RIOS DA RAZÃO - CAP. 003
No capítulo Anterior: Após sair do Hospital, Fabrício aparece na casa de Téo, causando grande surpresa.
•Cena 01: [ Casa de Téo/ Frente / Manhã]
Fabrício - Finalmente podemos conversar. Nem deu tempo de batermos um papo. Eu mesmo, nem sequer sei o seu nome.
Téo - Teófilo, mas pode me chamar de Téo.
Fabrício - E eu me chamo Fabrício
Téo - O seu eu já sabia. Na verdade fiquei sabendo por que sua mala tinha seus documentos, graças a Deus por que senão seria uma dificuldade na identificação. Mas, entre! Qual o motivo de sua visita?
Fabrício - Bem, lembra que eu falei que te daria uma recompensa? A final, não seria possível deixar a pessoa que me salvou de mãos vazias
Téo - Mas eu não pedi recompensa alguma, eu não te tirei no alto mar pensando no que eu iria receber.
Fabrício - Calma, mas não estou falando disso. Olha, eu lembrei que você falou, que era pescado não é?! Pois, eu sou dono de uma rede de supermercados, e resolvi unir o útil ao agradável. Que acha sermos sócios?
Téo - Sócios?
Fabrício - Sim, sócios! Bem, eu gostaria de trocar a distribuidora de peixes, após algumas reclamações de clientes, e você como pescador deve vender seu produto né?
Téo - Sim, eu vendo. Bem, na verdade vendem pra mim, e pelos meus colegas. Aí dividimos o lucro
Fabrício - Por isso. Vai ser uma ótima sociedade. Você faz a pescaria, e eu comercializo os peixes, tanto os seus quanto o de seus amigos. É só fazer seu preço!
Téo - Calma, calma. Eu tenho que falar com eles primeiro.
Fabrício - Está certo. Quando você conversar com eles, você me passa a resposta. Será uma excelente sociedade.
Téo - Creio que sim. Geralmente eu vendo pra um amigo meu que tem uma peixaria na feira sabe. Só que, deve ser bom fazer uma sociedade entre nós.
Fabricio - Mas é claro. Olha, gostaria de te fazer um convite. Um almoço que terá lá em casa, te convido, e não aceito um não como resposta.
Téo - Nossa, mas já? Calma aqui rsrs, Qual o horário?
Fabrício - Às 12h30, sei que é um pouco cedo esse convite, mas temos que resolver tudo o quanto antes. Esse é meu endereço, é só falar seu nome para a portaria que eles irão abrir.
Téo - Tá, tá certo. Eu devo levar alguma coisa?
Fabrício - De jeito nenhum, não não tem necessidades. Você é nosso convidado.
Téo - O Senhor quem disse viu rs, mas vou tentar comparecer.
Fabrício - Tentar? Como assim tentar?
Téo - É, tentar… bom, faltam umas 2h para o horário. Fica meio puxado.
Fabrício - É, eu sei. Mas não temos tempo a perder. Por favor, compareça, minha esposa vai mandar fazer um prato saboroso, e sua presença é indispensável
Abertura/ Voltamos a apresentar
•Cena 02 [ Casa de Fabrício/ Sala / manhã] -
Jussara - Não sei como o Fabrício sai assim sem avisar
Luana - Novidade. Ele faz isso sempre, não sei por que só veio notar agora.
(Batidas na porta)
Luana - Ué, quem será? A essa hora…
Jardel - Bom dia minha flor!
Luana - Apareceu na hora certa né, a do café. Não sei nem porque estranho ainda.
Jardel - Que isso, mas eu nem pensei em café da manhã, mas… tem aquele pãozinho de queijo que amo?!
Luana - Se você comprou, deve ter.
(Fabrício entre rápido pela porta)
Jardel - Querido sogro, mas que felicidades em te ver!
Fabrício -Sai da frente ! Bom dia família, tenho uma ótima notícia pra vos contar!
Luana - Lá vem, não diga que adotou outro cachorro?
Fabrício - Não, sabe o homem que me salvou?
Luana - Ele morreu?
Fabrício - Não!! Chamei ele para almoçar aqui, ele será meu novo sócio!
Jussara - Mas almoçar? Assim, em cima da hora?
Fabrício - Pede pra Solange fazer um daqueles meus pratos favoritos! Hoje a visita é especial.
Jussara - Meu Deus, olha as coisas que você me apronta! Como alguém se organiza com 2h para o almoço.
Fabrício - Se organizando, ué! Eu sei que tá muito cedo, mas foi a pessoa que salvou minha vida. Se não fosse por ele, eu não estaria aqui.
Jussara - Eu sei dessa veneração que você está tendo por ele agora, mas acalme-se por favor. Essa sua pressão toda só vai parecer algo forçado. Ninguém gosta dessa perseguição não, nem a pessoa mais bondosa possível faria algo assim.
[ Letícia desce da escada]
Leticia - Quem vem para almoçar?
Estamos apresentando/Voltamos a apresentar
Luana - Pelo o que eu ouvi, o moço que salvou papai. E pelo visto já vai começar essa obsessão novamente.
Jussara - porque novamente?
Luana - Se esqueceu quando ele passou mal no trabalho? Pois, o porteiro do mercado salvou ele. Só faltou elevar ele a gerente do mercado. Realmente, essa obsessão por querer ajudar todo mundo…
Jardel - Isso é verdade meu sogro, eu me lembro bem..
Fabrício - E você fique quieto! Escute aqui, eu faço o que bem entender de minha vida está bem? Nunca precisei de opinião alheia e não será agora que vou precisar.
