, de onde você conhece o Jardel?

Assustado com a pergunta, Téo responde 

Téo - De lugar nenhum, apenas não me bati com ele mesmo, sabe. Agora preciso pegar o ônibus, ele já está chegando.

Fabrício - Espera, eu pego o ônibus com você.


Close em Téo ao som do tema de abertura.

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