WEB-NOVELA DE SINCERIDADE
CENA 01: CASA DOS GONZÁLEZ/EXT./DIA
Doralice estaciona seu carro em frente a casa dos González e desce dele. Ela segue em direção ao interior da casa e, ao chegar lá, começa a chamar Álvaro, preocupada. Ninguém a responde, e então, ela decide subir a escada. Ao passar pelo corredor, ela vê que a porta do quarto dele está aberta, e decide entrar. Ela entra e se choca ao ver seu amado deitado ao lado de Silvinha. O instrumental “Atentado - Eduardo Queiroz” entra em cena.
DORALICE (com lágrimas nos olhos): Álvaro?
Após ninguém respondê-la, ela se aproxima da cama e começa a sacudir Álvaro, para que ele acorde. Segundos depois, Álvaro acorda e, Silvinha, que está ao lado dele, finge acordar também.
ÁLVARO (atordoado): O que é isso? Meu Deus, o que que tá acontecendo?
DORALICE (irritada): Eu que te pergunto, Álvaro. Que burra! Que burra eu fui de acreditar nessa sua historinha de amor, nesse conto de fadas fajuto.
ÁLVARO: Eu nem conheço essa mulher que tá do meu lado. A Natália… ela insistiu pra mim almoçar junto com ela, e eu fui. Depois eu não me lembro de mais nada.
SILVINHA: Bom, deixa eu ir. Amei o nosso encontro.
DORALICE (para Silvinha): Foi a Natália que armou isso tudo?
SILVINHA: Que Natália o que? Florzinha, o Álvaro veio até aqui pra se encontrar comigo. Agora se ele anda colocando chifres na sua cabeça, aí o problema já não é meu.
ÁLVARO: Isso é mentira. Doralice, cê não tá vendo que isso é uma armação? Como cê chegou até aqui?
DORALICE: Ué, você me mandou uma mensagem falando tava passando mal e que era pra eu te levar até a minha casa.
ÁLVARO: Como é que é? Eu não me lembro de ter feito isso.
DORALICE: Silvinha, você tem certeza que não foi uma armação da Natália? Olha, se ela tá te usando pra tentar me separar do Álvaro, eu dou um preço bem maior pra você falar a verdade.
Silvinha fica pensativa por um instante.
SILVINHA: Vai me dar o que?
DORALICE: O que você quiser. É só falar.
SILVINHA: Tá… eu confesso. Foi a jacaroa que me mandou fazer o serviço, sim.
DORALICE: Desgraçada… e você aceitou por quê?
SILVINHA: Ué… ela me ofereceu uma boa quantia de dinheiro, e eu aceitei.
ÁLVARO: Natália passou de todos os limites agora. Cadê ela? Eu vou confrontar ela agora. Quero saber o porque ela tá fazendo tudo isso.
DORALICE (andando de um lado para o outro): Não… você não vai fazer nada. Silvinha, se a Natália perguntar alguma coisa pra você, diz a ela que o plano deu certo.
ÁLVARO: Como assim?
DORALICE: É isso. Deixa ela achar que o plano dela deu certo e que eu terminei tudo com você, Álvaro. Deixa ela cavar a própria cova. Se é guerra que ela quer, é guerra que ela vai ter.
CENA 02: RESTAURANTE/INT./DIA
Após Marcela abordar Vicente na rua, eles foram para um restaurante de Santa Aurora e estão almoçando.
VICENTE: Até agora ocê não disse o que quer comigo. Afinal, quem é ocê? (Pausa) Nem sei porque aceitei almoçar com uma desconhecida.
MARCELA: Você não me conhece, mas eu te conheço, Vicente. Sou nova na cidade, cheguei faz poucos dias.
VICENTE: Tá, e o que é que eu tenho a ver com isso?
MARCELA (enquanto acaba de dar um gole na taça de vinho): Eu vim de Minas Gerais, Vicente. Sei que você também veio de lá, não veio?
VICENTE: Como que ocê sabe disso? Não vai me dizer que ocê é amiga da maldita da Doralice e tá tramando contra mim.
MARCELA: Digamos que, eu e Doralice, a gente sofre a mesma dor.
VICENTE: Sabia. Sabia que aquela desgraçada tava por trás disso. O que é que ocê quer comigo?
MARCELA: Assim como a Doralice, eu vim atrás de justiça, Vicente.
VICENTE (sem entender): Eu não tô entendendo do que cê tá falando, dá licença que eu vou embora.
Vicente ameaça se levantar.
MARCELA: Lembra do Santiago?
O instrumental “Levadinha - João Paulo Mendonça” entra em cena.
MARCELA: Eu sou a filha dele, Vicente. Eu me lembro muito bem quando você matou o meu pai. Fugiu por que? Ficou com medinho de ir parar atrás das grades? Pois agora é melhor ter mesmo, que enquanto eu não te colocar na cadeia, eu não vou sossegar.
VICENTE (com voz trêmula): Pera aí… ocê tá me dizendo que é filha do Santiago? O dono do bar?
MARCELA: Sou. Eu sou a filha que cresceu sem um pai, que chorou noites e noites sentindo a falta dele. Tudo isso por causa de uma briga idiota naquele bar.
VICENTE: Olha, eu sinto muito… eu não sei o que se passou pela minha cabeça naquele dia.
MARCELA: Sabe! Sabe sim, e sabe muito bem. Você tinha inveja do meu pai, assim como tinha inveja do pai da Doralice. Eu cresci com o desejo de achar o assassino do meu pai, e cá estamos.
VICENTE: Como que a Doralice te achou?
MARCELA: E você acha mesmo que eu vou te contar? Olha, Vicente, eu não quero mais ficar de conversinha fiada com você, não. O que eu quero agora é justiça. Quero você atrás das grades, pagando pelos crimes que cometeu.
