Paraíso Virtuoso - Capítulo 28 (08/01/2025)


PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 28 (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 

CENA 01: MATAGAL/NOITE

A cena mostra o carro de Vicente passando por uma estrada de terra. O instrumental “Irene Incendiária - Reno Duarte, Pedro Guedes” entra em cena.

MARCELA: Cê me disse que era longe, mas não achei que fosse tanto. Já faz uma hora que a gente tá viajando, e nunca chega.

VICENTE: Tá chegando, é só ter calma.

Marcela se sente um pouco desconfortável. No próximo take, Vicente estaciona o carro numa estrada deserta, cercada por uma mata densa, e olha Marcela com um olhar frio.

VICENTE: É aqui. 

MARCELA (percebendo algo errado): Pera aí, cê tem certeza, Vicente? Aqui só tem mato. Só tem árvores aqui, não tô vendo fazenda nenhuma.

Nesse instante, Vicente retira um revólver de seu bolso, enquanto Marcela observa a cena e começa a se apavorar.

MARCELA: Vicente, o que é isso? Vai fazer o que com essa arma? 

VICENTE: É isso que acontece quando alguém mexe com quem tá quieto. Ocê devia era ter ficado no esgoto de onde ocê saiu, menina. Desce do carro agora! Desce que eu não vou sujar o meu carro de sangue. 

Focamos em Marcela, que está desesperada, suando frio e tremendo, intercalando com Vicente, que a olha friamente e apontando o revólver para a moça. No próximo take, os dois já desceram do veículo e, Vicente, segurando o braço de Marcela, a leva para dentro da mata apontando o revólver para sua cabeça. 

MARCELA (chorando): Vicente, por favor… por favor, vamos conversar. Não precisa dessa violência toda. Olha, eu já disse que vou embora pra sempre. Se você quiser, nem precisa me dar dinheiro, nem nada. Mas por favor, me deixa viva. 

VICENTE (sarcástico): Agora ocê se arrependeu, foi? Se arrependeu de ter se juntado a maldita da Doralice? Pois agora é tarde, menina. 

MARCELA (chora mais ainda): Vicente, por favor. (Pausa) olha, se você me matar, todo mundo vai saber que foi você.  A Doralice vai perceber o meu sumiço e vai acabar desconfiando. 

VICENTE: Ajoelha. 

MARCELA: Não, por favor…

VICENTE (gritando): AJOELHA! 

Marcela, devastada, acaba cedendo e ajoelha, enquanto Vicente aponta o revólver para sua cabeça.

VICENTE: Agora reza. Reza pelos teus últimos momentos de vida e pede perdão pelos seus pecados.

Marcela fecha os olhos, enquanto as lágrimas escorrem pelo seu rosto. Um silêncio toma conta da cena, com o som apenas de sua respiração. Minutos depois, a cena escurece e três disparos são ouvidos.

CENA 02: PENITENCIÁRIA/INT./NOITE

Doralice se encontra sentada na cadeira da sala de visitas. Segundos depois, Jerônimo surge acompanhado de um policial e se senta, ficando frente a frente com a moça.

DORALICE: E aí, Jerônimo, decidiu se vai me ajudar ou não?

JERÔNIMO (olha nos olhos de Doralice, demorando responder e solta um leve suspiro): Decidi. 

No próximo take, Doralice já saiu da sala de visitas e está indo até a sala do delegado, enquanto liga para Marcela, mas vai direto para a caixa postal. Corte. Agora, ela já está sentada frente a frente com o delegado.

DELEGADO: E então, que denuncia é essa que ocê quer fazer? 

DORALICE: Delegado, eu suponho que o senhor já tenha visto o escândalo que aconteceu na fazenda Pedra Valente uns dias atrás. Eu, Doralice Dourado, fui dada como morta há quinze anos depois de um incêndio que matou toda a minha família. Delegado, eu vim até aqui pra dizer que Vicente González, e o filho dele, Jerônimo, são os culpados.

DELEGADO: Isso é uma acusação gravíssima, Doralice. A senhora tem provas do que está falando?

DORALICE: Não, mas tô a um passo de ter elas em minhas mãos. Delegado, eu também cometi um crime, que foi o de falsificar os meus documentos e me passar por outra pessoa, e eu tenho consciência disso e vou pagar. Mas eu vim até aqui pra denunciar esse maldito. O Jerônimo, filho dele, já está preso, acusado de estupro e tentativa de homicídio. Ele disse que pode me ajudar e entregar o pai dele. 