Letícia - É papai, isso é verdade. Se o senhor achou por bem ajudar, eu te apoio.
Luana - Lá Vai a puxa saco. Não é de se estranhar, parece uma mosca morta. Olha, não seja que nem ele não viu, daqui a pouco seu marido vai ser o primeiro que te ajudar em algo.
(Luana sai de cena, deixando todos estressados)
Duas horas se passam..
(O porteiro abre a porta para Téo)
Téo - Boa tarde!
Fabrício - Que bom que você veio, vou te apresentar para a minha família
(Fabrício leva Téo até a sala de jantar)
Fabrício - Bem! Apresento a vocês, o Téo! Ele será o meu novo sócio na rede de supermercados.
[Téo e Jardel se encaram com olhares des
confiados ao som de uma trilha tensa]
(Após a tensão entre Jardel e Téo, Fabrício estranha e faz o seguinte questionamento)
Fabrício - Vocês já se conhecem?
Jardel - Não, não nos conhecemos. Talvez de vista.
Fabrício - Você está bem Téo?
Téo - Estou… estou sim. Não era nada demais. Creio que eu apenas conheça de vista sabe
Fabrício - Bom, pela forma que vocês se encararam pareciam ser até amigos de infância.
Jardel- Jamais, impressão sua. Bom, vamos voltar a mesa se não a comida esfria né rs, e comida fria é só pra quem quer vingança.
Téo - Sim Jardel, com certeza.
(A frase de Téo causou estranhamento à mesa)
Jardel - Eu… eu não entendi o seu comentário…
Fabrício - Bem, vamos deixar de papo e comer, pois a mesa não é lugar de fofocas. Vou pedir para servirem o almoço. Mas enquanto isso, o comunicado que gostaria de fazer a vocês é o seguinte. O Téo, que está aqui presente, será o novo sócio da nossa rede de supermercados Maximus, que…
(Jardel acaba tossindo, atrapalhando a fala de Fabrício)
Jardel - Sócio? Bom, creio que você não tenha condições suficientes para ser um, para ser um sócio né…
Fabrício - Porém não será em quesito financeiro que fundará a nossa sociedade. Bom, caso vocês não saibam, o Téo é um pescador, ele comercializar o seu produto. E na nova filial que nós iremos abrir, ainda estamos acertando alguns contratos com fornecedores e etc. E então, eu vi a grande oportunidade de agradecer ao homem que salvou minha vida. Por ser autônomo, creio que as vendas não sejam tão valorizadas, por isso, vi a oportunidade de utilizar nossa necessidade, e unir o útil ao agradável. Nessa sociedade, o Téo e seus companheiros pescadores, irão vender seus peixes para mim e eu irei vendê-los.
Jussara - Achei uma ideia boa, querido.
Jardel - Um momento sogro, um momento. O senhor acha realmente necessário isso, sabe, ao invés de fazer contrato com um comerciante de confiança, fará com um estranho? Um homem que nem se sabe de onde saiu..
Téo - Mas o que gostaria de insinuar?
Jardel - Absolutamente nada, porém para previnir o meu sogro…
Téo - Previnir de quê, em Jardel?
Jardel - Previnir de impostores que podem se aproveitar da bondade alheia!.
Fabrício - Eu não admito esse tipo de comentário em minha casa!
Téo - Olha sinceramente, é melhor eu ir saindo. Se eu soubesse que seria ofendido desta forma, eu nem teria vindo. Uma boa tarde para vocês.
Fabrício - Espere Téo! Escutem aqui, ninguém vai comer nada até eu voltar, o almoço foi cancelado.
(Fabrício sai pela porta atrás de Téo)
Jardel - Espere, quer dizer que eu vou ficar com fome.
Letícia - Falou o que queria, ouviu o que não queria.
Luana - E você não se meta.
Estamos apresentando/ Voltamos a apresentar
•Cena 03 (casa de Fabrício/Tarde)
Jussara - O que seu pai falou realmente faz sentido. Vocês pareciam que já se conheciam
Jardel - Besteira, Jussara…
Jussara - Dona Jussara para você! E não é besteira não. Ninguém vê o outro assim e fica com a cara de alguém que viu um fantasma. Vocês pareciam que já se conheciam de outros carnavais…
Jardel - Mas eu nem frequento Carnaval…
Jussara - Não se faça de desentendido!
Luana - Ah não mãe, interrogatório não!
Jussara - E você cale a sua boca! O comportamento de vocês nesse almoço foi ridículo! Em nenhum de nossos almoços vocês agiram como tal criancice.
Luana - Ridículo é essa situação, colocam um estranho na minha casa e ainda querem que eu engula assim.
Jussara - E o Jardel é o que? Do nada surgiu aqui em casa e parece que já quer morar aqui. Sinceramente, vocês estão deixando a desejar
•Cena 04 ( Calçada/tarde) - Após sair da casa de Fabrício enfurecido, Téo sai em direção a um ponto de ônibus, e é alcançado por Fabrício.
Fabrício - Téo, espere. Não va embora assim.
Téo - Olha Fabrício, sou muito grato ao senhor, pelo emprego e tudo mais, porém não aceito ser humilhado dessa forma. Até por que não sai da minha casa pra ouvir essas ofensas.
Fabrício - Afinal de contas, de onde você conhece o Jardel?
Assustado com a pergunta, Téo responde
Téo - De lugar nenhum, apenas não me bati com ele mesmo, sabe. Agora preciso pegar o ônibus, ele já está chegando.
Fabrício - Espera, eu pego o ônibus com você.
Close em Téo ao som do tema de abertura.
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