VICENTE: Quanto ocê quer? Fala. Fala o seu preço e eu te dou o que você quiser.
MARCELA: Babaca. Tá achando que o dinheiro vale mais do que meu pai?
VICENTE: Eu posso mudar a sua vida, menina. Olha, faz assim, eu vou deixar meu contato com ocê e se ocê quiser, é só me ligar. Pensa com carinho.
Vicente pede uma caneta com um papel para o garçom, e anota seu número, entregando para Marcela. Ele se retira do local e deixa a moça pensativa.
CENA 03: PENITENCIÁRIA/INT./DIA
Vicente se encontra na sala de visitas, esperando por Jerônimo. Logo depois, o filho entra no local acompanhado de um policial e abraça o pai. No próximo take, Vicente já contou a ele sobre tudo o que aconteceu nos últimos dias.
JERÔNIMO: Eu não tô acreditando que a Doralice sobreviveu naquela estrada deserta… que burro eu fui de aceitar me juntar a você nesse plano, meu pai.
VICENTE: Agora não é hora de vim me confrontar, Jerônimo. O que a gente pode fazer agora é tentar nos livrar daquela desgraçada. Pior que agora me apareceu outra encrenca. Lembra do Santiago, lá de Esperança?
JERÔNIMO: Claro. A gente veio pra cá pro senhor fugir da polícia. Mas o que que tem? Essa história já tem anos.
VICENTE: Pois é, mas agora a filha dele apareceu. Apareceu e veio me atormentar. E sabe quem tá por trás disso? A maldita da Doralice.
JERÔNIMO: Pai, e se a Doralice conseguir provar que a gente assassinou a família dela? Querendo ou não, a gente realmente cometeu essa barbaridade.
VICENTE: Eu não vou deixar isso acontecer. Essa desgraçada vai se arrepender de ter voltado dos quinto dos infernos.
JERÔNIMO: Mas e a filha desse homem? Vai fazer o que com ela? Pai, o cerco tá se fechando. Se a Doralice te expôs na frente de todo mundo, é porque ela não tá pra brincadeira.
VICENTE: Eu não sei, meu filho. Mas eu vou dar um jeito. E eu vou te tirar daqui, pode escrever. Mas antes, eu preciso dar um fim nessa Marcela.
CENA 04: CELEIRO/INT./DIA
Silvinha está no celeiro, aparentemente está esperando alguém. Segundos depois, Natália aparece. O instrumental “Atentado - Eduardo Queiroz” entra em cena.
NATÁLIA: E aí, o plano deu certo?
SILVINHA: Deus mais que certo, docinho. A ricaça virou uma arara com o teu ex-maridinho e terminou tudo com ele, bem na minha frente.
NATÁLIA (sorrindo): Ótimo.
SILVINHA: Mas e aí, cadê o meu dinheiro? Tá achando que eu faço serviço de graça, é? Olha que eu conto pra polícia sobre o seu segredinho.
Natália retira um envelope de sua bolsa e entrega para Silvinha, que confere.
SILVINHA: Hum, espero que não seja dinheiro falsificado.
NATÁLIA: Agora deixa eu ir, que ninguém pode ver a gente.
Natália vira as costas e sai, Silvinha a olha com expressão debochada.
SILVINHA: Coitada… tá se achando a última bolacha da prateleira.
Ao sair do celeiro, Natália se depara com Doralice e ela se encaram.
NATÁLIA: Que que é, hein? Vai ficar me olhando agora?
DORALICE: Não tô com cabeça pra brigar agora, Natália. Eu acabei de ter uma discussão seríssima com o Álvaro e a gente terminou.
NATÁLIA: Terminou? Como assim, terminou? O namoreco de vocês mal começou.
DORALICE: Eu flagrei ele na cama com outra. Bom, eu não quero mais ver o Álvaro na minha frente. Você que faça bom aproveito.
NATÁLIA: Com todo o prazer, queridinha.
CENA 05: MANSÃO/INT./DIA
ÁLVARO: Então ela acreditou mesmo que a gente se separou?
DORALICE: Pelo o que parece, sim, ela acreditou. Mas é bom que ela acredite mesmo, Álvaro. Eu quero ver a Natália cavando a própria cova dela.
ÁLVARO: Se o arrependimento matasse, eu já teria morrido a tanto tempo por ter me casado com ela. Finalmente o divórcio vai sair, e eu posso me ver livre da Natália. Mas agora eu não vou poder me mudar pra cá, vou ter que ficar lá pra sustentar essa história.
DORALICE: E eu preciso investigar a morte do André. Pode até ter sido um acidente, mas eu sinto que tem algo de errado nessa história, sabe. Mas antes, eu preciso botar o teu pai na cadeia. (Pausa) Bom, tô de saída.
ÁLVARO: O que que cê vai fazer?
Horas depois…
CENA 06: PENITENCIÁRIA/INT./DIA
Jerônimo está na cela, sentado no chão e pensativo. Um policial o chama e diz a ele que tem alguém lhe esperando na sala de visitas.
JERÔNIMO: Será que é minha mãe?
No próximo take, Doralice está sentada na cadeira da sala de visitas, esperando Jerônimo. Ao chegar, ele paralisa e engole seco ao ver a moça.
JERÔNIMO (com voz trêmula): Doralice? Tá fazendo o que aqui?
DORALICE: Ah, então já te contaram a verdade? A gente precisa ter uma conversa séria, Jerônimo. Cê não acha?
CONGELAMENTO EM JERÔNIMO.
A novela encerra seu 25° capítulo ao som de “Illusion - Dua Lipa”
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