DELEGADO: Olha… eu vou ser bem sincero com você. Isso são só acusações. Pra gente conseguir as provas de que o Vicente realmente cometeu esse crime, vai ter que sair da própria boca dele.

DORALICE: Eu também sei de outro crime que ele cometeu. Mas não foi aqui, foi em Minas Gerais, onde eles moravam antigamente. O Vicente matou um homem, dono de um bar da cidade, por um motivo fútil. Eu viajei até Minas e consegui trazer a filha desse homem pra cá, pra vim até aqui comigo, mas ela sumiu… simplesmente não atende mais as minhas ligações, não responde mais as minhas mensagens…

DELEGADO: E por que que ocê demorou tanto tempo assim pra vim até aqui? 

DORALICE: Porque eu queria fazer justiça, queria me vingar do Vicente, e eu me vinguei. Mas não foi o suficiente, agora eu quero que ele pague por todos esses crimes que ele cometeu, quero que ele pague por ter tirado a vida de tanta gente inocente.

DELEGADO: Doralice, amanhã iremos chamar o detento Jerônimo González até a minha sala pra ele esclarecer essas história. Se o depoimento dele bater com o seu, a gente vai armar uma emboscada pro Vicente.

DORALICE: Emboscada?

DELEGADO: Sim, a gente vai criar uma cena e vamos induzi-lo a confessar tudo, mas sem ele saber. Mas antes, iremos investigar o ocorrido e reabriremos o caso, que foi dado como solucionado na época, pois, segundo as investigações em 2009, o motivo do incêndio havia sido vazamento de gás.

DORALICE: Mas que absurdo! Delegado, eu tenho certeza de que o Vicente colaborou para que isso fosse alterado. Eu não tenho dúvidas de que ele tenha subornado o outro delegado na época.

DELEGADO: Bom, isso aí não sabemos. Mas pode ficar tranquila, iremos investigar e chamaremos o filho dele até aqui. Se o depoimento dele estiver batendo com o seu, vamos armar a emboscada o mais rápido possível.

DORALICE: Ótimo.

CENA 03: MANSÃO/INT./NOITE 

ÁLVARO: Então quer dizer que ocê foi mesmo até a delegacia contar tudo?

DORALICE: Fui. Graça a Deus, o Jerônimo aceitou em me ajudar.

ÁLVARO: Estranho isso. Achei que ele não fosse concordar com essa ideia.

DORALICE: Ele disse que pensou bastante, e viu que não tem mais nada a perder, já que já está vivendo atrás das grandes. Ah, Álvaro, eu não vejo a hora de colocar um ponto final nessa história. Eu quero que o Vicente apodreça na cadeia, só assim eu finalmente vou voltar a ser feliz. 

ÁLVARO: E a Marcela, ela foi com você?

DORALICE: Marcela evaporou. Não atende mais as minhas ligações, não apareceu mais no aplicativo de mensagens… tô ficando preocupada.

ÁLVARO: Estranho… 

DORALICE: Álvaro, e se… e se a Marcela procurou o Vicente? E se ela foi atrás dele, e acabou pagando pela própria vida?

ÁLVARO: Não… ela te garantiu que não iria dar as caras enquanto você não a chamasse pra ir até a delegacia.

DORALICE: E se ela agiu no impulso e foi ameaçar o seu pai? 

ÁLVARO: Se bem que ele não tá em casa, saiu já faz umas horas… 

DORALICE: Tá vendo! Esse monstro deve ter feito alguma coisa com a Marcela. Eu preciso ir até Santa Aurora novamente, preciso achar alguma pista sobre a Marcela.

ÁLVARO: Eu vou com ocê.

Apressados, eles vão em direção a porta, mas ao abrirem, dão de cara com Silvinha e Marluce.

DORALICE (surpresa): Vocês aqui? Desculpem, é que eu precisava resolver um assunto sério na cidade… se puderem voltar outra hora.

MARLUCE: A gente veio falar de um assunto seríssimo com ocê, Doralice. Por favor, escuta a gente primeiro.

Focamos em Doralice, intercalando com Marluce, Silvinha e Álvaro.

CONGELAMENTO EM DORALICE.

A novela encerra seu 28° capítulo ao som de “Nuvem de Lágrimas - César Menotti & Fabiano” (tema de abertura).






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